ܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔ
ONE MAN
por Lily
Yesung se apaixona a primeira vista por você, mas você se interessa outro membro, sem contar que ainda estava ferida de um trauma que sofreu no passado. Um dia, você perceberá e aceitará o coração da Tartaruga, ou ele estará fadado a te amar sozinho?
Gênero: Romance
Dimensão: Shortfic
Classificação: PG-15
Aviso: Yesung é fixo.
Beta: Nikki
# Capítulo 1 # Capítulo 2 # Capítulo 3 # Capítulo 4 # Capítulo 5 # Capítulo 6 # Capítulo 7 #
ܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔ
“Há um homem. Quem te ama muito.
Há um homem. Quem não pode sequer dizer que eu te amo.
Por seu lado Eu coloquei minha mão para fora e
em um caminho onde você pode sempre me alcançar
Eu, que te preza mais do que eu, estou com você.
Para fazer você rir, eu acho que apenas isso e
Quando e onde quer que você esteja Eu estou te observando e sentindo sua falta.
E quem se preocupa apenas com você,
Há uma menina, que não sabe que eu sou assim.
Quem recebe o amor, mas nem sabe que é amor.
Deixando você, que é tão tolo como eu e triste,
Neste momento, as lágrimas vêm, mas eu estou feliz.
É porque você está ao meu lado...”
One Man, Kim Joong Kook
CAPÍTULO 1
Lembro como se fosse hoje o dia que a vi pela primeira vez, há um ano, mas está tão claro em minha memória, que parece que foi ontem que o manager a apresentou aos membros, fecho meus olhos e lembro a roupa que cada um usava. Todas as palavras que antecederam esse encontro, e sua entrada inesquecível na minha vida.
— Meninos, vocês já devem estar cientes de nossa nova diretora para esse MV. — O presidente começou falando, nos confirmamos — Eu a consegui por sorte, ela é muito competente e talentosa. A melhor de onde veio, tentei por vários anos convencê-la a trabalhar conosco, mas em vão. E nesse ano eu fiz outra tentativa e ela aceitou. Então colaborem comigo, com ela. Tenho certeza que vamos alcançar o topo.
— Então meninos, vocês já estão cientes que a nova diretora é fechada, séria, então nada de cantadas sem graça, disputa entre vocês, nem apostas, nem joguinhos, nem piadas. Se concentrem no trabalho. — O manager começou a falar.
— Foquem no trabalho dela, ela tem muito a oferecer, escutem suas ideia e o conceito que ela criou, ela está vindo aqui hoje após ter se encontrado com todos os envolvidos, então é provável que ela já tenha algo formado e programado, mas não discutam, saibam argumentar — o presidente completou, ele sabia muito bem como esse monte de membros queriam sempre interferir em tudo, não que fosse ruim, mas sempre tinha um estresse ou outro.
— Mas ela esta ciente de que nós participamos ativamente de todo processo? E que nossas ideias sempre são levadas em conta e acatadas? — O , nosso Dance Machine, falou.
— Sim, ela está. Por isso pediu essa reunião com todos.
— Bom, se ela entende isso, por mim tudo bem.
— Posso confiar em vocês então? Tenho um compromisso agora, não poderei ficar para a reunião. Mas vou me reunir com ela e o líder outra hora para saber como ficou. Se comportem.
— Arasseo.
— Cara, estou doido pra ver ela logo. O povo anda dizendo que ela tem mais curvas que uma pista de fórmula um. — O assim que o presidente saiu para resolver seus assuntos.
— Também ouvi isso. Linda, e cheia de... — o estava desenhando uma mulher cheia de curvas com as mãos no ar quando o manager tossiu, avisando que o presidente acabara de entrar na sala.
— Esqueci meu celular na mesa. Mas pode continuar o que estava fazendo, Sr. .
— Exatamente, , cheia de ideias geniais. Também estou doido para trabalhar com essa mulher brilhante.
O presidente os encarou, mas não falou nada porque seu celular tocou, ele deu algumas respostas monossílabas e desligou.
— Ela chegou, está subindo e infelizmente não posso ficar. Então Couple e companhia, se con-tro-lem.
Assim que ele saiu, todos explodiram em risadas.
Pouco tempo depois ela entrou na sala de reunião.
Confesso que estava esperando mais dela, não que ela não fosse linda, porque ela é.
Mas as curvas... Não estavam lá. Ela era magra, assim como algumas meninas do SNSD. Só mais tarde, eu soube o porquê do desaparecimento de suas famosas curvas.
Ela realmente tinha uma áurea forte, séria, meio feroz. Mas surpreendeu a todos sendo super simpática, descontraída.
Quando percebemos, estávamos envolvidos no seu charme, e concordamos com quase tudo que ela propôs.
Eu viajei nela, em suas palavras, nas suas feições, quando falava, quando esperava, ou ouvia a resposta e opiniões.
Viajei em seu sorriso, nos seus gestos, como ajeitava o cabelo, ou gesticulava para explicar melhor.
— E então, Yesung, concorda? — Todos estavam me encarando, esperando uma resposta, que eu não sabia a pergunta. Tenho que parar de ser distraído.
— Sim, . Eu concordo.
O nome dela é , lindo como ela.
— Obrigada pela confiança. E pode deixar que farei de tudo para destacar seus pontos fortes, e maquiar os fracos — ela disse, rindo.
— Então você já conhece o ponto fraco dele? Já sabe da sua fama? — O linguarudo do perguntou.
— Conheço sim, como não conhecer o “Go Yesung! Go Yesung!”— Senti meu rosto ficar vermelho quando ela e os membros riram até a barriga doer. — Assim como conheço a sua fama de distorcer a coreografia para ficar a sua maneira.
Aí foi a minha vez de sorrir junto com os membros. Bem feito pra ele. Ninguém mandou se promover as minhas custas.
Quando todos se acalmaram o perguntou:
— Então você andou pesquisando sobre nós?
Ele lançou um olhar e um sorriso que poderia derreter todas as geleiras dos pólos. Deu pra perceber que ele estava interessado nela. Ele só usava esse olhar quando queria muito alguém, porque sempre eram as mulheres que perseguiam ele, sem ele precisar se esforçar muito.
Meu coração se apertou ao perceber isso.
— Pesquisei sim, gosto de conhecer as pessoas com quem vou trabalhar. E afinal vocês têm um público muito interessante.
— Verdade... — ele continuou encarando-a, mas ela não se intimidou, e o encarou também, com uma expressão divertida no rosto. E ele prosseguiu com as perguntas.
— Nessas suas pesquisas, você nos conheceu melhor. Então de quem você mais gosta? Se você fosse uma ELF, quem seria seu bias?
— Hum... Difícil. Mas no momento seria o .
— Sério? —o sortudo falou todo cheio de si.
— Sim, sério. Mas o primeiro que gostei foi o .
— Eu sabia, minha beleza atrai as pessoas.
— E seu temperamento as assusta — me vi falando.
— Sua inveja não me atingi “Go Yesung.”
E assim, a proximidade dela conosco aconteceu, natural e rápido.
E a cada dia que passava perto dela, eu sentia que estava me apaixonando cada vez mais. E para meu desespero, o também.
N/A: Amo o Yesung de paixão, mesmo não sendo Ultimate (mas está agarrado no calcanhar). Assim como amo essa música e a apresentação dele no Immortal Song.
CAPÍTULO 2
Uma semana depois da entrada dela em nossas vidas, eu estava num bar que costumo frequentar quando quero ficar sozinho, estava tentando organizar meus pensamentos em relação a ela, e preparando meu espírito para as seguintes semanas, que aconteceria a gravação do MV, por isso sai mais cedo do ensaio. Os membros nem contestaram, mas também todos estavam esgotados demais para isso.
Sentei no balcão mesmo, não iria demorar, queria cama, repouso, sono.
Alguém cobriu meus olhos com as mãos, só pelo cheiro do seu pulso, eu soube quem era. Mas me fiz de bobo para por minhas mãos em cima da dela e tocar seu braço.
— Mas quem será? Será uma Stalker?
— Claro que não, seu bobo! — disse me dando uma cutucada nas costelas.
— Aí, eu me machuquei exatamente nesse lugar hoje.
— Por que você acha que eu apertei aí? Tolinho. Posso me sentar com você? Ou está esperando alguém?
— Estou esperando sim.
— Sério?
— Hum. Ela acabou de chegar.
olhou por todo lado e não viu ninguém. E apontando pra ela disse:
— Comigo?
— Sim. A própria.
— Quanta honra, Go Yesung — ela disse rindo, eu sorri também, mas por dentro estava morrendo. Ela não me levava a sério não importava o que eu fizesse.
Escolhemos uma mesa e jogamos conversa fora até tarde da noite, rimos, falamos do passado, alguns projetos futuros, e bebemos muito.
Contudo, depois de um tempo, seu olhar foi entristecendo, se tornando meio sombrio e ela se fechou.
— Yesung. Vamos embora.
— Você está bem, ?
— Estou sim, só cansaço, mas álcool é igual a minha ruína.
— Arasseo. Vamos embora.
— Chame um táxi para mim.
— Vou com você.
— Não precisa. Eu estou bem. Melhor não ficar nos expondo desnecessariamente, até explicar o mal entendido. Não queremos nenhum escândalo perto do Comeback de vocês.
— Tem razão.
— Claro que tenho. Meu taxi aí — ela falou quando o taxi se aproximou. — Obrigada por tudo, Yesung. Bye.
— Bye, .
***
Depois que por acaso a encontrei no bar, sempre que ela queria, ou precisava como eu percebi, ela me ligava.
Sabia que ela gostava de mim, ou melhor, da minha companhia e se sentia à vontade comigo, riamos, brincávamos, mas eu sabia que, para ela, eu era apenas o Oppa legal, ou melhor, nem Oppa ela devia me considerar. Ela não me levava a sério, porque sempre se lembrava das minhas danças estranhas e a minha maneira exagerada de chamar atenção nos programas de variedades.
E mesmo que ela me visse desse jeito, eu não me importava. Senti que devia cuidar dela, pois eu sabia que embaixo da brilhante mulher que ela era, havia algo que a feria. E eu queria cuidar dela, ajudá-la. Talvez na vida passada eu tenha sido seu namorado, ou irmão, ou algo do tipo. Mas sabia que tínhamos uma ligação.
Devia ter alguma explicação pra eu não consegui me afastar dela, mesmo não tendo nenhuma chance com ela.
Por isso após as gravações de uma das muitas versões do novo MV, quando recebi sua mensagem de texto me chamando para beber, eu no mesmo segundo respondi. Nem para fazer um charme eu prestava.
Eu a peguei em frente ao seu hotel, umas sete horas da noite. Ela estava linda, agradeci por ser verão. Ela estava com um vestido curto, deixado suas belas pernas de fora, fiquei feliz por ela não ter colocado um sapato de salto alto, ela já é do meu tamanho. Só não fiquei mais feliz porque ela colocou uma jaqueta em cima do vestido tomara-que-caia.
Parei num lugar antes do nosso lugar secreto, era assim que eu chamava o bar agora.
— Por que paramos aqui, Yesung? Eu vim beber e não tomar café.
— Você não precisa tomar se não quiser, mas será uma desfeita para minha família.
Eu disse e desci imediatamente do carro, antes que ela me batesse por ter vindo apresentar ela a eles, não foi programado, eles disseram que eu estava muito sumido, por causa da correria das gravações, e me pediram para ir até a loja vê-los.
— Yesung! Você enlouqueceu? Não posso vim aqui com você.— Ela disse enquanto me seguia para dentro do Café.
— Vai ser rápido. Só vou mostrar para minha mãe que ainda estou vivo.
— Não faça piada. Me dá a chave do carro, vou te esperar lá dentro.
— Não vai coisa nenhuma. OMMA!
— Jong Woon-ah! Meu filho lindo e sumido.
— Omma! Que saudade.
— Kim Jong Woon! Isso não é coisa que se faça com sua mãe. Não suma assim.
Meus pais me abraçaram, quando eu ia apresentá-los a , meu irmão pulou em meu pescoço.
— Hyung! Que saud... — ele parou quando viu a . — Que saúde!
Eu bati nele, que atrevido!
— Família, essa é a nova diretora do nosso MV, .
Eles se apresentaram, ainda estavam meio em choque, eu não levava meninas para conhecê-los, nem mesmo as que eu já namorei escondido.
Como estava sem graça, não demorei muito. Mas bebemos um café e comemos torta gelada. Nos despedimos, ainda com os olhares curiosos da minha família e o furioso de .
— Você é muito louco, sério mesmo.
— Relaxa, se falarem algo, nos podemos dizer que você está conhecendo melhor a vida dos membros. Vamos nos estabelecimentos de todos os membros.
— Aish. Ok, Yesung. Agora acelera logo esse carro que você dirige igual a uma tartaruga idosa.
— Hahahaha muito engraçadinha.
— Sou mesmo.
Nessa noite ela realmente bebeu muito, demais, e como sempre acontecia quando ela atingia um certo nível de teor de álcool, apareceu sua expressão triste, desesperada.
— Quer ir embora?
— Por favor.
— Então vamos.
Eu a apoiei em mim e a levei até o carro.
Coloquei o cinto, nela e ela se virou para a janela, chorando. Não a perturbei, fingi que não que vi seu choro. Conhecia-a a tempo suficiente para saber que ela devia estar se odiando por chorar na minha frente.
Dei partida no carro e iniciei nossa volta, abri a janela do carona, ela estava demonstrando sinal de enjoo.
— Ah, obrigada, Yesung — ela disse suspirando e respirando fundo. — Você sabia que na verdade, eu não seria biased do ? Se fosse uma ELF, quero dizer.
— Não? E o que seria?
— Cloud.
—Nossa, você está tão agradecida por eu ter aberto a janela que está mentindo para me agradar? — Eu brinquei com ela. Mas ainda assim meu coração não ficou indiferente, encheu-se de uma felicidade, que só os bobos apaixonados podem explicar.
— Seu bobo. É sério. No começo, o me chamou atenção. Mas depois vendo os programas e seus solos. Me encantei por você. Então se eu tivesse acompanhado vocês desde nova, naquela fase da minha vida, eu com toda certeza seria uma Cloud.
— Nunca é tarde para ser uma ELF, .
— ? Desde quando te dei essa intimidade? Eu estou tonta e não bêbeda, pode parar com as ousadias.
Como ela riu, eu continuei brincando:
— Me deu desde que cobriu meus olhos, bebeu comigo, não uma, mas várias vezes, conheceu minha família e confessou que sou seu Ultimate.
— Hahaha. Muito engraçado, tartaruga.
— Mas sério mesmo, você é mesmo uma Cloud?
— Eu disse que seria uma, se por acaso fosse ELF.
— Tanto faz. O que importa é que eu sou seu favorito.
— Você gostou tanto disso?
— Sim, gostei — eu disse rindo. — Estamos chegando ao hotel, .
— Percebi... — ela disse, desfazendo o sorriso e suspirando fundo.
— Você está bem? Não quer passar na farmácia? Ou...
— Não quero ficar sozinha hoje, não estou bêbada o suficiente.
— Você tem que parar com isso. Não é saudável. O álcool não resolve tudo.
Eu estacionei o carro.
— Tem algum Karaokê por aqui?
— Deve ter sim. Você quer cantar?
— Não. Quero que meu Ultimate cante pra mim.
— Então agora eu sou Ultimate?
— Por quê? Não quer? Então tá, vou ligar pro .
— Arasseo. Arasseo. Seu Ultimate canta para você.
— Entrei pro Fandom, é oficial.
— Então, eu te declaro uma Everlasting Friend. Pode sonhar com o Bias e shippar os Couples.
Ela voltou a sorrir, e isso me fez feliz também. Eu estava bem, desde que ela também estivesse bem.
Nós fomos para uma sala. E eu impedi a entrada de bebidas, ela, de muita má vontade, aceitou.
Mas com a condição de ter duas taças de Champagne. Quis discordar, mas a curiosidade e expectativa de saber o que ela queria brindar foram maiores.
E pela primeira vez cantamos juntos, ou melhor, eu cantei, ela só estourou meus tímpanos, e se isso não diminuiu minha paixão por ela. Tive certeza que nada diminuiria.
Depois de um tempo de diversão ela sentou no sofá. Quando eu ia sentar, ela me interrompeu:
— Você não, Yesung. Eu ia me despedir de um ciclo da minha vida hoje bebendo até esquecer quem sou e onde estou. Mas aí os céus me enviaram um anjo, Kim Jong Woon. Meu anjo Go Yesung. E eu quero terminar isso com você cantando e brindando para mim. E prometendo a mim mesma e a você, representante da divindade celeste, que nunca mais vou beber, ou perder a fome ou o sono por esse motivo. Só vou beber de felicidade, só vou perder sono se for para ter novas ideias. E só vou perder peso para entrar na calça que comprei dois números a menos porque estava na promoção. Amém.
Ela ficou me esperando responder.
— Amém.
— Agora, anjo, cante Memories para encerrar esse ciclo.
Eu estava confuso, mas ainda assim fiz sua vontade, cantei com toda minha sinceridade, ela olhava para mim, mas seus pensamentos estavam longe. Lágrimas desciam incessantemente dos seus olhos, mas eu terminei a música sem interromper seu momento.
— Obrigada. — Ela fechou os olhos e suspirou uma, duas, três vezes e então quando abriu, não estava mais chorando e sim rindo. — Agora, brinde comigo.
— Claro. O brinde é pra comemorar o término do ciclo, ou...?
— Não. A música sim, mas o brinde é pelo futuro. Pelo novo ciclo. Então... Honbae.
— Honbae. Ao novo ciclo da minha mais nova biased!
O celular dela tocou, e ela atendeu sorrindo:
— ! Estava pensando em você. — Eu congelei, ou tremi, não me lembro, mas a raiva ferveu em mim, virei para o canto, não queria que ela visse como eu estava. — Claro que estava pensando. Você me convidou para jantar e eu disse que iria pensar, e eu acabei de pensar nisso... Claro que aceito. Amanhã? Está ótimo. Amanha então. Outro.
Depois disso a cegueira tomou conta de mim, quando dei por mim já estava em baixo do chuveiro socando a parede do banheiro do dormitório com a água fria correndo pelo meu corpo.
CAPÍTULO 3
Apesar de não ter me ligado para beber, e o ter desaparecido do mapa algumas noites, eu tentava me controlar, não deixava transparecer nada nem para ela, muito menos a ele.
Cheguei do ensaio passei na casa dos meus pais, então quando cheguei ao dormitório, alguns membros estavam jantando. Peguei um suco e sentei com eles, apesar de querer mesmo minha cama.
— Ela vai fazer muita falta mesmo. — O disse. — Foi muito bom trabalhar com ela.
— O tempo voou.
Nesse momento que a ficha caiu, do que eles estavam falando. iria embora assim que terminasse as gravações, ou seja, na próxima semana. Meu coração que já estava apertado ficou ainda mais.
— Fiquei sabendo que o nosso CEO a convidou para as próximas gravações. Mas ela disse que tinha umas coisas para resolver primeiro antes de dar uma resposta definitiva.
— Uau, você sabe de tudo, hein, — o disse admirado.
— Eu tenho meus contatos.
— Daebak!
— Eu posso até ter meus contatos, mas O cara desse lugar é o . — O falou, lançando um olhar muito suspeito pro , fazendo os dois rirem cúmplices e gelando meu coração.
— Como? Por quê?
Eu comecei a pedir em silêncio que eles não falassem nada que deixasse o boiando, ou conseguir uma rota de fuga, não estava preparado para escutar, apesar de já imaginar o que se passava com eles.
— Ah, me contem! Por favor?
— Viu o que você fez, ? Essa sua boca grande.
— Não é como se ninguém desconfiasse , só o mesmo que fica aí nessa alienação.
— O QUE? VOCÊ DEU UNS PEGAS NELA? — o bateu na cabeça tentando calá-lo, o só sorria. — Nossa! Uau! Realmente você é o cara. Porque ela pode até ser legal, mas todo mundo que chegou nela levou toco, e ela mandou não confundir nem misturar as coisas.
— Isso é verdade, eu e o tentamos, não uma, mas umas duas vezes. Na última, ela aplicou um golpe de Karate no .
— Você é tão sortudo, .
— Sorte não, , charme. O nome disso é charme.
— Como você ganhou uma mulher tão inteligente com esse papo furado? — o disse rindo, e eu fiz um high five com ele.
— Invejosos e covardes não tem direito a opinião — o disse rindo.
— Mas, , vocês só ficaram nos beijos, ou...
— Vai dormir, — o disse rindo.
— Então vocês... Uau. Cara você... — nem vi a hora que dei um tapa na cabeça do .
— Vai dormir, . Já deu por hoje.
Sai cego de raiva da cozinha. Tomei banho e deitei querendo fugir pros meus sonhos, ou melhor, pra um sono sem sonho algum.
Por mais que eu tentasse o sono não vinha, me revirava na cama tentando achar uma posição confortável, porém, meus pensamentos não paravam.
Em um momento ficava com raiva do por ter tudo que quer, e também com raiva da ara) por não me considerar homem suficiente para ela.
Até do pobre do tive raiva, por não saber quando parar de falar, por ter instigado o assunto.
Mas depois de um tempo, percebia que a culpa não era deles, apenas minha. Eu que era um idiota e estragava tudo ou com covardia, ou loucura, minhas fãs amam isso, mas eu fico desacreditado com as mulheres, elas não me levavam a sério. Nem as mais acessíveis imaginem , que é bem resolvida, bem sucedida, talentosa, linda, perfeita. E ainda tinha a personalidade brilhante, escondida atrás do seu perfil sério.
Eu nunca receberia seus olhares, podia ter seu carinho, mas amor, paixão, ou até mesmo atração, nunca.
Passei a noite em claro, acordado. Pela manhã, escutei a porta do meu quarto abrir e quando me virei era o com um olhar assustado.
— Yesung! Já acordou? — ele disse escondendo algo atrás das costas.
— Não adianta esconder, . Eu vi o creme dental na sua mão — eu disse rindo. — Você pretendia pintar meu rosto? Seu bobo. Entra aí.
— Poxa! Queria vingança, até levantei mais cedo. Por que você acordou tão cedo? E o que houve com você? Me bateu, está estranho, e ainda está com umas olheiras terríveis. Tudo bem com você?
— Não está nada bem, , mas eu me recupero, afinal essa não foi a primeira e provavelmente não será a última vez que algo assim acontece. — ficou me olhando com uma cara cheia de dúvidas, sem entender nada do que eu estava falando. — Me desculpe por ontem, estava chateado e descontei minha frustração em você. Agora vamos, hoje ainda tem filmagem.
Esse era o penúltimo dia de gravação, então tive que fazer uma força sobre-humana para me concentrar, mas meus pensamentos me levavam em direção a ela e consequentemente em direção ao .
Eu aguentei o máximo que pude, mas quando ela chegou toda sorridente, para ver o andamento de tudo, nem vi o momento que saí de lá antes mesmo de anunciarem que estava acabado e que podíamos sair.
Ainda ouvi os membros, e ela me chamando, sai correndo de lá. Falar que os entendia quando eles não estavam perto era fácil. Mas quando eu a vi... Não consegui aceitar a ideia, eu precisava de mais tempo para processar isso. Não queria ter raiva deles, não era justo, e no momento eu não consegui evitar sentir isso.
Peguei meu carro e só parei no nosso bar — merda! Já estava chamando o meu bar de nosso —, parei só para comprar uma garrafa de qualquer coisa com alto teor alcoólico e sair de lá, antes que ela falasse pro manager que eu estava lá. Mas mudei de ideia, ela que falasse. Esse lugar era meu.
— Hyung, uma garrafa da coisa mais forte que você tiver, na minha mesa — eu disse, indo em direção à mesa mais discreta que ele tinha.
— Boa noite pra você também, Yesung. Pode deixar que eu levo na mesa.
Meu celular não parava de tocar, mas eu o ignorei e desliguei.
— Está fugindo, Yesung? Aqui sua bebida. Apesar de saber que você não vai aguentar tomar nem uns três copos dela, mas está aqui — ele colocou a garrafa de whisky na mesa e saiu.
Tomei o primeiro copo já me amaldiçoando por não fazer como algumas mulheres e tomar um porre de sorvete vendo um filme bem triste. Iria tentar isso numa próxima vez, pensei tomando a contragosto o segundo copo.
Aquilo descia rasgando, mas agradeci, porque minha mente deu uma anestesiada.
Entornei mais bebida no copo e quando estava levando à boca, alguém tomou o copo da minha mão. Nem precisei levantar os olhos para saber que era , seu perfume a denunciou. Tomei a bebida da mão dela, entornando metade na mesa.
— O que faz aqui sozinho?
— Como pode ver, bebendo — eu disse, virando o copo na boca.
— Todo mundo está preocupado com você. Por que saiu daquele jeito? O manager e os membros estão te procurando por todos os lugares.
— Vá em frente e conte que estou aqui. Mas não ligue, vá dizer pessoalmente e me deixa sozinho. — Ela fez uma cara de choque e isso partiu meu coração, eu estava sendo um filho da mãe, eu sei, mas só por hoje eu queria me permitir ter esse ato de rebeldia, queria ter o direito a ficar com raiva.
Ela se recuperou, e voltou a falar:
— Yesung... O que você tem...? — Ela sentou na minha frente.
— Não quero te ver, não quero ver os meninos, não quero ver o manager, não quero ver ninguém. Só por hoje. Por favor, só hoje — eu falei, chorando. — Amanhã eu prometo que falo com você, mas hoje, me deixa aqui.
Eu continuei bebendo e ela me olhou concordando.
— Ok. Eu estou indo.
Ela levantou e saiu devagar. Me obriguei a beber pelo menos mais um copo. Mas já estava no meu limite, não era bom bebendo, mas pelo menos nessa noite queria agir como um homem. Ou eu não prestava nem para afogar as mágoas?
Quando atingi meu limite, quase metade da garrafa. Paguei a conta e sai cambaleando com o que sobrou do whisky, para meu carro. Não era doido de ir dirigindo, mas meu corpo já estava pedindo cama, e o banco traseiro era uma opção tentadora para mim.
Estava tão concentrado em procurar a chave do carro no bolso do meu casaco, que só a vi encostada ao carro quando estava a um passo de distância.
Pensei que já estava tendo alucinações, eu sorri para ela e toquei em seu rosto, fechando meus olhos, já imaginando o momento em que quando abrisse os olhos, ela desaparecia e eu estaria tocando meu carro ao invés dela. Mas para minha surpresa, senti seu rosto macio e quente. Abri os olhos, me afastando um pouco.
— Não está mais com raiva? — ela disse, fazendo um bico, como se estivesse muito chateada, mas em seguida sorriu.
— O que ainda faz aqui?
— Você está bêbado, e parece que quer ficar ainda mais — ela disse apontando a garrafa, e depois tentou pegá-la, mas dei outro passo para trás, sentindo tudo girar. — Enfim, você não está em condições de dirigir. Você pode acabar se machucando e machucando outras pessoas.
— E quem te disse... — náuseas começaram a se manifestar nesse momento. — Quem te disse que eu vou dirigindo? Eu não preciso da sua ajuda, agora saia da frente, antes que eu vomite em seus sapatos.
Seus olhos se encheram de lágrimas, e eu me odiei por isso, e me odiei ainda mais por querer abraçá-la e protegê-la.
— Eu sei que não posso te ajudar, e me desculpe por isso. Eu sou uma péssima amiga. Você me ajudou tanto, e eu não percebi que você também precisava de mim. — Ela se aproximou e colocou suas mãos em meus ombros. — Me conte o que houve. Ou não conte, mas me deixe cuidar de você hoje, me deixe ficar com você. Tentar retribuir o que você fez por mim nesses dois meses que estive aqui.
— Eu não fiz nada por você, . Só te levei para beber.
— Não, não foi só isso. Você mesmo estando cansado, esgotado, sempre esteve comigo quando eu mais precisei. Sendo um apoio, um amigo querido.
Amigo querido... Como doía.
— ... Por favor. Amanhã. Hoje não. — Não fui rude dessa vez, só me humilhei mesmo, chorando outra vez. Eu achei a chave do carro, me desvencilhei dela, mas ela segurou meu braço.
— É mulher? Quem é ela? O que ela fez com você?
Não pude deixar de rir.
— Sim, é mulher. E ela não fez nada, só está com meu amigo. A pessoa que eu amo com meu amigo. Só isso. Agora me deixa ir dormir.
Tirei a mão dela do meu braço, destravei o carro e abri a porta traseira, e quase entrando no carro, sinto seus braços na minha cintura, ela tinha me abraçado por trás.
Meu coração bateu tão forte, que só resisti à vontade de beijá-la, porque ela estava chorando e soluçando.
— Eu te entendo, Yesung. Entendo mais do que imagina. Fui uma péssima amiga pra você, não percebi que você também estava triste, chateado. Eu fui muito egoísta, apenas me aproveitei de sua boa vontade e sua amizade, te usei para esquecer minha dor. Me desculpa. Me perdoa. Eu estava errada.
Tirei os braços dela da minha cintura e fiquei de frente a ela e a abracei. Esquecendo minha própria revolta, querendo apenas aliviar o sofrimento dela.
— Eu nem fiz nada por você, . Não de verdade.
— Pra você pode não ter sido nada de mais. Mas você me fez rir, descontrair, divertir. E apesar de me mostrar descontraída com vocês, sou bem fechada na minha vida particular, e dificilmente demonstro minhas fraquezas, mas você... Você ultrapassou todas minhas barreiras. Como?
— Com meu poder de tartaruga ninja.
Eu disse rindo e beijando seus cabelos.
— Obrigada, Yesung. Muito obrigada mesmo Go Yesung.
Ela me deu um selinho, roubou a chave da minha mão e a garrafa também.
— Entra no carro, vou te levar.
— Não quero ir pra casa...
— Ok, criança dengosa, te levo pra minha. Amanhã você volta para a sua.
Ela me ajudou a entrar no carro, como eu já ajudei muitas vezes.
Dormi e só acordei quando ela me chamou avisando que havíamos chegado, estávamos no estacionamento do hotel que ela estava hospedada.
Ela abriu a porta do carro e me ajudou a descer, quase a derrubei, mas ela era forte e conseguiu me sustentar.
Ela se abaixou um pouco na minha frente, eu desviei dela e fui com tudo pra cima de uma coluna, batendo a cabeça.
— Yesung, suba aqui. — Ela continuava parada, no mesmo lugar. Quando entendi o que ela queria dizer, tive uma crise de riso.
— Você enlouqueceu? Você não me aguenta, sua louca.
Eu continuei andando em direção ao elevador, mas sempre esbarrando nos carros, paredes e colunas, e quando parei ainda há uma boa distância do elevador, bati a cabeça em um extintor que estava na parede e cai de bunda no chão.
E dessa vez quem teve uma crise de riso foi ela, que chegou perto e me levantou.
— Deixa de besteira. Sobe logo. Você não tem condições de chegar lá em cima nem se arrastando.
— Você não me aguenta, é sério. Hoje eu estou pesando o dobro. Minha cabeça está maior que o normal, ou parece, já que está pesando tanto.
— Eu aguento.
— Arasseo. Mas se sua coluna entortar, não me processe.
Subi em suas costas, já me preparando para a queda. Mas ela conseguiu me levar até seu quarto, ou melhor, até o banheiro do seu quarto. Porque subi prendendo o vômito. Coloquei tudo para fora, aliviado por ter aguentado chegar ao banheiro.
Ela entrou depois com uma toalha.
— Banho, moço.
— Sim, senhora.
— Obaaaa! O mau humor foi embora. Graças aos céus.
— Vomitei tanto que ele deve ter saindo junto — eu disse enxaguando a boca.
— Eca, seu porco. Tome logo um banho e volte a ser meu anjo. Vou preparar um ramen pra gente? Ok? — ela falou sorrindo.
Talvez seja porque eu estava bêbado, ou porque eu era louco, ou a mistura dos dois, enfim, eu a puxei antes que ela saísse do banheiro, e a abracei, e fiquei beijando sua testa várias e várias vezes, eu realmente estava fora de mim e do meu juízo perfeito.
— Me desculpe por te tratar tão mal. E também... Eu... Eu... — Eu te amo, . Era o que eu queria dizer, mas nem toda bebida do mundo me daria essa coragem. — Eu sinto muito mesmo.
— Tudo bem, Yesung,. Como eu disse, eu te entendo.
Eu a abracei mais forte, desejando não afastá-la nunca mais.
— Ai, meu Deus, quando você bebe fica um chorão carente? — Eu a soltei, mas segurei seu rosto com minhas mãos.
— ...
— Hum...
— Por que você é tão linda?
— O que há com você? Por que está assim? Ou melhor, pare de deixar o álcool tomar sua boca e vai tomar banho.
— Não é o álcool. Sou eu mesmo.
Eu continuei com as mãos em seu rosto evitando que ela se mexesse e a beijei.
— Ou talvez seja mesmo o álcool — eu disse, quando a soltei.
Me preparei para o tapa quando me afastei um momento depois, mas ela sorriu e me empurrou para dentro do boxe.
— Banho, sua Tartaruga bêbada.
Ela saiu rindo do banheiro, me deixando ali fora da realidade, eu encostei os dedos nos lábios rindo.
Eu tomei um banho gelado, pra tentar dar uma amenizada na tontura e para voltar à realidade. Ajudou, mas meu corpo ainda pedia cama e o coração não desacelerava.
Terminei o banho, mas fiquei fazendo hora no banheiro, a vergonha se apoderou de mim. Me assustei quando ela bateu na porta.
— Yesung, sai logo daí que o ramen está esfriando.
Abri a porta lentamente já prevendo sua cara de brava ou de deboche, mas ela estava sorrindo para mim, serena, calma. E isso era novo para mim. Mesmo que ela brincasse comigo e os outros, a preocupação, ou estresse, a fadiga, sempre aparecia. E até mesmo quando riamos bebendo, vinha a raiva ou a tristeza.
Mas hoje eu realmente posso dizer que conheci a ara), ela se abriu para mim, resolveu mostrar como ela era. Ela me enxergou e confiou em mim, como um amigo, mas me viu.
— Cheiroso... — eu disse sentando ao seu lado, pegando meu prato. — Obrigada. Eu vou comer bem.
— Sim, coma bem, e aproveite e esqueça essa infeliz que está te fazendo sofrer.
— Sim, eu vou tentar. Dá mesma forma que você tentou. Vou seguir em frente também.
— Isso aí.
— Demorei, mas superei o maldito.
— Que bom, , fico feliz por você. Devemos brindar também a superação?
— Você não vai beber tão cedo.
— Só uma taça de vinho. Vinho me relaxa e eu preciso relaxar e dormir.
— A desculpa é fraca e mal elaborada, mas hoje estou de bom humor.
Bebemos o vinho encostados no sofá vendo filme que eu honestamente, nem me lembro qual era.
— Você bebe e quem fica ruim sou eu — ela disse encostando a cabeça no meu ombro e fechando os olhos, já com sono.
— Eu ainda estou um pouco tonto. — Nem estava tonto, ou melhor, estava, mas não pela bebida, mas por ela que estava tão perto de mim, perto demais, não só fisicamente, e se antes ser apenas colega de bebida era difícil para mim, agora então...
Esperei ela dormir e a coloquei na cama, resistindo à tentação de deitar ao seu lado, mas não a de beijá-la antes de me deitar no sofá; não sou de ferro.
CAPÍTULO 4
Acordei antes da e passei no dormitório para trocar de roupa, agradeci por não ter ninguém por perto, não queria ficar me explicando. E explicar como? “Gosto da mesma pessoa que o .” Nunca!
Entrei correndo no local de gravação e eles ainda não tinham começado. já estava lá e sorriu quando eu cheguei, talvez seja apenas impressão minha, mas parece que ela corou um pouco.
Os meninos e o manager se aproximaram perguntando se eu estava bem, se era cansaço, ou estresse e eu disse que sim, todos me abraçaram, inclusive o e isso acabou comigo.
Tivemos uma pausa para almoçar, procurei , mas não a vi em lugar nenhum. Já ia me sentando como vários fizeram, quando ela chegou com alguns entregadores atrás, eles levaram as comidas e bebidas e colocaram em uma mesa no canto.
Nos reunimos ao redor da mesa, o manager falou para todos:
— Como hoje é nosso último dia de gravação, a está nos presenteando com esse almoço. Quer falar algo para eles, ?
— É... — ela sorriu, meio sem graça, nem parecia a mulher poderosa e eloquente que era.— Bom, isso não é uma despedida, é um agradecimento por ter trabalhado com pessoas profissionais, esforçadas e amigas. Eu não sou muito de discursos, mas eu realmente agradeço a paciência, colaboração, esforço e principalmente a confiança que me deram. Enfim, não é uma despedida, mas um agradecimento. Obrigada a todos.
Todos bateram palmas e a abraçaram, apertaram sua mão, a parabenizaram, e depois é claro, atacaram a comida. Eu fiquei num canto mais afastado, esperando a confusão diminuir, ela me viu e veio falar comigo, mas veio de cabeça baixa, evitando me olhar. Estranho, muito estranho, fiquei com receio, pensando que a ficha dela devia ter caído e agora ela queria me matar por tê-la beijado ontem.
Mas para minha surpresa, ela me abraçou, não um simples abraço, mas um abraço demorado.
— Yesung! Está melhor hoje?
— Estou sim. Ou melhor, não estou, não.
— Por quê? — ela me perguntou preocupada, quando viu minha expressão se tornar triste.
— Você vai embora daqui a três dias. Como ficar feliz?
— É... Pensando por esse lado...
— Por que não fica? O presidente já te convidou para produzir outros MV’s.
— Eu não recusei a oferta dele. Só que agora não dá. Eu já fugi demais, deixei tudo para trás, tenho que arrumar minha bagunça.
— Qual o nível de bagunça?
— Não sei... Mas estava muito bagunçado.
— Você volta, não é?
— Claro que sim.
Eu sorri aliviado para ela e ela me retribuiu o mesmo sorriso. Me segurei para não beijá-la na frente de todos, não teria a desculpa de estar bêbado dessa vez.
— Olá, casal? Não vão comer?
O chegou se pendurando no meu pescoço. Não sabia se agradecia ou matava ele.
— Venham fazer uma social, o povo já está todo alvoroçado fazendo piadinhas. Nós não queremos fofoca nessa altura do campeonato, não é?
— Claro que não — falou, nos deixando sozinhos.
— É cara, dessa vez você mirou alto e não é que acertou?
— Para com isso, quem acertou foi o , ela é só minha amiga.
— Corta essa, cara, eu já saquei que você gosta dela, e depois de ontem, todo mundo também. Mas eu não te culpo, uma mulher como ela pra cima e pra baixo com você, se você ficasse indiferente, ou você não gosta da fruta, ou já tinha alguém no seu coraçãozinho louco.
O saiu me levando para o meio dos meninos, chegamos e eles estavam se acabando de rir.
— Eu não posso acreditar que você me trocou pelo o Yesung! — O falou indignado.
— Como? Que historia é essa? Eu achei que ela tivesse trocado o ... — eu pisei no pé do .
— Ela não é nem minha biased nem do . — O falou, fingindo indignação.
— Ela disse que é ela é uma Cloud! Ousou me trocar pelo Yesung! — continuou. — Por acaso isso faz sentido?
Eu comecei a rir e os outros também.
— Por que vocês estão surpresos? Ninguém resiste ao meu charme, amigos. Vocês já deviam saber.
Eles me bateram, e começaram a me chamar de metido, doido, e chamá-la de cega e de doida também.
Depois do descanso, ela precisou sair por um tempo e nós voltamos para as últimas gravações.
Após terminamos tudo, chamei o num canto.
— Como assim todo mundo percebeu? Que história é essa?
— Pelo amor de Deus, vocês andam o tempo todo juntos, ficou estranho quando o ficou falando nela, sumiu ontem pra um lugar que só ela sabia onde era, e você ainda dorme lá. Hoje a ficha da maioria caiu. Só não vê quem não quer, e isso inclui você.
Meu celular vibrou, olhei e vi uma mensagem da , o leu comigo.
— “Quero te ver hoje. Preciso da sua loucura/alegria/dom para me animar.”
E ainda tinha o emoticon implorando e chorando.
— Não acredito que você conseguiu mesmo ela. Vai por mim, ela está muito na sua.
— Ah, pelo amor de Deus! Ela só me considera um amigo, eu sinto isso.
— Talvez ela pense que seja apenas como amigo, então a faça perceber que também gosta de você, que o sentimento é recíproco.
— Vou tentar. O que eu respondo, me ajuda!
— Põe apenas “Sim.” E o um emoticon dançando feito um louco, ou seja, como você.
— Então vou chamá-la para jantar, tipo um jantar de despedida?
— Isso mesmo, um jantar de despedida, e não beba. Quando for levá-la em casa, ataque.
— Aish! Não tenho confiança para isso. E se ela recusar, ou rir de mim?
— Isso não vai acontecer.
— Ok, vou avisá-la então. Um jantar, gostei disso.
Estávamos tão envolvidos que nem percebemos a presença do , e antes que pudéssemos impedir, ele gritou para os meninos e algumas pessoas da equipe que estavam por perto.
— GALERA! O Yesung está chamando todos para um jantar de despedida! Obrigado, Yesung — ele disse me abraçando. Fui obrigado a sorrir e confirmar, mas por dentro queria matar o . Assim que o saiu rindo, o cochichou:
— Eu mato e você esconde o corpo?
— Não, amigo, eu mato e você se livra do corpo.
Estava tão abismado pelo rumo que tomou meu encontro que esqueci de avisá-la que todos estariam presente.
***
Mais tarde, já no restaurante com os membros e alguns staffs, fiquei esperando ansioso pela chegada dela, só me lembrei de avisá-la quando estava chegando ao restaurante, ela disse que já estava saindo de casa quando eu a avisei da mudança de programação. Mas que estava tudo bem.
O sentou ao meu lado e eu deixei o outro desocupado para ela, só fiquei inquieto pelo fato do está quase na nossa frente. Mas ainda assim precisava tentar, ela estava indo e eu não sabia quando ela estaria de volta.
Ela entrou sorrindo junto com o , e para meu desespero ele sentou ao meu lado, fazendo com que tivesse que sentar ao lado .
E mais uma vez quis matar o , e não uma simples morte, mas uma bem lenta e dolorosa.
Nem conseguia comer direito, só fiquei de cabeça baixa tentando não olhar para o outro lado da mesa, enquanto o tentava me acalmar.
Mas nos momentos que eu olhava eles estavam sempre rindo juntos, ele às vezes tocava na sua mão enquanto explicava sobre alguma coisa, ou quando a servia uma bebida. Eu aguentei uma hora daquela tortura, mas quando ele levou comida na boca dela, eu fiquei cego, raiva, tristeza, desespero, tudo junto.
No dia seguinte, o disse que não viu nada demais com o e ela, que ele apenas estava sendo educado com ela, e ela, retribuindo a gentileza, mas naquele momento eu não consegui enxergar isso.
Me levantei, fazendo com que todos olhassem para mim, o tentou me sentar pedindo calma, o mesmo sem saber de nada também me segurou pelo braço perguntando o que eu tinha.
Inventei uma desculpa qualquer e fui ao banheiro lavar o rosto, quando senti minhas mãos pararem de tremer, fui pagar a conta, ou parte dela, já que estava saindo antes de todos. Fui em direção ao carro ainda meio tonto, e lá estava ela encostada ao carro novamente.
— Que demora! Se perdeu? Ou encontrou alguma mulher pelo caminho? — Ela falou rindo, quebrando minhas barreiras.
— Nenhuma das alternativas, fui ao banheiro e pagar a conta. E você? O que faz aqui? Parecia estar se divertindo.
— Já te disse mais cedo que estou triste e só meu anjo Yesung pode resolver isso.
Se ainda restava alguma raiva dela no meu coração, tinha evaporado naquele momento.
— Me dá uma carona?
— Claro, entra aí.
Ela desencostou do banco e quando começou a andar deu uma desequilibrada, eu a segurei antes que caísse.
— Achei que fosse resistente ao álcool.
— Eu sou, quando não misturo. Fiz uma bagunça hoje.
Eu a ajudei, assim como ela me ajudou na noite anterior.
— Para o hotel, então? — eu perguntei, querendo que ela respondesse que não, que queria sair apenas comigo, mas vendo seu estado, não bêbada, mas tonta, já previ sua resposta.
— Hoje eu quero casa — ela disse. — Amanhã saímos e está proibido álcool tanto para mim quanto pra você — ela falou e fechou os olhos, adormecendo.
Queria gritar de felicidade, agradecendo a iniciativa dela, eu nunca teria coragem de chamá-la para sair, e ela fez esse trabalho por mim.
A acordei quando chegamos ao estacionamento. E da mesma forma que ela me carregou, eu a carreguei também, a admirei ainda mais, como era difícil carregar alguém nas costas. Nunca mais beberia tanto perto dela, coitada.
Quando a deitei na cama, me preparando para sair, ela me segurou:
— Aonde vai? Você disse que me faria feliz hoje.
— Mas você não está bem...
— Agora estou melhor — ela disse, sentando.
— O que posso fazer por você? Como posso te fazer feliz hoje?
— Cantando, dançando, sorrindo, respirando. Tantas formas, você escolhe uma.
— Respirar então — eu falei, contendo minha alegria.
— Bobo. Cante pra mim.
— O que quer ouvir?
— Uma música que você cantou em um programa, sobre um homem que ama uma sonsa que não consegue enxergar.
— Ah... One Man.
— É essa mesma. Agora senta aqui ao meu lado e cante ela para mim.
E assim como ela mandou, eu fiz, me sentei ao seu lado na cama, e assim que fiz, ela encostou a cabeça em meu ombro.
Eu comecei a cantar, enquanto ela cantarolava ao meu lado.
“(...)
Há uma menina, que não sabe que eu sou assim.
Quem recebe o amor, mas nem sabe que é amor.
Deixando você, que é tão tolo como eu e triste,
Neste momento, as lágrimas vêm, mas eu estou feliz.
É porque você está ao meu lado...”
Quando terminei, percebi que ela estava chorando.
— Ainda não superou o bastardo? — eu perguntei, triste.
— Superei sim. É só que eu estou voltando pra lá e só de pensar no quanto fui burra de ter sido enganada por ele...
— A raiva sobe.
— Exatamente. Tenho raiva dele, raiva de mim por ter sido cega. Raiva de tudo.
— Não sei o que aconteceu, mas tenho certeza que a culpa não foi sua. Confiar em quem ama não é um erro. A pessoa que desmerecer essa confiança sim. Então o odeie muito.
— Pode deixar, se eu precisar de ajuda para cometer um assassinato, posso contar com você, tartaruga?
— Claro que sim.
Eu segurei sua mão, e foi como um apertar uma tecla de play, ela começou a contar tudo.
— Estávamos noivos, depois de dois anos juntos. E ele me trocou pela vaca da minha sócia. —Eu já comecei a entender tudo. — Nunca percebi nada, como? Como pude ser tão cega? Eles me traíram por um ano! 365 dias me enganando e eu feito uma burra... Por que não tive um One Man em minha vida? Será que existe um homem assim?
“Me deixe ser seu One Man, .” Apenas pensei.
Eu a abracei apertado querendo que ela tirasse tudo aquilo do coração. Isso só fazia mal a ela própria.
— Obrigada, Yesung.
— Por nada. É um prazer cuidar de você.
Esperei que ela dormisse, mas já estávamos há uma hora nisso e nada, eu não podia passar outra noite ali com ela, novamente, porque eu saí sem dar uma explicação decente pela segunda noite seguida, eu tinha que voltar.
— Eu tenho que ir, . Você vai ficar bem?
— Vou ficar sim. — Ela me soltou e foi comigo até a porta. A abracei e beijei sua bochecha. — Até amanhã, Yesung.
— Até. — Sai andando pelo corredor, e como não vi barulho da porta fechando, me virei para ver o porquê; ela ainda estava lá me olhando sair. Pensei no que o disse sobre ser corajoso, e sem nem pensar duas vezes, voltei e parei em sua frente.
— O que houve? Esqueceu alguma... — Não a esperei terminar de falar, beijei seus lábios, segurando seu rosto para que não fugisse de mim, sempre pensava que ela fugiria ou me bateria, mas como dia anterior, ela deixou.
Quando me afastei um pouco, ela me puxou para dentro e assim que ela fechou a porta, me beijou.
Eu fiquei em estado de choque primeiro, mas quando minha alma voltou para o corpo — ela tinha saído por um momento —, eu correspondi tão intensamente que precisei parar por uns segundos para respirar, e isso a fez rir de mim.
— Não ria de mim, eu sou homem, preciso do meu orgulho intacto, pelo menos hoje — eu falei, rindo e a beijando em seguida.
— Orgulho? Que orgulho? Você me beija com a desculpa de estar bêbado, e quando estou dormindo. Você não pode falar de orgulho — ela falou, me empurrando.
— Você estava acordada?
— Não, eu não estava acordada, eu dormi, mas quando você me jogou, ao invés de colocar em cima da cama, eu acordei com um beijo muito do demorado. E quem estava mesmo me beijando? Você mesmo, Go Yesung.
Eu fiquei sem argumento, pensando em algum contra ataque, mas nada vinha a mente.
— E ainda por cima é um lerdo.
— Como?
— Se você não tivesse fugido após ter me beijado, furado nosso jantar particular...
— Mas,...
— Calado. Eu precisei ficar me oferecendo, fingir estar triste, pra ver se você me chamava para sair, e quando eu chego super produzida pra você... O que encontro? Um restaurante lotado de gente. Depois foge me largando sozinha, me fazendo correr atrás de você, fingindo estar bêbada para conseguir uma carona, fingi estar dormindo pra vê se rolava outro beijo roubado e nada. Tartaruga, tu é muito lerdo, sabia?
Eu fiquei em choque, o estava mesmo certo, ela gostava mesmo de mim. E eu, no meu complexo de inferioridade e medo de ser rejeitado, não percebi.
— E então entendeu tudo, tartaruga, ou eu vou ter que...
Eu sei que sou lerdo para aprender algumas coisas, mas eu realmente tinha meu orgulho. Por isso não resisti ela esnobando, mesmo que na brincadeira, de mim. A calei com um beijo que pagou por todo o tempo em que a desejei, a beijei como se essa fosse minha única oportunidade. Temendo que a qualquer momento isso pudesse acabar.
A levei em direção a cama, já tirando minha jaqueta e a empurrando de leve em cima da cama.
— Calma, Yesung, eu não vou fugir — ela disse, rindo, mas eu percebi que ela tinha gostado da minha atitude.
— Outro dia eu vou com calma, , mas hoje não.
CAPÍTULO 05
Sorrio sozinho só de lembrar o que aconteceu naquela noite, fecho os olhos lembrando cada detalhe, de tudo. E não apenas daquela noite, mas também da manhã seguinte e do outro dia que passamos juntos.
O que aconteceu depois desse paraíso perfeito, foi a pior decepção da minha vida. Mas nem isso fez com que eu odiasse o pouco que passei com ela. Simplesmente não consegui odiá-la ou odiar essas lembranças. Muito pelo contrário, é a memória desses dois dias que fazem com que eu não a odeie.
Ou talvez isso seja só uma desculpa que inventei para não deixá-la no passado. Perdi a conta de quantas vezes me perdi em pensamentos, quando estava parado no semáforo esperando minha vez, relembrava quantas vezes ela já esteve sentada no banco do carona. Rindo, chorando, revoltada, cansada, ou bêbada. Me despertava com buzinas impacientes dos carros que estavam atrás.
Ou quando estava no banho relembrava do banho de chuva que tomamos quando “fugimos” pro interior. E só saia do meu transe quando alguém batia na porta me apressando.
Mas antes de dormir é pior, já que não há ninguém para me impedir, ou atrapalhar. Como num filme, essas memórias passavam em minha mente, desde o momento em que a vi pela primeira vez e a última também. Quando voltava a minha realidade, já eram duas ou mais da madrugada.
Em um ano eu senti falta de muita coisa, mas principalmente de uma lembrança, acordar com ela ao meu lado. Olhá-la dormindo, despertando. Ou acordar com seu olhar sobre mim. Eu sentia tanta saudade. Doía, machucava, não apenas meus sentimentos, mas também meu orgulho. Mas eu não queria deixar no passado. Não queria e nem iria esquecê-la. Minha rotina era sobreviver a isso, todos os dias.
***
Estávamos nos preparando para o Comeback, já havíamos encerrado nosso Super Show e já trabalhávamos nas musicas e danças para nosso novo álbum.
O presidente tentou conseguir mais uma vez, mas ela produziu apenas mais um grupo na nossa empresa, mas exigiu que fosse filmado em Londres, onde ela morava atualmente, seis meses para ser mais específico. E ele queria que ela produzisse os outros na Corei, então ela acabou recusando.
— Por que será que ela está se recusando a voltar para a Coreia? Pareceu que ela gostou daqui e de trabalhar conosco — o falou.
Estávamos almoçando num restaurante após um ensaio na empresa.
— Deve ter acontecido algo. Não conheço muito ela, mas tem algo estranho aí. E não foi nada com a empresa em si, já que ela disse que produziria outros, mas não aqui. — O disse, deixando todos pensativos, se perguntando se o que de estranho seria.
Eu fiquei meio sem graça, me perguntando se a culpa era minha. Mas eu não fiz nada de errado. Ela sim. Talvez estivesse envergonhada, mas isso não fazia o estilo dela. Ele sempre enfrentaria o problema de frente.
— ! Não é que você está certo? — exclamou. — E completo o que disse, foi algo estranho conosco, o Super Junior.
— Será? Mas o que nós fizemos a ela? — O disse surpreso.
— Talvez tenhamos feito algo que a magoou, mas sem intenção. — O disse me olhando. Não com raiva ou julgando, mas com melancolia.
— Será que... — O começou, mas não terminou.
— O que? — O perguntou.
— Lembram aquele dia que vocês me perguntaram se eu tive algo com ela?
Todos concordaram com a cabeça.
— Então... Eu não menti, mas... — ele estava envergonhado, não conseguiu dizer mais nada.
— O que o quer dizer, — tomou a frente. — Ele apenas a beijou um dia quando a estava deixando em casa. Mas como vocês continuaram instigando perguntando se eles tinham ido além disso, ele acabou rindo, e vocês deduziram que eles foram além disso.
Todos ficaram em choque, e eu... Sem palavras, sem reação.
— Eu sinto muito não ter corrigido. E tenho medo de que de alguma forma tenha chegado aos ouvidos dela, e ela esteja pensando que sou um mentiroso e fofoqueiro. Desculpe, meninos. Eu devia ter contado, mas quando mais o tempo passava mais envergonhado eu ficava.
— Tenho certeza que não foi isso, . Mas quem sabe o Yesung não deva ligar para ela?
Isso alvoroçou os membros, todos se perguntando por que eu.
— É mesmo, ? E por que eu?
— Você sabe por quê. E isso não é conversa de se ter aqui — ele disse abaixando a voz.
— O que eu sei é que perdi o apetite. — Me levantei, deixando todos de boca aberta, sem saber do que estava acontecendo.
Minha cabeça parecia que ia explodir, sai do restaurante procurando um táxi, me perguntando por que ele achava que isso era minha culpa, e por que depois de um ano esse assunto vir à tona.
Um táxi encostou e eu entrei seguido pelo .
— Eu... Quero... Ficar... Sozinho — eu disse lentamente e sussurrando.
— Em casa conversamos — ele deu nosso endereço e seguimos em silencio até lá.
Assim que fechamos a porta ele disparou:
— Que história é essa? Culpa sua? E por que você nunca me contou o que aconteceu com vocês. Porque aconteceu alguma coisa. Boa ou ruim. E porque raios você se fechou desse jeito. Um ano Yesung! Um de depressão e isolamento. Isso não é normal, eu te deixei na sua até agora, porque achei que precisasse de um tempo e que sairia dessa bolha em que entrou. Mas agora já deu. O que o sabe que eu não estou sabendo?
— Eu não quero falar disso... Me deixa em paz. Por favor! Eu te imploro — eu já estava desmoronando, minhas lágrimas já querendo descer.
— Yesung. Todos estão preocupados, há muito tempo com você. Eu os segurei até agora. Mas você precisa desabafar, precisa dos seus amigos, de um pouco de alegria. E eu é que te imploro. Me conte. Por favor!
Eu pensei por um momento, e decidi contar a ele, já tinha guardado isso comigo por muito tempo, e realmente não estava me fazendo bem.
— Como você já deve saber, naquela noite do jantar de despedida...
— Sim, eu imagino. E você sumiu no outro dia à tarde e só voltou na manhã do outro. Sem falar nada pra ninguém. Eu tive que mentir dizendo que você estava muito cansado e que havia ido a um SPA no interior para relaxar.
— Eu sei e obrigado por isso.
— Depois que você voltou, era outro Yesung. Fechado, revoltado, e atualmente triste e melancólico. O que houve? Você falhou na hora H e ela fugiu?
— Idiota. — Mas não resistir e acabei rindo.
— Brincadeira. Me desculpa, pode continuar.
— Enfim, nos passamos juntos aqueles dias, e eu não posso imaginar algo melhor que aquilo. Eu a deixei na empresa pela manhã, ela iria resolver algumas coisas antes de seu vôo, que era naquela mesma tarde. Quando estava na metade do caminho, vi seu chapéu no carro, ela havia esquecido. Fiquei feliz por ter um motivo para procurá-la e dar uma carona a ela até o hotel. Voltei na mesma hora.
“— Você viu a por aí? — perguntei a 10ª pessoa que vi pela frente. E ninguém sabia, ou dava respostas vagas. Já tinha ido até a sala do presidente, mas nem ele, muito menos ela estavam.
Tentei ligar para o seu celular, mas ninguém atendia. Já tinha desistido, ia até o hotel, mas passei pelas salas de ensaio e fui abrindo uma por uma. E quando cheguei à última, eu abri e escutei vozes, e uma parecia a dela, e estava chorando, resisti ao impulso de correr até onde ela estava, já que estava fora do meu alcance de visão. Mas travei quando ouvi a voz do .
Fiquei muito surpreso, me perguntando o que estava acontecendo, queria sair, mas tive medo de ao fechar novamente a porta eles escutassem. Ou talvez fosse mesmo a curiosidade que me guiou.
Mas não consegui sair.
— Calma, ... Não chore. Você tem que falar com ele, sem vergonha, sem medo. Ele não para de te ligar. — ‘Estavam falando de mim?’ era isso que me perguntava.
— Ele é louco, infantil, eu não suporto ele. Tive que me controlar para não vomitar em cima dele, a única coisa que eu queria quando estive com ele, era fugir.
— Por que não impôs sua vontade? Lutado com ele.
— Eu não sei... Mas quando ele me beijou a primeira vez. Só de lembrar do cheiro de álcool... — ela fez uma pausa e um barulho de quem estava enojada.— Eu fiquei tão surpresa que congelei, depois tudo foi automático, eu não conseguir reagir normalmente.
Eu estava em estado profundo de choque. O impacto daquelas palavras me atingiram como se fossem vários chutes no peito, eu fiquei sem ar, sem reação. Quis entrar e enfrentá-la, dizer que eu não a forcei a nada, eu a havia beijado um dia? Sim. Mas era só ela ter me dito a verdade, e não ficar se forçando a estar comigo. Mas me enganar, e depois falar isso para um amigo e companheiro de trabalho?
— Eu estou com nojo de mim, tenho ânsia de vomito só de pensar... — ela voltou a soluçar. — EU TENHO NOJO DE MIM! EU ME ODEIO POR TER FEITO ISSO COMIGO.
Aquilo foi demais para mim, não me importei se eles escutassem a porta se fechando. Eu a bati com força e saí correndo, atropelando as pessoas, esbarrando nas paredes, carros e dirigindo cego até parar o mais distante de Seul possível.
Meu celular não parava de tocar, eu o peguei e caminhei até um lago, o que há um momento atrás tinha me proporcionado memórias perfeitas. Joguei o celular com toda minha força na água.
Tudo aquilo foi uma mentira. Ela apenas não quis me dar o fora, por medo, ou sei lá o que. E ainda disse que tinha que me suportar?
Eu chorei de raiva, ódio. Ódio dela, de mim. Gritei, me joguei no lago, mas nada diminuía minha revolta, só me deixou molhado e resfriado no dia seguinte.
Será que ela quis se vingar do ex em mim? Me enganando assim como ele a enganou?
Fiquei a tarde toda nessa agonia, e só voltei quando seu vôo já havia decolado.”
me escutou calado, não me interrompeu uma vez se quer.
— Uau! Nossa!
— Sim. Uau e nossa.
— Por isso você sumiu, ela ligou pra todo mundo perguntando por você, e todos dizendo que você estava num SPA e não tinha voltado. Ela quis cancelar a viagem, mas disse que precisava ir embora resolver um imprevisto e disse que se despediria de você depois.
— Imagino que sim.
— Eu nunca pensei que fosse isso. Se ela disse isso mesmo de você...
— Ela disse, eu ouvi claramente.
— Por que não me contou, ou a outra pessoa. Por que guardar isso?
— Guardei só para mim porque todos gostavam muito dela e eu não queria que ninguém a julgasse, ou a odiasse. Apesar de tudo, eu amei cada mentira daquela. Aquela ilusão não se comparou com o choque da verdade.
— Ninguém pode viver de ilusão Yesung.
— Eu sei que não. Mas eu quero, eu preciso.
— Não, não precisa.
— Tanto faz. Agora me promete que não vai contar isso para ninguém. Eu te imploro. Por favor.
— Não vou. Você confiou em mim algo que não disse a ninguém, não vou jogar essa confiança fora, a não ser que precise de intervenção.
— !
— Não vou contar.
— Agora preciso ir pegar umas roupas e sair antes que os outros cheguem.
— Pra onde vai?
— Pra casa dos meus pais. Não estou afim de ser questionado por mais ninguém. E lembre-se, boca fechada, estou confiando em você.
***
Passei uma semana evitando os meninos o máximo que pude. E como era a última semana de práticas e ensaios antes das gravações, tive sucesso, todos estavam muito cansados para me impedir, mas na sexta-feira, quando terminamos, tentei sair antes de todos, mas fui barrado pelo e o . Eles me pegaram, cada um por um braço e saíram me arrastando para o canto da sala, onde estava o .
— Me soltem!
— Podem soltar ele. E podem sair, temos que conversar em particular.
Eles obedeceram, nos deixando sozinhos.
— Pra que esse show hein? — eu perguntei com raiva.
— Show é o que você está dando. Show de burrice.
— O que disse? — aquilo já estava me irritando.
— O me contou.
— Aquele bastardo fofoqueiro!
— Fofoqueiro não. Seu amigo, irmão, que está preocupado com você. Veio fazer o que você não fez seu idiota, investigar aquela história.
Eu estava me controlando para não bater nele, ou falar coisas que viesse a me arrepender depois.
—Sim, eu sou um idiota, mas um idiota por ter acreditado nela. E você deveria estar do meu lado, irmão — eu disse com ironia.
— Estaria, se estivesse certo. Ou se não fosse um idiota, e pior, um covarde.
Eu o segurei pela gola da camisa.
— Pare com isso.
—Covarde sim, e se o que você ouviu fosse verdade, o que não é, você deveria, como um homem, enfrentar. Era pra ter entrado por aquela porta, ou me procurado depois. Era pra ter lutado.
Eu o soltei, envergonhado.
— Você está certo, eu sou mesmo um covarde, um idiota. Mas minha escolha foi fugir. E não te diz respeito, nem a você nem a ninguém. Então esquece isso.
Eu me virei, quando o ouvi rindo, respirei fundo e me virei para ele.
— Como ela se apaixonou por você?
— Ela não se apaixonou por mim. Você mais do que ninguém sabe disso.
Dessa vez foi ele quem me agarrou pela gola da camisa me sacolejando.
— Volte aos seus sentidos, Yesung! Ela não estava falando de você, seu bastardo idiota. E se você tivesse escutado um pouco mais, ou nos interrompesse, ou me perguntado depois... Teria evitado tudo isso. Mas você tinha que ser um babaca mesmo.
Ele me jogou no chão, nem tentei me levantar, meus sentimentos estavam um caco, estava aéreo sem conseguir raciocinar direito.
— Quem...? — respirei fundo, quando ele sentou ao meu lado. — Quem era? De quem estavam falando?
— O ex-noivo safado. Ele não sabia que ela já estava voltando pra lá e veio atrás dela, quando ela já estava indo pro hotel terminar de arrumar as malas, a recepção a visou da visita. Ela foi conversar com ele em uma das nossas salas, terrivelmente abalada, afinal desde a separação essa era a primeira vez que ela o via.
— O que ele fez a ela? Ela estava gritando que estava com nojo...
— Ele veio meio bêbado, e começou a pedir desculpas, dizendo que amava, mas que amava a outra também... E por fim a beijou. Ela ficou tão chocada, que nem teve reação. E depois disse pra ela assinar os papéis de venda da empresa. Ela acabou assinando pra se livrar dele. Lendo por cima, sem um advogado, ou a cabeça no lugar. Ele conseguiu o que queria e foi embora.
— E...?
— E aí que ela leu o contrato, fora enganada. O valor que eles pagaram a ela foi 20% a menos do que ela realmente deveria resolver.
— Por isso o desespero, o nojo, a raiva.
— Exatamente, Yesung.
— Como ela está?
— Agora está bem. Há seis meses se mudou pra Londres, como você já sabe, tem outro sócio, homem, hetero, ela disse, não quer mais concorrência.
— Boba.
— Esperta. E está muito bem economicamente. E está bem emocionalmente, ou fingindo muito bem que está bem.
— Ela deve está. — Mas eu me lembrei de como ela ficou mal quando foi traída, os inúmeros porres, e a angústia que ela escondia muito bem.
— Você acha isso mesmo?
— Nesse momento eu não sei nem quem eu sou . Quando a viu?
— Quando fui à Paris. Liguei pra ela e fui vê-la em Londres, fiquei intrigado com ela não querer vim para a Coreia. Então ela acabou contando tudo, da amizade entre vocês, e o desenvolvimento dessa relação. E me contou de como foi para ela te procurar naquele dia, o que ela mais precisou de você, e não te encontrar. Nunca mais conseguiu falar nada contigo, porque você bloqueou o número dela.
— ...
— Ela pensou que você fosse um jogador, um mulherengo, um duas caras, que se faz de amigo, fofo e quando conseguiu o que queria, vai embora.
Não pude deixar de rir, nem ele.
— Eu disse que no máximo você tinha sido um covarde, por não querer vê-la partir.
— Eu sou um bastardo idiota, não é?
— Um bastado idiota, e pior, um bastado idiota covarde, que é a pior espécie.
— Ela já sabe a verdade, do porque do meu desaparecimento.
— Sabe sim, eu liguei para ela assim que o me contou.
— E ela?
— Ela concorda comigo, você é pior que um mulherengo duas caras. — Eles tinham razão. Como quis voltar no tempo e concertar tudo. — O que vai fazer?
— Eu?
— Não, eu. É claro que você, Yesung!
— Apenas a deixarei em paz. Ela não merece um sonso, covarde, sem orgulho. O tal sócio é uma boa pessoa?
— Aish! Levanta essa bunda covarde e vá para Londres imediatamente!
— Não sei como aparecer na frente dela depois disso.
— Pode e vai. — Ele me levantou e completou — Vá para o dormitório tome seu banho, o já comprou suas passagens e arrumou sua mala. Seu vôo é às 22 horas.
CAPÍTULO 06
E assim, às 22h, eu estava decolando para Londres, graças aos meus amigos. Mas o sentimento de gratidão, não superava a ansiedade do meu coração. Em 15h eu a veria novamente.
Fechei os olhos tentando dormir um pouco, mas meus pensamentos não davam trégua, a todo tempo eu pensava em como ela estava, no quanto ela sofreu, se me odiava, ou se agora eu era apenas mais um idiota do seu passado. Pensava em como seria recebido, se com uma faca, ou soco, ou um revólver.
E principalmente, pensava em como eu reagiria, se nesse ano em que pensei que ela fosse a pior pessoa desse mundo, não deixei de amá-la, agora... Acho que vou agarrá-la, abraçá-la, antes que ela me mate, ou me expulse, ou pior, me ignore.
Depois de algumas horas pensando nessas questões, resolvi ir às minhas memórias mais uma vez, sonhar acordado, já que dormir estava praticamente impossível.
***
Abri os olhos lentamente, com medo de ter sido apenas outro sonho, mas senti seu braço em minha cintura, me permitir sorrir e tocá-la, virei lentamente para ela, e a vi dormindo... E quando percebi, minha criou vida própria, e tocou seu rosto, e então meus lábios invejaram, e a beijou também.
Desejei poder passar o dia todo ao lado dela, vendo a dormir, mas meu celular não parava de vibrar, precisava voltar, e voltar com uma desculpa muito convincente, a essa altura eles já devem saber que não passei a noite na casa dos meus pais.
Tirei seu braço da minha cintura, e mesmo com todo cuidado que tive, ela acordou, me assustando quando grudou em mim, fazendo meu coração saltar.
— Não vá...
— Nunca! — eu disse a abraçando também.
— Amo isso — ela disse rindo.
— O que?
— Que você seja tão fácil. — Ela riu e beijou meu pescoço. — Não é preciso tanto para te convencer.
— Corrigindo: Não é preciso tantas palavras. — E eu a beijei para deixar bem claro, ou apenas porque eu estava com vontade mesmo.
— Espertinho. Mas eu sei que você precisa ir.
— Ah não quero, não vou. — Eu a apertei.
— Mal começamos e você já está me sufocando?
— Pois é, sou desses. — Eu a desapertei, mas sem deixar de abraçá-la
— Você tem mesmo que ir, infelizmente.
— Eu sei, mas não quero te deixar, nem agora, nem nunca mais. Não vá embora. Por favor! E se você não voltar? O que eu faço?
— Eu vou voltar. É uma promessa. Eu preciso ir desdentar e descamar duas traíras. — Ela se afastou para me olhar. — Eu volto pra você. Ok? Afinal, depois de te conhecer, é impossível não te querer para sempre.
— Como ir embora se você me diz essas coisas?
— Indo, Kim Jong Woon, levantando e indo.
— Eu vou, mas você não pode adiar? Não vá amanhã.
— Você sabe que não posso...
— Você só vai chegar lá domingo mesmo, então deixa pra ir depois. Por favor!
— Não posso, Yesung. Eu fico muito tentada, mas... Eu preciso.
— Aigoo! Seis meses! Tem certeza que vai ficar longe seis meses?
— Você estará ocupado esse tempo, tem o Comeback, Super Shows, SMTown, gravar OST de dramas, programas... Nós precisamos desse tempo. Mas isso não significa devemos ficar tanto tempo sem nos vermos. Podemos viajar pra algum lugar.
— Claro que podemos. Com certeza podemos.
Eu a abracei e beijei sorrindo.
— Ai, Yesung...
— O que foi? — eu me preocupei com seu tom triste de voz.
— Por que você é assim, Yesung? Tão perfeito e me faz sentir tão especial, tão perfeita quanto você.
— Mas você é! Você é infinitamente perfeita. — Ela me abraçou, chorando. — Obrigada, Yesung, obrigada por me dar seu coração. Eu vou cuidar muito bem dele.
— Se está mesmo agradecida, me dê o seu também.
— Já é. Não sei desde quando, mas é e será até quando você quiser.
— Então será para sempre.
— Aish! Tão brega.
— Brega? Não romântico, mas brega?
— Romanticamente brega. — Ela me beijou tão profundamente, que eu enlouqueci.
— Vamos fugir! — eu disse, me levantando.
— Você enlouqueceu ainda mais, se é que isso é possível. Não podemos fugir!
— Só hoje, voltamos amanhã cedo e a tarde você viaja. Hein?!
Seu rosto expressou dúvida, mas ela sorriu meio nervosa, mordendo o lábio inferior, e soube que tinha ganhado.
— Pra onde?
— VOCÊ VAI MESMO? Mas vamos pra qualquer lugar, praia, montanha.
— Não sei... Parece meio arriscado, o Comeback tão perto.
— Deixe suas malas prontas, que passo para te buscar. Tenho que pedir ajuda ao , ele que é mestre nisso — eu disse me levantando e vestindo minhas roupas.
— Eu não confirmei ainda.
— Eu passo aqui na frente em três horas. Se você não estiver lá, eu subo aqui e te levo a força.
— Se você conseguir.
— Não me provoque, . Você não sabe do que sou capaz.
— Realmente não sei. Você é bem fraquinho, sinceramente esperava mais de você.
— Aish!
Eu a agarrei e joguei no meu ombro como se fosse um saco de arroz.
— Vou te mostrar quem é o fraco. — A levei em direção a porta. — Nós estamos fugindo agora.
— Ok! Ok! Ok. Yesung! Não faça isso! Eu acredito na sua força. Você é muito, muito, muito forte. Muito viril.
— Mentirosa.
Mas ainda sim, eu tirei a mão dá maçaneta, não ia levá-la lá fora, afinal ela ainda estava enrolada no lençol, assim que eu a coloquei no chão. Esperei por seus tapas.
— Quem disse que estou mentido, Yesung?
Ela me olhou tão tentadoramente, que quase desisti de ir embora novamente. Mas tentei ser forte da melhor maneira que sei, correndo. Foquei num futuro perto; eu, ela e uma cabana.
— É... hum... Eu tenho que ir.
— Vou te esperar.
— Araseo.
Saí tropeçando pelo sofá, e indo apressado para fora, em busca do ar que perdi.
E na hora combinada, cheguei no hotel, e lá estava ela, de vestido novamente, eu já disse que amo o verão?
Linda, num vestido florido, chapéu, óculos e uma bolsa grande do lado. Estacionei e ela rapidamente entrou, jogando a bolsa no banco de trás.
— Sabia que estaria aqui me esperando.
— Claro que sim, sei que você é louco o suficiente para subir lá mesmo sendo de dia e correndo risco de ser reconhecido. Agora vamos, não é bom ficar aqui parado.
— Por isso esse chapéu? — perguntei dando partida.
— Sim, me perguntei por que trazer um chapéu para a Coreia, mas não é que ele serviu pra alguma coisa. Quando podemos tirar o disfarce?
— Em breve, vamos sair da cidade primeiro.
Não cabia em mim de felicidade, ela do meu lado, viajando comigo, como um casal de namorados. Ouvindo música, cantando junto, me mandando cantar também, segurando minha mão, entrelaçando nossos dedos.
Paramos perto de um rio e eu encostei o carro.
— Por que parou aqui? Você por acaso é um serial killer que mata suas namoradas?
— Namorada? — eu disse, rindo.
— Você entendeu. Por que paramos?
— Eu preciso expressar minha felicidade, não estou conseguindo segurar. — Eu desci do carro e ela veio atrás.
Olhei pro rio, respirei fundo e enlouqueci total, já esperando que ela saísse fugindo com o carro e me deixando sozinho.
— AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH! — Não escutei carro ligando, então continuei. — AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!
não fugiu, pelo contrário, gritou também.
— AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH! — Ela olhou para mim sorrindo e gritamos juntos. — AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!
Eu a abracei, erguendo-a do chão e girando, girando, girando, girando... Até que desabei com ela no chão. E ficamos ali deitados no chão, olhando para o céu e recendo picadas de mosquito.
— Vai chover... — eu falei, notando as nuvens escuras que cobriam o céu.
— Verdade...
— Vamos?
— Não... Deixa chover. — Ela me abraçou já toda suja de terra.
E realmente começou a chover, começou a cair uma chuva bem fina, mas foi engrossando rapidamente.
Levantamos do chão, mas ela não entrou no carro, ficou olhando para o céu com os olhos fechados com o pôr do sol ao fundo, queria meu celular para fotografar esse momento, ela estava tão linda.
Ela me flagrou olhando para ela, eu disfarcei olhando para o rio, enquanto ela se aproximava de mim.
— Amo muita coisa em você, Yesung. Mas o que mais amo é a maneira como você me olha. Saber que alguém como você me olha desse jeito... — ela abaixou a cabeça, chorando. — Você me estragou, sabia? Me transformou numa manteiga derretida.
Eu segurei seu rosto com as duas mãos. E a beijei e depois falei olhando em seus olhos.
— Como olhar de outra maneira? Você é tão especial para mim, que palavras não conseguem descrever isso, então eu apenas posso olhar assim, torcendo para que você veja o que sinto por você.
Ela pulou em meu pescoço, chorando, rindo. Aproveitei seu momento de fraqueza e a joguei nos ombros, como naquela manhã e a levei pro carro, ela já tinha tomado muita chuva.
— Ya! Eu não sou um saco de arroz sabia?
— Não sabia, mas obrigado por me informar — eu disse entrando no carro, ligando o aquecedor. — Você trouxe toalha? A minha está no porta-malas.
Ela pegou a dela e começou a secar meu rosto e meu cabelo.
— Você é minha staff agora? Não é para me secar, é para você se secar. Vai pegar um resfriado.
— Ok, Yesung. Já estou me secando. Ok? — ela começou a secar os cabelos e os braços.
Dirigi por mais uma hora e chegamos na pousada que ficaríamos, era para viajantes mesmo, sem casas por perto, e câmeras só na recepção, nos quartos que eram casinhas de um cômodo espalhadas pelo terreno, não havia nenhuma. foi até a recepção e eu fiquei esperando no carro. Ela tinha feito tudo coitada, foi ao supermercado, à farmácia, e agora aqui.
Ela entrou balançando a chave na mão.
— Let’s Go Yesung!
— Boba. E obrigado por está fazendo tudo.
— Pelo amor de Deus, eu não estou fazendo nada demais. Eu mais do que ninguém te entendo. Acabou esse assunto. Anda logo que estou morrendo de fome. E morrendo por um vinho também.
— Quando é que você não bebe mesmo?
— Quando estou dormindo ou quando resolvo ir á igreja.
— Aigoo.
Quando saí do banho, ela esfriando o ramem, ela não quis parar no restaurante mesmo estando vazio, e o vinho na sua taça já estava na metade.
— Amo tudo na Coreia, menos isso de não ter cama em certos lugares. Alguém avisa que estamos no século XXI.— Ela estava sobre três colchões. Sentei ao seu lado, pegando o meu ramem.
— Você foi buscar mais? Só lembro de ter um aqui.
— Eu fui sim, se ainda fossem colchões grossos, mas são tão fino.
— Pare de reclamar e passe o vinho para cá. Não quero você bêbada reclamando de colchão.
Ela me deu o vinho, não antes de encher sua taça.
— Aish!
— Só essa eu prometo. Não vou ficar bêbada nem passando mal, acredite em mim.
— Acredito. — E eu levantei e coloquei a garrafa bem longe dela.
— Nossa. Que raio de confiança é essa?
— Eu confio, mas é só pra garantir que você não caia em tentação.
Comemos, rimos, bebemos um pouco e depois nos encostamos na parede, ela com a cabeça no meu ombro... Já estava me acostumando com isso.
— Me dê sua mão, Yesung.
— Por quê?
— Porque o sonho de toda ELF é pegar nessa mãozinha pequena e linda.
— Aqui. — Eu estendi minha mão, ela mediu.
— Ah! A minha é bem maior!
— Qualquer mão é maior que a minha, sua boba.
— Que bom que a teoria é um mito.
— Que teoria... YA! Para com esses pensamentos pervertidos! E segundo um filme que vi é o tamanho do pé. E que também é um mito. Aish!
Eu baguncei seus cabelos, fingindo castigá-la.
— Parei, eu juro. Agora me devolve sua mão.
— Nunca!
— Eu disse que parei. Por favor! — Ela deixou a dela na vertical, e então eu vagarosamente aproximei a minha, já esperando outra piadinha sem graça. Mas ao invés disso, ela entrelaçou e ficou admirando. Então eu olhei para nossas mãos assim e trouxe para perto do peito. Pensando que gestos aparentemente tão simples, se tornam tão perfeitos com pessoas especiais.
Acordei com ela me olhando, do mesmo jeito que um dia olhei para ela.
— Para de me olhar assim. Está me deixando sem graça.
— Você me olhou assim também, estou me vingando.
Eu escondi o rosto com as mãos, sorrindo.
— Tão lindo. Rindo, cantando, ou dormindo.
— Não fale essas coisas, eu acabei de acordar, não precisa mentir. Pode me elogiar antes de um show, que ai sim eu fico lindo.
— Seu idiota. Você sempre foi lindo, até com o cabelo de Don’t Don e U.
— Mentirosa.
— É sério. Seu rosto sempre foi lindo, apesar de alguns cortes de cabelo.
— Você acha mesmo isso?
— Claro que acho. Não acredita em mim? Por que nunca acredita em mim? Estou me retirando do fandom. — Ela virou para o outro lado.
— Eu acredito. Eu acredito em você. Me perdoa, eu sou bobo mesmo. Tenha um pouco de paciência comigo.
continuou virada para o outro lado, me aproximei dela beijando seu ombro, mas ela me empurrou.
— Me perdoa. Por favor! — e beijei novamente seu ombro, ela respirou fundo, mas me empurrou ainda. — Me perdoa, .
Eu beijei seu ombro novamente, e ela se virou para mim. Quis fotografá-la novamente, tão linda com aquela cara de birra.
— Só se você acreditar em mim. E não só agora, mas sempre.
— Eu prometo. Prometo que sempre vou acreditar em você.
CAPÍTULO 07
Parei em frente da porta de seu apartamento, com as mãos suando, e sem fôlego, mas rapidamente toquei a campainha, se demorasse corria o risco de fugir mais uma vez sem ter tentado.
Ouvi o barulho da porta sendo destrancada, e respirei fundo, enquanto a porta se abria lentamente. Ela abriu sorrindo, mas assim que me viu, perdeu a cor do rosto e o sorriso morreu de seus lábios.
Fiquei esperando as seguintes reações da , bater na minha cara e fechar a porta em seguida, ou me xingar, amaldiçoar, me bater, e depois fechar a porta, ou apenas me ignorar e fechar a porta. Mas como ela sempre me surpreendeu, abriu a porta e me pediu que entrasse.
— Obrigado... — eu disse, entrando muito sem graça.
Durante a viagem, pensei em tantas coisas e maneiras de como falar com ela, mas seu olhar de frieza para mim, esperando impaciente que eu falasse algo, me intimidou, tentei falar qualquer coisa como, você está bem, o que tem feito, mas só saiam sussurros incompreensíveis.
— Você vai ficar aí parado sem dizer nada? Porque se sim, faça o favor de ir embora — ela disse, se encaminhando para abrir a porta.
— Não! — eu praticamente gritei, desesperado. — Eu vim falar com você, eu não sei como ainda, mas vou falar.
Ela se virou para mim e me apontou o sofá que estava atrás de mim.
— Pode começar então. — Sentando-se no sofá oposto.
— É... O que eu quero falar... O que eu preciso falar... — A expressão em seu rosto, me impedia de racionar direito. Como se minasse meus pensamentos. Minhas palavras. — Eu não estava preparado pra isso hoje, me desculpa. Pensei que não estivesse em casa hoje, já que é sábado à noite. Vim por impulso e por isso estou um pouco surpreso, e desconcertado por te ver.
— Pra falar a verdade, estou surpresa também que esteja aqui, o me avisou que estava vindo, mas não pensei que fosse hoje que te veria, já que a viagem é longa e cansativa, por isso pensei que só te veria amanhã. E porque pensou que eu não estaria na minha casa? Achou que eu fugiria, assim como você?
Eu mereci isso, mereci muito, mas nem só por isso doeu menos.
— Não é isso, sei que você não foge de nada. — eu disse quando me recuperei de seu ataque. — Por ser sábado à noite pensei que fosse sair com amigos, ou... sei lá alguém.
— Estou cansada demais pra amigos ou alguém, só queria descanso.
— Ah tá. E eu vim logo hoje porque não consegui descansar no hotel, por mais cansado que estivesse. Então resolvi vir logo, mesmo correndo o risco de não estar aqui.
— Pois é, estou.
— Pois é, está.— Ela fechou a cara. Eu estava piorando tudo, se é que podia piorar ainda mais, mas sou envolvido, então com certeza podia ficar pior. — Então o te contou tudo...
— Ele contou. Me ligou, não sei por que, já que eu não tenho mais nada a ver com esse assunto, que pra mim, já morreu há um ano. Se é que já foi vivo algum dia.
— Foi vivo sim.
— Talvez. Mas agora, tanto faz.
— Foi vivo, real, e a melhor coisa que já me aconteceu.
— Sério? Não parece, Yesung. Porque parece ser totalmente ao contrário. A melhor coisa? Porque se fosse, você deveria ter lutado pra não perder.
— Eu sei... E... — Queria tanto saber o que falar para ela, mas palavra nenhuma, do mundo todo traduziria o que precisava dizer. — Mesmo que não pareça, mas desde que te conheci, e até agora, eu te amo. E...
— Ah, Yesung! Você vem aqui me falar de amor?
— Por favor, ! Me deixe terminar, depois você pode me xingar, bater, ignorar, expulsar. Mas me deixe falar primeiro, antes que eu perca a coragem novamente.
— Ok. Depois de um aninho de silêncio, vamos ouvir o que você tem a dizer.
Tentei fazer com que suas ironias não me afetassem, mas era impossível. E só de saber que ela estava assim porque estava ferida e magoada por minha causa, só dificultava minha defesa, se é que eu tenho uma.
— Eu queria poder te pedir perdão, , e queria que esse pedido consertasse tudo, apagasse o que fiz. Eu sei que no mínimo, eu fui um covarde. — Ela concordou balançando a cabeça e com um sorriso sarcástico no rosto. Ignorei e continuei. — Eu prometi que confiaria em você. E prometi mesmo não te falando, sempre te fazer e sorrir e nunca te machucar, como outro fez. E eu quebrei todas elas.
Ela não mais sorria, e seus olhos estavam fixos em suas mãos.
— Eu não me perdoo por ter feito isso a você. Então te pedir, ou ser perdoado por você, são coisas que eu nem posso ousar fazer. E pra ser sincero, eu não viria te procurar se não tivesse sido forçado pelos meninos. — Ela deu um sorriso triste, mas não comentou nada.— Porque eu não tenho direito de estar aqui sentado na sua casa de vendo, e falando com você. Eu não...
— Na música, — ela interrompeu, ainda olhando para as mãos, — tem um frase, a que eu mais gosto, “Eu coloquei minha mão para fora e em um caminho onde você pode sempre me alcançar” e você fez isso, por um tempo, mas fez. E eu me senti tão imerecidamente amada e abençoada. E eu nunca quis tanto uma coisa como me sentir assim para sempre, ter sempre você por perto sendo o que eu precisasse.
Ela deu uma pausa, para prender o choro.
— Quando o me disse a verdade, sobre você não ser um safado que eu pensei que fosse, eu senti ainda mais raiva. E não foi porque você não confiou em mim, mas porque não confiou em si mesmo. E esse Kim Jong Woon, foi e é seu maior erro e defeito. Alguém tão iluminado, e que não tem noção da capacidade e dom que tem de tocar as pessoas, e de como você as aproxima e as fazem sentir, plenamente felizes. Mas você não vê, e se vê, não acredita. E isso é tão lamentável.
Não só ela, mas eu também estava chorando, isso me impactou porque era a primeira vez que a via chorando por minha culpa.
— O seu pior defeito é a insegurança. Todos sentimos medo e insegurança, mas quem nunca tenta por covardia, ou apatia, são os piores.
— Eu sei.
— Não, não sabe. Yesung, eu nunca fui tão feliz em tão pouco tempo, ninguém me atingiu com tanta força como você. E você me levou há dois extremos, do céu ao inferno. Talvez pelo fato de eu ter te considerado um anjo, alguém que está acima do bem e do mal. Perfeito, ou melhor, completamente perfeito, mas aí você... — ela parou de falar e escondeu o rosto entre as mãos e mais uma vez chorou.
Sem que eu percebesse, eu já estava parado na sua frente, tomando coragem para tocar seu ombro. Quando ela me percebeu ali tão perto, falou com os dentes cerrados:
— Não se atreva a me consolar. Você, não se atreva a fazer isso.
Mas não dei ouvidos a ela, me abaixei e segurei suas mãos, mas ela as puxou e me empurrou. Caí sentado no tapete, porém me levantei novamente e segurei outra vez suas mãos.
— Não faça isso, Kim Jong Woon. Por favor, não faça isso. — Mas dessa vez ela não as puxou de volta, nem me empurrou, apenas desviou o olhar.
Ao perceber que ela não estava mais tão hostil, me permiti ir além, enxuguei suas lágrimas e virei seu rosto para mim. Ela tentou manter um olhar frio, mas seus olhos se encheram de lágrimas e ela abaixou a cabeça. Me ajoelhei e como há um ano atrás, segurei seu rosto em minhas mãos. E as dela, em seguida estavam sobre as minhas.
E finalmente ela me olhou, não mais com frieza, ou raiva, apesar de ainda demonstrar tristeza.
Minha mente me obrigava a parar por aí. Alegando que não era justo com ela, que eu não merecia nem estar perto, mas meu corpo não obedeceu.
E assim como um imã, fui atraído em sua direção. Me aproximei dela cada vez mais, a ponto de sentir sua respiração quente fazendo cócegas em meu rosto.
Então ela fechou olhos, e eu a beijei, ainda meio inseguro e temeroso, para não assustá-la. E medo de que a ficha dela caísse e me expulsasse de lá. Mas ela retribui, e minha felicidade foi tanta, que o cuidado que estava tendo desapareceu, e eu realmente a beijei, como se beijá-la, de alguma maneira, tudo pudesse ser esquecido ou apagado. Mas eu apenas a assustei. Ela se afastou e virou o rosto.
— , eu... Sinto muito, me desculpe. É que... Eu não sei como explicar o que acontece comigo quando te vejo.
Ela se recusava me olhar, então a respeitei e me levantei. Seria mais seguro manter certa distância.
— Yesung! — ela disse se levantando também. — Por quê? Por quê?
A abracei, mas ela me empurrou e começou a socar meu peito, deixei que ela batesse até se cansar.
Demorou mais do que eu previa, mas assim que ela cansou, e a abracei chorando com ela. Ela me abraçou tão apertando minha cintura, que chegava doer.
— Por que demorou tanto? Por que não veio antes? Você não sabe o tanto que senti sua falta. Pensei que fosse morrer de tanta saudade. E com você tão perto de novo, e percebo que não me importo com sua falta de confiança, ou sua covardia, seu bastardo! Se nem quando te julguei um mulherengo safado eu consegui não ter saudade. Eu te queria perto de mim, queria seu sorriso, sua fraqueza pela bebida, senti saudade de sua voz, seus beijos mau roubados, sua lerdeza, ou seus ataques repentinos de esperteza. E senti uma saudade absurda de suas mãozinhas... Ai! Como eu senti falta dessas mãozinhas.
— Dessas aqui? — eu disse mostrando minha mão.
— Sim, delas mesmo.
— Nunca fiquei tão feliz por ter essas miniaturas no lugar de mãos.
— Elas são lindas.
— Elas são suas agora, se você ainda quiser é claro.
— Não posso dizer pra ela, é uma tremenda falta de amor no coração se eu desprezar essas coisinhas fofas.
— Então você as aceita de volta?
— Aceito sim, espera um pouco que vou ali buscar um machado — ela disse, se soltando de mim.
— Pabo. Pra que você quer minhas mãos apenas? Elas sem mim não fazem isso...
E eu segurei novamente seu rosto entre as mãos e a beijei, mesmo sabendo que ela não fugiria, gostava de tocar seu rosto enquanto a beijava.
— Tem razão, vou precisar mesmo de você.
— Claro que vai, afinal eu sou o Yesung, como não precisar de mim?
— Dapunoma! Agora você usa sua confiança? Pois fique sabendo que essa é a ultima vez que te perdoou, a próxima que você se atrever a me abandonar, eu vou atrás de você, e não só para cortar apenas suas mãos.
— Ok. Isso não vai acontecer, , eu prometo a você. E não apenas por causa da ameaça, mas porque ficar longe de você foi a pior coisa que aconteceu em minha vida, e te ver chorando e magoada por minha causa, é algo que nunca mais vai acontecer.
Ela segurou minhas mãos e as beijou, uma por uma.
— Eu acredito em você, de verdade acredito em você. Não precisa se culpar mais. Só fique comigo, da mesma maneira que foi um dia, fique exatamente aquele Yesung.
— Eu vou ficar. E pra comemorar minha volta, vou cantar você, já que você sentiu saudade da minha voz. O que eu quer ouvir?
— Eu quero várias coisas de você, e cantar baladas é uma delas. Mas nesse momento eu só quero uma coisa.
Ela sentou no sofá e quando eu fui me sentar também ela impediu.
— Você não.
Ela pegou o celular e ficou mexendo e então sorriu. Rockstar começou a tocar em seu celular, mas eu não me mexi.
— O que está esperando que ainda não começou a dançar loucamente para mim? Afinal, isso foi o que mais me deu saudade, de ver o Go Yesung! Go Yesung!
E rindo, eu a obedeci.
~The End~
Gostou? Então, curta e deixe um comentário!
Muito fofa. Continue logo,por favor. bjinhos
ResponderExcluirEstou continuando^^
Excluirbjss
Áaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah já perdi o comentário duas vezes... Escrevi mó texto aqui.. Meu pulso tá doendo!!! Depois tento escrever ele de novo e te mando pelo whats.. Só resumindo.. Eu tinha começado falando da fic e terminei falando os corpinho sexy do Kyu.. Tbm falei dos ataques de masculinidade do super junior de vez enquando e disse que super apoio isso..
ResponderExcluirBoom.. Adorei a fic! Nao sou cloud, mas ficou muito boa!! Vou acompanhar ela com toda certeza!! Me manda msg quando ela atualizar pra eu correr aqui ler.. E das próximas vezes vou tentar não perder o comentário... Dar um ctrl C antes de enviar.. Kkkkkkk
Adorei mesmo!!
Kisses!!!
Eu escrevi um comentário emocionante aqui, mas o google tá de mal comigo.. Então apagou.. Te mando no whats..
ResponderExcluirHj que fui ver os seus comentários supeeeeer pequenos.
ExcluirMas eu sempre me divirto nos seus textos.
Kisses
MDS!!! Que fofaaaa!! Aii nao podia ter acabado :') Saudades já! Kkk Parabéns. VC escreve muito bem! Escreva mais fics fofas assim,por favor. Bjinhos #Fighting
ResponderExcluirObrigada por ter acompanhado. E pode deixar que farei outras. Pq imaginação pra sonhar com o SJ não me falta. Kkkk
ExcluirBjs
Primeira fic que leio com o YeYe sendo o pp e fixo. Gostei muito da história (:
ResponderExcluirBem que você podia escrever uma do Hyuk, hein <3 haha
Ah, gostei muito também da sua escrita!