OTHER: Coffee Love, por Pâms

Coffee Love

COFFEE LOVE
por Pâms

"Até o dia em que o vi pela primeira vez, eu não acreditava em amor à primeira vista, mas quando nos olhamos eu senti algo diferente acontecer dentro de mim. Estava chovendo e ele me abrigou em seu guarda-chuva." - Me
Gênero: Drama, Romance
Dimensão: Longfic
Classificação: PG-15
Aviso: POV / Songfic - Personagem Jullie e o sobrenome Park são fixos. 

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# Capítulo 1 # Capítulo 2 # Capítulo 3 #

 

CAPÍTULO 1

 

“Isso é amor, isso é amor
O vento soprando suavemente, as flores puras que florescem nas ruas
Isso é amor, isso é amor
Você me fez perceber que até as coisas banais podem ser amor.”
- This Is Love / Super Junior

 

Eu acordei depois de uma linda noite de sono, estava começando mais um dia ao lado do homem da minha vida.

Hoje completamos 5 anos que nos conhecemos e 4 anos de namoro, nunca vou me esquecer da primeira vez que o vi, foi no dia em que cheguei a Paris para um curso de intercâmbio em Gastronomia. Até aquele dia não acreditava em amor à primeira vista, mas quando nos olhamos eu senti algo diferente acontecer dentro de mim. Estava chovendo e eu tinha perdido o metrô que iria para o albergue onde eu morava, me abrigou em seu guarda-chuva, depois disso não paramos de nos ver e o sentimento só foi crescendo.

Demorei uns vinte minutos na cama, lembrando de todos os nossos momentos, até que enfim me levantei. Ele estava na cozinha, o cheiro gostoso do café invadiu o quarto, me levantei e troquei minha roupa e ainda me espreguiçando caminhei até a cozinha e encostei na porta, fiquei o observado enquanto ele estava distraído:

— Oh não. — Ele me olhou ao sentir minha presença. — Você já acordou, queria ter terminando antes, pra levar na cama pra você.

— Me desculpe estragar a surpresa. — Eu ri e fui até ele.

— Bom dia, my princess. — Ele segurou em minha cintura e me beijo de leve. — Ansiosa para hoje à noite?

— Não, só triste pela despedida.

“Isso é amor, isso é amor
O céu limpo, o sol acima do horizonte
Isso é amor, isso é amor
Você me ensinou que tudo no mundo é amor.”
- This Is Love / Super Junior


Nós tomamos um café da manhã reforçado, então saiu primeiro, ele iria se encontrar com seu amigo de infância e sócio na cafeteria Coffee Prince. Enquanto isso eu sai as compras com a e a irmã dela que era apaixonada pelo , ao passarmos por algumas vitrines as opiniões para o vestido da formatura eram diversas:

— Definitivamente você tem que vestir azul.

— Mas não é a cor do tema da festa, .

— Verdade — concordou . — Você não lembra que ela disse que a cor tema era vermelho e preto.

— Mas o azul é tão bonito — contestou .

Ambas rimos daquilo, não demorou muito e consegui encontrar um vestido preto que seria adequado a mim. Após o almoço, fomos a cafeteria Coffee Prince ao chegar fomos recebidas pelo :

— Meninas, que felicidade vê-las. — Ele abraçou cada uma de nós, demorando mais um pouco em . — Pensei que não viriam hoje.

— Como não — disse . — Nossos últimos dias em Paris, não poderíamos deixar de vir.

— Ainda não acredito que vamos nos separar — reclamou .

Nós ficamos por mais algumas horas sentadas em uma das mesas do fundo conversando, até que saiu do seu escritório e foi em nossa direção:

— AnnyeongHaseyo. — Ele se aproximou de mim e me deu uma trufa. — Experimenta, inventei hoje no almoço.

— E nós? — reclamou — Não vamos ganhar?

— Não. — Eu peguei a trufa. — Só para os vips — brinquei e me virei para ele — Komaweyo.

sorriu para mim e se afastou indo em direção à porta de entrada para a cozinha, o acompanhou:

— Você já contou para seus pais? — perguntou .

— Ainda não. — Eu suspirei fraco — Não sei como contar, meus pais estão fazendo tantos planos para minha vida.

— Você precisa falar o quanto antes. — olhou para a mesa e pegou sua xícara de café — Afinal já se fazem 4 anos que vocês estão juntos, não são 4 dias.

— Eu sei — assenti respirando fundo, ela estava certa, mas eu não sabia como faria aquilo, enfrentar meu pai era pior que tiroteio em filmes de Velho Oeste.

Ao final da tarde nós fomos cada uma para sua casa, tínhamos que nos preparar para minha formatura. Logo à noite passou em casa para me buscar, ele estava lindo com seu terno preto risca de giz, quando eu sai do quarto ele já estava me aguardando na porta. Fui ao seu encontro, ele me deu um abraço apertado seguido de um beijo:

— Eu tenho uma surpresa para o final desta noite.

— Hum, fiquei curiosa. — Eu sorri, senti meus olhos brilharem, eu amava as surpresas dele.

“Houve um evento que me fez feliz hoje o momento quando
Te conheci e o fato de que eu sabia que tinha alguém para ama.”
- Creating Love / Personal Taste OST (4minute)


Chegamos na festa às 19:hrs, estava cheio de convidados dos alunos formandos, todos os professores já estavam lá, recebi meu diploma do reitor. Meus amigos me cumprimentaram e tiramos uma foto para o instagram de , finalmente eu era última do meu grupo de amizades que estava se formando, finalmente podia exercer minha profissão na área da gastronomia:

— Finalmente amiga — disse ao me abraçar.

— Agora ela pode fazer um jantar especial para todo mundo. — me abraçou, rindo.

— Nem comecem — protestou . — Todos os jantares são só pra mim.

— Que isso — o cumprimentou com um aperto de mão personalizado e um abraço. — O primeiro pode ser seu, mas divide os outros com os amigos.

— Esse clima está me deixando triste — disse . — A era a última que faltava se formar.

— Não fica assim — eu disse, abraçando-a. — Vamos todos para Seoul agora.

— É os pais do são ricos, ele pode sustentar todos nós — brincou , fazendo todos rirem.

— Ok, meu súditos. — me abraçou por trás, colocando suas mãos em minha cintura e brincou: — Eu e minha princess acolhemos todos em nosso palácio.

— Como se seus pais soubessem que existe uma princess — eu disse.

— Digo os mesmo dos seus — ele retrucou, me olhando com carinho. — Nem sabem que um Prince existe em sua vida.

— Hum, olha a DR — brincou .

— Entre esses dois não existe DR, eles se completam perfeitamente — comentou .

— Não é bem assim — protestou. — Eu já apanhei em casa.

— Mentira — eu disse, ficando envergonhada. — Eu só joguei o travesseiro em você, — e rindo — ele ronca muito alto.

Todos riram, nós realmente formávamos o casal perfeito, ele me completava e vice-versa. A festa rolou até amanhecer, quando e eu chegamos em casa já era 6 da manhã. Nós trocamos de roupa e eu fui a cozinha pegar um copo de água para ele, quando retornei ao quarto ele estava ajoelhado no chão com uma caixinha na mão direita:

— Não acredito. — Eu coloquei o copo na mesinha ao lado da porta e sorri.
— Então. — Ele parecia ansioso e nervoso. — Eu não sei como se faz essas coisas mas…

— Mas??? — Eu me aproximei dele.

— Você… — Ele abriu a caixinha mostrando um lindo anel com uma pedrinha singela de diamante. — Quer ser minha Princess para sempre?

Ok, esse foi o pedido mais fofo e inusitado que eu já existiu, eu me ajoelhei frente a ele e peguei a caixinha:

— Isso é pergunta que se faça a essa hora? — eu brinquei, sorrindo. — Aceito sempre.

Ele sorriu e me beijou, seu beijo era intenso e cheio de malícias, mas tinha um toque suave de doçura, meu coração acelerava de uma forma inexplicável a cada vez que seus lábios se aproximavam dos meus, com o seu toque meu corpo se arrepiava era como se ele dominasse cada canto de mim. Em um piscar de olhos já estávamos em nossa cama, ele sem camisa e eu com minha camisola de renda, não vimos o tempo passar, não conseguíamos parar, era como se um quisesse o outro intensamente.

"Come On girl, love Is So Nutritious
Come On girl, love Is So delicious."
- Delicious / ToHeart


Eu abri os olhos me espreguiçando, olhei para o lado tinha um bilhete de , eu peguei e li:

“Fui para a cafeteria,
Seu café da manhã está dentro do microondas.
Obrigado pela manhã maravilhosa que tivemos.

Saranghae…
Seu Prince”

Eu sorri ao ler:

— Eu é que agradeço. — Olhei para o anel em meu dedo.

Me levantei, coloquei uma roupa e fui para a cozinha tomar meu café. Depois de me alimentar voltei para o quarto, tinha que dá uma geral na bagunça que estava aquele apartamento. No meio da minha faxina, meu celular tocou, era :

— Oi — eu disse ao atender o telefone.

Oi amiga, já está acordada, pensei que dormiria a tarde toda.

— Apesar do cansaço, não consegui dormir muito, estou faxinando o apartamento. Por quê?

Nada. — Ela suspirou — Que horas vocês chegaram?

— Hum. — Eu parei para pensar. — Era umas 6 da manhã, mas não dormimos.

O quê? — Ela soltou um grito. — O que aconteceu? Conte tudo.

— Pelo telefone? — eu ri.

Não, chego aí em 10 minutos.

— Espera eu não terminei de arrumar minha casa.

Eu te ajudo depois.

Ela desligou o telefone, eu organizei um pouco o que faltava na sala, 20 minutos depois o interfone tocou, era ela, então liberei a entrada. Minutos depois abri a porta para ela entrar:

— Oi, amiga. — Ela foi entrando e se jogando no sofá. — Pode ir me contando tudo.

Eu permaneci em silêncio e estiquei minha mão direita mostrando o anel:

— Não!!!! — Ela deu um pulo do sofá e me abraçou. — É sério?

— Sim.

— Então esse foi o motivo de não terem dormido?

— Esse e outros. — Eu sentei no sofá.

— Ommo! — Ela sentou ao meu lado. — Finalmente, conta os detalhes.

— Quando chegamos ele me pediu para pega água para ele, eu fui a cozinha e quando voltei, ele estava ajoelhado no chão com uma caixinha na mão.

— Oh! — ela riu.

— Aí ele perguntou se eu queria ser a Princess dele pra sempre.

— E depois?

— Como assim e depois. — Eu a olhei sério. — Eu não vou ficar contando todos os detalhes, é íntimo.

— Sei, quantos íntimos?

— Foram 2 íntimos. — Eu ri, colocando a mão na cara de vergonha.

— Duas vezes? — Ela me olhou.

— É por que estávamos cansados e ele tinha que ir para o café hoje.

— Ainda não acredito. — Ela sorriu. — Temos que preparar sua despedida de solteiro.

— Ei!? — Eu a olhei. — Calma, ele me pediu hoje, não vamos pro altar amanhã.

— Mesmo assim, tem que ser tudo preparado, planejado desde agora.

— Assim como você está organizando há 2 anos uma cerimônia de casamento.

— Sou precavida, ok?

Nós rimos e conversamos mais um pouco até que ligou para ela, eles iriam jantar na casa de um sócio do pai dele. Depois que saiu, eu finalmente terminei de organizar tudo que faltava no apartamento, então fui para cozinha preparar o jantar, que seria o prato preferido de , um delicioso kimbap. Minutos depois que eu havia terminado de preparar, ele chegou:

— AnnyeongHaseyo — disse ele ao entrar.

— Oi. — Eu estava sentada no sofá vendo tv, quando virei minha face e olhei para ele, vi um bouquet de rosas rosa em suas mãos. — Hum, são pra quem?

— Para minha futura esposa. — Ele sorriu.

— E ela é tão bonita assim para receber rosas vermelhas? — Eu me levantei do sofá.

— A mais linda de todas. — Ele se aproximou de mim e me beijou de leve.

— Como foi no café?

— Conseguimos fechar aquele negócio, agora temos um sócio para ficar aqui com o , assim eu poderei voltar pra casa.

— Isso é bom, por falar em casa, amanhã deve chegar a carta dos meus pais.

— Eles já sabem da sua formatura?

— Sim. — Eu suspirei. — A universidade enviou pra eles o informativo.

— A boa notícia é que eles estão morando em Seoul agora. — Ele me abraçou.

— Sim. — Eu sorri me aninhando nos braços dele. — Fiz seu prato favorito hoje.

Nós jantamos e fomos para o quarto, eu queria muito dormir, mas estava disposto a fazer outra coisa, e mais uma vez passamos a noite em claro.

“Eu perdi minha mente, no momento em que te vi
Exceto você, tudo ficou em câmera lenta
Diga-me, se isso é amor
Compartilhando e prendendo, incontáveis emoções todos os dias com você
Brigando, chorando e abraçando
Diga-me, se isso é amor.”
- What is Love / EXO


Logo pela manhã eu fui a primeira a acordar, isso era estranho já que sempre acordava antes de mim, eu caminhei até a sala e olhei para a porta de entrada e vi algumas cartas jogadas debaixo da porta, certamente deve ter sido o porteiro novato, eu peguei os envelopes e dei uma olhada superficial até que parei na carta dos meus pais:

— Chegou? — perguntou .

— Sim. — Eu abri a carta e comecei a ler em voz alta:

“Olá querida filha,

Estamos com saudades, sabemos que sua rotina tem sido apertada e estressante, afinal um curso superior, dois complementares e mais um emprego de meio período é um tanto puxado para você, nos orgulhamos por conseguir levar tudo isso adiante.
Nossa menininha deve estar cansada, mas estamos felizes por poder voltar para casa. Temos uma notícia para você, desde que você nasceu sempre nos preocupamos com seu futuro, por isso seu pai e eu aceitamos a proposta de um casal de amigos nosso e decidimos unir nossas famílias, sendo assim seu pai achou melhor preparamos para você um casamento arranjado com o filho mais velho desse casal, afinal é uma pessoa de família e que nós conhecemos.

Estamos ansiosos pela sua volta…
Com amor mamãe e papai.”

Quando eu terminei, estava em choque, engoli seco e olhei para , sua expressão estava vazia e enigmática.

“Eu senti que mesmo que o mundo tenha parado,
Apenas os momentos bons apareceram rapidamente
Quando cheguei ao limite achei que aquilo não poderia estar acontecendo comigo
E então apenas orei.”
- Love Again / KyuHyun

 


N/A: Minha primeira fic de drama, prometo fazer vocês chorarem muito, kkkkkkkkk... Brincadeira, espero escrever bem e que vocês gostem dessa também, por favor tratem ela com carinho!!!


 

CAPÍTULO 2



“Sempre, eu estarei ao seu lado
Sempre, ao seu lado estarei
Não preciso de mais nada,
Se você estiver comigo,
Só de você.”
- Kiss Kiss Kiss / SHINee


Eu ainda não tinha conseguido absorver tudo que estava naquela carta, era como se as palavras dos meus pais estivesse me cortado ao meio. ainda estava sentado no sofá imóvel, sem reação:

— Como meus pais podem fazer isso — sussurrei, tentando colocar meus pensamentos em ordem.

— O que vamos fazer? — seu olhar estava estranho, como se ele estivesse frustrado.

— Não sei, talvez o que deveria ter feito há quatro anos, te apresentar para meus pais.

— Você sempre fez tudo que eles te pediram.

— Farei o mesmo desta vez, o desejo dos meus pais sempre foi me vez feliz e em segurança. — Eu respirei fundo. — Vou mostrar a eles que você me proporciona os dois. — Eu sentei ao seu lado e coloquei minha mão direita em sua face. — Isso não irá nos separar, e depois você pode me apresentar a sua família.

Ele sorriu e me deu um selinho, depois me abraçou forte:

— Não vou deixar que nada nos separe. — A voz de era doce e suave, enfim meu Prince havia retornado do choque. — Eu prometo.

Depois de muita insistência minha ele foi para o Coffee Love, ele precisava de algo que lhe ocupasse a mente. Eu fiquei sentada no sofá da sala por um momento com a carta na mão, pensando nas palavras certas para dizer aos meus pais. Liguei para e contei da carta:

Eu nem se o que te dizer amiga. — Ela ficou em silêncio por um tempo ao telefone. — Desta vez seus pais exageraram.

— Eu estou em colapso quase, não sei como mais eu tenho que enfrentá-los.

Eles e os pais do , vai que seus sogros são tradicionais.

— Nem me fale, só de lembrar a reação do , eu fico com meu coração em pedaços.

Sabe que pode contar comigo.

— Obrigada, , vou precisar.

Nos despedimos e eu desliguei o celular, fui para o banheiro e tomei um demorado banho, precisava colocar minha cabeça em ordem. Ao final da tarde, me ligaram da companhia aérea, meus pais já haviam reservado minha passagem para daqui há dois dias, eu respirei fundo tentando manter minhas forças intactas, me joguei no sofá e fiquei esperando até que chegou:

— Boa noite, Princess — disse ele ao entrar.

— Boa noite, Prince — eu respondi, sorrindo.

— Como foi seu dia? — Ele fechou a porta e colocou sua mochila no canto perto do sofá.

— Monótono, vou sentir falta da rotina louca que eu tinha.

— Pelo menos agora não vai mais ficar cansada como antes. — Ele se sentou ao meu lado. — Seu rosto está conturbado, outra má notícia?

— Está tão visível assim? — Eu o olhei.

— Eu conheço cada expressão facial sua. — Ele sorriu de leve.

— Minha passagem já foi reservada pra daqui dois dias.

— Acho que minha notícia é pior. — Ele riu.

— Surpreenda-me.

— Meus pais me ligaram hoje à tarde, embarco amanhã de manhã.

Eu fiquei paralisada por um momento e depois o abracei, o medo de perdê-lo estava começando a invadir meu coração:

— Calma, vamos para o mesmo lugar. — Ele tentou me tranquilizar, realmente me conhecia muito bem.

— Me bateu uma insegurança agora — eu sussurrei.

— Não se preocupe, tudo vai acabar bem, eu prometo.

Nós ficamos aninhados no sofá da sala ouvindo música, até que eu adormeci, quando acordei ele já havia partido e como sempre deixado um bilhete ao meu lado:

“Princess,

      Deixei o aluguel acertado com o proprietário, tive que pegar o primeiro vôo,
Foi difícil te deixar, ainda que você sorri enquanto dorme,
Te encontro em Seoul, assim que chegar me ligue.

Saranghae 4ever
Seu Prince”


Eu suspirei sorrindo, mesmo sabendo que iria enfrentar muita coisa a partir de agora, o amor dele me dava forças. foi até o apartamento na hora do almoço, eu preparei um espaguete à bolonhesa para nós comermos:

— Foi mesmo muito fofo do ter me ligado e pedido para ficar com você até amanhã — ela comentou após terminar de comer.

— Ele sempre se preocupa comigo. — Eu me levantei e peguei o prato da mão dela e fui para a cozinha.

— Então é mesmo seu último dia em Paris?

— Sim. — Eu lavei os pratos. — Estou triste, cinco anos passaram rápido.

— Claro, com um Prince ao lado — ela brincou. — Nem te conto o que o fez ontem.

— Diga, conta os detalhes. — Eu ri alto.

— Hum, não era você que preza a parte íntima?

pode ir falando. — Eu voltei para sala e me sentei ao lado dela.

— Ele disse que comprou uma casa para nós em Busan.

— Sério? — Eu a abracei.

— Sim. — Ela sorriu. — Eu pulei de emoção na hora.

— Imagino, sabe o que eu acho, que é uma indireta pra você escolher logo a data do casamento, você está enrolando ele há dois anos.

— Eu já escolhi, só falta divulgar a data para minha chefe. — Ela deu uma risada irônica. — Acha que é fácil trabalhar para a Vogue Francesa?

Nós rimos e conversamos mais um pouco, queria que saíssemos para aproveitar minhas últimas horas na cidade, mas eu não tinha ânimo para isso. Ela foi embora à noite, como não tinha nada para fazer, eu arrumei minhas malas e organizei o apartamento para o proprietário, passei a noite em claro trocando mensagens com meus amigos no kakaotalk, eles estavam tentando cumprir a tarefa que deu a eles, de me fazer companhia até a hora do meu vôo.

“Mesmo que esteja distante
Parece que vou cair aos pedaços
Estou esperando a vontade de Deus
Isso é o destino.”
- Divine / Girls' Generation


As horas se passaram, ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Incheon, meus pais estavam me esperando, eu engoli seco e fui ao encontro dele:

— Que saudade minha Princess — disse meu pai, ele deixou transparecer um sorriso de canto.

— Filha! — Minha mãe me abraçou. — Nossa, como você está linda.

— Ela está é magra — disse papai, já pegando minhas malas.

— Claro, cinco anos sem viver direito — reclamou minha mãe, ainda abraçado a mim.

— Eu estou bem mãe. — Respirei fundo, me afastando dela. — Me alimentei direito.

— Vamos para casa — disse papai.

Saímos do aeroporto, papai colocou minhas malas no carro e seguimos para nossa casa:

— Você vai amar nossa cozinha — disse mamãe, com seus olhos brilhando.

— Tenho certeza que sim. — Eu virei minha face para o vidro da janela e fiquei olhando a cidade, estava pensando onde estaria .

Uma hora depois chegamos no edifício onde meus pais moravam, era um apartamento duplex no último andar, havia um jardim na cobertura feito pelo meu pai. Eu não me admirei com a decoração, estilo clássico e sofisticado, minha mãe tinha bom gosto. Ela me levou pelos cômodos da casa, enquanto meu pai deixava minhas malas no quarto que seria meu. Após a tour pelo apartamento, eu entrei em meu novo quarto, era todo branco com detalhes laranja.

Eu coloquei minha bolsa na poltrona ao lado da porta e caminhei até a cama, me sentei e suspirei fraco, estava tentando reunir forças para falar sobre aos meus pais. Eu joguei meu corpo sobre a cama e fechei meus olhos, meus pensamentos estavam uma bagunça, foi quando meu celular tocou, era uma chamada dele:

— Annyeonghaseyo, my Prince — eu disse ao atender.

Hello, my Princess. — Ele parou por um tempo. — Chegou bem?

— Sim. — Eu sorri. — Estava com saudade da sua voz.

Digo o mesmo. Já falou com seus pais?

— Estou esperando o jantar. E você?

Também.

Ficamos em silêncio por uns minutos, um ouvindo a respiração do outro:

Tenho que desligar — disse ele.

— Boa sorte — eu disse.

O mesmo para você.

— Saranghaeyo.

Saranghae.

Eu desliguei o celular e fui até o banheiro, tomei um banho estimulante, coloquei uma blusa do Mickey que tinha ganhado do e uma calça de moletom, desci as escadas, mamãe já estava pondo a mesa do jantar:

— O cheiro está bom — eu elogiei.

— Ai, como é bom ouvir isso. — Ela sorriu ao me olhar. — Fiquei com medo de não estar à altura da minha Master Chef — ela brincou.

— Deixa de bobeira mãe. — Eu ri. — Não há nada melhor que comida de mãe.

Exceto é claro a comida do , mas eu não iria tocar nesse assunto agora. Eu comi bem aquela noite, mamãe tinha preparado lasanha ao molho 4 queijos, ao final do jantar:

— Conversei com meu amigo, vamos jantar na casa dele amanhã — disse papai.

— Era sobre isso que eu queria falar depois do jantar — eu me pronunciei.

— Alguma dúvida querida? — minha mãe me olhou gentilmente.

— Todas possíveis, como vocês arranjam um casamento para mim?

— Somos seus pais, queremos o seu bem — respondeu papai.

— Eu não quero me casar — disse, tentando arrancar de dentro de mim a coragem que até então eu não tinha.

— Como assim não quer?

— Pai, eu tinha uma vida em Paris, conheci uma pessoa lá, estamos juntos.

— O quê? — meu pai soltou um grito assustador, se levantando da mesa.

— Se acalmem vocês dois — mamãe tentou nos apaziguar, mas acho que não daria muito certo.

— É a minha vida, não posso me casar com uma pessoa que nem conheço, pior nem amo.

— Você o conhece, querida, só não se lembrar — interviu mamãe.

— E prefere ficar com um estranho? — perguntou ele.

— Ele não é um estranho, se ao menos o conhecesse.

— Não tem discussão.

— Eu não sou a Jullie, o senhor não pode me forçar a viver todos os sonhos que tinha planejado para ela.

— Nós só queremos te proteger filha — disse minha mãe, temendo o pior.

— Não fale da sua irmã como se ela não significasse nada para você. — Ele me olhou furioso, nunca tinha o visto. — Este casamento será realizado, quer você queira ou não.

Me levantei bruscamente e saí correndo, minhas lágrimas já encharcando meu rosto, quando cheguei no quarto bati a porta com força e me sentei na cama chorando um pouco mais.

“Não era para eu ter medo de nada
Mas, ei, eu não quero te perder
Até que chegue o dia
Em que a luz brilhará entre as nuvens
E eu não direi adeus.”
- Divine / Girls' Generation


. — Minha mãe bateu na porta. — Posso entrar?

— Pode — eu disse num sussurro, minha voz estava presa, como se eu estivesse engasgada.

— Nem sei o que dizer. — Mamãe entrou e se sentou ao meu lado.

— Desde que a Jullie morreu, o papai vive planejando minha vida como se fosse a dela. — Eu parei e respirei fundo tentando controlar minhas lágrimas. — Desta vez eu não vou concordar.

— Eu te entendo, querida, mas saiba que nos preocupamos demais com você. — Ela me olhou com serenidade. — Já perdemos a sua irmã, não queremos perder você também.

— E como fica minha opinião? Não posso me casar assim, eu amo outra pessoa.

— Eu imagino, querida, mas também não seria justo com o filho dos nossos amigos. — Ela sorriu. — Sabe, ele espera te rever a muito tempo, posso te pedir uma coisa?

— Sim. — Eu limpei minhas lágrimas.

— Vamos ao jantar, e lá você mesmo pode explicar isso a ele, seria melhor ele ouvir de você.

— Mas eu nem me lembro dele.

— Tenho certeza que irá se lembrar. — Minha mãe me abraçou. — Faça isso por mim, querida.

— Tudo bem, mãe.

Ela se afastou de mim e se levantou:

— Saiba que sempre estarei aqui para te apoiar. — Ela sorriu e saiu do quarto.

Eu respirei fundo, pelo menos eles sabiam minha opinião sobre isso. No dia seguinte, à noite, papai já estava estacionando o carro na frente da casa da família Park, eu saí do carro em silêncio, pois não estava conversando com meu pai. Ao entrarmos na casa, sua decoração era um tanto moderna apesar de sua estrutura ser bem tradicional. A senhora Park nos recebeu na porta com um largo sorriso, eu cumprimentei com um leve sorriso e voltei a ficar séria. O senhor Park apareceu do corredor que dava para o escritório dele, estava acompanhado de um rapaz. Eu senti um frio passar pelo meu corpo, estava com medo e receio:

—Que bom que chegaram! — O senhor Park abraçou o papai e cumprimento a mim e minha mãe com um breve aceno de cabeça. — Estávamos ansiosos pelo seu retorno.

, acho que não deve se lembrar de mim, já que era muito nova — disse o rapaz, dando um sorriso leve.

— Não me lembro mesmo. — Eu fiz uma breve reverencia. — Me desculpe.

— Sem problemas, querida, afinal faz muitos anos. — A senhora Park mantinha um sorriso no rosto. — é nosso filho mais velho.

Eu olhei novamente o rapaz, notando seu corte de cabelo meio estranho e bagunçado, ele tinha um sorriso bonito e um olhar profundo:

— Me desculpe de novo, por não me lembrar.

— Sem problemas. — Sua voz era tranquila e calma, porém grossa. — Com o tempo se lembrará.

— Ah! — exclamou o senhor Park. — Que bom que você apareceu, este é nosso maknae.

Eu olhei para escada, outro rapaz estava descendo, no início não vi direito seu rosto, mas quando ele levantou sua face:

, venha conhecer a noiva do seu irmão — disse senhor Park, empolgado.

O pouco de sorriso que eu mantinha forçado em meu rosto logo se desfez, senti meu coração parar por alguns instantes, minha expressão facial congelada, não sabia o que pensar, ou pior, o que fazer.

— Me desculpe, mas não ficarei para o jantar.

— Algum problema com o café, filho? — perguntou o senhor Park.

— Outros compromissos.

manteve seu olhar em mim, e eu nele. Ainda estava paralisada, perdida naquela cena, temia que alguém percebesse minha reação estranha:

— Boa noite a todos. — se virou e saiu.

Eu continuei olhando para a porta, não conseguia retornar meus sentidos, não conseguia absorver o que tinha acontecido, eu só queria poder sair de lá e correr atrás dele, explicar que eu estava ali para acabar com o noivado arranjado.

“Está tudo bem que não possa te amar
Está tudo bem mesmo que não possa chegar até você
Amor solitário, sim, eu te amo
Mesmo de longe
Eu posso vê-lo.”
- Touch Love / Master's Sun OST (Yoon Mirae)

havia me convidado para caminhar pelo jardim, enquanto sua mãe terminava o jantar, ao sairmos eu avistei de longe entrando em seu carro, eu fiquei olhando, não conseguia disfarçar:

. — estava me chamando, parado ao meu lado, me olhando.

— Me desculpe. — Eu desviei meu olhar para ele. — Me distrai.

— Sem problema. — Ele sorriu com tranquilidade. — É tudo novo para você, sei como é tentar se adaptar.

Eu sorri rapidamente, evitava olhar para ele, não queria que percebesse meu choque, permaneci a maior parte do tempo calada, às vezes ele falava alguma coisa, mas logo deixava o silêncio nos acompanhar. era gentil e educado, eu podia sentir um certo esforço da parte dele para me deixar confortável.

Após o jantar, enquanto nossos pais tomavam um café e conversavam na sala de estar, me convidou para conhecer uma parte especial da casa. Ele me levou até o que deveria ser o terraço, quando cheguei fiquei surpresa, havia uma estufa onde ele tinha montado um orquidário.

— Nossa. — Eu fiquei sem palavras quando entrei na estufa.

— Imaginei que iria gostar de conhecer — ele disse, parando ao meu lado.

— É lindo. — Eu me aproximei de uma bancada de orquídeas amarelas e fiquei admirando.

— Quando éramos crianças você disse que gostava.

Eu o olhei, tentei não demonstrar reação:

— A única pessoa que me lembro ter falado isso foi... — Eu me lembrei do dia do acidente que matara minha irmã, havia um garoto que tinha me salvado.

— Agora se lembra de mim.

Eu senti minhas pernas ficarem bambas e me apoiei na bancada:
— Está tudo bem? — ele segurou em meu braço de leve e me olhou meio preocupado.

— Sim. — Eu o olhei novamente. — Você é o garoto da ponte, que me salvou de afogar no rio.

— Eu disse que se lembraria. — Ele sorriu, agora sim eu me lembrava daquele sorriso gentil que tinha me acalmado no pior dia da minha vida.

— Eu não me lembro de muita coisa daquele dia.

— Deve ser pelo trauma, você quase morreu e perdeu sua irmã no mesmo dia.

— Curioso você se lembrar das orquídeas.

— Na verdade desde aquele dia eu comecei a gostar, nunca me esqueci do seu rosto assustado. — Ele me olhou com carinho.

Neste momento eu me senti uma covarde, minha coragem para pedir que ele desistisse de mim e desse casamento havia descido pelo ralo. Me senti sendo jogada numa vala cheia de remoço e insegurança. Minutos depois meus pais me chamaram, nós voltamos para casa.

“Um dia parece um ano meu coração continua
A afundar porque há dias só busca por um vestígio seu.
Quando engulo forçadamente um pouco de comida,
Parece um grão de areia. O dia sem você parou.
Exatamente assim agora.”
- My Love, My Kiss, My Heart / Super Junior


Ao chegar eu fui direto para o quarto, tranquei a porta e me sentei na poltrona me encolhendo. Pela primeira vez eu não sabia o que fazer, me sentia uma inútil covarde. era irmão mais novo de , era o anjo que havia salvado minha vida e me acalmado no momento de medo e dor, agora eu descobri que ele era apaixonado por mim desde aquele dia, eu não queria magoá-lo. Nossos pais eram amigos e meu pai já havia decidido que não mudaria sua decisão. Minha mente estava fervendo inteiramente desorientada, neste momento eu só queria fechar os olhos e fingir que nada estava acontecendo, que eu ainda estava em Paris com meu Prince.

Foi quando meu celular tocou, era uma mensagem de , ele estava parado com seu carro frente minha casa e queria conversar comigo. Neste momento eu não sabia se meu coração parava ou acelerava de vez. Esperei meus pais irem dormir e saí, quando cheguei na rua fui em direção ao seu carro:

— Oi! — Eu o olhei, ele estava sério.

— Oi. — Ele permaneceu em silêncio olhando para frente, eu pude perceber seus olhos inchados e vermelhos, como se ele tivesse chorado todo aquele tempo.

— Você não ficou surpreso ao me ver.

— Não — ele concordou.

— Já sabia que era eu? Que era seu irmão?

— Desconfiava. — Ele suspirou fraco. — Mas no fundo pedia a Deus que não fosse você.

já havia me falado que seu irmão se casaria, um tempo atrás, mas eu nunca dei importância.

— Como está? — eu perguntei.

— Não sei como reagir. Desde pequeno eu ouço falando de você, sem saber que era você.

— Eu fiquei surpresa quando ele me disse que não tinha se esquecido das orquídeas, só você sabia além… — eu parei por um instante senti meus olhos se encherem de água — O que vamos fazer?

— Eu não quero magoar meu irmão e não quero te perder. — Ele me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

— Eu te amo. — Eu o abracei apertado. — Sempre vou te amar.

Eu não sabia o que iria acontecer aqui para frente, só queria que aquele momento congelasse para sempre. Nós ficamos abraçados por um tempo, eu me aninhei nos braços dele e pegamos no sono ali mesmo.

“Mesmo se um vento soprar através do seu coração um dia,
Segure firme em mim e não solte meu amor,
Segure em mim com seu sorriso.”
- You are the one / Super Junior

 


 

CAPÍTULO 3

 

“O som das ondas do oceano caindo que nós escutamos juntos
Enquanto eu te segurava em meus braços
Está sendo lavado e jogado fora pelas lágrimas que estão caindo agora.
Olhe para mim e não chore.”
- You are the one / Super Junior


Ao amanhecer nos despedimos e marcamos de nos ver no Museu Nacional, tínhamos que resolver o que faríamos com relação ao noivado arranjado. Quando entrei em casa, minha mãe estava organizando a mesa do café:

— Então era ele? — perguntou ela.

— O papai... — Eu a olhei, imaginando o pior.

— Não se preocupe, seu pai não viu nada. — Ela sorriu para mim e colocou a jarra de suco na mesa. — Mas deveria ter cuidado.

— Obrigada mãe. — Eu a olhei. — Sim, era ele.

— Imaginei. — Ela me olhou tranquilamente. — Já pensou no que vai fazer? Pense que há uma terceira pessoa envolvida, .

— Ainda não, mas eu não pretendo magoar ele. — Eu me sentei na cadeira. — Vou decidir isso hoje à tarde.

— Vocês vão se encontrar?

— Quem vai se encontrar? — perguntou meu pai ao entrar.

— Perdi o apetite. — Eu me levantei e passei por ele indo em direção as escadas.

— ele gritou meu nome, eu ignorei e continuei subindo.

— Deixe ela. — Eu ouvi minha mãe dizer.

Cheguei no meu quarto e vi que meu celular tinha uma mensagem, era de , ele havia desmarcado no Museu e pedido para eu encontra-lo no local onde estavam realizando a obra para o Coffee Love. Eu enviei outra mensagem a ele confirmando e fui colocar minhas coisas que ainda estavam na mala no lugar.

Quando terminei já estava na hora do almoço, desci e fui para cozinha, meu pai já estava na empresa, ele e o senhor Park eram sócios em uma companhia. Minha mãe havia saído, mas tinha deixado um lanche pronto para mim no forno. Eu comi rapidamente, peguei minha bolsa e saí, entrei em um táxi que estava estacionado próximo à entrada do condomínio e segui em direção ao endereço que me deu.

Quando cheguei havia algumas pessoas trabalhando na reforma do lugar:

— Bom dia! — Ele se aproximou de mim, dando um breve sorriso.

— Boa tarde. — Eu o olhei, ele estava lindo como sempre. — Então como está a obra?

— Será concluída daqui uma semana, virá para inauguração.

— Isso é bom, quer dizer que a vai vir também. — Eu respirei fundo. — E pra onde nós vamos?

— Surpresa. — Ele pegou em minha mão e me puxou consigo.

Andamos um pouco pelo centro até que ele me levou ao metrô, todo nosso passeio me fazia lembrar o dia que nos conhecemos, isso estava me deixando insegura. Então nós paramos em uma estação, saímos do metro e fomos até um parque perto, havia uma estradinha perto, caminhamos mais um pouco até chegarmos num lago. Ele parou de repente e me abraçou forte, eu pude sentir seu coração acelerado:

, você está me assustando.

— Eu te amo — ele sussurrou.

— Eu sei. — Segurei as lágrimas que estavam se formando no canto dos meus olhos. — Por que estas palavras agora?

— Meu irmão sabe.

— Como? — Eu o olhei confusa.

— Não precisa ser um gênio para decifrar sua reação de ontem. — Ele se afastou e mim. — Eu já havia contado a ele sobre você, minha princess.

— E agora?

— Não quero que pense que estou desistindo de você.

, não…

— Não quero fazer isso, não quero que sofra tendo que escolher.

— Minha única escolha é você, sempre vai ser.

— Diz isso agora, mas vai conseguir conviver com seu pai triste por não ter feito o que ele te pediu? Nossas famílias são amigas desde que meu irmão te salvou. — ele olhou para o lado — Comparado ao que ele fez por você, ao que ele representa para meus pais, quem sou eu, mesmo sendo filho, seu pai nunca vai me ter como a melhor opção para você.

, você é a melhor opção para mim. — Eu senti a primeira lágrima cair. — Você é o guarda—chuva que me cobre da tempestade.

— Eu sempre serei, até o fim meu coração vai ser seu. — Ele acariciou meu rosto. — Não quero que isso caia sobre você.

Ele me beijou com doçura, eu me agarrei na camisa dele, não queria soltá-lo, não queria que ele me deixasse, eu senti que um vazio estava se formando dentro de mim.

— Já está decidido — disse ele, se afastando de mim. — Eu vou voltar para Paris, depois da inauguração da Coffee Love, ficará aqui no meu lugar.

… — eu tentei falar, mas senti que minha voz estava sumindo.

“Eles disseram que dizermos adeus é doloroso
Mas eu nem mesmo tive tempo para sentir isso,
Eu apenas pensava que essa era a forma de ficar calmo.”
- 7 Years of Love / Kyuhyun


Eu não queria acreditar que ele estava mesmo me deixando, suas palavras eram frias e sérias, estava mesmo desistindo de nós. Meu mundo caiu naquele momento, assim como ele, eu não queria magoar , nem meu pai. Aos poucos comecei a entender sua decisão, ele sabia que eu sempre iria escolher ele, tendo ou não a aprovação do meu pai.

Eu não sabia qual a relação que tinha com sua família, mas se ele abriu mão do nosso amor, era por que seus pais não o tinham com bons olhos como . Eu não me importava com isso, não me importava se meu pai aprovaria ou não, eu queria ficar com ele. Mas só de pensar nas palavras de , ele estava fazendo isso para que eu não sofresse, para que eu não enfrentasse meu pai e que não tivesse uma briga pior em sua família, era uma prova de amor que ele estava me dando. Mas não era essa prova que eu queria.

Não consegui confrontá-lo, permaneci em silêncio com um grito preso na garganta, não conseguia parar de chorar, só queria volta no tempo, voltar para quando estávamos em Paris juntos, sem preocupações.

Ele me levou de volta, não consegui olhar em sua cara, ainda não acreditava em suas palavras, ele estacionou poucos metros do condomínio onde eu morava, eu saí do carro tentando respirar. veio até mim e me abraçou forte.

— Espero que possa me perdoar um dia. — ele sussurrou de leve — Não quero que isso caia sobre você, então não faça nenhuma besteira. — ele me deu um beijo de leve em minha testa e entrou novamente em seu carro.

A cada instante que o carro se afastava dali, meu coração doía mais. Corri para minha casa em lágrimas, ao passar pela sala, vi que minha mãe estava com visitas, olhei de relance e constatei que era e a senhora Park. Subi as escadas correndo e entrei no meu quarto me trancando, me sentei no chão ao lado da cama e me debrucei sobre ela, chorei mais um pouco, e parecia mesmo que minhas lágrimas não iriam acabar nunca.

Após alguns minutos, minha mãe bateu na porta perguntando o que estava acontecendo, eu gritei que queria ficar sozinha, ela disse que voltaria mais tarde para falar comigo. Eu queria mesmo ficar só, queria poder deixar de existir, não sabia o que faria com toda aquela dor que estava sentindo. O que eu faria com o meu amor pelo ? Comecei a pensar em suas últimas palavras: “Não quero que isso caia sobre você, então não faça nenhuma besteira.”

Com certeza ele imaginou que eu iria contar tudo para todos, uma maneira de trazê-lo de volta. Ah , por que você é assim? Sempre pensando na felicidade dos outros em primeiro, eu não estava magoada com ele, mas com raiva da sua decisão. As horas se passaram, até que minha mãe voltou a bater na porta.

, está aí ainda? — disse ela da porta.

— Sim. — Eu limpei minhas lágrimas e me levantei, caminhei até a porta e abri.

— Querida. — Minha mãe me olhou sem entender. — O que ouve com você, seus olhos estão vermelhos?

— Quero morrer. — Me afastei da porta voltando a chorar.

— Não, querida. — Entrou fechando a porta e colocou a bandeja que estava em suas mãos na mesinha ao lado da porta, ela se virou para mim e me abraçou — O que aconteceu com minha princesinha?

— Ela está se sentindo a pessoa mais infeliz do mundo. — Eu chorei mais me aninhando nos braços dela.

— Não diga isso, querida. — Ela acariciou meus cabelos. — O que aconteceu, você estava tão feliz hoje mais cedo?

— Ele terminou comigo, mãe. — Eu não conseguia parar de chorar, as lágrimas continuavam a vir mais e mais. — Mãe, por que isso dói tanto?

— Calma, querida. — Minha mãe me pegou pela mão me levando para cama, me fez senta e pegou a xícara de chá que estava na bandeja. — Aqui, tome isso, vai te acalmar.

— Mãe. — Eu a olhei e peguei a xícara de sua mão. — Não vai, um chá não irá apagar o que vivemos em cinco anos.

, não é o fim do mundo, sei que deve estar doendo, mas um dia essa dor vai passar e a única coisa que irá restar, são as lembranças. — Ela me olhou com gentileza. — Eu lamento que esteja passando por isso. — Ela deu um beijo de leve em minha testa.

— Komaweyo omma!!! — Eu a olhei ainda em lágrimas.

— Saiba que estarei sempre aqui, minha princesinha! — Ela sorriu e se afastou um pouco. — Agora tome seu chá, e tente dormi um pouco, nada como uma noite de sono para recarregar as energias.

“Porque você foi o meu Sol, a Lua
Você foi o meu tudo e
Tudo no meu quarto parece sentir sua falta.”
- In My Room / SHINee


Ela saiu e fechando a porta, eu limpei um pouco das minhas lágrimas e tomei o chá, coloquei a xícara vazia no chão e me deitei me cobrindo, mesmo que tentasse, não conseguia controlar minhas lágrimas. Passei a noite chorando, segurando a aliança que ele tinha me dado quando me pediu em casamento, este era um de nossos momentos juntos que eu mais reprisava em minha mente, mesmo sabendo que fez fazia chorar ainda mais.

Ao amanhecer, minha mãe levou meu café da manhã, não consegui comer nada, mesmo com ela me incentivando. Estava me sentindo anestesiada, passei mais alguns dias como se estivesse em coma, não comia direito, não me movia, não saia do quarto. Para mim minha vida tinha literalmente acabado, mas minha mãe insistia em tentar me animar.

Sábado de manhã, ela inventou que almoçaríamos na casa da família Park, legal, ela me colocar justamente em um ambiente em que poderia estar. Não era culpa dela, afinal ela não sabia que a pessoa que eu amava era ele. Antes de sairmos de casa, coloquei meus óculos escuros para esconder meus olhos que estavam inchados de tantas lágrimas, estava vestida com uma regata cinza e uma blusa de tricô branca, calça jeans preta e um all star xadrez que tinha ganhado dele no natal passado.

Quando chegamos, fomos recebidas pela senhora Park, ela estava tão animada e alegre, vestida com um vestido floral amarelo, que a deixava com uma áurea mais jovem. Entramos e nos sentamos na sala, ela achou estranho eu estar de óculos escuros, mas preferiu não questionar. Logo duas pessoas desceram as escadas, eram e ele, eu prendi minha respiração no susto e o olhei, engoli seco e olhei para o lado, estava tentando segurar as lágrimas que começaram a se acumular no canto dos meus olhos.

— Senhora Park — eu disse.

— Oh, querida, pode me chamar de ajumma ou Yejin se preferir. — Ela sorriu levemente.

— Onde fica o banheiro? — perguntei, tentando não olhar para eles.

— Venham vou te mostrar. — Ela me pegou pela mão e me guiou até o banheiro.

Eu entrei e me tranquei, retirei meus óculos e sentei na tanta da privada já deixando as lágrimas caírem. Demorei alguns minutos para me controlar, lavei meu rosto e coloquei meus óculos de volta, respirei fundo e voltei para sala.

— Me desculpem a demora — disse num tom baixo, forçando minha voz não falhar.

— Ah, não se preocupe querida — disse Yejin.

— Você está bem? — perguntou ao se aproximar de mim, e me olhou gentilmente.

— Sim — respondi rapidamente, olhei toda a sala e não estava mais lá.

— Ah, que pena que seu filho não pôde ficar — disse minha mãe tentando descontrair o ambiente puxando um novo assunto, ela era mestre em desviar a atenção das pessoas para ela, quando eu precisava.

— Sim. — Yejin desviou sua atenção para ela. — Ele disse que as obras na cafeteria estão com alguns problemas, então está ficando mais lá do que em casa.

Elas começaram a conversar sobre muitos assunto, até que Yejin a arrastou para cozinha para terminar de preparar o almoço. Eu permaneci com minha atenção voltada para o chão, e ao me lado me olhando em silêncio, ele se aproximou um pouco mais e segurou em minha mão suavemente.

Senti a primeira lágrima cair novamente, ele me puxou para mais perto e me abraçou. Fiquei sem reação à primeiro momento, mas aquele abraço me fez me lembrar do dia em que ele me salvou, senti o mesmo sentimento de segurança com aquele abraço, como quando criança. Não aguentei segurar as lágrimas, e chorei em seus braços.

— Me sinto mal em te ver assim. — Ele respirou fundo e, aproximando um pouco mais, sussurrou em meu ouvido. — A partir de hoje, não iremos mais ser noivos.

“Suas últimas lágrimas estão rasgando fora todo o meu coração...
Todo o meu coração.
Rasgando, afastando.”
- Romantic / SHINee

 

~Continua~


N/A: Me desculpem a demora na atualização desta, mas estava meio sem ideias do que escrever nela, mas depois de uma playlist bem “choram as rosas” de SHINee e TVXQ, felizmente graças a Deus consegui escrever mais um capítulo. Prometo tentar escrever mais vezes. Então, to be continued...


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