COME WHAT MAY
by Faith
Ele errou, porém o orgulho não o deixa pedir perdão. Ela sofre a cada dia mais, sonhando pelo dia em que os dois voltarão a ficar juntos. Mas, será que isso realmente irá acontecer?
Gênero: Drama, Romance, Fluffy
Dimensão: Oneshot
Classificação: PG-17
Aviso: Come what may preparem seus lencinhos!
Beta: Nikki
ܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔ
“Nunca imaginei que pudesse me sentir assim, como se eu nunca tivesse visto o céu antes. Quero desaparecer num beijo seu, a cada dia eu te amo mais e mais. Ouça meu coração, pode ouvi-lo cantar? Me dizendo para dar tudo a você. As estações podem mudar de inverno a primavera, mas eu amo você até o fim dos tempos.”
Capítulo Único
Pela milésima vez naquela semana, ela estava lá, outra vez. Olhando para a fúria do mar de Busan fingindo pra si mesma que aquilo a fazia esquecê-lo. Ela sabia que não. Nada podia fazê-la negligenciar tudo o que eles passaram juntos durante 1 ano e 4 meses. Fora a melhor época de sua vida, ao lado do garoto que ela pensava que a amava, que ela acreditava ser perfeito, com quem ela imaginava ser a única.
“Idiota”, ela pensou.
estava sozinha na praia, seu lugar preferido para fazer nada. Ela amava o mar, a água, a areia macia fazendo cosquinha em seus pés e o vento leve batendo seu rosto. Antigamente, aquelas eram as únicas coisas que conseguiam a acalmar, relaxa-la e fazê-la esquecer do mundo, era onde ela costumava ficar horas pensando e acabava cochilando, acordando apenas no final da tarde, com o pôr do sol. Mas depois de tantos empecilhos e reviravoltas que tiveram em sua vida, nem ali ela conseguia se tranquilizar. Mais do que nunca, sentada naquele lugar, frente ao mar, conseguia sentir a fúria da água unir-se com a sua, transformando-se em uma só, provocando sentimentos que ela não considerava bem-vindos.
Pensar em seu ex, deixava completamente transtornada, várias perguntas, inúmeros “porquês” dominavam a sua cabeça e a transformavam em uma louca. Ao mesmo tempo em que ela queria distância do babaca que a fez -e ainda fazia- chorar por muitas noites, sonhava todos os dias em ter de volta. De uma forma que ninguém, nem mesmo os dois entendiam, ele a fazia se sentir a mulher mais feliz do mundo e ao mesmo tempo, a mais inútil do Universo.
— , você anda muito gay ultimamente. — Ouviu a voz do irmão mais velho dela bem ao longe e se assustou, fechou os olhos com força e chacoalhou a cabeça de um lado para o outro diversas vezes ao ouvir aquele sobrenome. Não era para ele estar lá, não era, não era. Ele disse que iria sair com os amigos e se estava lá, significava que os amigos dele também. E isso incluía seu ex.
— Cale a boca. — Ela ouviu a resposta que veio um tom abaixo, a voz que sempre a fazia perder os sentidos. Rouca e perfeita. Um arrepio percorreu sua espinha e automaticamente ela curvou a cabeça para o lado para vê-lo se aproximando.
O garoto levantou os olhos, que antes estavam fixados na areia onde pisava, levando-os imediatamente na direção de , como se a menina tivesse o chamado, mesmo que em silêncio. Eles trocaram olhares brevemente até ela soltar um longo suspiro e abaixar a cabeça por um segundo, voltando a olhar para a infinidade de água a sua frente em seguida, ignorando todas as imagens do passado que voltaram a sua mente.
Tudo aquilo era tão irônico. Parecia que o destino simplesmente queria brincar com os sentimentos de . Eles se conheciam há tanto tempo e ela era apaixonada por ele desde então, mesmo depois das tantas babaquices que o garoto fizera.
A garota estava imersa em seus próprios pensamentos e sua atenção só voltou à tona quando sentiu o lencinho que estava amarrado em sua cabeça se soltar e antes que ela pudesse pegá-lo, o vento já estava o arrastando para longe. corria na tentativa de alcançá-lo, mas ele voava descoordenadamente e ia cada vez mais para o alto. Quando enfim o vento diminuiu um pouco, o lenço começou a cair, até parar em sua frente, repousando sobre a água e... Droga! se desesperou tanto por causa do acessório que nem se deu conta que já estava com a água até a cintura e antes que ela pudesse tomar alguma iniciativa para voltar à terra firme, uma onda a acertou em cheio. Depois mais uma e depois outra. Eram poucas as vezes que ela conseguia emergir e quando isso acontecia, não durava muito tempo. O mar a puxava para cada vez mais longe e ela já não conseguia mais sentir a areia molhada abaixo de seus pés, era fundo, muito fundo. A garota começou a se debater dentro da água, desesperada, seus pulmões ardiam e era inútil tentar alcançar a superfície... Estava longe. Não aguentando mais segurar o ar, instintivamente ela respirou e tudo ao seu redor começou a ficar branco demais.
não sabia como era a morte. Na verdade, ela nunca parou para pensar muito no assunto. Mas decididamente aquilo é que não era. Ela podia escutar vozes fracas e distantes gritando seu nome desesperadamente, o barulho da água forte ao fundo e depois algo quente a envolveu. Algum tempo depois — não sabia certamente quanto, mas chutou ter sido horas — seus lábios formigaram e uma sensação muito estranha percorreu todo o seu corpo.
Os olhos dela abriram devagar e arderam quando a luz brusca do sol da uma hora da tarde invadiu suas pupilas, estava confusa, com dor e com frio, apesar do calor que fazia. Seus pulmões ardiam e num súbito ela começou a tossir, fazendo toda a água presente neles ser expulsa. Logo sua vista voltou ao normal aos poucos e ela pode notar que bem ao longe, os amigos de seu irmão e o próprio se aproximavam correndo. Porém, havia um em especial que estava mais próximo.
E só então a noção de espaço da garota deixou-a perceber que ele estava ao seu lado, segurando sua mão, com o rosto próximo demais de sua boca. O corpo inteiro dela estremeceu e ela tentou se afastar quando, com apenas algumas lembranças, seus olhos se encheram d’água e infelizmente ele percebeu.
— Ah não, não, não. , não chore. — a abraçou com força e a apertou contra seu peito, afagando seus longos fios castanhos. — Por favor. — Ele a afastou com delicadeza e segurou seu rosto com as duas mãos, acariciando sua bochecha com o dedão e olhando profundamente nos olhos molhados da menina a sua frente, que agora, daquela forma, parecia ser tão indefesa, tão frágil. Eu, ele pensou, fui a pessoa mais idiota do mundo quando resolvi dar olhos a outra mulher, quando tinha a mais linda delas bem a minha frente.
E com esse pensamento, ele quebrou a mínima distância que havia entre os dois, selando levemente seus lábios com os de , sentindo novamente o gosto da água salgada nos lábios dela, mas agora não havia a intenção de salvá-la de um afogamento. Ele queria relembrar o gosto de sua boca, senti-la de todas as formas possíveis, senti-la como ele podia sentir antes de tudo acontecer. mordeu de leve o lábio inferior de , esperando que ela permitisse algo mais.
Mas ela o afastou.
— Eu prometo não chorar mais, — disse, engolindo o choro e tentando levantar o corpo, sem sucesso. Aquelas foram as primeiras palavras dela em direção a ele após longos meses sem trocarem nem uma sílaba sequer. — Não pelo motivo que eu tenho o feito nos últimos meses.
— Me desculpe. Você não estava respirando, eu só... Queria ajudar — ele respondeu, visivelmente triste com a forma que a garota havia respondido. Sem perder tempo, ele se levantou e se afastou, ao mesmo passo que , e chegaram ofegantes.
— Sua... Louca! — gritou recuperando o fôlego. — Sério, , qual é o seu problema? Não é possível que essa falha que você tem no cérebro seja genética! Caralho.
— Ei, relaxa. Eu estou bem. — respondeu, despreocupada, mal vendo o tamanho do perigo pelo qual passou.
— “Relaxa”? Você estava quase morrendo e tudo o que você tem a me dizer é “relaxa”? — O irmão a puxou pela mão, ajudando-a a se levantar, e a abraçou com força. — Vai se foder, sua babaca. Nunca mais faça isso.
— Hyung, nós precisamos levá-la ao hospital. — disse, decidido.
— Mas eu estou sem carro, por que você acha que nós viemos para praia ao invés do centro? — o irmão da menina concluiu. Eles moravam de frente para aquela praia, uma bem afastada do centro da cidade.
— Eu... Eu a levo. — gaguejou, ele continuava um pouco afastado dos demais, agora sentado de frente para o mar, passando as mãos pelo cabelo. o olhou confusa, os olhos apertados e a boca semiaberta. Se ele a odiava tanto a ponto de ficar cinco meses longe, por que agora estava fazendo tanta questão de ajudá-la? olhou brevemente para a irmã e voltou a olhar para o amigo.
— Tudo bem, se é assim então eu vou voltar para casa. Mamãe precisa saber disso de um jeito ou de outro — ele disse, dando de ombros.
Ela balançou a cabeça de um lado para o outro e fechou os olhos, sentindo que o ex estava se aproximando. e sozinhos no mesmo lugar não iria terminar em boa coisa. Não mesmo.
E foi como se ela tivesse enviado um pedido de socorro mental para o irmão, pois o mesmo parou de andar com os amigos e voltou para falar com .
— Esquece, eu vou junto. Mamãe vai me matar se souber que eu não estava junto com a minha irmãzinha — brincou, passando a mão nos longos cabelos castanhos de , atrapalhando-os por completo, como se ela ainda fosse uma criança.
foi dirigindo com no banco do passageiro, enquanto ia deitada no de trás com apenas as pontas dos pés para fora da janela, mania que ela tinha desde criança. Perdida em seus pensamentos enquanto olhava a paisagem do lado de fora do veículo, o sol das 16 horas ardia e transformava tudo mais belo, apesar do calor. Ela ainda estava com corpo e roupas molhadas, mas ainda assim o calor a consumia. Mas não podia se afirmar ao certo se era apenas por causa da alta temperatura. Os lábios da menina ainda formigavam devido ao toque repentino do mais velho, minutos mais cedo. Nunca que ela gostaria de ter se afastado, muito pelo contrário. A vontade real de era prender seus dedos nos cabelos macios e claros de e aprofundar o beijo, beijá-lo conforme o passado. Conforme há 1 ano e 4 meses. Ficar naquela ação o dia todo novamente era o seu maior sonho. Mas não podia. Como havia dito a há alguns meses, ela tinha os seus princípios e não podia quebrá-los por causa de um canalha como . Por que ele a beijara mesmo depois de já ter salvo sua vida? Será que ele ainda a amava? riu nasalado com o pensamento. Larga de ser burra , ela pensou, não sabe o que é isso.
Em momento algum do trajeto o garoto dirigiu uma palavra a , porém, quando ela estava distraída, ele a observava pelo espelho retrovisor central. Ficava vidrado em seus olhos brilhantes fixados no céu azul, nos traços perfeitos de seu rosto sendo realçados pela luz do sol que entrava pela janela de trás do carro, em sua boca, como sempre, convidativa demais para . Nostálgica, chamativa demais. Como ele conseguira ficar sem aquele beijo por tantos dias, tantos meses? Ele podia simplesmente esquecer a porra do orgulho e ir atrás dela. Mas não era simples assim, ela podia não gostar mais dele, na verdade, o garoto tinha certeza que ela o odiava. E motivos eram o que ela mais tinha para isso.
— , presta atenção no trânsito, pelo amor de Deus! — gritou, tirando os dois de seus transes interno. sentou-se com as pernas encolhidas e as abraçou, encostando a bochecha direita no joelho, no mesmo instante em que pisou no freio para evitar uma batida com o carro da frente, que resolvera parar de repente.
— Minhas roupas estão molhando o seu carro, — ela disse para o garoto.
— Prefiro que molhe o carro a que aconteça algo com você, — respondeu, sem tirar os olhos do tráfego. A menina piscou os olhos duas vezes e ergueu um pouco a cabeça, querendo ter certeza que ela tinha ouvido exatamente aquilo. Ele estava mesmo preocupado com ela? E um pequeno sorriso bobo brilhou em seus lábios antes do loiro dar seta anunciando que iria entrar no Hospital.
———————✰———————
— Eu vou comprar alguma coisa pra comer, vocês querem? —
perguntou espreguiçando-se ao levantar. Ao receber a resposta negativa dos dois, ele dirigiu-se até alguma lanchonete do lado de fora do Hospital. Faziam exatamente três horas que eles estavam esperando para serem atendidos, já tinha aprontado um escândalo e percorreu todo o local atrás de alguém que pudesse resolver o problema, mas obviamente, não havia ninguém. Nenhum dos garotos tinha almoçado, portanto, o estômago começara a anunciar o incômodo.
Foram longos minutos em um silêncio constrangedor entre os dois. Eles estavam sentados de frente um para o outro, ambos com os braços cruzados e em tentativas frustradas de não se olharem. Ela com um “Muito obrigada” entalado na garganta, lutando com unhas e dentes contra o orgulho. Ele ocupado com uma batalha interna entre se desculpar ou simplesmente ignorar tudo o que aconteceu, já que aparentemente ela não o queria de volta.
O silêncio durou só até quando um homem jovem chegou com um bebê de no máximo 1 ano no colo, ele estava com os olhos úmidos e o pequeno nariz vermelho que denunciava seu choro recente. O homem que o segurava sentou ao lado de que no mesmo instante foi atraído pela criança. Ele olhou por breves minutos para ela e deixou um sorriso fraco escapar dos lábios. franziu o cenho com a cena e se remexeu na cadeira.
— Você está... estranho. — Ela quebrou o silêncio.
— Como? — perguntou, movendo seus olhos da criança até a garota, a testa estava franzida e a cabeça levemente inclinada.
— Estranho — ela repetiu com ênfase. — Normalmente você se levantaria e viraria um verdadeiro palhaço a fim de fazer aquela criança sorrir. Sairia pulando pelo hospital e eu não duvido nada que seria capaz de rabiscar a cara com a caneta da portaria. — Ela comentou e os dois riram brevemente. Ele suspirou e olhou para as próprias mãos, mexendo nela por alguns segundos antes de responder.
— Sabe, , antes eu tinha um motivo para ver os outros felizes. Eu queria que eles sentissem o que eu sentia, queria compartilhar como era bom se sentir... amado — respondeu, prendendo a atenção da garota. Ele deu um sorriso triste e balançou a cabeça, descrente de tudo que passava por ela. — Mas agora... Se nem eu estou feliz, como vou poder fazer os outros se sentirem?
— Você podia tentar não deixá-los como você está, não deixá-los chegar a este ponto — ela respondeu. soltou uma risada nasalada e desviou o olhar para o lado, levantou-se devagar de onde estava e caminhou até o assento ao lado de . O coração da garota foi a mil e a sua mão voltou a tremer com a ideia de senti-lo tão perto.
— Com que estímulo, ? — Ele pegou uma das mãos da mais nova e a acariciou, notavelmente triste. sentiu pena e arrepedimento por ter o abandonado, mas dessa vez esse sentimento veio bem mais forte do que de costume. — Eu não tenho ânimo para fazer mais nada. Antes eu tinha um motivo, uma razão para levantar todos os dias da minha cama sorrindo, conversar com os meus pais, sair pelas ruas brincando com as crianças, fazendo gracinhas com os outros. Antes eu tinha uma companhia para isso. E agora? Pra que eu vou sorrir se eu não posso sequer... tocar quem me faz bem? — já estava extremamente próximo de , sua mão que antes segurava a da menina, agora pousava em sua cintura enquanto a outra se ocupava de tirar as mechas de cabelo rebeldes que sempre cobriam o rosto dela. — Por que você não esquece todo esse seu orgulho e volta pra mim? O que aconteceu entre aquela garota e eu não foi nada demais, meu anjo, eu já tentei te explicar isso milhões de vezes, mas parece que você não entende.
entreabriu a boca incrédula e franziu o cenho. Ela ficou simplesmente sem reação ao ouvir primeiro as palavras do fofo, carinhoso e meigo que ele foi durante um ano e depois o segundo , o babaca e ridículo que se tornou nos quatro meses de namoro que se seguiram.
— Você é mesmo impressionante, — ela retrucou, tirando a mão dele que encostava em seu corpo. O menino a olhou, confuso primeiramente, revirando os olhos em seguida. — Mesmo depois de tudo que você fez, toda a merda, você ainda quer que eu vá até você de novo? Me poupe do seu discursinho ridículo. Eu sinceramente achei que podia...
Infelizmente — ou talvez felizmente—, não conseguiu terminar sua frase, pois a secretaria chamou seu nome, anunciando que o médico estava esperando para atendê-la em sua sala. Ela levantou em um rasante com os braços cruzados e foi batendo o pé até onde a mulher indicou.
Poucos minutos depois, ela voltou acompanhada do médico, feliz em ver que o irmão já estava de volta. Assim ela não teria de ficar mais tempo junto de . Eles se aproximaram dos garotos que levantaram juntos, prontos para receber as informações e precauções do doutor.
— Bom, garotos, a menina está bem agora. Foi uma ótima ideia ter trazido ela até o hospital logo depois do afogamento. São raros os jovens que fazem isso depois que veem que a pessoa está bem. — O médico tinha uma planilha em mãos, na qual havia anotado tudo o que deveria falar aos acompanhantes, no caso, e . estava parada ao lado dele com os braços cruzados fitando uma sujeira muito interessante no piso do hospital enquanto esperava o terminar de falar tudo o que estava escrito. — Mocinha, você pode sentir algumas coisas estranhas nos próximos dias, como dor de cabeça, náuseas, pode até chegar a vomitar. Caso estiver se sentindo muito mal, volte aqui, combinado? — concordou com o Doutor que deu três tapinhas em suas costas. — Acho que seu irmão e seu namorado não iriam gostar de vê-la internada, não é, garotos?
O médico voltou a perguntar, mas a resposta chegou como apenas um sorrisinho de . arregalou os olhos e sentiu suas bochechas corarem. No fundo ela gostaria que aquilo fosse verdade, por mais babaca que aquele garoto fosse, ele a fazia feliz.
O trajeto até a casa dos foi mais silencioso que o até o hospital. Já estava de noite e e ainda estavam incomodados com o comentário do médico e apenas não tinha nada a dizer, além do fato de todos estarem cansados devido à longa espera até alguém resolver atendê-la. Ao estacionar em frente à casa do amigo, mal pode se despedir da garota, que desceu às pressas do carro e entrou na casa como um furacão. deu dois tapinhas no ombro do mais velho, agradeceu e seguiu a irmã.
— Onde vocês estavam? Já são quase 18h! Fiquei preocupada, nem para o almoço vocês vieram — a mãe deles perguntou, assim que ele entrou e fechou a porta.
— A resolveu que queria morrer afogada nesse belo dia de sol.
— O quê? Como assim, ? O que você aprontou? — a mãe perguntou, voltando-se para a menina que estava estirada no chão gelado da sala, procurando alguma coisa para assistir na televisão.
— Aish, mãe! Relaxa, eu já estou bem — ela retrucou e recebeu um olhar repreensivo da mulher, que logo depois mandou um preocupado para o filho mais velho.
— É, eu sei, ela disse o mesmo pra mim. — deu de ombros. — Eu posso levá-la de volta pro mar e deixar ela lá dessa vez?
— Sem brincadeiras, vocês dois. , será que você não percebe a burrada em que se meteu? Você podia não estar aqui!
— Okay, okay, mãe. Eu estava tentando ignorar isso tudo, mas já que vocês insistem. Querem que eu conte o quê? Como foi sentir os meus pulmões enchendo de água? É, até que foi divertido.
— Na minha opinião, você achou divertido o que aconteceu depois do afogamento — provocou a irmã, referindo-se ao beijo entre ela e o amigo.
— Na minha opinião, você devia calar a boca! — Ela se levantou indo em direção ao irmão. — Você não sabe de nada — rosnou por entre os dentes antes de subir as escadas batendo os pés com força contra o chão até o seu quarto, onde pretendia ficar trancada pelo resto do dia.
— Ei, espera, o que aconteceu depois? — A mãe perguntou confusa.
— Foi que a salvou, mãe. — Então, ela o olhou como se tudo fizesse sentido. Todos na casa sabiam o que a menina passou depois que viu o namorado beijando outra. No começo, a mãe pensava que era algo passageiro, amor de adolescente, uma decepçãozinha que passaria logo, logo. Mas depois de três meses, aquilo começou a preocupá-la. — Eu não tinha visto que ela tinha entrado no mar, apenas vi quando ele saiu correndo depois de resmungar “minha ”.
— Hmm... Parece que ele gosta mesmo dela, não? E depois? O que ela fez quando acordou? — ela perguntou, curiosa, voltando a mexer nas panelas onde fazia o jantar.
— Eles se beijaram, mãe.
———————✰———————
Ela não iria jantar, se não fosse tão incômodo, não tomaria nem banho.
só queria dormir, dormir, dormir, se permitir chorar mais um pouco e dormir. Mas ela sabia que um certo irmãozinho muito chato bateria a sua porta para conversar e isso era tudo o que ela mais queria evitar.
Não demorou muito para o que ela esperava acontecer. Três batidas na porta, dois segundos, mais uma.
Ela ignorou e se aninhou ainda mais nos travesseiros.
Três batidas na porta, dois segundos, mais uma.
Inferno.
Levantou arrastando o pé e foi em direção ao barulho, puxou a maçaneta e ficou encarando a figura de seu irmão parada a sua frente. Ela arqueou uma sobrancelha e fechou a cara.
— Não fica assim comigo, marrenta. Eu estava brincando. — Ele se adiantou, vendo a irmã dar meia volta e deitar novamente em sua cama, abraçada ao travesseiro.
— Você sabe que eu queria que tudo isso não se passasse de uma brincadeira — ela resmungou com a voz abafada.
— Desculpa — respondeu, encostando a porta e sentando-se na beira da cama, pertos dos pés de sua irmã.
Eles fizeram alguns minutos de silêncio, até ele respirar fundo e falar:
— Sabe, o Hyung estava preocupado — comentou, pouco depois.
— Continua sendo babaca. — falou e recebeu um beliscão fraco do irmão na perna. — Ai! Que é?
— Para de negar para si mesma que você o ama. Todos esses seus draminhas e teatrinhos são apenas fachada, o que você mais quer é ir atrás dele, ter ele com você de novo — disse, passando as mãos de forma carinhosa nas pernas dela. balançou a cabeça levemente, outra vez negando o que realmente sentia, mas o irmão a ignorou. — Então por que não vai atrás dele, meu anjo? Por que não luta pelo que quer? Eu sei que ele errou, eu estava lá. Mas ele se arrependeu e muito, já pagou pelo que fez tendo que ficar cinco meses longe de você, . E se serve de incentivo, ele não ficou com ninguém durante esse tempo.
— O quê? — Ela se viu interessada e sentou-se de imediato frente a frente com o irmão. Ele riu baixo. — Para de rir. Isso é mentira, não é? não ficar com ninguém durante tanto tempo? Ata.
— Acredite se que quiser, assim como você acredita que o odeia — respondeu, antes de dar um beijo de “boa noite” na testa da menina e sair do quarto.
enterrou o rosto em seu travesseiro e gritou de raiva até perder o fôlego. Sentou-se devagar na cama e se arrastou até a beira dela. Levantou-se e andou até o guarda-roupa, à procura de uma caixinha preta com um laço vermelho em cima, onde ficava sua bijuteria preferida. Pegou a caixa e colocou-a em cima da cama, abrindo-a devagar. Logo seu corpo foi preenchido por memórias e momentos maravilhosos ao lado de quem ela amava.
Passado. Droga, por que tudo aquilo tinha que estar acontecendo?
olhou por longos minutos para a pulseira de conchinhas antes de enfim pegá-la e colocá-la no braço. Tomou um banho e, decidida, desceu as escadas de sua casa pegou a chave do carro e rumou para o lugar onde, antes, era praticamente a sua segunda casa.
———————✰———————
— Desculpe, pelo horário, senhora
— ela pediu, tímida, conferindo o relógio que marcava 23h em seu pulso. As mãos atrás do corpo estralando os dedos inquietamente, como se aquilo pudesse melhorar o nervosismo que ela estava sentindo. — Eu... Posso falar com o seu filho?
— Oh, meu anjo! Não se importe com horário, essa casa é sua também! Que saudades nós estávamos que você! — ela comentou, dando passagem para entrar. — Ouvimos seu nome todos os dias aqui em casa, mas nunca nos diz o porquê do seu sumiço. Aconteceu algo, minha menina?
Ela sorriu fraco, desviando o olhar da doce moça a sua frente.
“Sim, senhora . Aconteceu tudo. ”
— Não. Eu só achei que... — Ela fez uma pausa, escolhendo melhor as palavras. — Podia estar incomodando.
— Não diga um absurdo desses! A família toda ama você, inclusive nosso filho. Eu nunca o ouvi falar tanto de uma garota como ele fala da “minha ”.
Os olhos dela ficaram marejados ao ouvir aquela forma tão carinhosa como ele costumava a chamar. Então... Era verdade? Ele tinha mesmo se arrependido? Ou aquilo tudo só se passava de um arrependimento idiota que logo iria embora?
Depois da fala da mãe do garoto, pediu licença e subiu silenciosamente as longas escadas. Suas pernas começaram a tremer conforme ela fazia o caminho que antes era comum e rotineiro, as mãos suavam frio e o coração batia a mil por hora. Como ela sempre ficava quando tinha a expectativa de vê-lo tão perto de novo.
Ela parou em frente a grande placa de madeira a sua frente e respirou fundo apertando a barra de sua blusinha, puxou o ar novamente e o soltou devagar, logo levou suas pequenas mãos à porta.
estava deitado em sua cama, usando apenas uma boxer, as mãos estavam ocupadas mexendo num objeto valioso para ele, simples, porém muito valioso.
Há exatamente nove meses ele passou uma tarde inteira caminhando com na praia recolhendo as conchinhas que eles achavam as mais bonitas, colocando-as em um pequeno pote de vidro. Ao enchê-lo, foi para sua casa e confeccionou um colar para ele e uma pulseira para , ambos cheios de conchas bem pequenas e atraentes. Aquilo simbolizaria o namoro deles, como se fosse a aliança que ambos sempre se recusaram a usar. Sete meses depois, quando viu com outra garota, no momento da raiva, ela puxou o colar do pescoço do garoto arrebentando-o e espalhando todo o seu trabalho pelo chão. Porém, logo na semana seguinte, já tinha o concertado e guardado, no criado-mudo ao lado de sua cama, ele sempre teve esperanças de que um dia voltaria a usá-lo com o real significado. Mas, infelizmente, ele estava errado.
Duas batidas consecutivas na porta chamaram a atenção do menino, que colocou o objeto em cima do móvel ao lado de sua cama e apagou a luz, pretendendo dormir.
— Desculpe, pai. Agora não é uma boa hora para conversar — gritou para que a pessoa que estivesse do outro lado da porta pudesse ouvir, e para a sua surpresa, não foi quem ele esperava que respondeu.
— N-Não é o seu pai.
Ele abriu os olhos rapidamente ao ouvir aquela voz. Era a sua . Levantou-se de um pulo da cama e vestiu uma calça jeans qualquer que achou jogada no chão, indo correndo em direção à porta e quase caindo por ter tropeçado em outra peça de roupa. Acendeu a luz e girou a maçaneta.
Ela estava parada diante dele com as mãos na frente do corpo e os olhos abaixados. Fora tolice o que ela fez mais cedo, sair do carro daquela forma sem nem ao menos agradecer por ele ter salvo a sua vida pelo simples fato de ela estar nervosa pela maneira como a tratou no hospital. Caramba! Ela conhecia o garoto e conhecia ainda mais o seu lado babaca e arrogante. Ele foi sim um grosso mais cedo, dizendo aquilo sobre a culpa ser dela por eles não estarem juntos, porque ela que não foi atrás dele depois. Mas aquilo não mudava o fato de que ele salvou a sua vida. Se não fosse por ele, sabe-se lá onde estaria agora.
Depois de alguns segundos em silêncio e percebendo que a garota não iria dizer nada, colocou a mão no queixo dela e deu um empurrãozinho de leve, obrigando-a a olhá-lo, e aquilo foi como se alguém tivessem acertado uma espada bem no peito do mais velho. Os olhos dela estavam vermelhos, levemente inchados e ao olhar bem ao fundo, ele pode notar toda a tristeza que ela acumulou durante cinco meses, tudo por culpa dele. a puxou pelo cós da calça jeans e passou os braços pela sua cintura, num abraço terno e, de certa forma, protetor.
— Eu não sei quantas vezes vou ter que dizer isso, mas para ver você sorrindo de novo eu digo quantas vezes você quiser, da forma mais sincera do mundo — ele cochichou no ouvida da menor, fazendo apenas uma lágrima escapar de seus olhos. — Eu fui o cara mais trouxa do mundo, tinha a garota perfeita nas minhas mãos e eu a deixei ir, traí sua confiança. , me desculpa, por favor. Eu sei que... eu sei que eu te magoei, mas você não tem ideia do quanto me machuca quando me trata com indiferença. Como se eu fosse nada.
— Seria engraçado se eu te dissesse que me sinto da mesma forma — respondeu baixinho, sufocada no peito nu de .
O garoto aproveitou então para fazer o que queria há meses.
Emaranhou seus dedos nos cabelos escuros de e forçou a mesma a olhar um pouco para cima, permitindo então, que a beijasse. Sua língua entrou com urgência na boca da garota que, sem pestanejar, correspondeu ao beijo, passando as mãos nas costas quentes do mais velho até chegar em sua nuca, onde repousou-as e puxou de leve alguns fios de cabelo, fazendo ele resmungar.
terminou de puxá-la para dentro do quarto e fechou a porta, forçando o corpo da menina contra ela e aumentando a intensidade do beijo, relembrando seu gosto, explorando sua boca e aproveitando cada segundo ao seu lado. Uma mão de apertava a nuca dela e a puxava para cada vez mais perto enquanto a outra passeava pela coxa de , subia até o bumbum e voltava apertando de leve cada centímetro, ele desviou o caminho da subida para o botão da calça da menina quando ela pareceu acordar de um transe e cessou o beijo, lembrando-se do real motivo para ela estar ali.
— Eu vim aqui pra... — olhou para o lado, desviando da boca de que insistia em tê-la de volta. Ela tentava controlar a respiração para poder dizer algo coerente e ele sorria orgulhoso pela forma como deixara a sua garota, colou suas testas e continuou a encarando. — Agradecer. — se afastou o suficiente para olhá-la sem que ficasse vesgo, e transformou sua expressão em confusão pura. Então ela se pôs a explicar. — Mais cedo, se você não estivesse lá, com toda certeza o lerdo do ia demorar para perceber que eu estava no mar e poderia ser... tarde. Bem, você me levou no hospital e tudo mais. Obrigada.
— — ele cochichou baixinho em seu ouvido, com um sorriso sem vergonha nos lábios e a malícia pura nos olhos. Mordeu a pele fina abaixo de sua orelha antes de soprar de leve na beira de seu ouvido —, eu tenho uma forma mais interessante para você me agradecer.
segurou no pulso de afim de puxá-la para mais perto novamente, mas deteve-se ao notar que ela usava uma pulseira cheia de conchinhas, a qual ele mesmo havia feito para ela quando começaram a namorar. Toda a malícia contida em seu rosto desapareceu e deu lugar para um sorriso satisfeito e sincero, e dessa vez, quem chegou a quebrar distância entre os dois foi ela, empurrando-o até a cama e sentando-se com uma perna de cada lado de seu corpo.
Se era o que ela queria, por que não tentar? Nem que aquela fosse sua última noite juntos, ela só queria tê-lo ali e agora. E foi quando ele deu aquele sorriso que ela percebeu que seu sentimento era recíproco.
“Girl, you take my breathe away. And when I want someone new, I'd rather be here with you. Baby, forever… My heart belongs to you, cause I think about you all the time. I know my love is true when we're together.”
(Garota, você tira meu fôlego, e quando eu quero “alguém novo”, eu prefiro estar aqui com você. Amor, para sempre... Meu coração te pertence, porque eu penso em você o tempo todo. Eu sei que meu amor é verdadeiro quando estamos juntos.).
No instante em que chegou naquela casa, o seu único objetivo era ir lá e agradecê-lo pelo salvamento e por ele ter a levado ela em um hospital, seus objetivos persistiram quando ele avançou para beija-la. Ela não queria!
Mas depois, quando ele sorriu, ela buscou por qualquer hesitação, qualquer dúvida em seus lábios, mas tudo o que ela enxergou foi felicidade. A mesma felicidade que ela sentia quando estava perto dele. Caramba! A quem ela queria enganar? Ela estava, quer dizer, ela sempre foi apaixonada por !
A única questão daquele beijo é que tudo tinha ido além de todos os seus princípios. Beijar ? Nunca! Por quê? Se ele preferiu a boca de outra quando tinha uma ao seu dispor?
Mas ali, com o corpo dele tão próximo, com tão poucas peças a impedindo...
Porra, quem liga para os princípios? Fodam-se eles!
“I played around girl, and I made you cry, when I looked up you were saying goodbye. I'm begging you please, I need you so bad. Don't leave me now, you're the best that i've had”
(Eu pisei na bola, garota, e te fiz chorar, quando percebi você estava dizendo adeus. Eu estou te implorando, por favor, eu preciso tanto de você. Não me abandone agora, você é a melhor coisa que tenho.)
a puxou para mais perto e levou para cima o tecido fino da blusa que ela usava, eles interromperam o beijo por tempo suficiente para que o pano passasse pela cabeça da garota, logo voltando a sentir o gosto um do outro, relembrando os velhos tempos quando aquilo se repetia quase todas as tardes. Logo em seguida se ocupou em tirar o sutiã dela, jogando-o em algum canto desinteressante do quarto.
empurrou o garoto para trás, fazendo-o deitar-se e desceu por toda a extensão de seu tronco, dando beijos molhados até o umbigo, onde deu uma mordida de leve antes de abrir a calça jeans dele e puxá-la para baixo, passando tranquilamente pelos seus pés. Depois de transformar a peça de roupa em algo inútil, ela começou a subir desde a canela até as coxas dele, dando beijos e mordidas em suas pernas, o que vez ou outra arrancava alguns gemidos de , atos que ela ignorava completamente. Ao chegar na barra de sua boxer preta, antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, o mais velho a puxou pela cintura e ela sentou em seu colo, da mesma forma que antes, ela soltou um gemido baixo com o contato entre suas partes íntimas e o menino sorriu, antes de beijá-la.
— I'll never, I'll never find someone like you, cause I love the way that you are. And girl, I won’t — ele separou as bocas e cantou baixinho ao pé do ouvido da garota, fazendo ela arrepiar —, no, I won't let you go.
Foi impossível conter o sorriso que surgiu nos lábios dela ao ouvir aquilo. Ele a amava.
sentia falta dela! Aquela era a melhor notícia que podia receber, a melhor das melhores. Era o melhor dia da sua vida!
“I'll never, I'll never find someone like you, I promise this is true. No i'll never I'll never find someone like you, cause I love the way that you are. And girl, I won't, no I won't let you go. No one could ever do, love you like I love you.”
(Eu nunca...eu nunca vou encontrar alguém como você, eu prometo que isto é verdade. Não eu nunca...eu nunca vou encontrar alguém como você, porque eu amo o seu jeito de ser. E garota, eu não, eu não vou te deixar partir. Ninguém jamais irá, te amar como eu te amo)
se prontificou em tirar a única peça restante em seu corpo e as duas no de
. Ele pegou a garota no colo e a mesma enlaçou a cintura dele com as pernas um instante antes dele a penetrar.
gemeu em seu ouvido, enquanto arranhava com força suas costas, descontando qualquer resquício de raiva que ainda contivesse em seu corpo. Não que ele estivesse odiando. Longe disso.
“All I have is just my heart and my feelings I give to you, that's all that I can do girl, baby forever. Oh, you don't know that you're hurting me? Cuz it's not just a sexual thing, I wanna share my dreams, baby together. ”
(Tudo o que tenho é só meu coração e, meus sentimentos que lhe dou, é tudo o que posso fazer, baby, para sempre. Oh, você não sabe que está me machucando? Porque isso não se trata de algo simplesmente sexual, eu quero compartilhar meus sonhos junto contigo, amor.)
Corpos suados, respirações descontroladas, corações acelerados. Tantas sensações misturadas em apenas dois corpos que enfim estavam juntos, mesmo depois de todas as desavenças e mal entendidos.Eles enfim estavam juntos de novo.
“Girl I'm afraid just to give you the world, my heart still it needs to hold on to my love. But when you get close, I want you to know, I start to get weak and I can't let you go.”
(Garota, eu temo simplesmente te dar a palavra, meu coração ainda precisa esperar por meu amor. Mas quando você chega perto, eu quero que saiba, eu começo a enfraquecer e eu não consigo te deixar ir.)
sorriu antes de soltar o corpo e deitar ao lado dele, que também sorria de uma forma boba que ela nunca tinha visto. Ela se enrolou no lençol e sentou na cama, e logo algo em cima do criado-mudo lhe chamou a atenção. Uma corrente. A menina esticou o corpo e a pegou, apoiou-se no cotovelo e virou para .
— I’ll never, I’ll never find... — Ela puxou o nariz enquanto prendia a corrente no pescoço do mais velho, sentia seus olhos ficarem embaçados por causa das lágrimas. Só que dessa vez, de felicidade — someone like you — disse com a voz embargada, seguido de um longo beijo repleto de sentimentos verdadeiros.
“Cuz I love the way that you are (oh baby)
And girl I won't, No I won't let you go. No one could ever do love you like I love you.”
(Porque eu amo o seu jeito de ser. E garota, eu não, eu não vou te deixar partir. Ninguém jamais irá te amar como eu te amo.)
“Just your smile (that's all I need). Think again, Girl, I won't let you down. Girl, I will never find no one that compares to you.”
(Só o seu sorriso [é só o que preciso]. Pense melhor, garota, eu não vou te decepcionar. Garota, eu nunca vou encontrar ninguém que se compare a você.)
“I'll never find someone like you (never find someone baby), my promise is true. Oh I'll never (there's nobody like you baby), I'll never find someone like you, cuz I love the way that you are.And girl I won't, no I won't let you go, cuz no one could ever do. And I promise to honor you”
(Eu nunca vou encontrar alguém como você [Nunca vou encontrar alguém, baby], a minha promessa é verdadeira. Não eu nunca [Não há ninguém como você, baby], eu nunca vou encontrar alguém como você, porque eu amo o seu jeito de ser. E garota, eu não, eu não vou te deixar partir, ninguém jamais irá. E eu prometo te honrar.)
“I'll never find someone like you… I'll never find someone like you… ”
(Eu nunca vou achar alguém como você... Eu nunca vou achar alguém como você.)
acordou no dia seguinte, um pouco perdida, mas logo imagens da noite anterior começaram a passar pela sua cabeça e ela sorriu, lembrando-se de como ela tinha ido parar ali. Ela levantou um pouco o rosto e deu de cara com . Ele estava deitado de barriga para cima com os braços ao redor dela, que tinha dormido em seu peito com o seu braço enlaçando a cintura do garoto. Ela olhou para baixo novamente, observando a movimentação do corpo dele conforme a respiração, ao fazer isso, ele se ajeitou na cama e apertou mais os braços ao redor dela, que sorriu ainda mais. Novamente ela olhou para cima e lentamente passou a mão pelos cabelos dele, os fios loiros sempre macios e ajeitados. Só depois que soltou um longo suspiro que “acordou” de seu transe. Se levantou com cuidado e beijou a bochecha dele bem de leve, procurando suas roupas perdidas pelo quarto logo em seguida.
Sentou-se na cama com as pernas cruzadas e observou o corpo do garoto, coberto apenas por um fino lençol, e mordeu o lábio inferior. Porra. Ela não conseguia mais resistir, e ele sabia disso. Foram muitos meses longe de seu corpo, de sua boca, tempo demais sem um simples toque dele para que ela continuasse sã. era uma droga que viciara desde o início. Ela podia negar a tudo e a todos, até a si mesma, porém, no fundo ela tinha consciência disso e também sabia que esse era o motivo dela estar sendo corroída por dentro.
A menina enterrou as mãos nos cabelos e apoiou os cotovelos nas coxas. Eram forças demais lutando contra ela.
Ficou assim por algum tempo, até sentir a cama balançar e se sentar de frente para ela da mesma forma. Ela levantou lentamente a cabeça, encontrando o garoto a olhando como se fosse a garota mais perfeita do mundo, o amor de sua vida.
“Quem dera eu fosse, . Esse é meu maior sonho. ”
— Hey — ele a saudou, sorrindo igual uma criança, enquanto ela o fitava, hesitante. Não queria sorrir de volta, mas não conseguiu evitar.
— Hey — ela repetiu, e esticou sua mão para tocar a bochecha de levemente. Acariciou o local e ela permitiu-se fechar os olhos e aproveitar a carícia que a tanto tempo não era recebida. Ao pensar bem, ela chegou à conclusão que havia cinco longos e infinitos meses que não sentia aquilo. Porque ele preferiu agradar outra.
O sorriso no rosto de sumiu lentamente e ela segurou a mão de que estava em seu rosto, abaixou-a e entrelaçou seus dedos, olhando atentamente para eles.
— Você... Promete que... Nunca, nunca mais vai me magoar? — perguntou baixo e o sorriso dele desapareceu de uma vez. Pensou que, com a noite que tiveram, o assunto estivesse encerrado e a resposta já tivesse sido dada, mesmo que não dita com palavras concretas. O que ele não entendia, é que ela precisava ouvir. Mas ele nunca pensava antes de agir e acabava metendo os pés pelas mãos.
— O que mais você quer? — Ele acabou alterando a voz sem perceber. Levantou-se irritado e procurou por sua boxer. apertou os olhos e franziu o cenho, como se daquela forma ela pudesse entender melhor o que o garoto estava dizendo. se virou bruscamente para ela e jogou as mãos para o alto. — Que eu me arraste no chão e me humilhe para conseguir seu perdão? Quero dizer, me humilhe mais?
fechou os olhos, não acreditando no que acabara de ouvir, seus pequenos olhinhos se encheram d’água, numa mistura de lágrimas tristes e furiosas, mas ela não se permitiu chorar agora. Abriu-os com fúria, encarando que agora parecia arrependido.
Como sempre, ela pensou, fala o que quer, no segundo seguinte se arrepende e no outro já está pedindo perdão e uma segunda chance.
E a idiota sempre dá.
— Eu já havia te perdoado,pensei que soubesse — disse com a voz incrivelmente controlada, mas ainda com os olhos ardendo, a quantidade água de água em seus olhos fez com que eles parecessem minúsculos.
estava arrependido do que dissera, mas não como das outras vezes, dessa era de verdade. Era só ele ter dito um simples “eu prometo” ou um “sim, ” que tudo estaria bem. Mas não. Ele tinha que fazer o seu showzinho de Super-Babaca. Ele merecia ficar sozinho.
Quando ele enfim ia abrir a boca para se desculpar, levantou bruscamente da cama e foi às pressas até a porta.
— “Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead” — ela rosnou por cima dos ombros da forma mais fria que conseguiu. — Nunca pensei que isso pudesse fazer tanto sentido — completou antes de sair do quarto, não sem deixar de bater a porta com força.
Ela desceu as escadas da casa dos como um furacão, não via nada que estava em sua frente e nem sequer cumprimentou os pais do garoto que apareceram na sala, curiosos com o barulho que viera do segundo andar. Sua vista estava embaçada por causa das lágrimas e ela só permitiu que estas saíssem quando já estava dentro do carro. Ligou o automóvel rapidamente, caso o garoto ou seus pais viessem atrás dela, e rumou para a casa dos , de onde ela nunca deveria ter saído.
entrou em sua casa pouco se importando se ainda tinha alguém dormindo, já que ainda eram 9h30 e sua família costumava acordar bem tarde nos finais de semana. Bateu a porta da sala com tudo, jogou a chave do carro em cima da mesinha de entrada e subiu correndo para seu quarto, fechando-a com força. A menina se jogou embaixo das cobertas e aninhou-se nos inúmeros travesseiros espalhados pela cama, permitindo-se chorar o tanto que pudesse.
“O que mais você quer? ”
As lágrimas ficavam grossas conforme ela se lembrava de tudo pelo que passou naquela noite, eram muitas emoções para poucas horas. Ontem à noite estava tudo bem, eles poderiam ter ficado juntos, ela sabia disso. Por que ela fez aquela pergunta? O quão burra uma pessoa é a ponto de estragar um momento tão perfeito com uma pergunta daquelas? Ela deveria ter ficado quieta.
Três batidas leves na porta fizeram ela levantar levemente a cabeça e então após dois segundos, apenas uma batida foi dada.
.
— Pode voltar a dormir, oppa — ela disse baixinho, mas o irmão ignorou, girando a maçaneta da porta e entrando no quarto.
— Não enquanto a minha irmã está chorando por causa do meu melhor idiota amigo.
— Eu não vou mais ir atrás dele, oppa, não vou — disse entre soluços, ainda com a cabeça debaixo da coberta. — Por mais que eu queira, por mais que eu... o ame. Eu não...
— Você não vai — ele completou, sentiu que ele havia sentado ao seu lado pouco antes de ele puxar as cobertas para ver o rosto da menina. — Eu não quero mais te ver assim. Fui eu que disse para você ir até ele... Foi um erro. ama você, mas o problema é que ele é idiota demais para assumir isso.
— Será que... Você pode dizer a mamãe que eu estava na casa da Kate? — ela perguntou, levantando-se um pouco e mordendo o lábio inferior feito uma criança que fez arte. — Eu acho que ela não vai gostar de saber que eu estava com ele... De novo.
— , nossa mãe não é burra — ele disse com um sorriso fraco, em seguida deitando do lado da menina com a barriga pra cima. — No momento em que você saiu de casa ela já sabia o seu destino.
— Droga — ela resmungou, virando-se para o irmão e abraçando-o de lado. — — ela o chamou e ficou alguns instantes em silêncio, pensando bem no que iria dizer. O irmão a olhou curiosa e cutucou sua costela ao perceber que aquilo iria demorar sem um incentivo. — Você acha mesmo que... Ele gosta de mim?
— Marrenta, acho que você e o empatam no quesito “lerdeza” — comentou rindo e a irmã o beliscou. — Tá, tá, desculpa. , é louco por você. Acho que ele faria de tudo para te ter de volta, mas é um lerdo e não pensa nos próprios atos.
Com um sorriso bobo no rosto, apertou o corpo contra o do irmão e dormiu. Ela estava segura agora, seu “bebê” que era dois anos mais velho, estava a protegendo, como sempre fez. Agora ela poderia dormir tranquilamente, até a hora que lhe desse vontade de levantar.
Aproveitando que sua irmã havia conseguido dormir, pegou o celular e com muito cuidado fez o que imaginou ser certo, fez o que imaginou ser o seu papel como irmão dela. Ele só não imaginou que iria se culpar por isso pelo resto de sua vida.
“! Minha irmã não vai aguentar mais uma merda que você fizer. Ela não vai aguentar ir atrás de você outra vez. Ou será que você não percebeu que desde o começo quem dava o primeiro passo era ela? Você tem que tomar a iniciativa agora ou eu vou ser obrigado a fazê-la esquecer que um dia existiu.”
Depois de ler a mensagem, bloqueou o telefone, ficando estático. Ele nunca tinha lido tanta verdade em tão poucas palavras. Depois de soltar um grunhido baixo ao ver seu orgulho ser derrotado pelo que sentia por , ele foi até o banheiro, lavou o rosto e apoiou as mãos na pia fria, observando sua aparência por alguns instantes.
Ele não estava feliz. Qualquer um podia perceber isso de longe. Faltava apenas uma peça para que seu quebra-cabeça ficasse completo, ele sabia qual peça era essa e também sabia exatamente onde encontrá-la.
“Caralho! Por que eu não fiz isso antes?”
Ele desceu as escadas correndo, pegou as chaves do carro, avisou seus pais que iria resolver algo importante e saiu.
Não podia deixar escapar, não dessa vez. estava decidido a conquistá-la novamente, quer dizer, mantê-la conquistada. O que ele sentia por ela era muito maior que o orgulho, maior que o desejo passageiro que ele sentia por outras garotas, maior que todas as vantagens que ele tinha sendo solteiro. Do que adiantava poder beijar e levar para a cama todas as mulheres que ele quisesse, se ele não podia ter a que ele amava?
“Você promete que nunca, nunca mais vai me magoar, ?”
A voz doce da garota veio ao fundo de seu pensamento. E a raiva dominou completamente o seu corpo.
— Idiota! Idiota! Idiota! — Ele socou o volante enquanto dirigia. Seu pé afundou no acelerador e seus dentes se chocaram um contra o outro. — Era só responder UMA PORRA DE UM SIM. QUAL É O MEU PROBLEMA, CARALHO?
Sem perceber, sua força aumentou e a velocidade do carro foi apenas crescendo gradativamente. Seus pensamentos estavam longe da estrada e ele queria chegar o mais rápido possível na casa dela, queria abraçá-la e pedir perdão por tudo que ele havia feito. Por todas as babaquices.
“Eu já havia te perdoado, pensei que soubesse.”
“Eu prometo não chorar mais, . Não pelo motivo que eu tenho o feito nos últimos meses.”
— Não era a minha intenção, minha , não era. Eu juro, acredita em mim — ele gaguejou e curvou o corpo sobre o volante, esquecendo-se completamente de onde estava e da velocidade que estava.
Quando se lembrou, já era tarde demais. Seus olhos se levantaram a tempo suficiente de ver apenas duas luzes fortes ofuscarem suas íris negras logo seguidas de um barulho de buzina se aproximando. pisou no freio e rodou o volante numa tentativa ridícula de se livrar do carro que vinha na direção contrária, porém não havia mais tempo, ele estava perto demais. O carro capotou uma, duas, três vezes só parando quando colidiu com uma árvore. sentia dores fortes em sua cabeça e em seu peito, sentia o líquido quente e vermelho escorrer pela sua testa, ele ainda conseguia ouvir gritos vindos da estrada, uma movimentação se aproximando do carro antes de tudo começar a se afastar e sua vista se tornar uma completa escuridão.
“Você promete que nunca, nunca mais vai me magoar, ?”
“Sim, . Eu prometo.”
—✰—
—
? — cutucou sua irmã, na tentativa de acordá-la. Mas digamos que acordar não era uma tarefa muito fácil. Ele se levantou da cama e começou a cutucá-la insistentemente, falando um pouco mais alto. — , acorda!
— Hm? — Ela se mexeu na cama e entreabriu os olhos, iria sorrir para o irmão, se não tivesse percebido os olhos vermelhos do garoto. — ? O que houve? — Se levantou de um pulo e permaneceu sentada na cama, passando a mão pelos olhos na tentativa de melhorar sua visão.
— Nós... Precisamos ir ao hospital — disse, passando a mão no rosto.
— Hospital? Por quê? O que aconteceu? — Percebendo claramente a preocupação do irmão, se levantou e já se adiantou em ir ao banheiro e lavar o rosto. Ela estava com a mesma roupa do dia anterior, já que havia chegado e dormido da mesma forma.
— Só... Fica pronta, eu estou te esperando no carro. — deu meia volta e foi em direção a porta.
— — ela o chamou, fazendo o menino parar, sem se virar para ela. Seria crueldade demais olhá-la nos olhos para dar aquela notícia, seria crueldade demais ver o seu sofrimento ao ouvir aquilo. Ele queria evitar qualquer coisa que a deixasse triste, mas nesse caso era simplesmente impossível. precisava fazer uma pergunta, mesmo tendo medo da resposta que viria. Foi a primeira pessoa que veio em sua cabeça, mas não podia ser verdade. — Onde está o ?
Até chegar ao hospital, já poderia ter enchido uma piscina de lágrimas. Ela passou o caminho inteiro tentando acreditar que ainda estava dormindo e que aquele era um pesadelo terrível do qual ela logo acordaria, então estaria deitada na cama com os braços de ao se redor. Nada daquilo teria acontecido, nenhuma briga, nenhuma conversa com seu irmão... Nada. Apenas a noite em que eles passaram juntos.
Sua última noite.
Assim que chegaram, desembestou para fora do carro e correu rumo ao hospital, entrando igual a um furacão, gritando e berrando o nome do garoto. Ela estava desesperada, não sabia como agir, não sabia o que pensar, seu corpo estava mole e ela sentia que suas pernas não a aguentariam por muito tempo. Teria caído se dois braços não tivessem a envolvido pela cintura.
— — ela choramingou, virando-se para abraçar o garoto reconhecido pelo perfume. — Eu... você... Onde ele está, hein? Você já o viu? Eu posso vê-lo? E como estão os ?
— Acalme-se, . Ele está no quarto, todos nós já o vimos, inclusive seu irmão, antes de ir te buscar. — Tentou amenizar a situação falando baixo e com calma, disfarçando todo o seu nervosismo enquanto passava as mãos pelas costas dela. — Ele vai sobreviver, nós sabemos disso, não é?
— Eu quero vê-lo — disse com a mesma voz de uma criança que pede um presente de Natal aos pais.
queria acreditar nas palavras do amigo, era o que mais desejava. Mas por algum motivo, instinto talvez, ela sentia que aquilo não era verdade. não iria sobreviver.
Breves minutos depois uma mulher toda de branco apareceu dizendo que o paciente queria saber se uma tal de “ ” estava presente e, se estivesse, queria vê-la naquele exato momento. Ela se desvencilhou de do mesmo instante e levantou uma mão enquanto gritava “Sou eu! Sou eu! Eu estou aqui! ”desesperadamente. A enfermeira pediu que a acompanhasse até chegar à uma porta inteira branca com o número “125” pintado na porta.
— Creio que ele ficará bem, senhorita — disse reconfortando a mais nova com um carinho no ombro. — Você pode permanecer no quarto por 20 minutos, okay?
Assentindo com a cabeça, virou-se para a porta e deixou mais uma lágrima escapar dos olhos, antes de levar a mão na maçaneta e abri-la.
A imagem que surgiu a sua frente foi horrível para ela, uma tortura. estava deitado numa cama com lençóis verde claro que o cobriam até a cintura, vários aparelhos ligados e fios pregados por todo o seu corpo. Ele estava com os olhos fechados, mas assim que ouviu o barulho da porta, os abriu imediatamente, levando-os em direção a ela.
— . — Foi a única coisa que saiu da boca de antes de correr pelo quarto em direção ao garoto e se jogar em seus braços. Ele resmungou com o impacto dos corpos, mas correspondeu ao abraço. o empurrou bruscamente, o que arrancou mais um resmungo do rapaz, e olhou no fundo dos olhos dele. — O que você tinha na cabeça? Por que estava tão rápido? Você nunca teve juízo, mas dirigir em alta velocidade é algo que você não cogitava!
— Ao menos que eu estivesse indo me redimir com o amor da minha vida. — retrucou e abaixou os olhos. “Amor da minha vida”. A frase ecoou na cabeça dela, fazendo seu coração se apertar.
— Então... você estava indo se desculpar com sua... namorada? — ela arriscou, arrancando um sorriso bobo do menino, que negou com a cabeça, incrédulo de que ela não percebera o que ele quis dizer. — Você foi pedir desculpa por que traiu ela comigo? Não é isso?
— Não, ! Será que... — Ele parou e tossiu de leve. — Eu estava indo me desculpar com você. Eu não queria gritar com você, minha . Fiquei irritado porque eu sou um idiota que merece a vida que tem, que merece não ter a garota que ele ama por perto. — entreabriu os lábios surpresa e um sorriso triste apareceu humildemente em seu rosto. — Achei que se eu não chegasse rápido, não tivesse a oportunidade ou... Eu não sei. Queria fazer aquilo o mais rápido possível. Então eu me descontrolei e não prestei atenção em mais nada que estava na minha frente. Eu só queria chegar até você e saber se você podia me perdoar — ele disse tudo de uma vez e respirou fundo ao terminar. O que para uma pessoa em um estado normal seria fácil, para no momento, era como se ele tivesse subido e descido correndo as escadas de um prédio de 40 andares. — não aguenta ficar sem saber se a pessoa que ele mais amou na vida ainda o odeia. — Ele segurou a mão de e notou a pulseira ainda amarrada em seu pulso, sorriu fraco e levou as mãos até o pescoço, tirando o próprio colar e colocando nas mãos dela.
— Eu te perdoei desde o início, — disse, segurando forte a bijuteria e fitando ela por um tempo com os olhos marejados.
— Sua vida vai ser bem melhor sem mim — ele disse, recolhendo as mãos e olhando para o nada. Ele sabia que fazia sofrer, mas nunca sabia o que fazer. Sempre se calava na melhor oportunidade.
— Eu não sei o que é viver nesse mundo horrível sem você — respondeu, puxando suas mãos de volta e apertando-as. Sorriu fraco, comprimindo a boca para segurar o choro. — O sol, o mar, até o brilho das estrelas. Tudo isso não tem valor sem ter você ao meu lado.
— Você é forte, , conseguiu aguentar tudo o que eu fiz pra você, todas as minhas idiotices. Você tem que esquecer tudo isso e seguir a sua vida — ele falou, sua voz falhando. Mais algumas lágrimas rolaram dos olhos dela e fez um esforço enorme quando levantou uma das mãos para secá-las, aproveitando para acariciar a garota que amava. — Eu te amo, minha .
— “Seasons may change, winter to spring, but I love you until the end of time”, — ela cantarolou, o rosto afundado no peito do garoto, suas mãos estavam entrelaçadas e ele dava pequenos beijos em sua cabeça, enquanto uma única lágrima grossa escorria pelo seu rosto, indo de encontro com as outras mil de que já se alojavam no lençol.
Após alguns minutos naquela posição, uma enfermeira aparentemente bem nova pediu licença para entrar no quarto e informou que a garota deveria sair, já que eram apenas 20 minutos de visita para cada parente. Ela tentou se desvencilhar do garoto, mas o mesmo apertou o braço ao redor de sua cintura e a impediu.
— Não — ele resmungou com a voz ainda mais fraca que antes. — Por favor, fica aqui... comigo. Todos que eu queria ver já vieram. Enfermeira, por favor, deixe ela ficar mais um pouco.
— Senhor , eu... — ela começou, mas após ver as lágrimas nos olhos dos dois, ela permitiu, mesmo contrariada. — Tudo bem, mas só mais alguns minutos.
sorriu e agradeceu, logo eles estavam sozinhos novamente. Ele puxou a garota para mais perto, incentivando-a a deitar-se na cama do hospital junto dele, e assim o fez. Abraçou o mais velho e deitou a cabeça levemente em seu peito. começou a cantarolar a música preferida de bem baixinho e devagar, era o máximo que o seu corpo permitia.
— “Never knew I could feel like this, like I have never seen the sky before. I want to vanish inside your kiss, every day I love you more... — Ele puxou o ar com dificuldade e continuou, passando a mão pelo cabelo de . —... and more. Seasons may change, winter to spring, but I love you until the end of time. Come what may... — respirou fundo, sentindo seu coração diminuir a velocidade. Passou a mão pelas bochechas de antes de terminar dizendo bem baixo.— I will love you until my... dying... day
Estava quase adormecendo ouvindo o doce tom de voz que ela mais amava no mundo, parou de sentir os pequenos beijos de , sua voz começou a sumir e depois o peito dele parou de subir e descer com frequência, até ela se assustar quando aquela máquina infernal ao seu lado começou a fazer um barulho alto, irritante e constante.
— Não... — ela disse soltando todo o ar dos pulmões, enfim percebendo o que aquilo significava. Balançava a cabeça de um lado para o outro e tentava controlar as lágrimas que antes tinham cessado. — Não! Não! Enfermeira! ALGUÉM ME AJUDA — ela gritou, levantando-se da cama, passando a mão pelo rosto do menino e distribuindo beijos ao redor dele, como se aquilo pudesse revivê-lo. — Você não pode me deixar, , não pode. Eu te amo tanto, meu amor. Por favor... Fica... Comigo.
Mas era tarde demais. Ele não iria voltar.
— “Sometimes it lasts in love, but sometimes it hurts instead” — ela repetiu, quase sem voz ao corpo à sua frente, agora percebendo a veracidade das palavras que ela havia dito.
“Às vezes o amor machuca”. Mas esse “às vezes” está se tornando constante demais! Por que eles simplesmente não podiam ficar juntos? Qual era o problema naquilo? Tudo sempre dava errado entre os dois. Sempre. Onde está o final feliz? Onde está a parte em que ele irá se levantar da cama, dizer que tudo nada mais foi que uma pegadinha e então ela iria bater nele e o beijar, chorando de felicidade por enfim tê-lo com ela. Mas é claro que isso não iria acontecer. Ela tinha o perdido para uma força maior, ele se foi para sempre.
Sempre. Sempre. Sempre.
Essa palavra podia estar acompanhada de algo feliz pelo menos uma vez! Como um “Felizes para Sempre” ao invés de um “Sem você pra sempre”.
Suas lágrimas começaram a ficar mais grossas e em maior quantidade, uma atropelando a outra. abraçou o garoto com força e gritou. O que ela faria agora sem o amor da sua vida? Ela sempre gostara de , desde que se conhecia por gente. De quem ela ficaria com raiva por ter dormido no telefone enquanto conversavam? Por quem ela iria ficar acordada noites e mais noites, sonhando e idealizando cenas românticas? Quem iria fazer ela passar vergonha na rua porque começava a imitar animais ou se comportar feito uma criança para vê-la sorrir?
Minha .
Era assim que ele a chamava.
Quem a chamaria dessa forma agora?
— “Nuvens de tempestades podem se formar e estrelas podem colidir. Mas... — Sua voz falhou, um soluço alto escapou de sua garganta antes dela suspirar e terminar a frase com o rosto afundado no pescoço do mais velho, puxando o ar e sentindo seu cheiro. — ...eu amarei você até o fim dos tempos. Haja o que houver, eu te amarei até o dia de minha morte. ”
The end
N/A: Oi meus amores! Caramba, eu não sei o que dizer, sério! Hahahahahah Bom, eu espero que vocês gostem da fanfic, eu escrevi com muito carinho.
Desculpem se fiz alguém chorar, mas quem está acostumado com as minhas fanfics sabem que eu odeio finais felizes! HAHAHAHAHAHHA Sério, isso não existe nas minhas estórias.
Enfim, apesar disso, vocês gostaram?
A música que ele canta para a Personagem Principal chama-se Come What May (Nossa, Faith, como você é criativa para títulos, não? Pois é.) e é cantada no filme Moulin Rouge ♥
Vou deixar o link aqui da versão que eu escolhi para quem quiser gastar alguns minutinhos para ouvir! https://www.youtube.com/watch?v=e82klPA0YLs
Ah! Se alguém tiver alguma dificuldade em entender inglês, a tradução do trecho citado se encontra no começo da fic. Como eu disse, sou muito criativa.
Gostou? Então curta e deixe um comentário!
Poxa eu não sei bem o motivo, mas já tava idealizando q isso fosse acabar acontecendo e poxa se podia não ter feito isso, eu to chorosa aqui, meu bebê morreu, eu não posso com isso... Mas bem a sua escrita é maravilhosa e eu amei muito mesmo! Muito obrigada pela leitura maravilhosa que me proporcionasse apesar de ser triste.
ResponderExcluir