CONQUEST
por Amanda dei Gratia
Toda vez que ele encontrava os olhos dela, sentia uma sacudida em seu corpo, despertando suas emoções até que ele alcançasse o limite de suas restrições. Ele ansiava por ela e a necessidade refletida de volta nas íris dela diziam que ela sentia o mesmo.
Gênero: Romance, Citrus, UA
Dimensão: Oneshot
Classificação: PG-15
Tradução: Nikki / Beta: Alyssa
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Capítulo Único
Começou inocentemente. Alguns pequenos sorrisos e breves encontros de olhares através da sala, que logo se estenderam em um duelo silencioso para ver quem desviava primeiro. Geralmente era ela, ainda que o sorriso insolente nunca falhasse em respingar na curta vitória dele. Era como se ela tivesse planejado ceder toda vez, só para aumentar o interesse dele. Ele detestava admitir que funcionava.
Esse crescente fascínio por , não era algo de que se orgulhava. Na verdade, era repugnante até certo ponto. Principalmente porque ela não era exatamente livre, o que era enfatizado pelo caro anel de noivado cintilando contra a pele pálida do dedo delicado e um braço possessivo ao redor da cintura quase o tempo inteiro. John Meyer não era exatamente amigo dele, mas definitivamente respeitava o colega de trabalho. O suficiente para ficar longe da sua pretensa noiva a todo custo, ao menos.
Os olhares à distância continuavam, a despeito disso. Não era totalmente culpa dele. Não havia como ignorar o brilho nos olhos dela e o modo como parecia incapaz de resistir a mordiscar o lábio inferior de um modo que, ele admitia, era incrivelmente sedutor. Tinha vezes que não era capaz de impedir seus olhos de acompanharem o movimento, mas também tinha vezes que ele mantinha o controle e simplesmente fechava a cara em resposta a ela. Geralmente era quando John estava prestando menos atenção ao trabalho e mais atenção a sua noiva. Era raro; ainda que acontecesse às vezes.
O engraçado era que nem sequer tinha ouvido uma palavra da boca dela desde a época da escola. Quando finalmente se falaram, foi só depois que o relacionamento estranho já havia brotado entre eles. Na maior parte do tempo, ele tentava se manter longe dela, mas numa fatídica festa do escritório, eles ficaram face-a-face sem a distância de uma sala entre os dois. Ele corou e tropeçou nas palavras, como um adolescente desajeitado.
O problema foi o quanto se aproximou dele. Uma coisa era desejar alguém à distância — sabendo que nunca vai estar perto o suficiente para tocar —, e outra totalmente diferente era estar a um passo de distância. E tinha certeza de que ela sabia o que fazia com ele. Só piorava quando ela às vezes colocava a mão em seu ombro gentilmente e o encarava por baixo dos longos cílios escuros que vibravam contra a pele pálida das bochechas sempre que piscava. O peito dele se contraía quando ela perguntava a ele coisas simples, da vida em geral, não flertando com palavras, mas com o corpo. Ela ainda teve a coragem de dar um tapa de brincadeira em seu estômago, se demorando inapropriadamente em seu abdômen, enquanto falava sobre John. percebeu que tudo estava conspirando contra ele, no momento em que agarrou o pulso de em advertência, causando um visível tremor pelo corpo dela, enquanto ele observava. Quando os olhos dela escureceram, o sangue dele ferveu.
Ele se desculpou abruptamente depois disso.
Não melhorou ao longo dos meses que se seguiram. Eles estavam sempre se esbarrando, ambos fingindo que era totalmente acidental. Ele seria um mentiroso se não admitisse que às vezes descobria onde estava e então zagueva em direção à ela. Ela fazia a mesma coisa, afinal de contas, então ele não estava muito envergonhado por isso. Ao menos, era o que dizia a si mesmo.
se desviava do caminho para fazer as conversas entre eles parecerem ocasionais, até se aproximando quando ela estava com o John só para provar a si mesmo, e a ela, que podia permanecer calmo na presença dela, se ele se esforçasse o suficiente para isso. O problema era quando eles estavam sozinhos e tomava mais liberdades com ele, incitando-o até que ele retribuía o favor em pequenas carícias que passavam despercebidas por todos ao redor. Ele não entendia porque ela tinha escolhido ele, entre todos os outros caras, para mostrar interesse. sabia com certeza que a maioria das garotas mataria para estar no lugar de , quanto ao seu noivado com John.
Seu sangue fervia só de pensar nisso.
No entanto, a relação estranha entre eles continuava. Cada vez que ele encontrava os olhos dela, sentia uma sacudida em seu corpo, despertando suas emoções até que ele alcançasse o limite de suas restrições. Ele ansiava por ela e a necessidade refletida de volta nas íris dela diziam que sentia o mesmo. não tinha sido a mais bonita das garotas na época da escola, mas de alguma forma, ao longo dos anos, ela havia se distanciado do passado de um jeito delicioso. O poder de sedução dela o mantinham acordado, se revirando na cama, por horas toda noite. odiava como simplesmente havia caído na armadilha que ela montou, desde o primeiro dia. Não importava o quanto negasse, o fato era que ele a queria. Muito. O que o levou àquela noite. Meses de tensão vindo à tona até que não conseguia se importar com mais nada.
— Como tem passado? — perguntou, seu sorriso agradável, enquanto se juntava a ele no caminho para o salão onde acontecia o baile de primavera do departamento.
retornou o sorriso quando ela estendeu a mão para deslizá-la por seu braço numa espécie de saudação. Ela estava assustadoramente sexy num vestido azul-escuro de cetim que delineava suas curvas e deixava pouco para imaginação. O vestido fazia a luxúria obscurecida em seus olhos se destacarem ainda mais.
— Bem — ele respondeu, se inclinando para a frente e correndo os olhos suavemente por aquele corpo. — E você?
— Bem.
— Que bom. Eu não ia querer uma mulher comprometida tendo um momento ruim pouco tempo antes do casamento — disse, sorrindo com audácia enquanto a encarava diretamente. Ele não estava muito no clima para sutileza no momento. Esse não tinha sido um dia dos mais faceis. Desde que fora nomeado chefe do departamento, ele tinha estado atolado até o nariz nas papeladas.
— Mesmo? Bem, que tipo de momento você ia querer que esta mulher comprometida tivesse antes do casamento, ? — sussurrou, olhando para baixo, antes de se voltar para ele, mordendo o lábio inferior.
— ...
Ela pareceu olhar ao redor, antes de lhe endereçar outro sorriso amigável, como se a pausa no ato nunca tivesse acontecido. Seria fácil para ela entrar no papel de esposa amorosa quando chegasse a hora. Ela era uma atriz bastante talentosa, bastante sociável e extrovertida com aqueles ao seu redor, como se não tivesse um só problema no mundo. Ninguém era perfeito, mas ela sabia como fingir estar bem perto disso.
— Foi muito bom te ver novamente — ela exclamou, beijando sua bochecha castamente e então se afastando.
— O prazer foi meu — murmurou, inclinando a cabeça e erguendo as sobrancelhas, enquanto ela recuava abruptamente. Não era assim que costumava acontecer as conversas entre eles. Na maioria das vezes, só quando alguém tentava capturar a atenção de um dos dois em outro lugar que eles finalmente se separavam. Além disso, quando a separação era inevitável, normalmente estava rubro de desejo por todos os flertes e conotações sexuais de . Ela brincava com ele, e ele não entendia porque permitia.
— Você não tem um lenço com você, tem? — ela perguntou, de repente, erguendo a mão para tocar delicadamente o nariz.
— Claro — disse, já enfiando a mão no bolso do blazer. Ele congelou ao sentir o papel dobrado com a ponta dos dedos.
— Na verdade, não importa. Provavelmente você vai ter que ir ao banheiro de qualquer jeito, certo? — sorriu, lambendo os lábios como um lobo observando sua presa, antes de perambular para o meio da multidão, sumindo de vista.
Tirando a mão do bolso depois de um longo momento de nervosa hesitação, se dirigiu ao banheiro mais próximo enquanto tentava controlar a respiração. Era incrível quantos efeitos ele tinha só de pensar nela. Não duvidaria que ela tivesse sangue de feiticeira. Era como se tudo, exceto ela, desaparecesse dos seus pensamentos quando ela estava por perto.
Sua mente parecia à deriva numa névoa quando entrou no pequeno banheiro, se apoiando contra a bancada da pia e se encarando no espelho. , suspirando, correu a mão pela testa. Sua mão acidentalmente derrubou os óculos na pia, quando ele estremeceu pelo desejo reprimido. Flashes dos dentes dela mordiscando o lábio abalaram ainda mais sua concentração. Distraidamente, ele ajeitou os óculos no lugar antes de alcançar o bolso mais uma vez e pegar o pedaço de papel que estava chamando por ele. Enquanto ele desdobrava, ouviu duas batidas na porta. Com uma carranca, ele olhou em direção ao som e estava prestes a gritar quando as letras no papel captaram seus olhos.
Batida dupla. Abra.
Sua garganta secou.
Emoções demais para descrever percorreram seu corpo, enquanto ele erguia os olhos da caligrafia elegante de volta para a porta. Parecia bom demais para ser verdade, isso estar acontecendo depois de toda tentação e desespero que vinha crescendo nele desde o momento em que colocara os olhos nela pela primeira vez, na época da escola. Ele estava cansado de lutar, de ser provocado por quaisquer que fossem as razões dela para isso. O fato de que ela estava noiva era só um pequeno detalhe que poderia ser facilmente esquecido, especialmente se ele deixasse sua mente vagando para ela de maneiras muito criativas.
Lambendo os lábios, se esticou de onde estava e gentilmente girou a maçaneta. Ele abriu a porta o suficiente para que pegasse a deixa, mas não muito para não alertar os outros para o fato de que ela estava prestes a entrar num banheiro já ocupado. Recostando-se novamente contra a pia, ele observou-a deslizar para dentro e silenciar o alvoroço dos outros festeiros atrás de si. Os olhos dela brilhavam, com algo semelhante à excitação, fazendo respirar profundamente. Parecia como se o ar entre eles estivesse carregado de eletricidade. Como podia duas pessoas que mal se conheciam ter tanta paixão entre si? Não fazia sentido; mas ambos pareciam ter passado do ponto de se importar.
— Ei — murmurou, seus lábios se curvando em um pequeno sorriso de canto.
— Ei — respondeu.
Ele sentiu um arrepio percorrendo seu corpo quando ela deu um passo à frente, fechando o já pequeno espaço entre seus corpos e parando a um mero centímetro de distância. A confiança que exalava do corpo dela só a tornava ainda mais atraente para ele. Ele odiava como ela parecia ter tanto controle, enquanto ele se remexia em seus pés na frustração de ter que esperar. Mas ele também amava isso. Desde que saíra de casa, assim que terminara o ensino médio, ele tinha feito de tudo ao seu alcance para manter o domínio sobre o seu destino pela primeira vez na vida. Depois de anos daquilo, no entanto, parecia estranhamente acolhedor ser pego por algo fora do seu poder novamente.
— Esperei muito tempo por isso — ela disse, fazendo-o desviar os olhos dos seus para sua boca deliciosa.
— Pelo menos, eu não sou o único — riu, sua voz profunda e áspera, enquanto ela estendia a mão e acariciava seu queixo com um único dedo. O contato, pequeno e simples, foi quase suficiente para fazê-lo se desmanchar.
— Eu te desejei desde que nos reencontramos, depois de todos aqueles anos — ela disse, com o corpo irradiando centelhas ao se erguer na ponta dos pés e roçar a bochecha na dele. A pele macia contra a aspereza da sua barba por fazer provocando um suave gemido em .
Sentindo-se audacioso, ele ergueu as mãos do aperto firme sobre a pia. Seus braços envolveram possessivamente a cintura dela, pressionando todos os contornos dos dois corpos juntos, enquanto seus lábios foram para o pescoço dela numa necessidade de sentir, prová-la. No entanto, esse primeiro contato foi como uma quebra de barragem que permitiu que uma onda de tensão sexual acumulada dominasse seu corpo.
Com mãos errantes, desencostou da pia e gemeu quando ela começou a explorar o que ele tinha para oferecer em troca. A sensação do toque suave, ainda que assertivo, levou-o a se afogar numa névoa onde não havia nada além dela. Ela era tudo o que importava. Não era amor, simplesmente luxúria. Uma luxúria muito óbvia para se ignorar por mais tempo.
Foi quem finalmente tirou os lábios dele da extensão sedosa do seu pescoço, levando-os aos seus próprios lábios. E o beijo não foi nada suave. Era mais uma batalha por domínio, línguas entrelaçadas e dentes trabalhando de maneiras deliciosas. As mãos dela se agarravam à parte superior das suas costas com tanto entusiasmo que ele podia sentir a dor prazerosa das unhas suavemente escavando sua pele. Ele a segurou contra si, com uma mão atrás do pescoço dela enquanto a outra deslizava desesperadamente a saia justa do vestido pelas pernas esculpidas.
Não levou muito tempo. Os meses de desapontamento, meramente tendo que olhar de longe, tinham sido preliminares suficientes. As carícias provocantes e insinuações só poderiam levar a algo quente, rápido e alucinante. Especialmente entre dois indivíduos que deram e pegaram em doses iguais, sem recuar por um segundo, enquanto a tomava contra a parede de um banheiro que ele entraria, pelo menos uma vez ao dia, sempre que fosse trabalhar. Valeu a pena, já que era uma experiência que ele não planejava esquecer tão cedo de qualquer jeito.
Os dois não se moveram depois; satisfação e exaustão se misturando no melhor sentimento que experimentara em muito tempo. Sua testa descansava no ombro de , enquanto ela se segurava nos seus ombros e encostava o rosto contra o seu pescoço. Não sabendo — ou não se importando — com o tempo, longos momentos se passaram antes que finalmente erguesse a cabeça e gentilmente o empurrasse para lado, então assim ela pôde se fazer apresentável outra vez. coçou a nuca antes de seguir o exemplo dela. Ele não pôde evitar, entretanto, de ver como ela deslizava os quadris enquanto colocava o vestido de volta ao lugar, lentamente passando as mãos sobre as coxas para alisar o tecido.
— Faça de novo — ele disse, sorrindo descaradamente para ela, que o olhou inexpressivamente.
Tudo o que ela fez foi menear a cabeça. Seu sorriso foi imediatamente substituído por uma leve franzir de testa, enquanto ele estendia a mão e segurava seu braço gentilmente. Ela o deixou fazer isso, mas não virou para encontrar seu olhar. Optando por encarar o reflexo, ao invés, enquanto ajeitava o cabelo. A confiança que ela tinha emitido antes ainda estava lá, mas não do mesmo jeito. Agora, sua expressão era arrogante. Um olhar que havia visto muitas vezes na época de escola.
— Está tudo bem entre nós? — ele perguntou, tentando encontrar seu olhar no espelho.
— Tudo ok, — ela respondeu num tom indiferente.
Ele assentiu em aceitação. Aproveitando a oportunidade para enfiar a camisa e pegando o blazer do chão, correu a mão pelo cabelo e esperou que ela acabasse também. Ele não sabia o que estava esperando, mas definitivamente não era o que ele teve. No momento em que pareceu se considerar apresentável, girou em direção à porta e ia alcançar a maçaneta como se ele nem estivesse lá.
— Espera um segundo — pediu ele, estendendo a mão para impedi-la de abrir. — Não vai ao menos dizer quando vou vê-la novamente antes de sair?
franziu o cenho.
— Sinceramente, , eu não te entendo.
— O que há para entender?
— Que tal por que diabos você precisa envolver implicações nesse... lance? — ela sugeriu, seu tom condescendente.
— Lance? — ele repetiu as sobrancelhas erguidas.
— Eu estou noiva, — disse lentamente, como se falasse com uma criança. — Foi só sexo. Nada mais. Nada menos. Só sexo.
a encarou por um instante, seu sangue fervendo de raiva. Ele estivera certo o tempo todo ao tentar se distanciar dela. Ela só o estava usando. A parte triste é que ele tinha esperado por isso desde o começo, mas em algum momento tinha parado de se importar. Depois do que tinha acontecido entre eles, no entanto, ele não poderia simplesmente não se importar. Ele não era esse tipo de cara e se sentia um verdadeiro idiota por esperar que ela não fosse aquele tipo de garota.
— Eu não acredito nisso — ele disse, praguejando sob sua respiração, enquanto sacudia a cabeça. — Eu sabia. Eu sabia que você estava só brincando comigo. Que eu era só um jogo. Eu não me importei na época porque eu queria você.
— Oh, você foi mais que um jogo, — disse um sorriso curvando os lábios que ainda estavam vermelhos dos beijos. Ela inclinou a cabeça para o lado e o olhou descaradamente de cima a baixo. — Foi mais como uma conquista.
não podia pensar em nada para dizer. Ele odiava ter estado certo o tempo todo. E odiava se importar que isso não era nada além de sexo. O que mais ele odiou de tudo, porém, foi o modo como seus olhos ainda permaneceram grudados nela como se estivesse em transe, quando ela lhe deu um último olhar de pura presunção antes de deslizar pela porta para fora do banheiro. Deixando-o pregado ao chão, pensando em nada além dos meses de desejo infinito que levaram àquele momento. Um momento que foi tão curto e insignificante no grande esquema da sua vida; ainda assim, um momento que ecoaria pela sua mente pelos próximos anos em um poderoso — e zombeteiro — sussurro.
✰—Fim—
N/A: Essa fic foi escrita para um desafio num fórum. Espero que tenham gostado. Não deixem de comentar! :D Obrigada por ler.
Amanda
N/B: Hello leitoras! o/ #ArbustoSecoRolando Ahn okay... Só passei aqui pra deixar um oi para as lindas que leram a fic que eu praticamente nem betei... Sabem como é... A tradutora é boa no português, então não se tem muito a fazer. Então vou deixar vocês e procurar outra fic pra betar enquanto ainda há tempo... Estudar o dia inteiro é difícil... Enfim, ByeBye lindas! Bjos.
Alyssa
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