BTS: O Garoto do Elevador, by Melissa Custódio

O Garoto do Elevador

O GAROTO DO ELEVADOR
por Melissa Custódio

Uma questão de minutos dentro de um elevador pode mudar muita coisa.
Gênero: Romance
Dimensão: Oneshot
Classificação: PG-13
Aviso: Possui palavras de baixo calão.

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Capítulo Único

♠♠

 

Suspiro, correndo a mão pelos cabelos. Minha aparência cansada, meus olhos vermelhos e meu rosto inchado comprovavam que andara chorando a pouquíssimo tempo. E a pouquíssimo tempo... Queria, na verdade, dizer um minuto.

Era isso. Jimin havia terminado comigo. Me deixado por uma vadia. E, quer saber? Que ele fosse feliz com aquela vadia.

Aperto o botão do elevador antes dos soluços me dominarem novamente. Ah, não. Chorar, não. Choro demonstra fraqueza e a última coisa que eu precisava no momento era demonstrar fraqueza. Será que não bastava ter sido trocada pela garota que me humilhava no colegial? E, ainda por cima, a pessoa que me trocou ser o homem que dizia querer casar comigo e construir uma família linda e feliz? Nossa. A puta do colegial e o bad-boy gatão do colegial. Um casal perfeito.

Foi perdida entre esses pensamentos que uma lágrima escorreu pela minha bochecha. Dessa vez mais de raiva do que de qualquer coisa. A seco rapidamente.

— Abre essa porra de porta logo! — digo, quase gritando com o pobre elevador. Uma pessoa que passava por ali me encara como se eu fosse louca.

Finalmente o elevador abre e eu entro, dando de cara com um garoto. O ignoro totalmente.

Me encolho num canto, fungando repetidas vezes. Eu ainda nutria sentimentos por Jimin, e mesmo que estivesse com muita raiva dele, não se pode esquecer o cara com quem você passou dois anos da sua vida.

Ele me ligava simplesmente para dizer que sentiu falta da minha voz e precisava ouvi-la, que soava como um calmante. Como não se encantar por um garoto assim?

Mais uma lágrima cai. Seguida de outra. E mais outra. Não sabia distinguir as de tristeza e as de raiva.

— Aconteceu... Alguma coisa triste?

Me viro para encarar o garoto a minha frente. Ele parecia desconfortável em me ver ali.

— Sim. — Digo, apenas, encarando o chão. Mais lágrimas.

Puta que pariu! Que vergonha chorar na frente de um garoto bonito daquele jeito. Não me dei ao trabalho de pegar um espelhinho para conferir minha aparência. E lá estava eu, horrivelmente feia, imaginei.

Não que eu estivesse dando bola para aquilo no momento. Pelo contrário, que se ferrasse o garoto bonito.

— É... — O garoto suspira — Veja bem, não chore, seja lá o que tenha acontecido.

Solto uma risada debochada.

— É fácil falar para que eu não chore sendo que não foi você o abandonado aqui.

— Quem te abandonou? — Céus, que garoto invasivo!

Fungo repetidas vezes e seco uma lágrima.

— Meu namorado. Quer dizer, ex-namorado. Me abandonou pela puta do colegial. Feliz agora?

O garoto sorri.

— Se ele te abandonou, é um idiota. Quem abandonaria uma garota tão linda como você?

Reviro os olhos.

— Ele.

— Porque ele é um idiota! — Responde meu mais novo psicólogo com um sorriso.

Ficamos em silêncio por alguns segundos. Que para mim mais pareceram anos.

— Qual seu nome? — Pergunto, já mais calma. Falar com aquele homem invasivo era reconfortante, de certo modo.

. E o seu?

. . — Dou um sorriso mínimo, dessa vez pegando um espelho dentro da bolsa para conferir a maquiagem. Não estava tão feia, afinal.

O elevador abre e eu saio. também.

— Sabe, ... Eu continuo achando que esse seu ex-namorado é um idiota. Quem abandona uma garota assim? Você me parece tão...

Dou uma risada gostosa.

?

— É! — coça a nuca, um pouco envergonhado — Gosto de chamar as pessoas pelo apelido. Um apelido sempre cai bem, não é? Por que, não gostou do apelido?

Sorrio.

— É que eu nunca tive um apelido até hoje. Todos me chamam apenas de... .

O rapaz sorri de volta.

— Prefiro , sabia? Quer dizer, seu nome soa encantador de qualquer jeito, mas...

Retiro o celular da bolsa e suspiro, começando a digitar um número.

— Pra quem está ligando?

— Pro meu namorado. — Digo e dou um sorriso — Falar umas verdades pra ele.

ri, parecendo orgulhoso de mim.

— Vamos, . Quer que eu te pague um café?

 

~The End~


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