OTHER: Finally 16th, por Pâms

Finally 16th
FINALLY 16TH
por Pâms
"Tudo que aconteceu em minha vida foi normal e sem graça, até que mudei para Daejon e conheci aquele pesadelo." — Me
Gênero: Romance - Colegial
Dimensão: Longfic
Classificação: PG-13
Aviso: Songfic / POV alternado, nomes e sobrenomes que aparecerem são fixos.​
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CAPÍTULO 1


“Meu reflexo estava na janela do trem,
Enquanto eu embarcava numa nova cidade.”
- All My Love Is For You / Girls Generation

Sou filha de um casal bem misturado, meu pai é um coreano que cresceu nos Estados Unidos e minha mãe uma brasileira que cresceu na Itália, eles se casaram há 18 anos, dá pra ver como ainda são apaixonados um pelo outro, mesmo depois de tantos anos e muitas dificuldades. Eu sou a mistura dos dois que nasceu na Austrália e meu irmão Jinho de 10 anos é a mistura que nasceu em Tóquio, no Japão.
Nosso pai trabalhava em uma multi concessionária, ele era um membro da diretoria muito competente, acho que esse era um dos motivos para que mudássemos tanto de país, sempre que surgia um problema em alguma filial era ele quem resolvia.
Meus pais se conheceram em uma viagem que meu pai fez ao Brasil, ele conheceu a minha mãe em uma cafeteria de um shopping onde ela trabalhava. Mesmo meus avós não aceitando muito, eles se casaram e graças a isso estou completando 16 anos nesta data.
Deveria ser uma data alegre, mas descobri que depois de 6 meses tentando me adaptar à nova rotina que tínhamos em Lisboa, mudaríamos novamente. Nosso destino seria Coreia do Sul, moraríamos em Daejon, há 150km da capital Seoul. E nesta altura do ano letivo europeu, eu seria a mais prejudicada com essa mudança.
Enquanto meu irmão estudaria em uma escola perto de onde moraríamos, eu iria estudar na Daejon Cho High School, uma escola particular onde o dono era amigo de infância dele, nem quero imaginar como será meu primeiro dia de aula. Quando appa estacionou o carro da empresa que ficaria à disposição dele, nós descemos e logo fiquei desmotivada. Depois de tantas casas lindas e espaçosas, moraríamos em um apartamento.
Entramos no edifício, um rapaz que ficava na recepção nos cumprimentou e ajudou a carregar as bagagens, como sempre nos mudávamos, então não acumulávamos muita coisa. Quinto andar, apartamento 502, dei um suspiro desinteressado ao sair do elevador, ao me distrair acabei derrubando minha pasta de desenhos.
— Eu te ajudo — disse um homem ao se aproximar, ele pegou e me entregou. — Aqui.
— Oh, obrigada. — Eu me curvei em agradecimento, meio sem graça, ainda não tinha me acostumado com o lado mais formal, pois sempre era tão informal com meus pais.
— Espero que se acomodem bem. — Ele deu um sorriso de boas-vindas que me fez ficar encantada.
— Obrigada — disse minha mãe ao se posicionar ao meu lado. — O senhor mora aqui também?!
— Sim. — Ele abanou a cabeça. — Meu nome é , se precisarem de ajuda.
— Agradecemos, mas está tudo sob controle. — Minha mãe se curvou de leve. — Vamos, querida.
Nos despedimos dele e fomos até nossa porta, demorou em pouco para appa configurar o sistema de segurança e escolher a senha da fechadura. Quando entramos, o apartamento estava pronto, todo decorado e mobiliado num estilo simples, mas com uma certa sofisticação como minha mãe gostava.
Uma notícia boa?! Três quartos, ou seja, eu teria minha privacidade. Isso me deixou mais animada, quando, quando entrei no meu quarto reconheci rapidamente a colcha de patchwork que a vovó Margarida tinha me dado de presente de aniversário, senti que podia fazer daquele pequeno espaço o meu novo refúgio do mundo. Abri as malas e comecei a organizar minhas roupas no armário, ao final olhei para meu amigo de infância um gato de pelúcia que eu chamava de Heebum, retirei da mala e o coloquei em cima da cama.
Abri as cortinas e deixei o vento entrar, ainda era dia, acho que estava quase na hora do almoço. Terminei minha arrumação e fui para cozinha, omma estava preparando um lanche rápido para o nosso almoço.
— Veio me ajudar? — perguntou ela, quando entrei.
— Sim, por onde começo? — Eu sorri.
— Pegue os pratos e os copos naquele armário. — Ela apontou para a minha esquerda. — Coloque na mesa de jantar para mim.
— Tudo bem!
Não demorou muito, e finalmente fizemos nossa primeira refeição na nova casa. Não tínhamos muita coisa para fazer nesse primeiro dia, então minha mãe nos fez ir as compras com ela no mercadinho que havia perto de casa.
A noite chegou, eu estava no meu quarto trocando mensagens com minha única amiga real, Sunny. Eu conhecia ela de uma temporada que morei no rio Grande do Sul no Brasil, e continuamos a ser amigas sempre mantendo contato através do mensenger do facebook.
Quando o sol saiu, senti que meu corpo não queria se desfazer do conforto da nova cama. Eu ainda estava com sono, tinha ido dormir tarde, após passar horas conversando com a Sunny. Me levantei assim que o despertador tocou pela 3ª vez, me alonguei, espreguicei e até pensei em me deitar novamente, mas um toque na porta me alertava que era minha mãe garantindo que eu havia acordado.
— Estou me arrumando — eu disse.
Me arrumando?! Nem consegui me arrumar direito, pois a troca de olhares que eu tinha com minha cama eram tão intensos. Quando cheguei na cozinha segurando a mochila, minha mãe me convenceu a acordar me dando uma xícara de café.
— Aqu,i querida. — Ela esticou o copo e sorriu.
— Komaweyo omma. — Eu peguei, estava meio quente.
— Hum, se quiser posso levar você e seu irmão de carro.
— Não! — eu a olhei, tomei todo o leite e coloquei o copo em cima da mesa. — Prefiro ir sozinha.
Não queria passar por algum constrangimento por causa da minha mãe. Eu saí primeiro depois de muitas observações da minha mãe sobre o caminho e como eu deveria me comportar no meu primeiro dia.
Uma curiosidade, o sistema educacional coreano é um pouco diferente, as aulas começaram em março e se finalizavam em fevereiro, tendo recesso em meados de julho agosto por causa das férias de verão, e finais de dezembro para as férias de inverno, por causa do natal e ano novo. Eu finalmente iria conhecer a linda rotina dos alunos asiáticos que estudavam as vezes até quase 18hrs por dia. Minha aula seria das 7:30 da manhã até às 17hrs da tarde, animador passar pouco mais de 9 horas estudando. Bem aquilo era uma realidade em minha vida, como não fazia amigos nos lugares que morava, meu passatempo era livros e estudo.
Era legal começar a estudar em plena segunda-feira, e foi neste mesmo dia que minha vida entrou em um ritmo de adrenalina. Quando cheguei na escola, fui diretamente para secretaria, precisava assinar alguns documentos e pegar minha folha de horários. Em um leve momento de distração procurando meus documentos na mochila que me fizeram trombar em uma pessoa, derrubando minhas coisas no chão.
— Yah! — disse o garoto num tom alto e rude.
— Ah, me desculpa. — Eu olhei me curvando e abaixei para pegar tudo que tinha caído.
— Olha por onde anda, novata. — Ele se abaixou e pegou justo meu passaporte e leu. — . — Ele esticou a mão, me entregando, com um sorriso prepotente.
— Obrigada. — Me curvei de novo e, quando fui pegar, ele deixou cair de propósito.
— Ops. — Ele deu um riso.
, yah, vamos — gritou um menino que estava perto da escadaria.
— Vou me lembrar disso, novata estrangeira. — Ele saiu tranquilamente, reparei que em sua mão ele balançava uma corrente de prata.
— Belo primeiro dia — sussurrei para mim, enquanto pegava meu passaporte.
Após preencher o resto dos papeis que faltava, uma senhora muito simpática me deu minha folha de horários e me disse onde era minha sala. Ao chegar na porta outra surpresa, mas esta era boa, o professor era o senhor super legal que havia oferecido ajuda na noite anterior, .
— Annyeonghaseyo! — eu sorri e entreguei o papel da minha transferência.
— Seja bem vinda. — Ele sorriu com gentileza. — Novamente.
— Obrigada. — Eu entrei e me sentei em uma carteira ao lado da janela, dava vista para o pátio central e a quadra de esportes, bem debaixo de uma árvore, deitado em um banco, estava o pesadelo de nome , com mais quatro garotos, incluindo o da escadaria.
— Aqueles são o Prince Line, se acham os donos da escola — disse o menino que estava sentado na minha frente em um tom amargo.
— Percebi. — Eu respirei fundo, desviando meu olhar para ele.
— Prazer, sou ! — Ele sorriu gentilmente, seu olhar era sereno e ao mesmo tempo profundo.
— Meu nome é , mas pode me chamar de .
Ele se virou para frente, o professor iria começar a explicar uma importante matéria, e super chata também, derivadas. Mesmo tendo um professor tão lindo e gentil, eu não conseguia me conformar com essa matéria chata, passou algumas horas e mais diversas matérias e exercícios, eu não conseguia me concentrar, até que começou a me ajudar. Acho que meu cérebro estava meio travado por causa da recepção na secretaria.
No intervalo eu e sentamos em uma mesinha perto do refeitório, ele era realmente gentil e super educado, me contou um pouco como era a rotina de estudos no país e me deu algumas dicas para que eu pudesse me adaptar com facilidade. Nossa conversa estava interessante até o grupinho se aproximar, comecei a respirar fundo vendo aquele presunçoso vir em nossa direção.
— Novata estrangeira — disse ao se aproximar, sentando ao meu lado ficando de costas para a mesa encostando-se à ela.
— O meu nome é… — Eu olhei, tentando manter minha educação.
. — Ele me interrompeu. — Eu sei.
Os amigos dele se encostaram à parede que tinha perto e ficaram nos olhando.
— Desculpe, mas está nos atrapalhando — disse com uma voz séria.
— Ha...ha...ha… — deu uma gargalhada e se virou para ele. — Quem é você? Namorado dela?
— O quê? — Eu me levantei. — Ele é meu amigo, e você está realmente nos atrapalhando.
— Não vou demorar. — Ele se levantou e me encarrou. — Graças a você me atrasei para aula, e isso me custou uma punição.
— Eu já pedi desculpas. — Olhei, não demonstrando fraqueza.
— Suas desculpas não são suficientes. — Ele pegou a maçã que estava na minha bandeja. — Nos vemos na saída.
Eu fiquei parada por um momento sem reação, após eles saírem, se aproximou de mim.
— O que você fez?
— Eu trombei nele quando fui a secretaria, mas pedi desculpas. — Eu o olhei, meio sem entender.
— Bem, ele não é muito de aceitar desculpas. Como eu disse, eles se acham os reis da escola.
Eu respirei fundo tentando não ficar revoltada, não podia criar problemas, não no primeiro dia, o que meus pais pensariam? eu era o orgulho deles. Voltamos para sala para mais uma jornada e exercícios, pediu dispensa mais cedo, ele tinha que ir ao médico pegar uns exames para sua mãe.
Passei o resto da aula tentando me concentrar nas tarefas de geometria e literatura, mas estava tão hipnotizada pelo professor que até perdia noção do tempo e espaço. Quando me dei conta já era 17:30 e todos da sala já haviam ido quando o professor veio me chamar para realidade.
— Ah! — disse ao acordar do transe.
— Estava me ouvindo? — perguntou ele.
— Oh, desculpa o que disse?
— Está na hora de ir. — Ele deu um sorriso.
— Ah, sim. — Eu curvei a cabeça. — Obrigada!
— Até amanhã. — Ele se afastou e pegou sua porta e saiu.
Eu me espreguicei e comecei a guardar minhas coisas quando meu estojo de lápis caiu, senti que alguém havia pegado e esticando para mim, eu peguei, agradecendo, guardei e quando olhei de volta...
— Você?
— Eu disse que voltaria. — estava sentado na mesa da frente, me olhando.
— Veio sozinho? — Eu olhei para porta e um dos seus amigos estava lá. — Ah, claro que não. O que você quer?
— Cobrar sua dívida. — Seu olhar era sereno.
— Dívida? — Eu o olhei, indignada. — Te conheci hoje de manhã e já tenho uma dívida?
— Como eu disse, levei punição por sua causa. Você tem uma dívida comigo.
— Foi um acidente. — Eu me levantei e olhei sério. — Não pode me culpar.
— Posso, a culpa foi sua. — Ele se levantou, se mantendo parado em minha frente.
— Não mesmo. — Eu peguei minha mochila e coloquei nas costas. — Se continuar me perseguindo, eu delato ao diretor.
— Eu sou o melhor aluno desta escola, meu pai é o dono, em quem acha que vão acreditar? E pior, ele poderá te expulsar por tentar espalhar conflito e difamar um aluno que só foi prejudicado desde o primeiro momento que você chegou aqui.
— Não acredito. — Eu respirei fundo, queria poder jogá-lo pela janela.
— Te vejo amanhã então. — Ele caminhou até a porta. — Ah, diga ao seu namorado para não interferir.
— Ele não é meu namorado.
— Que seja. — Ele saiu, rindo.
Eu engoli seco aquelas palavras, não iria me curvar a ele, jamais. Voltei para casa transbordando raiva, quando cheguei estava tão revoltada que tinha perdido até a fome, que garoto abusado e insolente.

“Mostre seu lado selvagem,
Isto é legal e penetrante,
Meu garoto~ Tirem os garotos do sério!”
- The Boys / Girl’s Generation


N/A: Minha primeira fic colegial, espero que gostem!!!!


CAPÍTULO 2

“Apareço como o vento, desapareço como fumaça,
Enganando seus olhos
Me aproximo como uma pétala,
E desapareço como um espinho em direção ao seu coração.”
- Danger / Taemin

Minha mãe veio até meu quarto com uma bandeja de lanche, eu tinha tanto trabalho para fazer e queria tanto fugir das perguntas dela sobre o 1º dia de aula que preferi ficar no quarto. Quando ela entrou foi logo perguntando as novidades. Eu fiz alguns rodeios, tentei mudar de assunto, mas acabei cotando a parte sobre e o professor . Pedi a ela para ficar sozinha, tinha tanta matéria para colocar em ordem.
Passei o resto da noite colocando toda minha vida escolar no lugar, nunca tinha feito tanta anotação em um único dia de aula. A parte boa era aquele professor lindo a admirável, a parte má é que sempre me distraía muito olhando para ele.
Tentei me concentrar em absorver tudo o que tinha aprendido, mas a imagem de sempre tomava minha mente, aquele garoto prepotente e ridículo que acha que sou culpada, eu me recuso a aceitar ter uma dívida com ele.
Terminei meus estudos um pouco tarde, maravilha mais uma noite de 4 horas de sono. Dormi muito bem e tive um lindo sonho com meu novo professor, foi até revigorante e acordei bem quando o celular tocou. Mesmo não dormindo muito tempo, senti meu corpo leve e descansado, me levantei, troquei de roupa colocando meu uniforme e fui para a cozinha tomar café.
Appa como sempre havia saído primeiro, minha omma já havia saído com JinHo. E quando você pensa que seu dia não vai te surpreender, eu me perdi na estação e peguei o metrô na direção errada. Tinha que acontecer isso justo hoje, teríamos teste de aptidão na aula de educação física logo no 1º horário.
— Oh, não! — disse para mim mesma tentando não chorar.
Peguei o metrô na direção certa depois de esperar por quase 20 minutos. Fui correndo até chegar no portão da escola que já estava fechado.
— Senhor, por favor me deixe entrar — eu gritei.
— Me desculpe. — O homem com cabelos grisalhos se aproximou. — Mas não poderá entrar.
— Senhor, esse é meu segundo dia, não posso ficar fora da escola.
— Não posso fazer nada, esse portão não abrirá.
— Por favor. — Eu segurei na grade, estava meio desesperada. — Eu peguei o metrô errado.
— Senhor Kim — disse alguém, se aproximando. — O que está acontecendo?
— Ah, jovem príncipe. — Ele se virou e eu pude ver o rosto da pessoa. — É uma aluna que chegou tarde.
— Interessante — disse ao se aproximar mais. — Novata estrangeira.
— Oh não, você não. — Eu suspirei fracamente, era o que eu menos queria naquele momento.
— Senhor Kim, esta aluna deveria estar em um lugar muito importante.
— Jovem príncipe?! — Ele me olhou, não entendendo.
— Pode abrir o portão para ela. — Ele me olhou.
— Não — eu gritei no impulso. — Eu prefiro suspensão.
— Acho que não tem escolha, sua turma já está na quadra, e se não chegar terá um castigo e tanto, quer mesmo isso?
— Droga — eu sussurrei. — Não — concordei com ele. — Não quero.
O senhor Kim abriu o portão e eu entrei, parei frente , ele estava com um sorriso debochado no canto do rosto, ficamos nos encarando por alguns instantes até que...
— Acho que ainda está atrasada — disse ele.
— Por que fez isso? — eu perguntei.
— Te vejo na biblioteca no intervalo. — Ele saiu andando. — Ah, agora você me deve duas vezes.
Eu gostaria de ter dado uma boa resposta a ele, mas estava mesmo atrasada. Saí correndo em direção à quadra, aquela aula era importante para mim. Quando cheguei levei uma bronca do treinador Lee, que me mandou ir correndo trocar de roupa. Me troquei o mais rápido que pude no vestiário e saí correndo de novo para quadra.
— Como conseguiu entrar? — perguntou ao chegar perto de mim.
— Se eu contar não vai acreditar. — Eu o olhei.
— Me surpreenda.
— Uma palavra. — Eu respirei fundo. — .
— Como?
— Digamos que ele tem influencias pela escola.
— Típico, só porque é filho do dono. — bufou, deu pra perceber sua frustração.
— Mais uma coisa para ele dizer que eu devo.
Acho que não vou aquentar isso. O professor nos mandou formar duas filas, uma de meninas e uma de meninos, ele iria testar nossas habilidades para separar os alunos por esportes. Eu fiquei na modalidade do basquete, eu realmente era boa isso, ainda mais por que tinha aprendido na temporada que morei em Chicago nos Estados Unidos.
Passaram-se algumas horas e finalmente havia chegado a hora do intervalo, eu fiquei em dúvida se iria ou não me encontrar com . Decidi não ir, para mostrá-lo que não cederia às suas chantagens e loucuras sobre dívidas. Me sentei no pátio em baixo de uma árvore, estava com meu sketch book desenhando um pouco.
— Quem você pensa que é? — disse uma voz conhecida, parando em minha frente.
— Quem eu penso que sou? — Eu me levantei e o olhei firme. — Não vou ceder às suas vontades.
— Ah!? — Ele se aproximou mais de mim, eu recuei um pouco até encostar na árvore, seu olhar era um pouco intimidador, pude ver que ele não estava bem com que eu tinha feito. — Corajosa. — Ele se aproximou ainda mais de mim, eu podia sentir sua respiração, nossos olhos encontrados, ele possuía um olhar profundo que em fazia perder o foco. — Mas eu não aceito não, como resposta. — Ele ergueu sua mão direita e tocou de leve em meus cabelos, lentamente foi percorrendo de leve em meus cabelos, lentamente percorrendo sua mão pelo meu ombro, braço, até que chegou até meu sketch book. — Da próxima vez não se faça de difícil. — Ele pegou meu sketch book e se afastou. — Te devolvo no final da aula.

“Me apaixonei por você,
Mas gostaria de ter pelo menos metade da sua personalidade
Em outras palavras, você é uma menina má, mas eu me sinto atraído por você.”
- Yeowooya / Lunafly

Eu fiquei paralisada com aquilo tudo, respirei fundo e senti um cheiro suave e doce, era seu perfume que ainda havia permanecido no ar. De repente voltei a realidade, aquele garoto sabia como me deixar revoltada. Voltei do intervalo para a sala e me sentei ainda querendo arrancar o pescoço dele. sentou na sua habitual carteira que ficava na minha frente.
— Está tudo bem? — perguntou ele.
— Acho que não.
— Até imagino por quê. — Ele olhou para janela, eu segui seu olhar e vi em sua aula de esporte na quadra.
— Não quero falar sobre isso. — Eu virei minha face para o quadro, nem percebi que o professor já estava na sala.
Ele começou a aula falando sobre capitalismo e a economia atual coreana, enquanto explicava as anotações que fazia no quadro, eu escrevia e fazia minhas anotações como de costume, seria mais uma aula, em que eu teria que escolher entre estudar ou ficar somente admirando o professor.
era tão simpático e atencioso com todos, que pude perceber que eu não era a única aluna que suspirava por ele. Um professor muito estiloso e charmoso, aparentava seus 30 ou 35 anos, quem me dera se eu tivesse pelo menos uns 23 ou 25, não teria dúvidas em demonstrar um certo interesse por ele. Será que tinha namorada? Ou esposa? Eu não deveria pensar nisso, não deveria nem mesmo me deixar viajar naquele olhar cativante que ele tinha, eu era uma aluna que deveria me focar nos estudos, afinal teríamos uma importante prova na próxima semana e muitas matérias para absorver.
Eu senti como se estivesse ejetando o Google no meu cérebro, e uma leve dor de cabeça começou a me atrapalhar. As horas se passaram e ao final da aula, após todos se despedirem, e irem, peguei minhas coisas joguei na mochila e saí da sala, passei pelo corredor tranquilamente, porém quando cheguei nas escadas estava lá me esperando.
— Novata estrangeira. — Ele deu um sorriso de canto.
— Meu nome é….
. — Ele me interrompeu. — Eu sei.
— Então por que insiste em me chamar assim? — Eu o olhei meio furiosa, detestava quando me chamavam de novata ou estrangeira.
— Porque eu gosto de ver você assim, fica muito mais bonita quando está brava. — Ele deu um riso baixo. — Não diga isso ao seu namorado, ele pode ficar com ciúmes.
— Ele não é meu namorado.
— Que seja. — Ele deu de ombro e olhou para trás, era seu amigo dando sinal para ir. — Bem, eu não posso demorar agora, toma isso. — Ele esticou um papel.
— O que é isso? — Eu peguei o papel e li. — Trabalho de francês? — Eu o olhei. — Você não quer que eu faça né?!
— Que bom que entendeu sem que eu tivesse que explicar.
— O quê?! — Eu o olhei, indignada. — Eu não vou fazer.
— Vai sim. — Ele tocou em meus cabelos novamente, eu retirei a mão dele. — Soube que é boa em francês, preciso de pontos extras em línguas estrangeiras, e você ainda me deve, duas vezes.
— Ok. — Eu queria acabar com aquilo, duas dívidas, significava que eu teria que fazer duas coisas, não queria mesmo fazer, mas queria me livrar rápido dele.
— Sabia que aceitaria. — Ele piscou de leve para mim e saiu.
— Yah!? — eu gritei.
— O quê? — Ele se virou.
— Meu sketch book!
— Eu o perdi. — Ele me olhou tranquilamente.
— O quê? — Eu fiquei em choque, meus desenhos perdidos.
— Até amanhã e não se esqueça do meu trabalho.
Ele saiu rindo, tudo que eu mais queria era rasgar aquela folha dele, mas isso seria mais uma desculpa para ele me perseguir. Não acreditava que ele tinha perdido meu sketch book, meus desenhos, não acreditava. Eu queria matar ele, como uma pessoa que eu conhecia há dois dias pudesse me deixar com tanta raiva.
Cheguei em casa transpirando revolta, até minha omma percebeu que meu humor estava inativo. Me tranquei no quarto, não estava para mais ninguém, tinha tanto o que estudar, o professor queria dar um teste antecipado para testar nossos conhecimentos para a prova mensal de destaque escolar. Além do trabalho daquele tirano filho da mãe, que eu teria que fazer, como será que ele tinha descoberto que eu sabia francês?
Isso não importava naquele momento, a cada tópico do trabalho dele minha raiva aumentava, ainda mais quando me lembrava da forma que ele se aproximou de mim na árvore, ou pior naquele perfume que tinha bambeado meus sentidos.
No relógio batia 23 horas e eu estava quase caindo da cadeira, acho que tinha cochilado sentada, foi neste momento que minha mãe bateu na porta, eu levei um susto tão grande que realmente caí.
?! Está tudo bem? — perguntou ela, demonstrando preocupação.
— Estou! — eu gritei, me levantando. — Estou indo. — Caminhei com dificuldade até a porta, minha bunda estava doendo.
— Ah, querida — disse omma, quando eu abri. — Trouxe um lanche, você ficou trancada aqui desde que chegou.
— Muitos deveres. — Eu peguei a bandeja que estava na sua mão. — Mas komaweyo omma. — Dei um beijo em seu rosto e fechei a porta em seguida.
Com certeza minha omma não entendeu nada, mas eu tinha muitos problemas que não queria falar com ela. Comi aquele lanche gostoso, acho que a melhor hora do meu dia estava sendo aquela, o que a comida não faz com meu humor.

* POV — on *
Eu estava deitado em minha cama olhando o teto, não conseguia parar de pensar em tudo que havia acontecido nos últimos dois dias, a escola este ano parecia que seria tão chata, até que ela apareceu. Confesso que foi proposital ter trombado nela na secretaria, estava tão distraída mexendo na mochila, que nem me viu me aproximar. Aquela novata estrangeira.
— Meu nome é — disse, imitando-o enquanto ria.
Era engraçado perturbá-la, seu rosto ficava mais iluminado quando deixava transparecer a raiva, e como ela ficava com raiva tão fácil perto de mim. Me levantei e fui até minha mochila, abri e retirei o sketch book dela.
— Então, agora vamos ver o que tem aqui — disse, indo até minha cama novamente.
Me deitei meio inclinado encostando minhas costas na almofada, comecei a folhear, ela desenhava muito bem, fiquei admirado com seus traços leves e suaves. Passei um bom tempo olhando bem devagar cada página, ela tinha talento para desenho artístico.
Fechei o sketch book e o coloquei na mesa de cabeceira do lado, peguei meu celular e abri o kakaotalk, tinha algumas mensagens no grupo de conversa Prince Line. Ignorei um pouco os comentários do MiJun sobre eu ter pedido ela para fazer meu trabalho de francês. Bem eu já tinha feito aquele trabalho, mas eu queria ver como ela reagiria se eu pedisse, não imaginava que ela faria, isso me deixou impressionado.
Fiquei pensando no meu próximo pedido, essa desculpa de dívidas foi genial da minha parte, voltei para a página inicial do kakaotalk e fiquei olhando para o nome dela, será que eu deveria mandar uma mensagem de boa noite?  
— Hum. — Me espreguicei um pouco. — Acho que vou dormir.
Coloquei o celular ao lado do meu travesseiro e me deitei direito me cobrindo com o lençol, fechei meus olhos sorrindo um pouco, estava curioso pelo dia seguinte.
* POV — off *

E com isso concluímos a terceira noite em claro, e eu tinha certeza que isso iria me deixar de mau-humor e louca o dia todo. Amanheceu e tomei um banho relaxante, coloquei meu uniforme e fui para a escola, minha sorte é que finalmente tinha decorado o caminho e as estações que desceria.

“Meus pensamentos são muito para você, eu não sei o que fazer
O que eu vou fazer comigo mesmo?
Você tem que algo que eu preciso.”
- Seeing You Or Missing You / Lunafly


N/A: Eu não faria esse trabalho!!!! *-* To be continued...


CAPÍTULO 3


“Quando olho, parece um labirinto,
Quando pego é como areia e o tempo passa
Na minha mente, como uma névoa,
Como peças espalhadas de um quebra—cabeças, enigmático.”
- Danger / Taemin

Quando cheguei na porta da sala, já estava me esperando, eu respirei fundo ao vê-lo, acho que em minha mente eu conseguia ver sua morte em 100 maneiras diferentes. Ele estava encostado na parede de braços cruzados me olhando.
— Aqui está, formatado e imprimido. — Eu estiquei uma pasta para ele.
— Nossa. — Ele pegou, admirado. — Além das minhas expectativas.
— disse , se aproximando. — Está tudo bem?
— Sim. — Eu o olhei. — Bom dia, .
— Hum. — deu uma risada irônica. — Vou deixar o casal à sós.
— Ele é meu amigo — eu disse, meio estressada com ele.
— Se você diz. — Ele se afastou da parede. — Te vejo na quadra no intervalo.
Ele saiu andando eu respirei fundo controlando minha raiva.
— Ai, que raiva. — Eu bufei. — Me desculpe, .
— Não precisa se desculpar. — Ele segurou de leve em minha mão e sorriu. — Fique calma, ele não merece isso.
— Obrigada. — Eu dei um sorriso fraco, era tão gentil comigo, ao contrário do , eu me sentia bem ao lado dele.
— Vamos entrar?
— Sim.
Nem sentamos direito e o professor entrou na sala nos mandando abrir o livro de álgebra, por que eu teria mesmo que estudar aquilo naquela hora da manhã? percebeu que eu estava passando mal, e pediu ao professor para me levar a enfermeira. Andamos lentamente pelos corredores até chegar, eu realmente estava com a pressão baixa e meio zonza, será que era estresse demais? Quando cheguei só consegui ver a luz da enfermaria e logo tudo se apagou.
Quando abri meus olhos, estava deitada na maca que tinha lá, tomando soro na veia, acho que estava mesmo mal.
— Você está melhor agora? — perguntou , sentando ao meu lado.
— Oh! — Eu o olhei. — Acho que sim, ainda estamos na escola?
— Sim, a enfermeira foi reportar ao diretor. — ele estava segurando em minha mão, como era doce e gentil.
— Obrigada, por ter ficado comigo.
— Eu até gostei de ficar aqui. — Ele me olhou com carinho. — Você sorri enquanto dorme.
— Por quanto tempo fiquei apagada?
— Umas duas horas. — Ele levantou minha mochila. — Enquanto a enfermeira estava cuidando de você, peguei nossas coisas na sala.
— O que a enfermeira disse?
— Que talvez deva ser estresse ou exaustão por causa da sua nova rotina, como é seu terceiro dia aqui, seu corpo ainda não se acostumou.
— Hum, pode ser mesmo. — Eu desviei meu olhar para a porta e lá estava ele, encostado na parede de braços cruzados, a causa dos meus problemas. — !?
— Você está bem? — Ele entrou caminhando até nós. — A escola inteira está comentando.
— O que está fazendo aqui? — eu perguntei.
— Vim ver se estava bem.
, eu vou buscar algo para você comer, a enfermeira disse que você precisaria se alimentar ao acordar. — soltou minha mão lentamente, era como se ele não quisesse se afastar. — Eu já volto. — Se levantou.
— Espero que não fique com ciúmes se eu ficar aqui até voltar — disse num tom de provocação.
— Nós somos amigos, mas isso não é da sua conta. — se afastou e saiu, era impressionante, até mesmo uma resposta rude parecia tão sutil ao sair dele.
— Viu, ele não é meu namorado. — Eu o olhei, séria.
— Se você diz. — Ele permaneceu parado em minha frente. — O que aconteceu? Com você?
— Você aconteceu — sussurrei olhando para janela, respirei fundo. — Estresse, meu corpo reagiu assim.
— Parece que não dorme há dias.
— Está tão visível? — Eu o olhei.
— Sim. — Ele sorriu de canto. — Mas até que mesmo com olheira você continua bonita.
— Hum. — Tentei ignorar aquilo que parecia um elogio. — Acho que ainda não me adaptei ao ritmo escolar coreano.
— Tenho certeza que seu namorado irá te ajudar.
— Já disse que ele não é meu namorado — eu gritei.
— Não é o que parece, não da parte dele. Mas enfim, espero que melhore. — Ele caminhou até a porta. — Logo teremos um baile de primavera.
Assim que ele saiu, voltou com uma bandeja nas mãos, ele havia levado um sanduíche, suco de laranja e maçã. Eu comi meio que sendo incentivada por ele, logo na hora de ir para casa, meus pais foram me buscar, eles conversaram com o diretor, o professor e a enfermeira. Acho que eu havia ganhado o direito de ficar em casa por dois dias. O lado bom é que o professor iria me explicar as matérias na minha casa à noite, e eu ficaria dois dias sem na minha vida.
Me despedi de antes de entrar no carro do appa, minha omma o convidou para jantar em nossa casa no sábado, mesmo ficando com vergonha pelo convite eu percebi seus olhos brilharem um pouco. Comecei a me perguntar se estaria certo e estaria interessado em mim.
, por que a cada 10 pensamentos 9 envolvia ele?

“Eu preciso de você, garota
Por que eu me apaixono e
Digo adeus sozinho?
Eu preciso de você, garota
Por que eu preciso de você mesmo sabendo que vou me machucar?”
- I Need U / BTS

* POV — on *

Eu estava feliz por ter sido convidado pela mãe dela, nos conhecemos há três dias e eu não conseguia deixar de me sentir atraído pela sua simpatia. era uma garota que despertava muita curiosidade em mim, eu queria realmente conhecê-la mais, passar mais tempo conversando com ela. Nossos intervalos no pátio eram tão cheios de assunto, ela falava sobre tudo, até mesmo Champions League da UEFA.
Eu confesso que me sentia irritado toda vez que se aproximava dela, principalmente hoje na enfermaria, não suportava aquela arrogância dele.
— Espero que não fique com ciúmes se eu ficar aqui até voltar — disse, imitando a voz dele, fazendo uma careta. — Idiota.
Desde o primeiro dia, ele estava me chamando de namorado dela, mas olhando agora, não era uma má ideia. era uma garota de uma beleza simples, mas um sorriso de gravar na memória, seu olhar era profundo e tinha uma ponta de brilho, sua voz doce, porém firme, era inacreditável uma garota gostar de games e mangás como ela gostava. Ela era única e especial.

* POV — off *

Quando chegamos em casa, minha omma fez ramem para o jantar, comi e fui para o quarto, meus pais ainda estavam preocupados, mas eles sempre respeitavam meu espaço. Logo na hora de dormir minha mãe veio me ver, conversamos um pouco sobre a rotina na escola. Eu a tranquilizei, dizendo que eu me adaptaria em uma semana como de costume.
Ela ficou me perguntando sobre , como ele era comigo, se ficávamos perto no intervalo. Muita curiosidade para pouca pessoa, eu me desviei de todas as perguntas e dei a desculpa que estava com sono. Bem, eu estava mesmo cansada, quando ela saiu do quarto, me joguei na cama e fechei os olhos, merecia mesmo uma boa noite de sono.
No dia seguinte acordei na metade do dia, fazia tempos que isso não me acontecia, me levantei espreguiçando. Ao chegar na sala vi um bilhete da omma deixado na mesa de centro, ela tinha deixado meu almoço no microondas, almocei e voltei para o quarto. Peguei meu celular e tinha uma mensagem de no kakaotalk, nós tínhamos trocado os contatos para nos comunicar melhor.
Minha sorte é que estava no horário do intervalo, trocamos algumas mensagens, deixei meu celular em cima da cama e liguei o meu notebook, coloquei minha playlist do EXO para tocar enquanto desenhava um pouco em algumas folhas de ofício soltas. Quando a noite chegou appa e omma chegaram juntos com Jinho, não demorou muito e o professor tocou em nossa porta. Ele estava com sua maleta, sentamos na mesa do jantar e ele começou a me passar toda a matéria dos dois dias me explicando de forma rápida e superficial os pontos mais importantes.
E como sempre eu passei 50% do tempo admirando aquele sorriso tímido que ele tinha, passou um tempo até que ele recebeu uma mensagem, tivemos que acelerar as últimas tarefas e ele se foi. Após o jantar, ajudei omma com a louça suja, nós conversamos mais um pouco sobre minha saúde, quando terminamos voltei para meu quarto e fui dormi. Amanheceu o dia, uma linda sexta—feira de chuva, felizmente eu amava o clima chuvoso e não iria a aula também. Isso sim era boa notícia, ajudei omma a organizar a casa, meu appa traria um amigo de infância para o jantar de hoje, já não bastasse ela estar ansiosa pelo jantar com o , mais do que eu por sinal, graças ao appa hoje também teríamos visitas.
As horas se passaram, e à noite os convidados do appa chegaram com ele, eu ainda estava no meu quarto me arrumando. Coloquei uma regata branca com uma camisa xadreza vermelha e um jeans surrado, aquele era meio que um estilo que eu vestia muito em Londres. Saí do quarto e quando entrei na sala meu corpo congelou na hora, havia um rosto conhecido sentado nas almofadas com meu irmão jogando Xbox, um rosto que eu não esperava ver tão cedo.
— Ah, aqui está minha princesa — disse meu pai, dando um largo sorriso. — DongHo esta é a minha filha .
— Prazer, senhor. — Eu sorri de leve.
— Que jovem simpática. — Ele me olhou com gentileza. — E bonita.
— E aquele é , seu filho. — Appa apontou para ele.
— AnnyeongHaseyo. — Me curvei formalmente, ainda não acreditando no que presenciava.
— Oi. — Ele se levantou e caminhou até nós. — Já nos vimos na escola, uma vez.
— Ah, então já se conhecem. — Minha omma me olhou sorrindo, seus olhos estavam felizes.
hyung, vamos terminar nossa partida — protestou meu irmão, vendo que toda a atenção estava sendo voltada para mim.
— Claro. — sorriu de canto e voltou para onde estava sentado.
— Fiquem à vontade. — Minha omma pegou em minha mão. — Vem, querida, me ajude a colocar a mesa.
Eu segui minha omma até a cozinha, demoramos um pouco para colocar os pratos e as travessas com comidas, omma chamou eles e nos sentamos todos à mesa, nossa mesa era redonda de vidro, se sentou justamente de frente para mim. Aquele idiota de sorriso nebuloso, eu notei que ele não parava de me olhar.

“Quanto mais você me perturba
Mais eu gosto de você
E eu não sei porquê.”
- Yeowooya / Lunafly

Após o jantar, appa e o senhor Dongho foram para o escritório beber, meu irmão ficou na cozinha ajudando a omma, era a noite dele. Já eu fui para a varanda tomar um ar, estava mesmo precisando.
— Bonita a decoração — disse ao chegar na porta.
— Minha mãe tem bom gosto. — Eu mantive minha atenção nos prédios iluminados.
— Consegui voltar ao normal? — Ele caminhou até mim e debruçou um pouco no guarda-corpo que era de vidro.
— Longe de você — eu olhei — tudo fica perfeito.
— Nossa. — Ele me olhou, meio ofendido. — E só temos três dias.
— Irônico, não é?
Ficamos parados nos olhando por um tempo até que seu pai o chamou para ir.
— Bem, nos vemos na segunda. — Ele deu um sorriso de canto. — Te desejo boa prova.
— Cínico — eu sussurrei.
— Ah! — Ele se virou. — Você ainda tem uma dívida.
Eu desviei meu olhar engolindo seco, não queria mais olhar aquele sorriso pretensioso dele. Fui para meu quarto, troquei de roupa e me joguei na cama, o sono veio com a mesma rapidez que as horas se passaram, eu mal comecei a sonhar e já estava na hora de levantar. Bem aquilo não era um sonho, estava mais para pesadelo, sonhei que estava fazendo uma prova para aquele idiota do , ainda não acreditava como uma pessoa conseguia me irritar tanto como ele.
As horas se passaram, sábado à tarde levei meu irmão ao parque, nunca o vi tão sociável quanto aquele dia com as crianças que estavam lá. Nos divertimos bastante até que recebi uma mensagem da omma, nos mandando retornar. Quando chegamos em casa, Jinho foi correndo para o banho, eu enviei o endereço do apartamento para , havia esquecido. Ele chegou sozinho, seus pais tinham viajado, estava tão diferente, bonito e descontraído sem o uniforme da escola, vestia uma camisa do Nirvana, uma calça jeans meio rasgada na região da coxa e all star preto. O sorriso gentil carismático era o mesmo.
— Que bom que não se perdeu. — Eu sorri para ele. — Fiquei preocupada, eu não sabia explicar direito o caminho.
— Não se preocupe, nada como o google maps para ajudar. — Ele riu e entrou.
— Omma! — Eu fechei a porta. — chegou.
— Oh! Que bom, bem na hora. — Minha omma o abraçou de leve. — Que bom que veio, fico feliz que tenha arrumado um amigo.
— Bem, é um pouco difícil não ser amigo da sua filha. — Ele me olhou, senti um certo carinho naquele olhar.
— Você que é muito gentil. — Eu sorri, devolvendo o elogio dele.

— Hum. — Meu pai tossiu de leve, se levantando do sofá. — Estamos mesmo felizes por ter vindo.
se curvou em agradecimento, sua educação era admirável. O jantar foi tranquilo, appa sempre perguntando como eu me comportava em sala de aula, e me elogiando com um disfarçado sorriso, omma tinha preparado um jantar meio italiano e muito saboroso. Depois que começamos, eu e juntamos os pratos e levamos para cozinha, ele se ofereceu para ajudar a lavar a louça. Fiquei admirada com isso, conversamos sobre os acontecimentos na escola durante os dias que eu estive fora. Ele me contou que foi visto aos beijos atrás da quadra com uma menina do segundo ano, aposto que se eu tivesse lá ele ficaria me perseguindo com a desculpa da dívida.
retirou seu caderno na mochila e me emprestou para que eu pudesse colocar em dia tudo que tinha perdido, antes dele ir embora minha omma entregou uma pequena vasilha com a sobremesa para que ele levasse para seus pais.

“Meu dia está cheio de você depois de conhecer você
Vendo você ou sentindo sua falta
Meus pensamentos são muito para você, eu não sei o que fazer.”
- Seeing You Or Missing You / Lunafly


N/A: “Ultimate, por que a cada 10 pensamentos 9 envolvia ele?” *—*


CAPÍTULO 4

“O curso de tudo se
Interrompe apenas com o tocar de seus dedos
Parece que eu vejo você por onde quer que eu passe
Você é a resposta,
E eu não consigo voltar atrás agora
Eu não consigo me parar,
Eu apostarei em você.”
- Bad / Infinite
* POV — on *

Foi pura sorte tê-la visto naquele parque pela manhã, mesmo não a deixando me ver, fiquei de longe a observando brincar com seu irmão. Aquele foi um momento raro que pude ver ela sorrindo espontaneamente, e seu sorriso me encantava de uma forma inexplicável.
Naquela noite de sábado me reuni com a Prince Line na casa de Junhae, estávamos fazendo nosso mensal campeonato de StarCraft II. Mesmo sendo meu jogo favorito, havia algo me incomodando, eu estava sentindo falta de alguma coisa. Eu estava me sentindo desanimado e sem vontade de fazer nada, e mesmo gostando de estar entre meus amigos que considerava irmãos, eu não estava feliz naquele lugar.
Voltei cedo para o apartamento na cobertura do meu appa, quando cheguei ele estava conversando com uma “amiga” na sala, virei meu rosto não demonstrando interesse e subi as escadas, me tranquei em meu quarto. Fiquei por horas jogado na cama olhando para o teto pensando qual poderia ser minha próxima forma de cobrar a suposta dívida.
— Desta vez tem que ser alguma coisa mais demorada — eu sussurrei ao olhar para o relógio na parede, olhando as horas.
Eu havia passado mesmo muito tempo afogado em meus pensamentos, todos se resumindo a uma única pessoa, era divertido fazer tudo aquilo.

* POV — off *

Domingo de manhã, acordamos cedo para sair, visitaríamos uma igreja onde um outro amigo do appa era pastor. O lugar era bonito e muito bem decorado, havia um jardim na lateral do templo que tinha alguns desenhos grafitados pelos jovens da igreja no muro, desenhos representando algumas histórias da Bíblia, fiquei impressionada.
Na hora do almoço, fomos convidados por esse amigo para participar da refeição em sua casa. Ele tinha uma esposa super simpática e um filho de 9 anos. Passamos a tarde em sua casa, como sempre enquanto todos os adultos conversavam na sala, eu fiquei com meu irmão e o pequeno MiNam na sala de tv jogando PS3.
Fomos para casa no final da tarde, eu ainda tinha que estudar para prova de segunda, e foi o que fiz até que minha mãe me mandou ir dormir ameaçando cortar a energia do meu quarto. Assim terminou meu final de semana, mais ou menos divertido.

- 6 horas da manhã / Segunda-feira -

E acordei assustada com o despertador do celular tocando, fiquei meio aliviada por não estar atrasada. Deu tempo até para o café da manhã, quando cheguei na escola fui direto para sala, já estava na porta me esperando.
— Meus pais pediram para agradecer pela sobremesa.
— Ah, não foi nada. — Nós entramos, e eu me sentei no meu lugar. — Minha omma adora sair distribuindo doces para os amigos.
— E como foi o domingo? — Ele se sentou de lado e ficou me olhando.
— Almoçamos na casa de um amigo do meu appa, foi legal, estudei um pouco à noite.
Não demorou muito e o professor entrou na sala, e com uma boa notícia, nossa prova de destaque havia sido adiada para terça-feira da próxima semana. Eu fiquei feliz pois teria mais tempo para absorver aquela triste matéria de logaritmo que estava me dando preocupações.
Desta vez a aula foi produtiva, acho que dois dias a mais em casa me descansaram muito, e mesmo que eu me distraísse me imaginando num encontro impossível com o professor , consegui entender todas as matérias que ele havia anotado no quadro, e quanta matéria, cheguei até cogitar a ideia de fotografar ao invés de escrever no caderno. Finalmente o sinal tocou e fomos liberados para o intervalo.
— Vamos sentar no pátio hoje? — perguntou , colocando sua mochila nas costas.
— Ah, não. — Eu o olhei. — Eu vou a biblioteca primeiro se não se importa, mas pode me esperar em alguma mesa.
— Se quiser eu posso ir com você.
— Não precisa, sério. — Eu ajeitei minha mochila e me aproximei dele, dando um beijo de leve em sua bochecha. — Te vejo daqui a pouco.
Eu o deixei sem reação, isso era um fato, mas tinha que passar na biblioteca sozinha, já que o idiota do tinha me mandando uma mensagem que estaria me esperando lá, como será que ele descobriu meu id no kakaotalk? Até aquele momento eu não tinha entrado na biblioteca, fiquei surpresa com tamanha organização, meus olhos brilharam até que uma certa pessoa se aproximou.
— Pensei que não viria — disse , parando ao meu lado.
— Se eu não viesse, me buscaria. — Eu o olhei. — Então, como vou quitar a última dívida?
— Hum. — Ele me olhou tranquilamente, aquele olhar era profundo e tinha um charme que me dava raiva. — Eu tenho um teste de francês e…
— Quer que eu faça pra você?
— Bem. — Ele sorriu de canto. — Eu não tinha pensado nisso. — E rindo: — Queria que me ajudasse a estudar.
Oh! Fiquei sem reação, em todos os sentidos, achei mesmo que fosse uma pessoa que levasse vantagem sobre os outros. Mas olhando assim, ele parecia uma pessoa diferente do que aparentava, como se escondesse algo por trás do status de filho do dono da escola.
— Minha ajuda? — Ainda não conseguia digerir aquilo.
— Está surpresa? — Ele riu mais um pouco. — Não sou tão mercenário assim.
— Ha...ha...ha… — eu caminhei até uma estante e fiquei olhando entre os livros.
— Então podemos começar no final da aula. — Ele se aproximou de mim. — Prometo te levar para casa. — Ele saiu rindo.
— Abusado — eu sussurrei.
Não acreditava que iria passar alguns dias ensinando o básico de francês a ele, durante aquela semana, todos os dias no final da aula eu e nos encontrávamos na biblioteca para estudar francês. Eu ainda achava aquilo tudo uma loucura, mas ele se mostrava atento a cada ensinamento e dica que eu dava.

“Quando eu me ver durante estes tempos
Eu sinto que eu realmente sou jovem
Mesmo com você na minha frente
Eu não sei o que fazer
Pessoas apaixonadas me digam por favor.”
- Hello / SHINee

No sábado ele havia me mandado uma mensagem para ir de manhã em sua casa, e junto com uma mensagem uma foto de um desenho meu que estava no meu sketch book. A princípio eu não ia, mas a curiosidade estava tomando conta de mim, logo após tomar meu café da manhã, avisei minha omma que iria na casa de um amigo estudar, primeiro ela pensou que poderia ser , quem me dera, mas eu expliquei que estava ajudando com a matéria de idiomas.
Quando cheguei na frente de sua casa, toquei a campainha e fiquei esperando no portão que era de grade. Do lado de fora dava para ver o pequeno jardim estilo oriental do lado de fora da casa, havia um caminho de madeira no estilo de um deck até a porta da casa, eu reconheci algumas plantas e fiquei encantada com outras, havia uma árvore bonsai dentro de um vaso de porcelana ao lado da porta, e uma fileira de bambus plantados nas duas paredes laterais da casa, era um jardim muito harmônico que me despertou um forte desejo de desenhá-lo.  
Não demorou muito e abriu a porta, ele sorriu de canto ao me ver e veio abrir, eu entrei me curvando um pouco em cumprimento, olhei para uma das janelas do segundo andar rapidamente e vi uma mulher que parentava ter seus quarenta anos. Nós entramos em silêncio e logo a mulher desceu as escadas.
— Oh! Aqui está ela — disse a mulher. — Que bom que pode vir.
— Hum?! — Eu olhei para , sem entender.
, esta é minha omma, Kim Seoyun — explicou ele, segurando o riso.
— É um prazer conhecer a senhora — eu disse, meio sem jeito, a olhando.
— Eu que fico feliz em ter aceitado almoçar conosco hoje, eu estava mesmo muito curiosa para conhecer a garota de ajuda nosso nos estudos.
— Almoçar?! — Eu olhei para novamente e olhei para ela tentando disfarçar. — Ah, sim, eu que agradeço pelo convite.
— Vou deixar vocês à sós, preciso buscar sua irmã na casa do seu pai e voltar para preparar nosso almoço. — Ela saiu com um sorriso largo em seu rosto, demonstrando animação.
— Almoço? Irmã? — Eu olhei para ele. — Você poderia me explicar agora?
— Se eu te dissesse que minha omma estava te convidando não viria, então.
— Onde está meu sketch book? — Eu cruzei os braços permanecendo séria.
— Eu o perdi, já disse.
— Mas e a foto?
— Ah, eu tirei antes de perder, agora venha, temos que estudar. — Ele pegou em meu braço e me puxou para a sala de estudos, ele me explicou que aquele lugar era o antigo escritório do pai dele, antes dos seus pais se divorciarem.
O lugar era descontraído e muito confortável, deveria ser interessante estudar em um lugar tão legal como aquele, minha concentração seria mais produtiva ali do que na escrivaninha do meu quarto. Nós sentamos no chão, em cima do carpete, e colocamos os livros e cadernos sob a mesa de centro, apoiamos nossas costas no sofá e passamos os primeiros trinta minutos concentrados até que sua omma e irmã chegaram.
— Oppa!!! — disse a garotinha, que aparentava ter seus 7 anos, ao entrar correndo na direção dele. — Senti sua falta.
— Eu também princesinha! — Ele a abraçou e me olhou. — , esta é minha irmãzinha Sunny, ela tem oito anos.
— AnnyeongHaseyo unnie. — Ela me olhou e sorriu de leve. — Ela que é sua namorada, oppa?
— Não! — eu gritei. — Sou uma aluna da escola dele.
— Ela já tem um namorado e não é o oppa — disse ele ao olhar para mim.
— Eu não tenho namorado. — Respirei fundo, tentando não ficar irritada, ele virou o rosto, segurando o riso.
— Princesa, o oppa está estudando, por que você não vai ficar com a omma, prometo que depois do almoço te levo para comprar sorvete.
— Oba! — Ela se afastou dele, com seus olhos brilhando e saiu da sala correndo.
— Muito fofa sua irmã — comentei.
— Sim. — Ele me olhou. — Vocês não estão mesmo namorando?
— O quê?
— É que estão sempre juntos. — Ele desviou seu olhar para o livro tranquilamente.
— Não, não estamos, é meu amigo, e mesmo que se fosse, minha vida pessoal não interessa a você.
— Hum. — Ele riu. — Você fica mais linda quando está assim.
— O quê? — Eu o olhei. — Assim como?
— Irritada. — Ele me olhou com um sorriso leve.
Eu paralisei um pouco com aquele sorriso, mas logo voltei ao meu normal, eu realmente ficava irritada com muita felicidade quando ele estava perto de mim. Sua omma terminou o almoço pontualmente ao meio dia, ante de me sentar à mesa liguei para minha omma avisando que ficaria para o almoço e voltaria mais tarde para casa.
A senhora Seoyun cozinhava muito bem, o almoço estava muito delicioso. Como prometido, foi com Sunny até a sorveteria, e eu fiquei ajudando a ajumma Seo a arrumar a cozinha, ela me contou algumas histórias da infância de e de como ele era um menino muito agitado e comunicativo.
Após o retorno de , eu e ele passamos a tarde estudando, enquanto isso a ajumma e Sunny ficaram brincando no jardim.
— Então acho que com isso encerramos, já te ensinei tudo que podia, você fará uma boa prova na segunda — eu disse fechando um dos livros.
— Com certeza, tive uma boa professora. — Ele olhou pra a janela, meio desanimado.
— Com isso encerramos minha dívida. — Eu o olhei de forma séria.
— Sim, encerramos, você está livre de mim agora.
— Hum, onde tem um banheiro aqui? — perguntei me levantando.
— Ah. — Ele se levantou também. — Você pode subir as escadas, primeira porta à esquerda.
— Ok. — Eu me afastei dele, saindo da sala.
Subi as escadas, ao entrar no segundo andar, tinha um hall um pouco amplo com uma estante e duas poltronas na parede que ficava a janela, percebi que aquela era a mesma janela que eu tinha visto a ajumma, cada uma das paredes laterais tinha duas portas, com certeza três eram os quartos, eu segui até a primeira porta à esquerda como ele disse e abri, era o banheiro.
Entrei me trancando e utilizei de acordo com minha necessidade, quando saí olhei rapidamente para a porta ao lado e vi que estava entre aberta, tentei segurar minha curiosidade, mas não resisti a tentação e entrei, era o quarto de . Na parede da porta tinha algumas prateleiras com vários dvds de games e alguns carros clássicos em miniatura.
Sua cama ficava do lado direito do quarto e o guarda roupa do lado esquerdo, eu olhei para a mesinha ao lado da cama que reconheci um objeto que me pertencia. Caminhei até lá e peguei meu sketch book, o abracei automaticamente dando um longo suspiro.
— Por que será que eu sabia que você não iria resistir — disse ele, rindo encostado na porta do quarto.
. — Eu olhei. — Você deixou a porta aberta de propósito, não foi?
— Foi. — Ele riu mais um pouco.
— Por que mentiu? — Eu mostrei meu sketch book.
— Queria ver sua reação. — Ele caminhou um pouco, adentrando o quarto. — Foi engraçado.
— Não vou nem comentar isso. — Eu o olhei atravessado.
— Minha omma está chamando para o lanche. — Ele riu. — E acho melhor não recusar.
Eu assenti com a face e nós descemos para a cozinha, sentamos à mesa que estava convidativa, ajumma tinha feito um bolo de cenoura com calda de chocolate e chá de camomila. Naquele momento eu estava mesmo aceitando ficar mais calma, ainda mais depois dos olhares de ironia de para mim.
Depois do lanche me levou para casa no carro da omma dele, nem acreditava que ele já tinha carteira de motorista. Quando cheguei em casa, no relógio já marcava sete da noite, minha omma não estava muito preocupada, pois eu havia mantido ela informada de todos os meus passos naquele dia, e meu pai estava tranquilo por que eu estava na casa da mãe do filho do melhor amigo dele, ou seja eu estava quase em família.
Ficamos um bom tempo reunidos na sala vendo alguns programas de entretenimento que estava passando na televisão, até que omma foi para cozinha preparar o jantar. Eu a acompanhei e fiquei ajudando, após o jantar brinquei um pouco com JinHo no seu Xbox e depois fui para o quarto dormir, estava um pouco cansada.

* POV — on *

Foi divertida aquela tarde, e ter ela em minha casa foi surpreendente. Eu não imaginava que ela viria, mais descobri algo hoje, ela era muito curiosa e isso seria divertido no futuro.
— Ah…. Acho que desta vez acabou — sussurrei para mim, enquanto guardava os livros na estante — Foi divertida essa tarde.
— Oppa!!! — disse Sunny se aproximando.
— Sim, princesinha! — Eu a olhei. — O que deseja.
— Oppa gosta da unnie que veio aqui hoje?
— Por que pergunta?
— Por que você nunca trouxe uma unnie aqui.
— A unnie que veio aqui hoje faz seu oppa se divertir bastante, por isso ela veio.
— Eu gostei dela, vocês vão namorar?
— O oppa não sabe ainda.
Eu a abracei de leve a pegando no colo e a levei para o quarto, a coloquei na cama e cantei um pouco a música do pequeno urso para ela, quando adormeceu deixei seu abajur ligado e sai fechando a porta do quarto. Me sentei na poltrona do hall e fiquei pensando em tudo que havia acontecido naquela tarde e de como me diverti muito mais com ela naquele dia do que no sábado passado que estava na casa de Junhae.
— Ela é só uma garota, — disse para mim mesmo, mas era nítido que ela estava marcando presença na minha rotina mesmo sem querer.
Eu não imaginava que uma garota como ela iria despertar algum interesse em mim, principalmente sem querer. Mas analisando meus pensamentos, eu sempre me pegava pensando nela e em seu sorriso e de como ela fica mesmo muito mais linda quando está irritada comigo.
— Aish, , como você conseguiu fazer isso? — Eu ri de leve. — Não acredito que estou mesmo interessado nela, novata estrangeira.
Eu estava convencido que não queria ficar afastado dela, e que deveria fazer alguma coisa para que ela permanecesse em dívida comigo novamente, mas o que eu poderia fazer para trazê-la de volta?

* POV — off *

“Eu não sei, meus amigos me dizem que eu sou louco
É a minha primeira vez se sentindo assim desde que nasci
Você não é completamente meu tipo ideal, nem o corpo
O que você fez para mim.”
- Seeing You Or Missing You / Lunafly



CAPÍTULO 5


“Quanto mais eu te vejo crescer,
Fico com medo de que meus sentimentos serão notados,
A verdade é que sua expressão feliz,
É o mais difícil para mim.”
— Aside / SHINee

Acordei um pouco antes do despertador do celular tocar, me espreguicei um pouco e levantei, tomei um banho gelado para acordar mais rápido e coloquei o uniforme. Saí do quarto e meu pai já estava se despedindo para ir para o seu trabalho, dei um tchau de longe e fui para cozinha tomar meu café.
Saí um pouco mais adianta que de costume e fui em direção ao metrô, quando cheguei na escola o portão não tinha nem aberto ainda, alguns alunos já estavam esperando na entrada também.
?! — disse ao se aproximar de mim.
. — Eu o olhei e sorri.
— Não costuma chegar tão cedo assim! — disse ele admirado.
— Tinha uma boa noite de sono. — Eu me espreguicei de leve novamente.
— Estou vendo, ao que se deve isso?
— Não tenho mais dívidas!!! — Eu sorri novamente. — Estou livre dele!!!
— E por falar nele. — virou sua face para o portão evitando olhar para a direção onde o Prince Line estava.
— Que bom que logo iremos entrar.
Assim que o portão se abriu nós fomos os primeiros a entrar, eu queria o máximo de distância de e seu grupo de amigos. Quando entrei na sala, uma garota chamada Yoona que sentava no fundo da sala, caminhou em minha direção, ela estava com a cara séria e fechada, ela esbarrou em mim meio forçadamente, não entendia por que, mas a realidade é que ela era a única da turma que não conversava comigo.
— Bom dia, alunos — disse o professor ao entrar na sala.
— Bom dia, senhor — dissemos todos em coral.
— Bem, como amanhã teremos nossa prova de destaque, hoje vamos revisar algumas matérias mais complexas — disse ele, olhando para mim, acho que ele ainda estava preocupado por eu ter passado dois dias em casa.
— E vamos para mais uma aula cheia de cálculos — brincou ao olhar para mim.
— Good Luck! — Eu sorri de leve para ele.
As horas se passaram e meu caderno já estava transbordando de anotações, o sinal tocou para o intervalo, eu e juntamos nossas coisas e saímos da sala, caminhamos um pouco pelo corredor. De repente senti alguém me segurar pelo braço e me puxar para longe de , era , não entendia por que ele estava fazendo aqui.
— Ei, me solta. — Eu tentei fazer com que ele largasse do meu braço sem sucesso.
— Você reclama demais. — Ele riu de canto e me virou, fazendo com que eu encostasse na parede. — Está com medo?
— Não. — Eu o olhei séria, não sabia se prendia minha respiração para não sentir aquele perfume maravilhoso que exalava dele, ou se respirava fundo tentando não deixar me levar com aquele momento. — O que você quer agora?
— Agradecer. — Ele me olhou com gentileza, aquilo me fez paralisar por uns instantes.
— Agradecer?! — Estava surpresa com aquilo, no choque deixei minha mochila cair.
— Sim. — Ele se abaixou e pegou minha mochila. — Por que está surpresa? — Ele olhou fixamente nos meus olhos, prendendo minha atenção. — Você estudou comigo, graças a você consegui fazer uma boa entrevista hoje mais cedo, meu professor ficou admirado.
— Ah, isso. — Tentei manter minha respiração natural e controlada, mas olhar para aqueles olhos dele estava me deixando desnorteada, ele tinha algo que me hipnotizava. — Quem bom… que… conseguiu.
— Sim. — Ele se aproximou mais de mim e apoiou sua mão direita na parede na altura do meu rosto.
— Se isso for tudo, eu… — Parei por um momento sentindo meu coração acelerar. — , você está...
— Só queria que soubesse que minha irmãzinha quer te ver de novo. — Ele sorriu de canto me entregando minha mochila e se afastou de mim. — Até mais. — ele piscou de leve e saiu andando.

"Sobre você, eu não te conheço bem,
E você não sabe muito sobre mim...
Mas se eu fosse te dizer "eu gosto de você".
Você me acharia estranha?"
- I Like You / One Sunny Day OST (Ggotjam Project)

Fiquei por um tempo ali parada olhando para o nada tentando me recuperar, minutos depois se aproximou de mim, estava com um pacote em suas mãos.
. — Ele me olhou. — O que aconteceu?
— Nada.
— Tem certeza? O que ele queria? — esticou o pacote. — Trouxe para você.
— Obrigada. — Eu peguei o pacote e sorri de leve. — Ele só queria me agradecer por eu ter estudado com ele.
— Hum. — disfarçou um pouco. — Pelo menos isso vindo dele.
— Sim. — Eu olhei para a escada. — Vamos, antes que o intervalo termine.
Assim que o sinal tocou, entramos na sala entre risos, havia me contado uma piada que tinha aprendido com seu pai. O professor já estava na sala, com sua face séria e apreensiva, perguntamos o que estava acontecendo, mas ele só iria anunciar quando todos já estivesse na sala.
— Bem, alunos. — Ele se levantou da cadeira e olhou para todos já sentados em suas carteiras. — Não sei como dizer isso.
— O que aconteceu, professor ? — perguntou Ye Eun.
— O gabarito das provas de amanhã, foi roubado. — Ele respirou fundo. — E foi por um aluno de nossa escola.
Os alunos começaram a conversar entre si perguntando quem poderia ter feito aquilo.
— Quem será que pode ter feito isso? — me olhou, espantado.
— Não imagino. — Olhei para ele.
— Silêncio, juseyo — disse o professor . — O diretor informou que passará em todas as salas e irá revistar a mochila de todos os alunos, sem restrições.
— Mais isso não é justo — gritou Donghwa se levantando. — E nossa privacidade?!
— Por acaso você está com algo na sua mochila que seja indevido? — perguntou o professor fazendo todo mundo rir de Donghwa.
— Não, professor. — Ele se sentou novamente. — Não tenho nada para esconder.
Ficamos alguns minutos em silêncios esperando o diretor chegar. Quando apareceu, o senhor Lee Junseo estava acompanhado da pedagoga da escola, ele fez um discurso longo sobre como é errado o que a pessoa tinha feito e que seria punida severamente. Assim ele passou de carteira em carteira olhando todas as mochilas, mesmo achando aquilo errado, não podíamos reclamar, ele era o diretor e devíamos respeito a ele.
Quando chegou na minha vez, coloquei minha mochila em cima da mesa, ele pegou e a abriu, passou alguns instantes revirando meus cadernos até que retirou um papel azul dobrado. Eu nunca havia visto aquele papel e não tinha ideia de como havia parado ali, e era justo o que ele estava procurando.
— Aqui está. — Ele desdobrou o papel e verificou. — Encontramos o ladrão. — A sala toda me olhou, surpresa.
— Não. — Eu me levantei. — Não fui eu.
— Diretor Lee. — se levantou também. — Isto é um engano, ela não faria isso, estive com ela no intervalo, nem passamos perto da sala dos professores.
— Sim — concordei com ele.
— Então explique o que o gabarito da prova está fazendo na sua mochila, mocinha?
— Eu não sei como foi para aí, minha mochila ficou comigo o tempo inteiro.
— E você ficou com o aluno todo o tempo? — perguntou o pedagoga.
— Bem, não. — Eu olhei para ela. — Não o tempo todo, mas não foi eu, eu juro.
— Vamos à minha sala, você terá que nos explicar isso direitinho — disse o diretor Lee.
Mesmo não aceitando aquela acusação, eu segui para a diretoria em silêncio, não sabia como explicaria que aquilo não tinha sido feito por mim. queria ir junto, mas o professor achou melhor ele não se envolver naquilo, e eu também, a última coisa que eu queria era que se prejudicasse por minha causa.
— Muito bem, aluna — disse o diretor ao entrarmos em sua sala. — Agora se explique.
— Eu não sei como isso aconteceu, eu juro que não fui eu. — Segurei as lágrimas que se formavam no canto dos meus olhos.
— Estava em sua mochila. — Ele insistiu. — Terei que notificar isso aos seus pais, o que fez foi muito grave e talvez a senhorita terá que ser expulsa da escola.
— Não. — Eu o olhei deixando a primeira lágrima cair. — Juseyo, não foi eu. — Limpei minhas lágrimas rapidamente.
— Lamento, mais isto foi muito grave.
Bateram na porta de repente.
— Entre — disse o diretor.
— Diretor Lee. — abriu a porta e nos olhou — Preciso dizer uma coisa.
— Aluno , o que faz aqui? Não posso ouvi-lo, estou ocupado.
— É sobre o roubo do gabarito. — Ele entrou na sala fechando a porta. — Fui eu quem roubou.
— O quê? — Eu o olhei sem entender mais nada.
— Isso é muito grave, tem certeza do que está dizendo?
— Sim. — Ele me olhou. — Eu roubei por que queria ajudar esta aluna, queria que ela tirasse uma boa nota, assumo toda a responsabilidade, ela não sabia de nada.
— eu sussurrei seu nome o olhando, estava indignada com aquilo tudo.
— Aluno , por que fez isso? Por que está ajudando esta aluna?
— Por que... — Ele me olhou. — Eu gosto dela.
— Muito bem, por que assumiu, irei ligar para seu pai. — Ele caminhou até sua mesa. — Não posso te expulsar pois é o filho do dono da escola, e meu sobrinho, mas não ficará impune o que fez.
— Eu sei diretor e arcarei com as consequências dos meus atos, só quero que o nome desta garota fiquei limpo.
— Sim. — O diretor olhou para mim. — Jovem aluna, pode retornar a sua sala, se alguém perguntar diga que está tudo resolvido e encontramos o verdadeiro culpado.
— Sim, diretor. — Caminhei até a porta e saí.
Ouvi alguns gritos do diretor até chegar no corredor, eu estava perplexa com aquilo tudo, havia roubado as provas, mas como tinha colocado na minha… Mas é claro que ele havia me puxado para longe mais cedo para fazer isso, não acredito nisso. Quando cheguei na sala, disse exatamente o que o diretor havia mandado, o culpado havia confessado seu erro ao diretor, limpando meu nome.
— Obrigada por tentar me defender — disse ao ao me sentar na minha carteira.
— Somos amigos e amigos são para isso. — Ele sorriu de canto e virou para frente.
Minutos depois o diretor começou a fazer um discurso pelo alto-falante, esclarecendo o aparecimento do culpado e informando que a prova seria dada no dia seguinte normalmente. Os suspiros de tristeza de alguns alunos pode ser notado e o sorriso de alegria do professor também.
Ao final da aula, fui a última a sair da sala. tinha ido na frente, precisava ir na farmácia comprar algo para sua mãe. Saí da sala tranquilamente e quando fui descer as escadas, dei de cara com , ele estava encostado na parede me esperando.
— Seu pabo. — Eu o empurrei, estava com raiva. — Fez isso por que? O que você tem contra mim? O que eu te fiz?
— Yah. — Ele segurou em meu braço me fazendo parar de bater nele. — Está muito brava hoje.
— Você sabe o que fez! — Eu tentei me soltar dele, sem sucesso. — Eu quase fui expulsa, por sua causa.
— Mas não foi. — Ele sorriu de canto. — E agora tem uma dívida eterna comigo.
— O quê? — Eu o olhei. — Não tenho não, foi você e não eu.
— Sim, eu assumi que fui eu e livrei seu pescoço, mas posso voltar lá e dizer que fiz aquilo por que não queria que fosse expulsa, posso dizer que vi você fazendo aquilo e resolvi assumir seu lugar para te proteger.
— Sínico. — Eu o olhei com um grito preso na garganta, desejava poder jogá-lo de uma ponte — Você é um…
Não consegui terminar a frase, me beijou de surpresa, eu tentei empurrá-lo para longe de mim, mas ele havia prendido seus braços ao redor de minha cintura. Mesmo com raiva e querendo matar ele, aquele beijo tinha um gosto doce e suave, e era de alguma forma especial, não acreditava que aquele era meu primeiro beijo. Meu tão esperado primeiro beijo, e era aquele idiota que estava me beijando.
— Eu te odeio — gritei quando ele se afastou de mim. — , eu te odeio! — Saí correndo em lágrimas.
— Te vejo amanhã!!! — ele gritou entre risos.

“Fique, no momento a ponta dos meus dedos te seguem
Só você brilha no mundo todo.”
— Danger / Taemin



CAPÍTULO 6

 
“Meu dia está cheio de você depois de conhecer você
Vendo você ou sentindo sua falta
Meus pensamentos são muito para você, eu não sei o que fazer
O que eu vou fazer comigo mesmo?
Você tem que algo que eu preciso.”
- Seeing You Or Missing You / Lunafly

Cheguei em casa em lágrimas, tentei disfarçar para meus pais e me tranquei no meu quarto, fiquei algum tempo jogada na cama chorando muito. Não sabia se chorava por causa do beijo ou por causa daquela armação de , quanto mais eu tentava de fato odiar ele, mais eu me lembrava do gosto do seu beijo.


* POV — on *

Tudo havia saído conforme o planejado, eu havia conseguido mais um dívida e mais uma vez ela estava com raiva de mim, como seus olhos brilham mais quando está com raiva. Porém só havia um detalhe, uma simples ação de minha parte que não estava no roteiro, aquele beijo, ainda não conseguia entender por que eu havia beijado ela.
Ainda estava na escadaria, sentado em um dos degraus olhando para o teto, aquele beijo ainda estava gravado na minha mente, senti que tinha deixado um sorriso escapar e suspirei de leve.
— Ainda sonhando ? — disse Junhae entre risos.
— Hum. — eu o olhei — O que foi?
— Estamos indo na casa do Hwang, vem também? — ele riu — Ou prefere ficar aí pensando na estrangeira?
— Yah! — eu me levantei — Não estava pensando em ninguém.
— Como se eu não tivesse visto aquele beijo. — ele riu mais — E agora? Depois do roubo do gabarito, o que mais vai inventar para fazer ela ficar por perto?
— Aish... Deixe de ser curioso e nada de falar do beijo para os outros, se não, não te ajudo com a Ha Ri. — eu comecei a descer a escada — Vamos logo!
Ele continuou fazendo piadas comigo, rimos um pouco até chegar no portão onde os outros nos esperavam. Fomos para casa de Hwang, quando chegamos sua mãe já estava preparando a mesa de centro da sala com alguns biscoitos que tinha feito e um bule de chá.
— Ajumma, não precisava. — disse Junhae largando sua mochila no chão perto da porta e se encostando na parede.
— Fale por você. — MinSoo caminhou até a mesa com seus olhos brilhando. — Precisava sim.
— Yah, maknae. — eu joguei minha mochila de leve nele — Olha os modos na casa da ajumma.
— Oh!!! , não se preocupe. — ela sorriu para mim, seus olhos haviam gentileza — Se estão com fome fiquem à vontade, mas antes lavem as mãos. — ela saiu sorrindo em direção à cozinha.
— Mais respeito em minha casa MinSoo. — disse Hwang indo em direção ao banheiro.
Todos lavamos nossas mãos e voltamos para sala, nos sentamos no chão e começamos a devorar os biscoitos feitos pela ajumma. MiJun começou a fazer algumas piadas sobre o baile de primavera que estava se aproximando.
— Então, este ano quem vocês levaram? — perguntou Junhae — Lembrando que é o nosso último ano.
— Tem que ser com a garota. — enfatizou Hwang — A minha já está escolhida.
— E quem pretende levar? — perguntou MinSoo.
— Vou levar a YeJin. — ele tomou um pouco do chá que estava na sua xícara — Ela me entregou uma carta de amor na sexta, acho que devo dar uma chance.
— Ohhhhhh. — dizemos todos juntos.
— Carta de amor é legal, ela já te chama de oppa? — perguntou MiJun.
— Sim. — ele riu — Ainda me sinto sem jeito quando ela diz.
— Está apaixonado. — eu disse fazendo todos rirem.
— Eu vou levar Ha Ri. — Junhae me olhou — Se o hyung me ajudar.
— É claro que vou. — assenti pegando mais um biscoito.
— Eu decidi levar Sooyong. — disse MinSoo — Ela é uma das garotas mais bonitas do segundo ano e entrou para o grupo das líderes de torcida.
— Não vai dar falsas esperanças para garota. — advertiu Junhae.
— É claro que não hyung. — ele fez cara de inocente nos fazendo rir.
— A minha não é novidade. — disse MiJun — Vou levar minha namorada Chohee.
— E o pai dela vai deixar? — perguntou Hwang — Sabemos que ele é muito bravo.
— Claro que vai, nada como uma garrafa de Soju para deixa-lo mais gentil. — ele riu baixo.
— Você é o único que não disse nada hyung. — MinSoo me olhou curioso.
— Aposto que ele vai leva a estrangeira. — comentou Junhae — Com tantas garotas mais bonitas e que estão caindo por ele.
— Verdade. — MiJun pegou mais um biscoito.
— Yah, fique calado. — eu olhei atravessado para Junhae — Quem levarei não interessa, de qualquer forma será a melhor garota da festa.
— É a estrangeira. — concluiu MinSoo fazendo todos rirem.
— Parem de falar dela. — protestei — Não sei se a levarei, e se for quero que se comportem perto dela.
— Você que manda hyung. — brincou Junhae batendo continência.
— Idiota. — ri de leve o olhando.

“O mundo inteiro tenta me agitar
Até mesmo meus amigos tentam animar as coisas
Dizendo que você e eu
Ficamos bem juntos.”
- How Nice Would It Be / Lunafly

Passamos mais duas horas conversando e jogando um pouco no Xbox de Hwang, estávamos em uma competição de Mortal Kombat desta vez. Ao sairmos da casa de Hwang, decidimos ir de metrô, entre risos e mais brincadeiras sobre o que faríamos no baile, tínhamos que deixar nossa marca do Prince Line.
Aos poucos cada um parou em sua estação, quando cheguei em frente ao edifício do apartamento do meu appa, dei um suspiro cansado, não gostava de morar com ele. Mas não tinha escolha, e só podia passar os finais de semana com minha linda omma. Quando entrei no apartamento, fui direto para meu quarto, ouvi algumas vozes vinda do escritório do meu pai, com certeza ele estava com mais uma de suas “amigas”, queria poder fugir dessa realidade.
Me tranquei como de costume, joguei minha mochila no chão ao lado da cama e caminhei para o banheiro já tirando minha camisa do uniforme, tomei uma ducha quente e voltei para o quarto com a toalha enrolada em minha cintura. Caminhei até minha mochila e tirei meu celular dela, fiquei olhando para tela por um breve momento. Naquele instante eu tinha reparado que havia colocado a foto de como protetor de tela, ainda não me lembrava em que momento e o motivo de ter feito isso.
Fiquei alguns minutos olhando aquela foto e resolvi mandar uma mensagem a ela pelo kakaotalk, segurei o riso ao me lembrar dela gritando que me odiava no corredor. Mas este pensamento me trouxe outro, se ela me odiava, e se eu estava mesmo gostando dela, agora eu teria que reverter aquele sentimento.
— Sim. — caminhei até meu armário e abri a gaveta que ficava meus pijamas — Agora farei você me amar, estrangeira novata. — eu ri de leve pegando minha calça de um pijama que tinha ganhado de minha omma, e imitando a voz dela — Meu nome é !
* POV — off *

Não consegui dormir aquela noite, ah como eu queria torcer o pescoço dele, ah como você consegue me deixar assim??? Me levantei da cama, toquei minha ducha matinal e coloquei meu uniforme, ouvi um barulho vindo do meu celular, era o despertador que não tinha desligado. Mexi um pouco nele quando percebi que tinha uma mensagem no kakaotalk para mim, abri o aplicativo e olhei.
“Espero que tenha tido bons sonhos, te espero no portão da escola.

Minha primeira reação era jogar meu celular na parede, mas tinha ganhado no meu aniversário e se eu fizesse aquilo, ficaria sem nenhum. Guardei ele na mochila, saí do quarto ainda meio triste e fui para cozinha.
— Querida, o que aconteceu? — minha omma estava colocando a jarra de suco na mesa, me olhou preocupada — Você nem quis jantar ontem.
— Desculpa omma. — eu sentei na cadeira e coloquei uma fatia do bolo de chocolate no meu prato — Estava sem fome, acho que é preocupação com a prova de hoje.
— Ah, sim, esta prova. — ela sorriu para mim — Espero que consiga fazê-la bem.
— Eu também, estudei muito. — despejei um pouco de leite no meu copo e misturei açúcar mesmo, comecei a comer permanecendo em silêncio.
— Bom dia unnie, bom dia omma. — disse Jinho sorrindo.
— Nossa que animação. — disse minha mãe servindo um chocolate quente para ele — Bom dia para você meu pequeno ninja.
— Omma, teremos uma excursão, eu poderei ir? — ele pegou um pedaço do bolo e colocou no seu prato também e começou a comer.
— Claro, mais terei que saber mais sobre isto.
— Onde está o appa? — perguntou ele.
— Já saiu para o trabalho. — ela se sentou na cadeira em frente a mim e me olhou — Está muito calada hoje , isto é somente pela prova mesmo?
— Sim omma, estou tentando me manter concentrada.
— Ah, então coma bem, assim sua mente funcionará direito. — ela colocou alguns biscoitos no meu prato e no de Jinho — e você também pequeno ninja, comendo tudo para ir para escola.
Eu sempre me sentia bem quando minha omma cuidava de mim daquela forma, ela me fazia sorrir mesmo quando queria chorar. Minutos depois de terminar meu café, voltei ao banheiro e escovei meus dentes, peguei minha mochila, me despedi dos dois e saí. Estações depois cheguei na escola, o portão já estava aberto.
Poucos passos até o bloco onde ficava minha sala, me puxou pelo braço me levando para trás da quadra de basquete. Tentei me soltar, mas era sempre sem sucesso, ele estava com sua face séria, não me deixei intimidar, ficamos nos olhando por alguns instantes.
— Está mais calma agora? — perguntou ele soltando meu braço.
— Não. — fixei meus olhos nos seus lábios, mas desviei para seu pescoço — Estou com vontade de te enforcar, idiota.
— É engraçado quando me xinga. — ele riu de leve — Quero te desejar boa sorte na prova.
— Vindo de você, não aceito. — eu cruzei meus braços — E nem nos seus sonhos eu estou em dívida com você de…
E mais uma vez ele me interrompeu com um beijo, fiquei sem reação de imediato, mas sem entender comecei a retribui. Dei alguns passos para trás tentando me afastar e interromper aquilo, mais ele foi avançando ainda mais não deixando nosso beijo terminar, senti minhas costas encostarem na parede da quadra.
Ele envolveu seus braços em minha cintura, senti um frio na barriga naquela hora, minhas pernas bambearam um pouco, me fazendo apoiar minhas mãos nos braços dele.
— Te vejo depois da prova. — disse ele ao se afastar de leve de mim.
— Com que direito você vem me…
Acho que já estava virando brincadeira para ele me interromper com um beijo, mas para mim aquilo era cruel de mais, e me deixava ainda mais irritava e com raiva, pelo menos depois do beijo. O empurrei desta vez com toda força que conseguia reunir, ele se afastou rindo.
— Boa sorte! — ele saiu rindo ainda mais de mim.
Eu coloquei minhas mãos em minha boca ainda não acreditando no que ele tinha feito, estava paralisada com aqueles beijos mortais, respirei fundo tentando controlar os batimentos do meu coração.
— Aquele idiota me paga. — estava muito revoltada com ele, mas tinha que me concentrar na minha prova.
Corri até a sala, quando entrei felizmente o professor ainda não havia chegado, caminhei até minha carteira e me sentei ficando em silêncio. se virou e ficou me olhando, ele mexeu no meu cabelo tentando chamar minha atenção para a realidade, mas eu não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido, aqueles beijos de .
? ? — disse ele.
— Hum?! — eu o olhei.
— Está tudo bem? — ele me olhou preocupado — Eu vi quando te arrastou até os fundos da quadra de basquete.
— Bem, não sei dizer. — eu olhei para janela e vi com seus amigos sentados no banco perto da árvore central — Sabe quando você não entende mais o que está acontecendo com você mesmo?
— O que ele te fez?
Eu olhei para , não tinha coragem de falar o que tinha feito, por mais que fosse somente meu amigo, não sabia se isso iria entristecer ele ou não.

“Eu quero ser o seu único campeão
Tudo o que passa pelos caras que estão tão mais ou menos
Eu sou um pouco diferente deles, baby o que você quer?
O que você queria?
O que você sonhou?”
- Ace / Taemin


N/A: Beijo mortal… To be continued...


Capítulo 7


“Provavelmente não faço parte do seu dia
E nem devo estar no seu pensamento
Mais eu passo meus dias pensando em você
E minhas lágrimas continuam caindo.”
— Because I'm Stupid / Boys Over Flowers OST (KHJ)

Foram três horas de prova, 120 questões e muita concentração de minha parte, teve um momento que minhas vistas até começaram a embaralhar. As questões de matemática estavam do jeito em que minhas anotações frenéticas demonstrou, eu amava exatas, mas aquilo era uma tortura em forma de prova, as questões de língua estrangeira foram mais suaves para mim, mas isso já era óbvio, em comparação com as questões de biologia complementar e química inorgânica.
Quando terminei já estava sentindo que minha coluna não existia mais de tanta dor e desconforto. Minha cabeça estava meio pesada e latejando de tanto pensamento, saí da sala pouco minutos depois de DongHae, ele estava no corredor me esperando com sua mochila meio caída no ombro direito.
— Então, como foi? — perguntou ele.
— Acho que não passarei vergonha. — eu brinquei um pouco caminhando até a sacada olhando o pátio.
— Com certeza não. — ele riu de mim me seguindo — Você estudou muito, então agora é esperar o resultado.
— Espero que seja um resultado positivo. — eu ajeitei a mochila no meu ombro e o olhei de leve sorrindo — Conto com isso para pedir um tablet novo aos meus pais.
— Good Luck. — ele riu de leve virando sua atenção para o corredor.
— Vou precisar. — eu virei de costas para o pátio e encostei de leve na sacada.
— Hoje mais cedo ouvi alguns comentários sobre o baile de primavera.
— E pretende levar alguém? — eu o olhei ficando curiosa.
— Bem, eu estava pensando em convidar uma amiga, mas não sei se ela vai aceitar.
— Hum. — eu imaginava que essa amiga fosse eu, mas não queria levantar falsas esperanças, era um amigo e nada mais que isso — Mesmo não sabendo quem seja essa garota, eu te aconselho a convidar a Yuri, eu vejo os olhares dela para você.
— Nunca percebi. — ele desviou seu olhar para o chão.
— Mas deveria, acho que até sei porque ela não conversa comigo, acho que Yuri gosta de você.
— E você? — ele me olhou — Vai ao baile?
— Não. — eu desviei meu olhar para a escada — Não gosto dessas coisas, para dizer a verdade nunca tive interesse em ir.
— Que pena, seria legal se fosse.
Meu celular tocou, era uma mensagem de , olhei rapidamente e coloquei no bolso novamente.
— Preciso ir agora.
— Era ele? — ele voltou sua atenção para o chão novamente, seu olhar estava triste.
— Sim. — eu me afastei um pouco — Mas pense no que te falei, Yuri gosta mesmo de você e deveria dar uma chance a ela.
Me virei e segui pelo corredor, desci as escadas tranquilamente e caminhei em direção a quadra de basquete, chegando na porta, abri um pouco e entrei. Os garotos do time estavam treinando, pois os jogos do campeonato intercolegial deste ano estavam próximos e Prince Line eram os titulares do time.
Haviam umas meninas sentadas na arquibancada, pareciam ser as líderes de torcida, elas além do professor de educação física/treinador Lee e sua auxiliar, eram as únicas pessoas que podiam ver o treino.
— Aluna , o que está fazendo aqui? — perguntou o treinador Lee — Este treino é fechado.
— Ah, aqui está você. — disse se aproximando — Bem na hora.
— O que ela faz aqui? — o treinador o olhou sério.
— Então treinador Lee, o senhor disse que precisava de alguém para ser sua auxiliar nos treinos, aqui está ela. — me olhou com um sorriso nebuloso.
— O que? — dissemos eu e o treinador juntos.
— Isso mesmo. — confirmou segurando o riso.
— Bem, contando que esta aluna não atrapalhe. — o treinador se afastou indo para o centro da quadra.
— Que história… — ele encostou seu dedo indicador nos meus lábios.
— Dívida eterna lembra? — ele sorriu de canto e se afastou indo em direção ao treinador.

“Basta ficar como esta
A medida que você só olha para mim
Eu nunca vou deixar você ir
Apenas observe.”
— Growl / EXO

Fiquei o olhando sem reação, permaneci parada ainda perto da porta olhando o treinador Lee orientar cada um deles. Após alguns minutos vendo eles trocando alguns passes dentro da quadra, o treinador se aproximou de mim com uma lista na mão.
— Aqui está. — ele esticou a lista.
— O que é isso? — eu peguei o papel olhando assustada.
— Este são os horários do treino e suas tarefas, no verso tem um pedido meu para que você possa se ausentar das aulas que precisar, para acompanhar os treinos.
— Ah. — eu assenti meio sem reação novamente, acho que não estava preparada psicologicamente para aquilo.
Eu olhei novamente para lista e comecei a ler:

“Horário:
9am - 10am — treino leve
1pm - 1:30pm — prática de arremesso
4pm - 6pm — treino intenso
Tarefas:
- manter toda a quadra limpa
- manter as bolas guardadas
- levar as toalhas para lavanderia
- auxiliar os jogadores com a hidratação,
fazendo a manutenção das garrafas de água
- buscar as refeições dos jogadores,
quando houver necessidade
- manter sigilo quanto aos treinos”

— Eu mato ele. — sussurrei de leve tentando absorver tudo aquilo.
Como aquele dia tinha sido reservado para a prova dos alunos do segundo ano, o time ficaria todo o horário dedicando-se aos treinos, e eu teria que ficar lá com eles. Dobrei o papel e guardei no bolso, coloquei minha mochila ao lado do armário das toalhas e fiquei olhando o treino mais um pouco, a cada cesta que eles faziam as líderes de torcida gritavam um pouco mais alto.
— Ei ajudante. — disse MinSoo.
— Hum?! — eu o olhei sem saber o que faria.
— Preciso de água. — ele segurou o riso.
— Eu também. — gritou Junhae após dar uma enterrada na cesta.
— Ok. — eu caminhei até a máquina de água e retirei duas garrafas e levei para eles — Aqui está. — disse entregando.
— Preciso de outra toalha, ajudante. — disse ao chegar perto, dando um sorriso de canto.
— Mais alguém quer mais alguma coisa? — eu disse segurando minha raiva.
— Precisamos comer alguma coisa, ajudante. — disse Hwang ao se aproximar — Você terá que ir pegar comida para nós.
— O que? — eu o olhei.
— Não podemos parar o treino. — explicou Hwang — Se quiser posso chamar o treinador.
— Não. — eu disse engolindo seco — Eu vou. — me afastei indo em direção à porta.
— Minha toalha. — riu baixo, eu virei para trás lanchando um olhar fulminante para ele, seus amigos seguraram o riso.
Respirei fundo indo até o armário, peguei uma toalha e levei até ele, joguei de leve em sua cara e sair de lá transbordando raiva. Fui até a cantina, estava tão afundada em minha revolta que me distrai e trombei em uma pessoa.
— Mianheyo. — disse quase em sussurro.
— Sem problema . — disse .
— Oh, você. — eu sorri de leve.
— Sim. — ele me olhou curioso — O que estava fazendo na quadra de basquete?
— Hum. — eu me encolhi um pouco — Estou ajudando o time de basquete agora.
— Você gosta de basquete? — ele me olhou surpreso.
— Digamos que sempre tive curiosidade. — eu menti, mas por uma causa nobre, não queria dizer que era por causa de .
— Espero que consiga fazer um bom trabalho. — ele sorriu de leve.
— Eu também!
— Fighting! — disse ele animado.
— Fighting! — eu concordei me afastando dele e segui meu caminho.
Quando cheguei na cantina, pedi a ajumma super simpática que separasse o lanche do time de basquete, ela havia preparado vários sanduíches para eles, ela me deu duas sacolas, uma com os sanduíches e a outra com as latas de suco.
— Aqui querida, este é para você. — disse ela colocando um embrulho feito com papel de alumínio entro da sacola dos sanduíches.
— O que é ajumma? — perguntei a ela.
— Um bolo de cenoura, espero que goste.
— Oh, não precisava.
— Ah. — ela sorriu para mim — Você me parece ser uma menina muito especial, é para adoçar seu dia.
— Obrigada ajumma, comerei feliz. — eu sorri de volta e me afastei dela.
Retornando, andei um pouco devagar olhando para o céu, estava um dia lindo e ensolarado, ao chegar perto da quadra ouvi alguns risos vindo de dentro e quando entrei, eles já estavam sentados no chão no centro da quadra com as líderes de torcida entre eles, todos estavam comendo, fiquei paralisada por um tempo.
Meus olhos se encheram de lágrimas, deixei as sacolas caírem de repente e eles olharam para mim. Não consegui continuar ali, estava com muita raiva ao ver aquilo tudo, saí correndo da quadra antes mesmo que eles pudessem dizer alguma coisa.

* POV on *

No momento em que vi as lágrimas se formarem em seus olhos senti meu coração apertar um pouco, acho que havia exagerado demais naquela brincadeira, não sabia o que havia dado em mim, mas não conseguia evitar fazer aquilo com ela.
Me levantei automaticamente e saí correndo atrás dela, não sabia onde procurá-la primeiro, corri por toda a escola meio desesperado. Parei no meio do pátio para recuperar meu fôlego sem saber o que fazer, eu tinha magoado ela mais uma vez e desta vez, eu não estava feliz com o resultado final.
hyung. — gritou Junhae correndo até mim — Encontrou ela?
— Não. — eu desviei meus olhos para o chão.
— Não precisa se explicar, já entendemos o que sente por ela, hyung. — ele colocou a mão direita no meu ombro — Vamos procurar juntos de novo.
— Junhae?! — eu o olhei surpreso.
— Prince Line toda. — ele se afastou um pouco e eu pude ver os outros de longe nos olhando — A escola não é tão grande assim, vamos achá-la.
— Sim. — eu assenti agradecendo a ajuda.
Cada um correndo em uma direção olhando de sala em sala, de repente eu me lembrei que não havia ido a biblioteca antes, estava tão desesperado que nem estava pensando direito. Quando entrei na biblioteca a ajumma veio até mim em silêncio, ela apontou para o fundo, já estava entendendo o que ela queria me dizer, aquela ajumma era muito gentil comigo e sempre me ajudava quando eu precisava.
Pedi a ela para não deixar ninguém entrar e me afastei, segui em silêncio até o fundo, ela estava sentada no chão abraçada aos seus joelhos chorando. Parei em sua frente e fiquei a olhando por um tempo, estava pensando no que iria falar para ela, não sabia como me desculpar. Nunca havia pedido desculpas a uma garota antes, acho que este meu lado malvado estava entrando em conflito comigo, este era o lado do meu pai que eu odiava, mas havia herdado também.
.


* POV - off *

“Você é a garota que me deixa inquieto sempre que te vejo.”
— Bad / Infinite



Capítulo 8


“Eu posso parecer forte, até mesmo sorrir, mas na verdade eu estou tão sozinho
Pode até parecer que eu não tenho nenhuma preocupação,
mas na verdade eu tenho muito a dizer
A primeira vez que te vi, me senti tão atraído por você
Andando sem rumo,
Não pude dizer uma palavra.”
— My Answer / EXO
Aquela era a primeira vez que ele havia falado meu nome, senti meu corpo arrepiar quando ouvi sua voz. Mesmo chorando, chateada, aquela única palavra tinha me aquecido por dentro, levantei minha face e o olhei deixando algumas lágrimas caírem.
— O que está fazendo aqui? — eu fixei meus olhos nos dele — Veio rir de mim de novo?
— Não. — ele pegou em minha mão e me puxou de repente.
Meu corpo levantou com seu impulso indo em direção ao corpo dele, ao ficarmos bem próximos me abraçou imediatamente de forma suave. Eu não deveria demonstrar fraqueza, mas seu abraço era tão acolhedor que desabei em lágrimas novamente.
Não acreditava naquilo, como ele conseguia fazer eu me sentir tão mal e depois tão bem, não conseguia entender como ele tinha esse controle sobre mim, e isso me deixava ainda mais irritada e fascinada por ele. Ficamos por um tempo abraçados, até que ele se afastou um pouco e secou minhas lágrimas com sua mão suavemente, seu olhar era tão encantador que me fazia esquecer de tudo.
— Vamos, o treino ainda não terminou.
— Ah?! — eu o olhei de novo sem reação, isso já estava virando um costume, ele fazia isso comigo.
Ele sorriu de canto, que sorriso, vontade de matar ele de tão lindo, me pegou pelo braço e me puxou em direção à saída. Quando entramos na quadra as sacolas não estavam, mais no chão e os amigos dele estavam treinando naturalmente como se nada tivesse acontecido.
O treinador estava monitorando os passes deles atentamente, soltou meu braço e correu para o centro da quadra. Eu fiquei no canto olhando até que o treinador se aproximou de mim ainda atento aos meninos.
— Espero que não esteja muito cansada.
— Não, não estou. — eu desviei meu olhar colocando a mão na barriga, estava sentindo fome.
— Não comeu ainda não é? — perguntou ele.
— Não.
— Vá se alimentar na minha sala, os meninos deixaram seu lanche lá.
Eu assenti meio admirada e corri até a sala dele, ao entrar perto da mesa da porta estava meu bolo de cenoura, um sanduíche e uma lata de suco me esperando, meus olhos brilharam de imediato. Puxei a cadeira e me sentei, nada como a comida para me fazer esquecer , quando estava terminando me virei para porta e lá estava ele encostado na porta, meu pesadelo.
— Estava gostoso o bolo? — perguntou ele.
— Sim. — eu desviei meu olhar para a lata de suco na minha frente não dando importância para ele.
— Que bom, fui eu quem pediu para ajumma fazer para você.
— Hum?! — eu o olhei novamente meio surpresa — Você?!
— Sim. — ele sorriu de canto — Disse a ela que uma garota especial iria buscar.
?! — eu sussurrei.
— Agora que já terminou seu lanche, ainda tem tarefas a cumprir. — ele se afastou um pouco da porta — O treino acabou e a quadra deve ficar organizada.
Ele saiu mantendo aquele sorriso em sua face, e eu fiquei novamente indignada com ele, como uma mãe tão simpática e fofa como a ajumma Seoyun pode ter um filho como ele? E como eu, depois de tudo poderia ficar encantada com aquele sorriso?
— Idiota. — eu sussurrei.
Ele era mesmo um idiota que me fazia ficar maluca e irritada a todo momento. Joguei as embalagens do lanche no lixo e saí da sala do treinador, todos os jogadores e as líderes de torcida estavam sentados conversando na arquibancada. Exceto MinSoo estava em pé no canto com uma menina também do segundo ano chamada Sooyong, ela tinha entrado recentemente para o grupo das líderes de torcida.
Eles ficaram em silêncio quando me viram, respirei fundo e comecei a juntar as toalhas primeiro, andando de uma ponta a outra da quadra, parecia que eles tinham espalhado as toalhas de propósito, e isso não era surpresa para mim. Depois que coloquei todas as toalhas no cesto, passei para as bolas que também estavam espalhadas.

Permaneci em silêncio todo o tempo com eles olhando para mim entre risos e cochichos, aquilo me dava uma raiva, mas preferi manter minha tranquilidade mínima e continuar minha tarefa. Ao final peguei uma vassoura e varri toda a quadra, para minha felicidade estava só empoeirada e não precisei me esforçar tanto. Assim que eu peguei minha bolsa e me virei, todos já estavam saindo, dei alguns passos em direção à porta, até que me pegou pelo braço me virando.
— Aonde está indo? — perguntou ele.
— Para casa.
— Você ainda não terminou. — ele mostrou a bola em sua mão.
— É sério isso? — eu o olhei respirando fundo para não bater nele.
— Você quer? — ele sorriu esticando a bola.
— Me dá. — eu tentei pegar, mas ele fez um movimento de jogo se desviando de mim.
— Espera. — ele se posicionou e lançou a bola, que caiu perfeitamente dentro da cesta — Vai pegar. — ele piscou de leve para mim e saiu rindo.
— Idiota. — eu gritei extravasando minha raiva acumulada durante o dia todo.
Caminhei bufando até a bola e a peguei, segurei algumas palavras de xingamento e soltei outras, coloquei a bola no lugar e saí da quadra, fechando a porta. Eu o avistei de longe saindo pelo portão com seus amigos e aquelas garotas que me enojavam, acho que agora eu entendia o porquê de nunca gostava de líderes de torcida.

Demorei um pouco para chegar no metrô, meus passos estavam bem lentos e minha atenção bem longe dali, pela primeira vez não estava pensando em nada relacionado ao pesadelo. Assim que me sentei na cadeira do vagão que entrei uma pessoa sentou ao meu lado, olhei automaticamente.
— Aish. — porque eu olhei.

“Com um sorriso inocente,
Sua voz sempre brilha para mim,
Porque você está (comigo), eu posso sorrir.”
— Kiss kiss kiss / SHINee
permaneceu em silêncio, estava com fone no ouvido, fechou seus olhos tranquilamente agindo com naturalidade. Como ele conseguia fazer aquilo mesmo? Me deixava irritada e odeio admitir, fascinada ao mesmo tempo. Quando chegou na minha estação, eu me levantei e ele também, fiquei calada para ver o que ele iria fazer.
E como eu previ, ele saiu atrás de mim e ficou me seguindo, eu parei e me virei o olhando, ele parou e ficou me encarando ainda com seus fones no ouvido. Seu rosto suave, seu olhar envolvente, um sorriso se formando no canto da boca, respirei fundo e me aproximei dele, retirei seus fone.
— Está me seguindo?
— Não. — ele pegou os fones e guardou na mochila — Estou te acompanhando.
— Como?!
— Acha mesmo que te deixaria ir para casa sozinha? — ele me olhou sério e pegou em minha mão — Vamos antes que seus pais fiquem preocupados, vou te levar até a porta.
Por essa eu não esperava mesmo, inacreditável seria a palavra certa. E como dito, ele me acompanhou até a porta do apartamento. Quando eu abri, fiquei meio sem graça de não convidar ele para entrar, mesmo me fazendo raiva, eu queria agradecer por ter me acompanhado, e meus pais iriam gostar de ver ele.
— Omma, appa!? — eu disse ao entrar.
— Ah, querida, que bom que chegou. — disse minha mãe vindo da cozinha com uma forma com biscoitos — Oh, .
— Ele me acompanhou hoje omma. — eu expliquei meio com vergonha.
— Fico feliz por ter vindo. — ela me olhou — Mas porque ele te acompanhou?
— Sua filha se inscreveu para ser auxiliar do treinador no clube de basquete. — ele respondeu tranquilamente como se fosse a coisa mais normal do mundo, sínico.
— É! — eu concordei meio que automaticamente.
— Que legal, seu pai vai ficar feliz, ele jogou basquete nos tempos de colegial. — ela sorriu animada — Eu vou colocar os biscoitos em uma bandeja melhor, você vai ficar para o jantar não é ?
— Não, não quero incomodar.
— Incômodo nenhum, faço questão. — ela se virou indo para cozinha.
— Hyung. — gritou meu irmão correndo em direção a ele.
— Nada de correr. — repreendeu minha mãe do corredor.
— Desculpa omma. — Jinho riu — Hyung, veio jogar comigo?
— Não exatamente, mas podemos fazer isso agora.
— Legal. — Jinho ligou seu Xbox animado e se sentou no chão pegando uma almofada para apoiar suas costas melhor, no sofá.
Naquele momento eu percebi que já estava totalmente fora de foco, e me virei em direção ao corredor dos quartos.
— Não demora. — disse com sua atenção na televisão.
Eu ri alto enquanto caminhava, entrei no meu quarto colocando minha mochila em cima da cama, peguei uma roupa aleatória e fui em direção ao banheiro. Tomei uma ducha rápida e coloquei a roupa, quando saí estava na porta de braços cruzados me olhando.
— O que está fazendo parado aqui? — perguntei a ele.
— Você demorou. — ele riu de canto — Sua mãe está chamando para o jantar.
Eu segurei o riso para não dar motivos a ele, fomos juntos para sala de jantar e nos sentamos à mesa. Omma tinha feito lasanha à bolonhesa, arroz branco e salada.
— Onde está meu appa? — perguntei.
— Ele teve que viajar de última hora para Busan. — ela serviu o prato de primeiro — Assuntos da empresa.
— Obrigado ajumma. — ele sorriu de leve pegando o prato das mãos dela.
— Espero que goste. — ela serviu o prato de Jinho.
— Tenho certeza que vou. — a olhou — O cheiro está maravilhoso.
Confesso, ele sabia ser fofo e gentil quando queria, mas somente com as outras pessoas, mas era legal ver como ele tratava minha omma. Após o jantar eu o levei até a portaria do prédio.
— Obrigada. — eu disse a ele.
— Por te acompanhar ou por sua mãe ter ficado animada com sua entrada para o clube de basquete?
— Não vou nem me dar o trabalho de responder sobre esse clube. — eu o olhei atravessado — E retiro o agradecimento.
— Não vai não. — disse ele de forma presunçosa.
— Vou sim, retiro o agradeci…
            Ele me interrompeu com um beijo inesperado, fiquei com uma vontade enorme de empurrar ele, mas seu beijo era tão doce que apenas retribui, senti seus braços envolver minha cintura trazendo meu corpo para mais perto do dele. Acho que aquilo não era bem o local apropriado para isso, estávamos na porta do prédio, mas ele não estava relativamente se importando.
— Você está louco? — eu o olhei — Boa noite. — eu o empurrei de leve.
Ele saiu rindo sem dizer mais nada, eu me virei e voltei para o apartamento. Minha omma já estava terminando te arrumar a cozinha, ela ficou me olhando de forma esquisita segurando o riso.
— O que foi omma? — eu a olhei.
— Posso te fazer uma pergunta? — ela guardou o ultimo prato no armário e me olhou.
— Pode.
— Você está gostando do ?
Aquela pergunta tinha me pegado de surpresa, e eu não sabia o que responderia a ela.

“Não ligo se é veneno, tomo tranquilamente
Nenhuma tentação pode ser mais doce ou forte que você.”
— Last Romeo / Infinite




Capítulo 9


“Eu quero dizer
Não sou um cara maneiro ou bonito
Eu sou apenas um honesto bad boy.”
— Ring Ding Dong / SHINee

* POV — on *

Beijar ela de surpresa era um tanto divertido, ainda mais pelo fato dela ficar estressada depois, seus lábios eram doce e molhados, diferente de todas as garotas que já roubei um beijo. Voltei para casa do meu pai não querendo voltar, quando cheguei em casa ele não estava, não me importei e fui para meu quarto, joguei minha mochila em cima da cama e desci novamente indo em direção a cozinha.
Abri a geladeira e fiquei olhando por alguns minutos o que comeria, por mais que tivesse jantado na casa de , ainda me sentia faminto, e não iria comer muito lá por questões de educação. Peguei uma lata de coca e fechei a geladeira rindo da cara dela quando falei sobre o clube de basquete para sua mãe, caminhei até o armário e peguei um pacote de salgadinho e me virei em direção a porta.
Meu sorriso se desfez na mesma hora, uma das muitas “amigas” do meu pai estava na porta com uma garrafa de Soju nas mão direita com um sorriso meio sem graça. Meu pai entrou atrás dela rindo de alguma coisa, mas seu sorriso também se desfez ao me vez.
— Oh, filho, não sabia que ainda estava acordado. — seu tom era um pouco desconsertado.
— DongHo, eu vou te esperar no escritório. — a mulher se curvou de leve e saiu.
Eu permaneci em silêncio com minha face séria olhando meu pai, tentava não demonstrar em meu olhar a raiva que ainda sentia dele, quando me movi para sair da cozinha, ele segurou em meu braço.
— Temos que conversar.
— Não tenho nada para falar. — disse mantendo meu olhar para frente.
— Seu tio me falou sobre o roubo das provas e sobre uma garota envolvida. — ele começou tentando manter sua voz baixa.
— Não falarei sobre isso com você. — eu me solte e deu mais dois passos para frente — Só estou aqui, por que minha irmã não merece viver nesta casa.
— Olha como fala comigo. — ele alterou sua voz — Sou seu pai e me deve respeito.
— O senhor também devia respeito à minha mãe. — eu saí da cozinha o deixando sozinho.
Não me importava se ele iria me tirar o pouco dinheiro que me dava mensalmente ou se iria me trancar em algum internato, eu não o tinha mais como meu pai. Entrei no meu quarto e tranquei a porta, senti algumas lágrimas de raiva sair de meus olhos, coloquei a lata e o pacote em cima da escrivaninha e retirei meu celular que estava no bolso.
Olhei para minha mão e ela estava tremendo, respirei fundo, sentia lá no fundo que as palavras que disse para meu pai eram as que eu queria dizer a muito tempo. Desbloqueei a tela e olhei para a foto de no papel de parede, disquei o número dela e liguei.
— Yeobosseyo! — sua voz continuava atraente ao telefone, era doce como a da minha mãe e delicada como da minha irmã, eu gostava disso, ela de alguma forma me lembrava as duas mulheres da minha vida.
Eu desliguei o telefone, respirei fundo e liguei novamente, percebi um leve riso saindo espontaneamente de mim.
— Yeobosseyo!? — ela disse novamente, eu permaneci em silêncio, senti mais algumas lágrimas caindo de meus olhos — ?!
Ela sabia que era eu, tinha a opção de desligar, mas mesmo assim ela continuou na linha, mesmo sem eu dizer uma só palavra.
* POV — off *

“Apenas deixe—me ficar ao seu lado
Não importa como você pense (é você).”
— My Answer / EXO

Eu me mantive meio sem reação a pergunta da minha mãe, desconversei no início e a deixei sem resposta, afinal, nem eu mesma sabia a resposta. A deixei na cozinha terminado de guardar os pratos e fui para meu quarto, assim que abri a porta meu celular tocou, o peguei no bolso de fora da mochila e olhei, era ele, será que queria dizer que tinha chegado em segurança?
— Yeobosseyo!  — disse naturalmente.
Em menos de cinco segundos ele desligou, eu não entendi por que, mas se tratando de , certamente ele estava fazendo alguma brincadeira sem graça comigo. O celular tocou novamente e outra vez era ele, pensei em desligar na sua cara, mas resolvi atender, afinal talvez a ligação pudesse ter caído.
— Yeobosseyo?! — disse novamente num tom calmo, ele permaneceu em silêncio, eu comecei a notar bem lá no fundo que alguma coisa estava errada, que ele não estava bem, como se estivesse precisando de companhia — ?! — disse seu nome.
Eu poderia desligar, mas não, senti que não deveria, talvez ele tivesse brigado com seu pai e quisesse desabafar com alguém que não fosse seus amigos, ou que só precisava ouvir minha voz para se sentir mais confortável. Eu não sabia o que estava acontecendo com ele, mas não desligaria aquela ligação até que ele fizesse antes de mim.
, eu… — nem sabia o que dizer — Não sei porque me ligou, mas espero que tenha se divertido hoje no jantar, aqui.
Eu não sabia mesmo o que dizer, ficamos longos minutos em silêncio, um ouvindo a respiração do outro, e parecia estar em sincronia.
— Hum, , eu… — hesitei um pouco, mas tinha que fala, olhei para o relógio na cabeceira da minha cama e já passava de meia noite — Ainda temos aula ao acordar, mas eu não irei desligar até você desligar.
Demorou mais alguns minutos até que ele encerrou a ligação, senti meu coração na mão, queria entender o que ele estava passando, mas não sabia nem mesmo entender o que eu estava passando. A pergunta da minha mãe voltou em minha mente, o que eu sentia por ? Será que ficar mais de uma hora no telefone sem dizer uma só palavra poderia ser definido como amizade? Amizade colorida talvez, já que ele adotou o hábito de em beijar de surpresa.
— Não, não, não… — balancei a cabeça tentando me livrar de qualquer pensamento sobre ele e seus beijos — , hora de dormir, somente dormir e nada mais.
Troquei minha roupa e me deitei, fechei meus olhos uma vez e a imagem dele invadiu minha mente, abri os olhos e respirei fundo, estava com medo de dormir e acabar sonhando com ele.
seu idiota, não posso me apaixonar por você. — sussurrei ao apagar a luz do meu abajur.
Dormi tranquilamente e por ironia não sonhei com ele, não consegui definir se era alívio ou frustração, mas acordei descansada e preparada para mais um dia de aula. Minha mãe já estava cantarolando na cozinha enquanto preparava o café, Jinho estava sentado à mesa saboreando seu chocolate quente.
— Omma!  — disse meio empolgada, peguei um cookie que estava no prato de Jinho — Não ficarei para o café, tenho que chegar mais cedo hoje.
— Noona, pegue um que não seja meu. — reclamou Jinho.
— O seu vem com amor dobrado. — retruquei dando um sorriso para ele.
— Está animada, vai mais cedo por que? Vai encontrar ? — ela com um sorriso malicioso no rosto.
— Omma?! Não. — eu desviei meu olhar para meu celular que estava na mão esquerda e olhei a hora —Tem reunião do clube de basquete e eu devo participar.
— Sei. — ela me lançou um olhar desconfiada — Vá em segurança.
— Até mais tarde. — eu sorri e pegando outro cookie do prato de Jinho saí correndo.
Corri até a estação de metrô, entrei no segundo vagão e lá estavam os membros da Prince Line rindo de alguma coisa, exceto que estava encostado na janela em silêncio com seu headfone no ouvido.  Permaneci onde estava e fingi que não tinha visto eles, quando parou na estação da escola, desci primeiro e tentei andar o mais rápido de pude. De repente senti uma mão segurar a minha, olhei para o lado era .
— Bom dia.  — disse em sussurro.
— Espero que tenha dormido bem.  — disse ele olhando pra trás, seus amigos já estavam se aproximando.
Caminhamos em silêncio o resto do caminho, seus amigos nos ultrapassaram permanecendo a alguns passos na nossa frente, quando chegamos na quadra o professor já estava a nossa espera. Os garotos sentaram na arquibancada e o treinador começou seu discurso sobre o primeiro jogo e o início do campeonato intercolegial. Fiquei encostada nos armário ouvindo tudo aquilo também, até que deu a hora de eu ir para a sala e pedi para sair da quadra.
Quando entrei na sala, já estava sentado em sua carteira escrevendo alguma coisa no caderno, suas anotações superavam as minhas, caminhei até lá e me sentei atrás dele como sempre.
— Bom dia. — disse meio sem jeito.
— Bom dia. — ele se virou para trás e sorrio de leve — Então como está indo com o clube de basquete?
— Comecei ontem, acho que vou sobreviver. — eu ri e ele riu também — E você? Já convidou a garota que queria para o baile?
— Ainda não. — ele desviou seu olhar para a mesa — Ainda estou tomando coragem, não sei se ela vai querer ir comigo.
— Que garota seria louca de não querer ir com você? — eu ri de leve — Espero que ela aceite.
— E você?
— Eu o que?
— Acha que alguém vai te convidar? — ele respirou fundo, parecia ter medo da resposta.
— Não sei, mas eu não iria mesmo.
— E se te convidar? — ele me olhou sério.
— Não iria mesmo.
— Bom dia alunos. — disse o professor Siwon ao entrar na sala — Quem está curioso para saber como foram as notas? — ele deu um sorriso tão fofo que vários suspiros surgiram pela sala.
Eu também suspirei baixo, vi rindo ao se virar para frente, tinha que admitir que o professor Siwon era mesmo de causar suspiros. A aula foi bem produtiva e engraçada, com vários comentários a parte de , no intervalo eu e Hae resolvemos ficar na biblioteca estudando juntos, já que agora eu estava no clube, tinha que estudar dobrado nas horas vagas, e por falar em horas vagas, meu horário após o intervalo seria na quadra.
— Podemos ter uma pausa, não aguento mais arquitetura barroca.
— Estamos estudando literatura clássica. — ele riu.
— Viu nem minha mente está sabendo mais o que eu estou lendo. — eu ri junto.
— Ah, aqui está você. — disse ao se aproximar do sofá onde estávamos sentados.
— O que está fazendo aqui?
— Vim te buscar para o treino. — ele parou na minha frente — Ah, oi, .
— Oi. — o olhou sério.
— Hum, vai ao baile ? — perguntou ele.
— Por que quer saber? — Hae estava com um tom de voz áspera e fria, eu já sabia que ele não gostava de .
— Por nada, é que eu vou com a , e certamente ela iria gostar de ter um amigo por lá, caso fique entediada com as líderes de torcida.
— Eu vou? — olhei surpresa para — Não, eu não vou.
— Vai sim.  — pegou minha mão e me puxou para perto dele — Todos os integrantes do time de basquete estão convocados e você vai comigo, o capitão do time.
Eu olhei para Hae sem saber o que dizer, vi a decepção em seu olhar, mas antes que pudesse dizer algo, me puxou para sair de lá. Fui um pouco contrariada, mas não tinha outra escolha, fiquei sentada na arquibancada vendo eles treinando, estava tão disposto correndo de uma ponta da quadra a outra fazendo cestas, que nem parecia que tinha me ligado na noite anterior.

“Agora na minha frente existem duas pessoas brilhantes,
E eu que estou agindo pobremente,
Embora eu tente me repreender por ser um idiota,
Meu coração continua se curvando na sua direção.”
— Aside / SHINee


Capítulo 10


“Por favor, permita-me entrar
Em seu coração, a qualquer hora que eu quiser.”
— My little princess / TVXQ (DBSK)
Após o treino como sempre, fui guardar as bolas que estavam espalhadas pela guardar, após isso entrei no escritório do treinador e comecei a organizar os papeis de inscrição que o treinador tinha me pedido. Após alguns minutos concentrada fazendo o cadastro dos jogadores pelo site, ouvi dois toques na porta e levantei meu olhar em sua direção.
— Pensei que já estivesse ido embora. — desviei meu olhar dele para o computador para fechar as guias da internet e desligar tudo.
— Já escureceu, não posso te deixar ir embora sozinha. — ele cruzou seus braços encostando na porta.
— Está preocupado comigo? — eu o olhei sentindo meus olhos brilharem sorri de leve.
— Não. — ele se afastou da porta — Você faz parte do clube de basquete, eu sou o capitão do time, de certa forma sou metade responsável por você. — ele se virou — Não demore.
Respirei fundo, meu sorriso já havia saído do rosto, aquele idiota tinha me feito de boba de novo. Desliguei o computador e peguei minha mochila, quando saí não tinha ninguém, achei que ele estivesse me esperando, não dei importância e saí. O caminho de volta para casa pareceu mais curto e solitário, não cumpriu sua palavra e não me acompanhou, estranho aquilo, mas tentei não dar importância.
Coloquei meus fones no ouvido pouco antes de sair do metrô, acho que meu cérebro estava no automático, não estava prestando atenção em nada. Em um piscar de olhos quando fui atravessar a rua, vi uma luz forte se aproximar de mim, meu corpo gelou no mesmo minuto e fiquei paralisada, fechei meus olhos e logo senti uma pessoa me puxar fazendo meu corpo cair no chão.
— Yah, sua louca. — gritou um homem.
— Hum. — eu abri meus olhos e encontrei o olhar de , estávamos caídos no chão da rua.
— Ommo, vocês estão bem? — perguntou uma ajumma ao se aproximar de nós.
— Sim, estamos. — disse ele num tom sério e baixo, ele se levantou me ajudando a levantar também.
Olhei em minha volta e tinha algumas pessoas paradas olhando, segurou em minha mão, pegou minha mochila que estava no chão e me tirou dali. Os poucos quarteirões que estávamos do meu prédio ficamos em silêncio, quando chegamos ele parou pouco antes da porta.
— Komaweyo. — permaneci com minha face abaixada.
— Não posso me afastar um pouco que você provoca isso?
— Mianheyo. — eu levantei minha face, ele estava com um sorriso disfarçado no rosto — Você desapareceu, pensei que tivesse ido embora.
— Eu estava com você, só não estava ao seu lado. — ele esticou a minha mochila e eu peguei — Boa noite, não se esqueça de chegar cedo amanhã.
Ele se virou, e peguei no seu braço o fazendo parar e me coloquei na sua frente.
— Você está bem?
— Por que está perguntando? — ele desviou seu olhar para rua — Está tarde, você precisa entrar.
— Não agora.  — eu respirei fundo — Você me ligou ontem, fiquei preocupada.
— Não fique, eu estou bem. — ele se aproximou de mim e me abraçou forte, senti meu corpo se arrepiar — Komawo, por ter atendido.
Ele deu um beijo de leve na minha testa e se foi, quando entrei no apartamento, Jinho estava jogando Xbox na tv e meus pais estavam na cozinha conversando.
— Boa noite família.
— Boa noite noona! — Jinho continuou com sua atenção para seu jogo.
— Querida, chegou um pouco mais tarde hoje. — disse minha mãe.
— Sim, o campeonato está perto, então os treinos estão demorando mais para acabar.
— Sua mãe me contou sobre o clube de basquete, isso é legal, eu era o capitão na minha época.
— Até nisso sua filha é igual a mãe. — minha mãe riu.
— Como assim? — meu pai a olhou.
— Omma?! — eu a olhei.
— Não disse nada. — ela guardou o prato no armário — Está com fome filha?
— Um pouco, vou me trocar!
Após comermos o lanche que meus pais prepararam, ficamos um pouco na sala vendo um dorama, fui para meu quarto antes de todos. Dormi tranquilamente, teria que acordar cedo graças ao clube de basquete, eu estava achando legal fazer parte de algum clube, ainda mais pela felicidade do meu pai de ser o de basquete, mas ainda não queria ficar tão perto assim de .
Passaram-se os dias e sempre após o intervalo eu era liberada para acompanhar os treinos, estava perto do campeonato e até aos sábados tinha treinos intensos. Era sábado e tínhamos terminado o cronograma de treinos, era aniversário da mãe de MinSoo e o clube todo tinha sido convidado para uma pequena comemoração.
Quando chegamos, me senti meio deslocada, todos se conheciam e eu era a intrusa, por mais que a ajumma mãe de estivesse lá com a irmãzinha dele, eu ainda assim não me sentia à vontade. Fiquei um tempo sentada na poltrona ao lado da porta, a mãe de MinSoo me ofereceu um copo de suco, sorri e me curvei um pouco em agradecimento ao pegar o copo. MiJun e Hwang estavam entre risos com as líderes de torcida sentados entre as almofadas no chão, MinSoo estava na varanda com Sooyong.
Me levantei da cadeira e comecei a procurar por , como eu estava um pouco invisível naquele lugar, então não notariam minha ausência. Entrei na cozinha e ouvi um barulho vindo do jardim que tinha nos fundos da casa, deu alguns passos silenciosos até a porta de saída, meu coração parou por um momento com o que meus olhos viram.
, oppa. — disse Taeyeong, a capitã das líderes de torcida, ela estava parada frente a ele.
— O que?  — ele estava encostado na parede com suas mãos no bolso da calça, seu rosto sério e sua atenção totalmente voltada para ela.
— Você não me respondeu. — ela se aproximou mais um pouco dele e segurou de leve em sua blusa — Vamos ao baile juntos?
Eu dei um passo para trás para sair dali, porém minha sorte me fez tropeçar em minha própria perna e cair, consequentemente um pouco do suco se derramou na barra da minha blusa, olhei para frente e os dois estavam me olhando, me levantei rápido e saí de lá correndo. Eu não tinha que ficar triste, teoricamente não me importava com e quem ele levaria ao baile, mas percebi algumas lágrimas se formando em meus olhos.
"Eu não quero estar aqui,
E eu nem ao menos sei porque eu estou sozinho ou assustado."
— Hot times / SM The ballad
Parei no ponto de ônibus e me sentei no banco, fiquei alguns minutos com a cabeça abaixada, percebi alguém se aproximar de mim. A pessoa pegou em minha mão e me puxou me fazendo levantar.
— Hum!? — eu o olhei, era — O que está fazendo?
— Por que pergunta tanto. — ele segurou em minha mão e me puxou, percebi que minha mochila estava em seu ombro.
Alguns minutos a mais de caminhada, chegamos na escola, estranhei aquilo.
— Por que estamos aqui?
— Semana que vem será o primeiro jogo, como capitão do time, carrego toda a responsabilidade. — entramos com a permissão do porteiro ajhussi e fomos em direção à quadra.
— Você ainda não me respondeu.  — questionei ao entrar na quadra.
— Você é a auxiliar do técnico, seu trabalho é ajudar o time, então você vai treinar comigo.
— Mas eu não sei jogar isso. — eu soltei minha mão dele e fiquei o olhando ir buscar a bola.
— Apenas faça o que eu disser.  — ele me entregou a bola dando um sorriso de canto.
— Vou tentar. — assenti pegando a bola, estava com medo, porém animada com aquilo.
Ele me explicou o básico sobre basquete e como era chamado os principais movimentos e passes entre os jogadores, foi uma aula misturada à um treino. A única coisa que eu teria que fazer era tentar bloqueá-lo e impedir que fizesse cestas. Era meio complicado isso, era um jogador excepcional e muito talentoso, tinha curiosidade em saber se como aluno ele também era assim, já que suas notas eram altas.
— Tive uma ideia. — disse ele ao se aproximar de mim.
— Qual? — eu o olhei.
— Vou te ensinar a fazer uma cesta.
— Acho melhor não. — eu me afastei um pouco com receio.
— Deixe de ser medrosa. — ele pegou em minha mão suavemente e me rodou de leve, e segurando em minhas mãos me forçou de leve a me posicionar em frente a cesta — Respira fundo e relaxe, você é quem controla o jogo.
— Controlo? — eu o olhei, sua face estava bem perto da minha.
Parecia que o mundo havia parado naquele momento, ele moveu minhas mãos me fazendo arremessar a bola, meus olhos continuaram o olhando fixamente. virou de leve sua face para ver a trajetória da bola.
— Viu. — ele se virou para mim com um sorriso — Você acabou de fazer sua primeira cesta.
Eu não conseguia reagir a nada, internamente estava lutando comigo mesma para não me deixar encantar por aquele olhar charmoso e sorriso fatal. Fechei meus olhos tentando voltar a realidade e deu um passo para trás, em segundos senti os lábios dele tocarem os meus. Meu coração acelerou no mesmo instante, porque ele tinha que fazer isso, eu estava muito bem sem ser beijada.
. — eu me afastei um pouco dele — Você não pode ficar fazendo isso assim, sempre que quiser.
— Por que não? — ele tombou um pouco a cabeça dando um sorriso de canto malicioso.
— Quero ir para casa. — eu me afastei mais indo em direção a minha mochila.
—Tudo bem. — ele me seguiu e assim que peguei minha mochila ele segurou em minha mão — Já que você quer, vou te levar para casa.
Passei todo o caminho olhando para rua para não encará-lo, quando chegamos em frente ao meu prédio, ele parou em minha frente e ficou me olhando.
— Você está meio estranha. — disse ele tranquilamente — Quer conversar?
— O que? — eu olhei — Não estou estranha, boa noite.
Eu me afastei rapidamente dele e entrei, quando cheguei no apartamento fui direto para meu quarto. Coloquei minha mochila na poltrona e peguei meu celular, fiquei olhando para a tela por um tempo, em um piscar de olhos uma mensagem chegou, era dele desejando boa noite. Um sorriso brotou espontaneamente do meu rosto, quando percebi fiquei séria.
— Yah, , não faça isso. — disse comigo mesma — Esse idiota implica com você desde o primeiro dia, pare de querer se apaixonar por ele.

* POV — on *
Eu não sabia porque ela tinha ficado meio estranha, mas já imaginava, será que ela está pensando que eu tenho algo com Taeyeong? Seria divertido ver ela com ciúmes de mim, me virei rindo de tudo aquilo e voltei para casa de MinSoo para pegar minha mochila, no meio do caminho enviei uma mensagem de boa noite para ela. Quando chegue os membros ainda estavam lá conversando sobre o primeiro jogo e o baile que seria dois dias depois.

— Yah, , pensamos que tinha ido embora. — disse Junhae.
— Você não viram, mas ele saiu atrás da novata.  — comentou YeJin — É o nome dela, não é?
— Ah, sim, é . — confirmou Hwang.
— Agora que já sabem. — eu encostei na parede e coloquei minhas mãos nos bolsos da calça.
— E ficou todo esse tempo com ela? — Minsoo riu de leve — Hyung, temos um novo couple?
— Não. — eu o olhei sério — Estávamos treinando na quadra da escola.
— Jinja? — todos falaram em coral e me olharam surpresos.
— Sim. — eu me afastei da parede e peguei minha mochila que estava no chão ao lado de Taeyeong, olhei sério para ela e saí em direção a porta — Espero vocês para o treino extra de amanhã, e sem atrasos MinSoo.
— Sim, capitão. — disseram todos eles em coral.
Como era final de semana eu poderia ir para casa da minha mãe e foi o que eu fiz, quando cheguei, fui recebido com um abraço de Sunny. Minha omma estava na cozinha fazendo ramem para o jantar, deixei minha mochila ao lado da porta do meu quarto e fui para cozinha, fiquei um pouco encostado na porta da cozinha a olhando preparar tudo.
— Filho. — ela olhou para mim com um sorriso singelo no rosto — Que olhar brilhoso é esse?
— Estou onde quero estar. — senti Sunny parando ao meu lado e me abraçando.
— Oppa, senti sua falta. — ela sorriu de leve.
— Eu também. — eu a peguei no colo — Uau, está pesada, andou comendo muito essa semana?
— Oppa?! — ela riu — Estou crescendo.
— Estou vendo. — eu a coloquei no chão — E está ficando mais linda do que já é.
— Poderei ter namorado? — ela me olhou séria.
— Vou pensar.
— O jantar está pronto. — minha mãe segurou um pouco o riso e colocou a tigela em cima da mesa — Pensei que demoraria mais na casa de MinSoo.
— Estou um pouco cansado dos treinos, resolvi vir mais cedo. — me sentei na cadeira e ajudei Sunny a se sentar.
— Hum, quando voltamos para casa, não encontramos você, onde estava? — ela serviu minha tigela.
— Fui levar uma garota em casa. — respondi pegando minha tigela.
unnie? — Sunny me olhou.
— Sim. — assenti movendo a cabeça.
— Ela é uma garota adorável, fico feliz que tenha convidado ela para o baile.
— Sim. — eu assenti novamente.
Era legal que minha mãe aprovasse ela, afinal era a primeira garota de muitas que apresentei, que tinha conquistado a simpatia da minha omma. Após o jantar me ofereci para arrumar a cozinha, enquanto minha mãe foi assistir televisão com Sunny, os dias que eu passava com elas eram os únicos que eu tinha motivos para sorrir, até que entrou na minha vida e sem perceber me deu ideias para melhorar meu dia.
Mesmo que não conseguisse dizer a ela, eu já sabia que estava apaixonado pela novata estrangeira que me fazia sorrir sem nem saber. Terminei de arrumar tudo na cozinha e fui para meu quarto, ao passar pela sala, via as duas dormindo, fui até o quarto da minha mãe e peguei uma manta do seu armário, voltei na sala e as cobri de leve e desliguei a televisão. Eu me sentia bem quando via minha mãe dormir tão tranquilamente, após todo o sofrimento que ela passou pouco antes e depois do divórcio dela com aquele que um dia chamei de pai.
Apaguei as luzes deixando somente a do corredor da cozinha acesa e fui para meu quarto, fechei a porta e troquei de roupa, peguei a mochila que estava no chão e coloquei na escrivaninha, estava sem sono e não mesmo sentindo meu corpo um pouco dolorido devido aos treinos excessivos, abri o caderno de anotações que Ha Ri tinha me emprestado e comecei a estudar, eu ainda tinha que me preocupar com a prova para as universidades e mesmo sendo um aluno destaque, não queria depender daquele homem que se dizia ser meu pai ou da sua influência para nada em minha vida.
“Eu posso parecer forte, até mesmo sorrir, mas na verdade eu estou tão sozinho
Pode até parecer que eu não tenho nenhuma preocupação,
Mas na verdade eu tenho muito a dizer
A primeira vez que te vi, me senti tão atraído por você
Andando sem rumo,
Não pude dizer uma palavra.”
— My Answer / EXO


Capítulo 11


“Eu quero ser o seu único campeão."
— Ace / Taemin

* POV — on *
O dia do primeiro jogo do campeonato havia chegado, era uma quarta—feira e por causa do jogo não haveria aula, mas os alunos tinham que assistir a partida. Antes de entrar para o vestiário Taeyeong se aproximou de mim e me deu uma correntinha com um pingente com o nome dela.
— Oppa, para te dar sorte. — disse ela com um sorriso.
— Komawo, vou precisar. — eu peguei o pingente das mãos dela e sorri de leve.
— Espero que marque muitos pontos, vou comemorar em todos.
— Tenho que ir agora, trocar de roupa, até após o jogo.
— Sim. — ela sorriu — A comemoração da vitória será na casa de Hwang.
Eu virei minha face e vi parada ao lado do vestiário nos olhando, segurei o riso e segui em sua direção, deixei minha blusa cair de propósito ao passar por ela e entrei no vestiário. Os membros já estavam terminando de se vestirem, os jogadores rivais já estavam em quadra, haviam chegados já uniformizados. Eu retirei minha calça e coloquei a bermuda, me encostei ao lado do meu armário e cruzei meus braços de leve esperando. Hwang me olhou sem entender minhas ações.
— Por que está assim hyung? Temos um jogo.
— Eu sei.  — olhei para a porta e lá estava parada me olhando — Poderiam nos deixas sozinhos?
* POV — off *    

Assim que os membros saíram, eu caminhei até ele e estiquei sua camisa que estava em minha mão.
— Deixou cair.
— Sabia que viria me entregar. — ele sorriu de canto e retirou sua blusa de uniforme na minha frente e jogou no seu armário.
Fiquei paralisada de início, queria mover meus olhos mais minha visão continuava fixa naquelas linhas do seu abdômen, respirei fundo enquanto ele pegou a camisa da minha mão e vestiu.
— Não vai me desejar sorte?  — perguntou ele.
— Não. — eu o olhei tentando demonstrar desprezo — Taeyeong já fez isso. — eu me virei para sair.
— Vai sim.  — ele segurou em minha mão de leve e me virou para ele, antes mesmo que eu pudesse reagir ele me beijou com pouca intensidade — Agora sim, terei sorte.

— Feche meu armário para mim. — ele saiu tranquilamente como se nada tivesse acontecido.
E eu como sempre estava em choque com tudo aquilo, quanto mais tentava não gostar dele, mais ele me provocava a me derreter em seus beijos, e que beijos. Respirei fundo e me virei para seu armário, quando fui tentar fechar sua blusa estava travando a porta, a peguei para dobrar direito e percebi que algo tinha caído no chão, era a correntinha que a Taeyeong tinha dado a ele. Senti meus olhos brilharem, era ridículo da minha parte esse sentimento de venci, mas eu estava gostando de ser sua sorte.
Quando finalmente retornei à quadra o jogo já tinha começado, tentei me lembrar das explicações de e entender o jogo, demorei um pouco para relembrar o que era cada passe que ele trocava com Junhae que era o ás do time. Era emocionante ver ele jogando, era tão rápido e preciso em seus lances, o jogo foi equilibrado e o time rival parecia animado também. Felizmente vencemos com o placar de 97x94, a cesta final de três pontos havia sido feita por MinJu, assim que o juiz apitou todos os membros do time se abraçaram e os alunos começaram a gritar de alegria.
Olhei de relance para o diretor e vi um olhar de orgulho, eu sabia que não era somente pelo time, mas também por seu sobrinho . Eu olhei novamente para a arquibancada e só naquele momento percebi que não estava presente, achei estranho, ele não era de faltar na aula, será que ele por causa do jogo?
Saí da quadra sem que vissem e permaneci no refeitório por um tempo, teria uma comemoração na casa de Hwang, mas eu não iria, não estava animada e já tinha tido experiências de mais em ficar no mesmo ambiente com as líderes de torcida. As outras garotas eram legais, mas meu problema era Taeyeong, e eu nem queria admitir a causa. Saí da escola antes que os membros do time, mais precisamente saísse da quadra, certamente ele me obrigaria a comparecer à festa e eu não queria mesmo ir.
Fiquei caminhando pelos quarteirões enrolando um pouco para ir para a estação, desta vez estava atenta e sem meus fones de ouvido, me peguei cantarolando algumas vezes e sorrindo sem motivos, parei em frente uma cafeteria e fiquei olhando as tortas que estavam expostas na vidraçaria. Elevei a mão na barriga de leve e senti que não tinha comido nada até aquele momento, estava com fome e sem dinheiro, tinha esquecido minha carteira em casa e só estava com a grana da passagem no bolso. De repente senti uma mão segurar a minha mão e me puxar para porta de entrada da cafeteria, olhei para o lado e era .
— O que está fazendo? — perguntei ao entrarmos.
— Vou alimentar meu amuleto da sorte. — respondeu tranquilamente olhando as mesas, de certo estava escolhendo onde sentaríamos.
— Não é isso. — eu me deixei ser guiada por ele até uma mesa que ficava mais aos fundo da cafeteria — Estou perguntando o que está fazendo aqui.
— Estou aqui, porque estou com fome, preciso recarregar as energias e me parece que você também está com fome. — ele se sentou e sorriu de leve.
— Não era para você está em uma festa de comemoração? — eu me sentei e o encarei.
— Este é só o primeiro jogo e não estava animado para festa.
Ficamos nos olhando por um tempo, por um momento eu senti que ele havia dito aquilo não por ele mesmo, mas que ele estava ali por minha causa. Meu coração acelerou um pouco naquela hora, deixei um sorriso transparecer de leve. A atendente se aproximou e pedimos chocolate quente acompanhado de duas fatias de torta de morango, foram momentos saborosos entre eu a aquela fatia de torta.
Demoramos um pouco para terminar, pois ele havia pedido mais duas fatia de torta para ele, fiquei impressionada com sua fome. pagou a conta e me levou para casa, quando chegamos em frente ao prédio, ele segurou de leve em minha mão e me puxou envolvendo seus braços em mim me abraçando. Não entendia o motivo mais retribui o abraço de leve.
— Komawo. — sussurrou ele em meu ouvido.
— Não fiz nada. — sussurrei de volta.
— Você entrou em minha vida. — ele se afastou alguns milímetros e me olhou com carinho, tinha um sorriso de canto.
. — eu me afastei de um pouco mais dele — Eu não quero.
— Não quer o que? — ele me olhou confuso.
— Entrar na sua vida. — eu dei mais dois passos para trás — Desde o primeiro dia que nos vimos temos um certo conflito, e eu quero evitar muitas coisas entre eu e você, e vamos começar pelo baile.
— Por que está dizendo isso?
— Não tem um motivo, só não quero ser próxima de você. — respirei fundo — E acho que deveria levar Taeyeong ao baile, certamente você já tinha combinado com ela antes de dizer ao que me levaria, não se preocupe, eu nunca quis ir ao baile.
Eu me virei e entrei no prédio, não daria a chance de dizer mais nada. Assim que entrei no elevador, comecei a me sentir uma idiota e burra por ter dito aquelas palavras, mas era melhor sair deste sentimento agora que eu ainda estava inteira. Ao entrar no apartamento, disfarcei as lágrimas que caíram quando saído elevador e fui para meu quarto. Me joguei na cama com aquela roupa mesmo e fiquei olhando para o teto enquanto ouvia a música mais bad do SHINee.

* POV — on *

Eu voltei para minha casa rindo de tudo aquilo, não acreditava que ela havia dito aquelas palavras. Só havia um motivo para ela querer se afastar de mim, o motivo que eu tanto queria, havia se apaixonado por mim e estava com medo daquele sentimento, agora eu teria que forçar ela a admitir e se declarar. Comecei a ficar um pouco mais empolgado com aquilo tudo, coloquei a mão em meu coração e ele estava um pouco acelerado.
— Ah!  — olhei para o céu e sorri — Acho que entendi porque ela mencionou a Taeyeong, não acredito que consegui duas coisas em um mesmo dia. — eu soltei um riso ao me aproximar da rua onde minha mãe morava — Ela está apaixonada e está com ciúmes, não acredito que foi tão fácil assim fazer ela ficar com ciúmes.
Entrei em casa, elas não estavam, mas haviam deixado um bilhete na mesa de centro em frente o sofá, haviam ido à casa da vovó. Subi as escada e entrei no quarto, coloquei minha mochila na cadeira e retirei a blusa do uniforme, peguei a toalha e fui para o banheiro.
— Hum. — eu me olhei no espelho por um momento — , acho que já sei o que vou fazer para que admita que está apaixonada por mim.

“Ele só vai aumentando
Mesmo me censurando não adianta.
Continua fazendo o inverso, como uma criança
E eu peço que pare
Mesmo calando meu coração, eu penso somente em você
Desde o começo até o fim, é você.”
— No Matter What / Master's Sun OST (Seo In Gook)


N/A: Que venha o baile de primavera...
Grupo Pâms Fictions e Fanfic's University
By: Pâms

Capítulo 12


"Quem foi que fez você trancar seus sentimentos
Quando você era antes tão honesta e gentil?
Foi como se você tivesse construído uma muralha
Para se trancar dentro dela e se proteger de seu coração fragilizado."
— Dilema / INFINITE

Sexta-feira de manhã, seria um lindo dia para dormir até tarde, ver animes após o café da manhã e curti o feriado regional que me permitia não ter aula. Entretanto existe três palavras em minha vida que estragaram todos os meus planos e me fizeram acordar cedo sem direito a reclamações: Clube de Basquete. Agora que o campeonato intercolegial havia começado, o treinador estava mais inspirado ainda nos treinos, senti o cansaço e a fadiga vendo o rosto dos titulares e dos reservas, o nível de habilidades entre eles não era tão grande assim, porém Prince Line tinha experiência de sobra para deixar os reservas sem fôlego.
Eu como assistente, tinha que correr de uma ponta a outra da quadra para levar toalhas, água, limpar o chão onde caía gotas de suor, e que gotas. Tentava controlar meus olhos que a todo momento insistia em olhar para , sua camisa suada que já colava em seu corpo, seu rosto escorrendo suor quando pausava para tomar água, até mesmo o modo em que secava as gotas parecia ser uma técnica de sedução proposital. Minha felicidade era que ele não sabia o quanto aquilo mexia comigo, nem gosto de me lembrar das palavras que disse a ele, era difícil ficar distante, mas não impossível e iria até o fim, tinha lá no fundo que quanto mais longe dele ficasse, menos eu iria me machucar no futuro.
— Ajudante, precisamos comer agora. — disse após fazer sua décima segunda sexta no treino.
— Hum? — eu o olhei voltando a realidade — Oh, eu vou ver se está pronto o almoço.
— Vê se não demora, a quadra está escorregadia. — gritou Junhae ao sentar no chão.

Eu respirei fundo e saí da quadra resmungando um pouco, eles eram muito mandões quando se tratava de pedir que eu fizesse algo, aquilo me deixava ainda mais irritada. Quando cheguei no refeitório a ajumma estava cantarolando enquanto colocava algumas tigelas sobre a mesa onde o time comeria, fiquei um tempo a olhando sem fazer barulho quando uma pessoa se aproximou de mim.
? O que faz aqui? — era .
— Oh, você, estou aqui com o time, treino extra pelo campeonato, mas e você?
— Clube de leitura, estamos catalogando todos os livros da biblioteca novamente. — ele sorriu de leve.
— Oh, parece um pouco cansativo, mas legal.
— Sim, melhor que correr pela quadra. — ele riu me fazendo rir também.
— Hum, aproveitando que está aqui, aquele livro que te emprestei, você trouxe hoje?
— Coincidentemente sim, eu terminei de ler ele no metrô. — olhei de relance para a ajumma que estava voltando para cozinha — , me espere só um momento, tenho que perguntar uma coisa para a ajumma.

Eu corri até ela e confirmei quando seria servido o almoço, ela me pediu um espaço de dez minutos para terminar de colocar as tigelas na mesa, assenti com um sorriso e voltei para , o convenci a ir até a quadra para pegar o livro, com muita insistência. Quando chegamos, ele ficou me esperando da porta enquanto corri até a sala do treinador, onde tinha deixado minha mochila. Não demorei nem dois minutos e assim que retornei para a quadra, e estavam se enfrentando, respirei fundo e corri até eles.
— Não deveria trazer terceiros para o treino, ajudante. — a voz de estava um pouco amarga e rancorosa.
— Ele só veio pegar um livro que estava comigo, e também vocês não estão mais treinando. — olhei para — A quadra está escorregadia, como reclamaram.
— Regras são regras. — ele me olhou, parecia desapontado pelo fato de eu ter amizade com e se afastou um pouco.
— Já estava de saída. — me olhou e sorriu — Espero que tenha gostado do livro.
— Sim, inspirador.
Eu o levei até a porta e trocamos mais algumas palavras, quando deixou uma bola rolar para nosso lado. Ele me gritou pedindo que eu levasse a bola para ele, pegou a bola e arremessou de leve, uma surpresa para todos é que a bola caiu exatamente dentro da cesta onde estava perto, todos ficaram surpresos com aquilo, já parecia ainda mais raivoso. sorriu de leve para mim e pegando seu livro saiu da quadra, eu estava em choque e sem saber como reagir aquilo, mas tinha que admitir que ele tinha me impressionado muito.
— Assistente, quem é o menino que estava com você? — perguntou o treinador ao se aproximar de mim.
— Hum?! Ah, ele é um amigo, estudamos na mesma turma.
— Diga a ele para fazer um teste para o time, um arremesso daquele não pode ser esperdiçado.
— Já temos jogadores suficientes treinador. — retrucou .
— Sim, mas esse é o último ano do time titular e tenho que pensar nos próximos anos.
— Será um prazer dizer isso a ele treinador, agora eu vou limpar a quadra. — eu olhei para segurando o riso — Ah, a ajumma disse que o almoço estará servido em dez minutos, então contando com os minutos passados, acho que já podem ir.
Eu me afastei dele indo em direção ao armário de limpeza e pegando o rodo, comecei a secar todo o perímetro da quadra, ficou da porta me olhando, até que Taeyeong se aproximou dele e o puxou para ir comer. Respirei fundo ao ver aquela cena, eu não deveria senti nada vendo ela perto dele, mas meu coração insistia em bater de frente com meu lado racional. Eu estava na sala do treinador quando ouvi as vozes surgirem na quadra, não demorou muito até que entrasse com uma tigela na mão e colocasse na mesa na minha frente. Será que ele tinha prazer em ter esses lapsos de bondade e fofura comigo, me deixando sem reação e toda derretida, naquela altura do dia eu já estava sim admitindo para mim que estava tendo algumas acelerações no coração quando ele se fazia que carinhoso e protetor comigo.
Terminando de comer voltei para a quadra e acompanhei todo o restante do treino, o treinador reuniu todos no centro da quadra, incluindo eu para falar sobre o baile de primavera, olhei no relógio do celular de relance e já batia quatro da tarde. Seria de responsabilidade do clube de basquete os preparativos do baile, eu estava com um mau pressentimento com relação a isso. E estava certa, quando o treinador perguntou quem seria o responsável geral, todos os dedos foram em minha direção, engoli seco com aquilo, o treinador me olhou como se tivesse confiando em minha capacidade de fazer aquilo certo e me entregou uma planilha com o orçamento inicial e o valor que a escola estava disposta a gastar, era pouco e eu teria que fazer milagre para dar certo. Na volta para casa, fiz questão de me perder dos olhos de e encontrei dentro do metrô, assim que contei que estaria responsável pelo baile ele riu sem nenhum remoço.
— Não acredito que vai mesmo cuidar disso. — ele respirou fundo recuperando o fôlego.
— Pois é, tenho um investimento pequeno e uma baile grande, o que fazer. — deu um suspiro fraco e cansado.
— Se quiser posso te ajudar, meu pai é contador e podemos ter a ajuda dele para separar o dinheiro de uma forma que dê para fazer tudo o que precisa.
— Não brinca. — eu o olhei, senti meus olhos brilharem.
— Claro, venha a minha casa amanhã e conversamos sobre isso.
— Tudo bem. — assenti rapidamente, não acreditava que ele me ajudaria mesmo.
Cheguei em casa sentindo minhas costas doloridas e minhas vistas pesadas de sono, olhei para o sofá da sala e eis que a pessoa que eu tanto evitei em um dia estava sentado jogando com meu irmão.
. — sussurrei incrédula com a cena.
— Annyeong. — ele largou o joystick e se levantou me olhando sério.
— O que está fazendo aqui?
— Vim para me certificar que chegou em segurança.
— E a mamãe convidou ele para o jantar. — completou Jinho.
— Não deveria. — desviei meu olhar para o chão, tinha que evitar em olhar para aquele olhar destruidor.
— Sou o capitão do time, tenho que cuidar de todos que fazem parte, até mesmo quem não joga.
me acompanhou, então como vê, cheguei em segurança.
Ele continuou com seu olhar fixo em mim em silêncio, eu olhei para sua mão e seus punhos estavam fechados, aquilo seria ciúmes de mim? Segurei um friso de sorriso que queria sair e me virei para meu quarto, eu poderia até inventar uma linda e disfarçada desculpa para não jantar, mas minha mãe não aceitaria e me forçaria a jantar com a visita. passou a maior parte do jantar em silêncio me olhando, mantive minha face abaixada, para meu pai estava tudo normal, mas notei que minha mãe percebeu uma leve tensão entre eu e ele. Minutos depois que foi embora, entrei em meu quarto e me joguei na cama, minha mãe entrou logo atrás e se sentou ao meu lado.
— Pode fazer cena para seu pai, mas para mim não.
— Não sei do que está falando. — eu a olhei.
. — assim como sua face preocupada, sua voz estava séria.
— Como faz para tirar alguém do coração, omma? — segurei as lágrimas no canto dos olhos.
— Por que quer fazer isso? — ela suavizou a face.
— Porque ele não me pediu para entrar, invadiu sem medo e agora não quer sair. — a primeira lágrima rolou na minha face — Não sei se quero mesmo gostar dele.
— Mas está gostando?
— Estou, mas não quero. — desabei a chorar — Não quero gostar dele.
— Oh, querida. — ela me abraçou com carinho mexeu de leve em meus cabelos — Às vezes não mandamos no coração.

* POV - on *

Passei todo o caminho de volta para casa pensando nela e em como ela sorria quando estava ao lado do seu amiguinho, não acreditava que estava com ciúmes de . O feitiço não podia se virar contra o feiticeiro, e eu não me deixaria abalar por sua disposição em mencionar ele com tanto entusiasmo, era visível o interesse de por ela, mas eu não deixaria que se aproximasse, a novata estrangeira seria minha garota, nem que para isso eu tivesse que gritar para todo o colégio ouvir.
— Yah, o que está acontecendo com você ? — me perguntei num sussurro ao entrar no meu quarto trancando a porta — Não acredito que uma garota tão diferente está mesmo mexendo assim comigo.
Fui para o banheiro tirei a roupa e tomei uma ducha fria, tinha que manter o foco, quando me dei conta algumas lágrimas começaram a rolar junto com as gotas de água do chuveiro. Voltei para o quarto vestido somente com a calça do pijama e deitei na cama, apesar do meu corpo estar totalmente dolorido por causa do treino, eu não me importava, pois a dor maior estava no meu coração. Minhas próximas ações seriam definitivas para fazer ela admitir que gostava de mim, eu não iria desistir dela.
“Eu que era egoísta e só sabia de mim mesmo
Eu que era negligente e desconhecia os seus sentimentos
Eu não consigo acreditar que eu tenha mudado assim
O seu amor continua mexendo comigo assim.”
— Miracles in December / EXO


Capítulo 13


“Porque é isso que eu estou implorando, baby.
Eu posso ser o único cara que estará de mãos dadas com você?
O mais importante para mim é você.
Eu tenho medo de que você vá embora.
Eu não deixaria você ir, como eu posso manter-te aqui?”
— All My heart / Super Junior

Me encontrei com na tarde de sábado, fomos até a casa dele para conversar com seu pai, passamos umas duas horas aprendendo sobre planejamentos versus custos, a maioria das anotações que eu tinha estavam no meu bloco de notas em casa. Então tive a ideia de convidar para ir até minha casa e caso ficasse meio tarde ele jantaria com minha família e eu. Entramos no apartamento entre risos até que olhei para e sua face ficou séria, senti um frio na espinha e virei minha face, estava sentado no sofá nos olhando. Tentei disfarçar, porém estava boquiaberta com a tranquilidade dele, ele se levantou com um sorriso meio sínico de canto.
— Posso entender a sua presença aqui? — perguntei.
— Falta duas semanas para o baile e vim te ajudar no preparativo.
— Ela não precisa da sua ajuda, já estou ajudando ela.
— Precisando ou não, com o sem você, sou o responsável por tudo que envolve o time de basquete, então minha presença é indispensável. — ele retrucou olhando diretamente para mim.
— Bem, três cabeças pensam melhor que duas. — respirei fundo tentando contornar a situação.
— Depende da cabeça. — comentou .
— Está insinuando alguma coisa? — fitou seu olhar nele, parecia com raiva.
— Ok, sentem aí no sofá que eu vou buscar minhas anotações. — eu olhei para cada um deles como se quisesse falar para tentarem não se matar na minha ausência.
Para minha felicidade eles ficaram silenciosos até meu retorno, me sentei no meio deles e começamos a discutir no bom sentido todos os detalhes, desde a decoração e alimentos, até a playlist que tocaria no dia. Nosso maior desafio seria conseguir fazer algo legal com a pequena verba que a escola havia disponibilizado, então deu a ideia de pedirmos ajuda financeira dos alunos, mesmo que pouca nos daria oportunidade de realizar algo mais elaborado e completo.
— Ok, e supondo que concordamos com sua ideia, como iremos pedir dinheiro aos alunos?
— Simples, todos os treinos do time são fechado e muitos alunos sempre pediram para ver, podemos promover um treino beneficente e vender ingressos vips para os alunos que quiserem ver.
— E isso vai funcionar? — perguntei desacreditada.
— Claro, principalmente com as garotas. — piscou maliciosamente para mim, me fazendo respirar fundo.
— Se você diz. — deu de ombros desviando seu olhar para as folhas que estavam em cima da mesa de centro.
— Então vamos promover esse treino especial para o próximo sábado, assim dá tempo dos alunos comparem o ingresso até na sexta. — finalizei o assunto anotando alguns detalhes no meu bloco de notas.
Eles assentiram sem problema, minha mãe se empolgou um pouco nos preparativos do jantar, comemos tranquilamente e ambos foram no mesmo momento para casa. Minha mãe preferiu não me fazer mais perguntas sobre meus sentimentos por , mas me pediu para não tentar esquecer ele envolvendo uma terceira pessoa, pois eu faria mais duas pessoas sofrerem além de mim. Acordei pela manhã não acreditando no quanto tinha dormido bem naquela noite, eu e minha família passamos o dia no parque fazendo piquenique, um momento divertido e saudável que fazíamos com frequência.
Na semana que seguiu eu, e focamos na divulgação do treino especial, até quarta-feira nenhum aluno demonstrou interesse, porém na quinta-feira após a aula, uma fila se formou na porta da minha sala de aula para a compra os ingressos vips. me ajudou organizando a fila, enquanto eu ia arrecadando o dinheiro e passando os ingressos, e menos de vinte minutos todos que tínhamos feito numa estimativa de lugares na quadra havia sido vendidos e ainda tinha pessoas querendo comprar. Então teve a ideia que abrir um segundo dia de treino especial no domingo, assim poderíamos arrecadar ainda mais, e em menos de dez minutos a mesma quantia de ingressos se esgotaram, o louco é que até os professores compraram.
O treinador não havia gostado muito da ideia, pois os jogadores poderiam revelar seus movimentos, mas assentiu sem muito esforço, após se comprometer em fazer o testa para o time na próxima semana, assim se ele entrasse, seria nosso elemento surpresa, já que seus arremessos eram tão precisos quanto de e Mijun. A quantia levantada tinha sido razoável e ajudaria a muito em nosso orçamento, era hora de começar a comprar o que precisava e para isso tivemos a ajuda da ajumma Seohyun, mãe de . Ela nos seus tempos de escola também tinha sido ajudante no time de basquete e sabia de várias lojas que poderia fazer preços bons e com qualidade nos produtos fornecidos.
— Ok, todos com o ingressos para este primeiro dia façam uma fila única e organizada. — disse na porta da quadra.
— Obrigada por ter vindo, estava com medo de não conseguir sozinha. — eu sorri de leve em agradecimento.
— Amigos são para isso. — sorriu de volta — Pode entrar que eu cuido da entrada.
Eu assenti com a face e entrei, a quadra já estava organizada somente esperando as pessoas se acomodarem para ver o treino. Assim que todos assentaram eu chamei o time e os reservas que estavam no vestiário, seria o mesmo treino de todos os dias, porém alguns passes secretos seriam omitidos, pois poderia ter rivais de outros times disfarçados de alunos. Foram os quarenta minutos mais demorados e acelerados que já vi de um treino deles, no final todos estavam caídos no chão da quadra pedindo água, até me ajudou a entregar as garrafas.
— Então, não vai dizer nada? — me olhou meio presunçoso.
— Parabéns, funcionou. — eu virei de costas e ele pegou em minha mão — O que foi agora?
— Não precisa ser tão agressiva assim. — ele sorriu de canto — Obrigado por me dar sorte até nos treinos. — ele piscou de leve e saiu andando em direção aos membros da Prince Line.
— Disponha. — sussurrei respirando fundo sem saber como reagir aquela piscada.
— Está tudo bem? — se aproximou.
— Sim, até que a ideia dele deu certo.
— É, só não contava comigo tendo que fazer o teste para entrar no time.
— Obrigada mais uma vez por nos ajudar a convencer o treinador.
— Amigos são para isso. — ele sorriu.
O treino do domingo foi o mesmo sucesso e divertimento da plateia, e realmente como disse a maioria eram garotas que insistiam em gritar a cada cesta feita por ele. Uma semana para o baile e eu estava ainda comprando algumas últimas coisas para a decoração, já tinha acertado todo a parte de alimentos com a ajumma do refeitório, que foi um amor de pessoa em se oferecer para ajudar em minha tarefa. Outro jogo realizado na quinta-feira, e com algumas dificuldades à parte, pois MiJun em uma trombada com o membro do time adversário caiu e torcei o tornozelo, nosso time venceu por 50x47.
— Uma pena não termos comemorado a vitória. — reclamou Ha Ri enquanto segurava um balão amarelo na mão direita o balançando.
— Comemoraremos no baile. — Junhae sorriu de leve para ela.
— O que importa é terminarmos a decoração da quadra a tempo para o baile amanhã. — MinSoo subiu na escada que estava escorada na cesta de pontos.
— Então ajudante, está como imaginou? — perguntou Yejin sentando no chão ao lado de Hwang.
— Hum?! — eu que estava com a cabeça baixa olhando meu bloco, levantei e olhei a quadra — Uau, melhor do que imaginei.
Os balões todos coloridos enfeitando o lugar junto com algumas fitas soltas prateadas, as duas mesas que ficariam com as comidas foram colocadas cada uma em lados opostos e a todo o equipamento de som ficaria na sala do treinador com as caixas de som nos quatro cantos da quadra e uma pista de dança bem no centro, enfim estava tudo no seu lugar e era somente sexta-feira à noite. Os outros foram embora, e eu fiquei ajeitando os últimos detalhes na sala do treinador, quando ouvi uma pequena discussão vinda da quadra.
— Ninguém pediu sua ajuda aqui, você nem é do time. — disse com seus punhos já fechados.
— Não estou aqui por causa desse time, estou aqui pela . — ele o olhou diretamente — Somos amigos e amigos se ajudam.
— Amigos? — deu um riso sarcástico — Não acho que seja isso.
— Yah! — eu gritei indo em direção a eles — Não podem nem um minuto trabalharem juntos e em paz? Se não for para ser assim e me ajudarem direito, prefiro fazer isso sozinha.
Eles assentiram em silêncio com a face, respirei fundo e voltei para a sala do treinador para pegar minha mochila, voltamos para casa em silêncio, ambos me deixaram na portaria do meu prédio e depois seguiram lados opostos. Eu estava exausta com toda aquela correria dividida em estudos, treinos e preparativos do baile, mas no final tudo daria certo e eu ficaria em casa descansando. Minha mãe não estava satisfeita com minha decisão de não ir ao baile, mas não iria insistir ou me obrigar a ir, já que a escolha era minha.
Meu sábado foi tranquilo e cheio de maratona de séries no netflix, somente isso para me fazer esquecer o que não queria chorar ou me arrepender de não ir. Passei o dia trancada no quarto jogada na cama com meu tablet e minhas séries atrasadas, era tudo que eu precisava para ocupar minha mente e minha noite também, foi quando ouvi minha mãe me chamando na sala.

* POV - on *

Enfim era o dia do baile, eu não tinha muito jeito para vestir roupas formais, quando me olhei no espelho levei um susto com minha falta de conhecimento no assunto, eu estava um tanto desengonçado de mais. Bufei um pouco decepcionado comigo mesmo, até que ouvi uma risada feminina vindo da porta do quarto, me virei, era uma das amigas do meu pai.
— Me desculpe, não pude evitar, seu pai me disse que estava se arrumando para o baile da escola e fiquei curiosa para ver como os jovens de hoje se vestem. — ela segurou um pouco o riso.
— Pode ter certeza que não é desta forma. — desviei meu olhar para o chão ainda chateado.
— Eu posso te ajudar? — ela deu um passo entrando no quarto.
— Acho que pior não fica. — eu sempre tentei tratar as amigas do meu pai bem, pelo menos elas não tinham culpa do meu rancor por ele e não mereciam pagar por isso, mas não conseguia ser tão gentil assim.
— Bem, vamos ver o que tem aqui. — ela caminhou até meu guarda-roupa e abriu olhando o que tinha lá — Hum, você tem um estilo bem esportivo, onde achou isso que está vestindo.
— Um amigo me emprestou. — respondi meio sem jeito.
— Acho que pode ficar no estilo com o que tem aqui no armário. — ela pegou algumas peças e me deu para que eu vestisse.
Mesmo com receio peguei os cabides e fui para o banheiro, quando voltei ela já estava com um all star branco meu na mão de mandando calçar, quando me olhei no espelho parecia mais eu. Da cabeça aos pés, aquela calça jeans preta com o paletó preto e a camisa de dentro branca estavam combinando com o all star branco que ela tinha me dado.
— Hum, obrigado. — me curvei de leve em respeito e gratidão.
— Agora sim, está mais bonito do que já é, espero que aproveite a o baile com sua namorada.
— Vou sim, mais uma vez obrigado.
Aquela ajumma havia sido legal de verdade e estava grato por ter me ajudado, peguei minha carteira e coloquei no bolso, antes de sair meu pai se aproximou de mim e me deu as chaves do carro dele, fiquei impressionado com aquele gesto dele, agradeci me curvando e saí. Antes de chegar no baile, tinha que passar em um lugar importante, pois estava me sentindo um pouco incompleto naquela noite. Estacionei o carro em frente ao edifício em que mais frequentava e toquei na porta, assim que a ajumma abriu entrei cumprimentando, ela já estava entendendo minha presença naquela noite e não precisou que eu dissesse uma palavra para ela logo gritar.
!!!
— Me chamou om… — ela paralisou do corredor mesmo ao me ver — .
— Vim te buscar. — eu sorri de canto maliciosamente — E você está atrasada.
— Mas eu disse que não iria. — ela num tom baixo quase sussurro.
— Como assim não vai, o menino veio aqui te buscar.
— Te dou dez minutos para se arrumar. — intimei me sentando no sofá.
— Ela estará pronta em nove. — sua mãe sorriu de leve e a puxou para dentro do quarto.
Parecia mesmo um desafio aceito pela ajumma, nove minutos depois apareceu na sala, eu me levantei a olhando de cima para baixo, estava mais linda ainda com aquele vestido azul marinho tomara que caia um pouco rodado. Eu não era de reparar em roupas femininas, mas aquele vestido parecia ter sido feito sob encomenda para ela, senti meu coração acelerar na hora.
— Eu prometo não trazê-la muito tarde ajumma e ajusshi. — me curvei em respeito a eles e segurei na mão dela.
— Assim espero. — disse o pai dela escondendo o sorriso.
— Espero que se divirtam. — ajumma estava com um sorriso alegre e um brilho nos olhos.
estava sem palavras por eu ter feito aqui, mas naquela noite só estava começando e eu iria mostrar para todos que o coração dela era meu, e possivelmente o meu era já dela.
“Porque eu me importo tanto com você?
Você me faz agir como uma criança
Mas eu vou mudar as coisas, iremos de relação para relacionamento."
—< Boy In Luv / BTS

Capítulo 14


“Quanto mais te vejo, mais fico feliz,
Às vezes até me pego cantarolando,
Repentinamente quero comprar uma rosa,
Este lado de mim nem mesmo eu conhecia.”
— Stand By Me / SHINee

Meu coração me manteve acelerado todo o caminho até o colégio, porém ao entrarmos juntos na quadra ele parou de vez, meus olhos percorreram todo o lugar e todos nos olhavam, até que avistei com Yuri conversando com os membros do clube de leitura. Até aquele momento ele não tinha me visto, mas em um movimento involuntário olhou para a direção onde eu estava, ele logo desviou novamente para Yuri. Não sabia se podia ou não me sentir mal por ele, mas antes tinha que fazer meu coração voltar a bater novamente, ou pelo menos sentir ele batendo direito.
— Yah, finalmente chegaram. — comentou Hwang abraçado a Yejin.
— Estávamos programando uma entrada triunfal. — me olhou.
— Pensei que não viria ajudante. — Taeyeong se aproximou de nós com seu par, um garoto que era membro reserva do time.
— Eu também. — concordei quase em sussurro.
— Vamos dançar, olha a pista toda vazia. — MinSoo pegou na mão de Sooyong a levando para a pista de dança.
— Ele tem razão, Prince Line tem a missão de eternizar esse baile. — Junhae riu pegando Ha Ri pela mão e levando ela também.
Os outros membros da Prince Line, ficou me olhando por um tempo até que pegou na mão de Taeyeong e a levou para a pista, aquilo me deixou boquiaberta e sem reação. Já imaginava que ele faria algo para me deixar irritada, respirei fundo e caminhei até a mesa de guloseimas que estava no fundo da quadra, fiquei olhando para a parte dos doces tentava me decidir qual pegaria primeira, porém meus pensamentos estava em outra parte daquela quadra.
— Indecisa? — perguntou ao se aproximar de mim.
— Hum?! Ah, um pouco. — eu sorri de leve — Estou feliz que tenha convidado Yuri.
— Ah, acho que estava meio certa, Yuri me deu uma carta de declaração ontem. — ele estava um pouco envergonhado.
— Ela parece ser uma garota legal e interessante. — reforcei, como minha mãe havia me aconselhado, não iria usar para afastar de mim, por mais que essa ideia fosse tentadora.
— Mas surpreendente é você aqui, disse que não viria.
— É, está sendo até para mim, foi me buscar e não tive como dizer não. — desviei meu olhar para mesa e peguei um doce no formato de estrela que estava lá.
— Pelo menos hoje terá a chance de saber como é o baile de colegial.
— Verdade. — eu ri de leve e olhei para o lado, Yuri estava se aproximando de nós.
— Oppa. — ela me olhou meio tímida — Annyeonghaseyo.
— Oi. — suspirei meio fraco, pois já percebia que Yuri tinha ciúmes da minha amizade com .
— Estava te procurando oppa. — disse ela ao olhar para ele.
— Oh, agora me encontrou, estava conversando com a .
— Ah, aqui está você. — chegou de repente e segurou em minha mão — Está na hora da nossa dança.
— Dança? Ah, não, não gosto de dançar em público. — eu me encolhi toda.
— Não me interessa. — ele sorriu de canto — Prometi sua mãe que iria se divertir hoje. — ele começou a me puxar para direção da pista.
, vem você e a Yuri também. — eu o olhei como um pedido de ajuda para não passar vergonha sozinha — Juseyo. — sussurrei.
Ele assentiu rindo e segurando na mão de Yuri e nos seguiu, propositalmente ficamos no centro da pista, eu não era muito de me soltar em público e nunca havia ido a um baile em nenhum aspecto. De pura agitação, colocaram uma música mais lenta, tentei fugir daquilo, mas me pegou pela cintura e aproximou nossos corpos, tentei não encará-lo para não pior ainda mais meu estado interior, pernas meio bambas e coração acelerado. A cada respiração mais funda me deparava com o aroma do seu perfume que estava ali para me enfeitiçar ainda mais. Bem ao final da música e aos olhos de metade da quadra, me beijou, segurei forte no paletó dele, a primeiro momento só queria empurá-lo para longe, mas não deu muito certo e me agarrei ainda mais.
Ficamos parados no meio da pista nos olhando, enquanto todos nos olhavam e cochichavam entre si, eu desviei meus olhos para que estava atrás de nós por um momento, vi um pouco de decepção no se olhar. Não conseguia distinguir se era aquilo ou não que eu esperava deste baile, mas mesmo que fosse pequeno, eu me senti triste por de alguma forma ter magoado a pessoa que tinha se tornado meu melhor amigo, mas estava aliviada por não ter dado nenhum esperança a ele.
Me afastei de e saí andando entre as pessoas até chegar na saída da quadra, muitos pensamento invadiram minha cabeça e estava confusa com meus sentimentos, ou pelo menos não queria admitir que todos estavam voltados para . Me afastei o máximo que pude da escola, não queria voltar para casa pois teria que explicar por que havia me adiantado no horário, então fiquei vagando pelas ruas até que que me sentei no ponto de ônibus qualquer.
— Espero que não tenha sido pelo beijo. — disse a voz que fazia meu coração acelerar.
— Você. — eu o olhei me levantando — O que está fazendo aqui?
— Por que faz perguntas que sabe a resposta. — ele sorriu de canto.
— Pode ir embora, não quero sua companhia. — me virei de costas.
— Não me importo com suas palavras. — ele segurou em meu braço me virando para ele  — Seus olhos dizem outra coisa, não vou mais deixar que essas palavras sejam pronunciadas novamente.
— Do que está falando? — perguntei um pouco assustada.
— A partir de hoje estamos namorando, e não importa o que diga, eu sei que seu coração bate por mim.
Ele me beijou novamente, era doce e suave com aquele toque de malícia que me fazia sentir um frio na barriga, depois do beijo me aninhei nos braços dele. Não acreditava que ele tinha conseguido, meu coração batia mesmo por ele mesmo com todas aquelas coisas que ele tinha feito para mim.
—Yah. — eu me afastei dele — Com que direito diz que sou sua namorada sem nem me perguntar.
— Não preciso te perguntar, eu olhar para mim já responde. — ele sorriu tranquilamente e segurou em minha mão — Ainda temos tempo e não quero voltar para o baile.
— E aonde vamos?
Ele me guiou até onde tinha estacionado seu carro e deu a partida, fomos até a casa da sua mãe, ajumma Seohyun me recebeu gentilmente com um sorriso e a face surpresa por estarmos lá, aquela hora da noite. Enquanto subiu para o quarto de Sunny para consertar algum brinquedo dela que havia quebrado, eu fiquei na cozinha com a ajumma a ajudando a arrumar a mesa, ela havia feito um bolo caseiro de milho, receita que aprendeu misteriosamente com minha mãe.
— Poderia por favor colocar os pratos na mesa para mim querida?
— Sim ajumma. — eu peguei os pratos que estavam no escorredor e secando acomodei na mesa — Não sabia que conhecia minha mãe com tanta intimidade.
— Ah, sim. — ela riu de leve — Conheci ela pouco depois que me casei com o pai de , nos tornamos amigas facilmente, sua mãe é muito simpática e adorável, herdou muita qualidade dela.
— Obrigada. — eu sorri sem jeito.
— E como foi o baile? — ela colocou a travessa de vidro com o bolo em cima da mesa
— Não me surpreendeu o fato de ter te levado, vocês ficam bem juntos.
— Ah, eu não iria ao baile hoje, nem sei por que ele foi me buscar.
— Se ele te convidou, com certeza vocês iriam juntos. — ela me olhou — Apesar de não terem começado de uma forma suave, tenho certeza que são verdadeiros o sentimentos dele por você.
— Por que está me dizendo isso?
— Porque vejo nos seus olhos que ainda tem medo de tudo isso. — ela suspirou — tem algumas características que me faz lembrar seu pai quando estávamos no colegial, mas também tem muitas qualidades que o pai não tem.
— Como o pai dele te conquistou?
— Não gosto muito de falar sobre isso, foi um passado bom e ruim ao mesmo tempo, o pai de tem o dobro do gênio dele. — ela riu de leve e suspirou como se tivesse se lembrando do passado — Apesar de tudo, foram bons tempos.
— Voltamos. — disse acompanhado de Sunny.
— E qual o estado do brinquedo? — perguntou ajumma.
— Vai sobreviver, era a pilha que estava fraca de mais.  — ele riu olhando para a irmã
— Nada dura para sempre Sunny.
— O que importa é que meu ursinho vai viver. — ela sorriu espontaneamente.
Após comermos eu e nos oferecemos para lavar os pratos e os copos, enquanto eu secava tudo meio distraída ele se aproveitou jogando um pouco de água em mim, eu cheguei perto dele e joguei água de volta, brincamos um pouco até percebermos que o chão da cozinha estava molhado e escorregadio. fechou a torneira e foi buscar o rodo e um pano para secar tudo, quando estava voltando ele fingiu se desequilibrar e quando eu fui ajudá-lo inocentemente ele me derrubou me fazendo cair, ele caiu em cima de mim rindo da minha cara.
— Yah, assim não vale, agora meu vestido está todo molhado. — reclamei batendo no seu ombro.
— Continua linda, toda molhada. — ele riu ainda mais.
Ficamos nos olhando por um tempo, quando ele se aproximou um pouco mais para me beijar.
— Uau, o que aconteceu aqui?  —perguntou ajumma aparecendo da porta.
— Tivemos um problema de percurso omma. — ele se levantou me ajudando a levantar também.
— Vão se trocar antes que fiquei resfriados, pode pegar uma roupa minha. — ela pegou o rodo que estava no chão — Eu vou limpar essa bagunça.
— Me desculpe por isso ajumma. — eu me curvei de leve.
— Não se preocupe, agora vai se trocar.
pegou em minha mão segurando ainda mais o riso e me levou para o quarto da sua mãe. Ele me deu uma toalha seca antes de sair e me aconselhou a tomar um banho quente, assim iria prevenir ainda mais de pegar uma doença, assenti ao pegar a toalha de sua mão, e fechei a porta do quarto.

* POV - on *

Tomei uma ducha quente e coloquei roupas confortável que pudesse me manter aquecido, assim que saí do quarto também abriu a porta do quarto da minha mãe, ficamos nos olhando por um tempo, até que ela ficava atraente vestindo o casaco de moletom da omma. Sunny apareceu subindo as escadas enquanto cantarolava não sei que música.
— Oppa, unnie, começou a chover.
— O que? — se assustou — Como vou voltar para casa.
— Não vai. — minha mãe apareceu — Liguei para seus pais dizendo que estava aqui e eles assentiram passar a noite aqui, sair nessa chuva mesmo de carro é perigoso, amanhã cedo você volta para casa.
assentiu com a face, segurei minha cara de satisfação e meu sorriso malicioso, era interessante ter ela ali mesmo que não acontecesse nada naquela noite. Descemos para a sala de tv e ficamos vendo filmes, não demorou muito até que omma sentisse sono e subisse para seu quarto, porém antes de se deitar omma arrumou a cama de Sunny para , e minha irmãzinha dormiria com ela.
Eu não estava com sono e fiquei vendo um filme atrás do outro, quando me dei conta e olhei para o lado, estava com sua face apoiada em meu ombro adormecida. Eu a peguei de leve no colo e levei para o quarto de Sunny, coloquei na cama a cobrindo de leve para não acordá-la, assim que cheguei perto da porta ela se remexeu na cama, apaguei a luz e abri a porta.
— Boa noite. — disse ela.
Eu ri baixo, ela estava acordada aquele tempo todo fingindo. Entrei o meu quarto e me joguei na cama, seria complicado conseguir dormir, ainda mais sabendo que ela estava a um quarto de distância.

“A reposta é você
Minha resposta é você
Eu já abri o meu coração para você há muito tempo
Você é tudo para mim, esse é o meu jeito de confirmar.”
— My Answer / EXO


Capítulo 15


“Épocas quentes, quando você abriu meus olhos,
Toda a minha vida, eu só preciso de você,
E eu preciso reconhecer, que mesmo se você disser que não me quer ou me fizer sofrer,
Você vai ser a única pessoa pra mim.”
— Hot times / SM The ballad

Na manhã seguinte após o café da manhã, me levou para casa, antes de entrar ele me deu um cordão com um anel, segundo ele aquele anel representava o seu coração. Era fofo, mas me mantive séria e desacreditada, por mais que ele soubesse que eu gostava dele, era divertido também não demonstrar assim o tempo todo. Quando cheguei em casa minha mãe estava em uma curiosidade fora do normal para saber como tinha sido o baile e em qual momento paramos na casa da mãe dele.
Eu contei a ela não muito com detalhes, principalmente a parte dos beijos, ela parecia empolgada em ter sua filha namorando, descuidadamente meu pai ouviu uma parte da conversa. Fiquei com medo dele não aceitar, mas como se tratava do filho de seu melhor amigo, meu pai demonstrou satisfação de imediato. Passei o dia ajudando minha mãe a faxinar o apartamento e planejar nossa viagem de férias de verão que teríamos em Okinawa no Japão, visitaríamos nossos avós paternos que moravam lá agora.
Seria divertido passar as férias na casa deles sem nossos pais, mesmo não gostando muito da mamãe, nossa avós sempre foi gentil e amorosa comigo e meu irmão. O lado ruim ou bom, é que ficaria todo aquele tempo longe de , não acreditava que já estava acostumada a ter ele me irritando todos os dias, parecia uma forma dele mostrar que gostava de mim, uma forma estranha, mas divertida em certos momentos.
As semanas passaram e para nossa surpresa passou no teste e aceitou entrar para o time, com a condição de ser o capitão após a formatura da Prince Line. O treinador ficou empolgado com isso e aceitou de imediato, quem não gostou muito foi , que mesmo disfarçando seu ciúme de mim, sempre implicava com usando seu poder de capitão. Os outros membros do time gostaram da ideia, principalmente porque MiJun não estava recuperado da torção no seu tornozelo e iria jogar em seu lugar nos próximos jogos. Estar no clube de basquete estava mais divertido e engraçado, eu tinha meu melhor amigo presente e sempre parávamos para conversar e arrancar alguns olhares enciumados de para nós.
— Yah, acabou os minutos de descanso. — disse ao se aproximar de nós.
— Já estava voltando. — o olhou tranquilamente, ele já sabia do meu namoro com , pois foi a primeira pessoa que eu contei depois dos meus pais.
— Quer água? — estiquei a garrafa que estava em minha mão para segurando o riso.
— Komawo. — ele pegou a garrafa mantendo seu olhar em mim.
Estava na cara que minha amizade com era o ponto fraco dele, tirando essa pequena rivalidade entre eles, ambos tinham uma sincronia fora do comum quando jogavam juntos. Era estranho ver o como um aluno popular agora, e com as meninas se derretendo para ele, não tinha ciúmes, mas não queria que ele ficassem com nenhuma garota interesseira, por isso resolvi me tornar amiga de Yuri e ajudá-la a conquistar .
Isso ocasionou uma ideia genial, um encontro duplo de casais, dei a ideia de irmos assistir um filme de comédia romântica que estava em cartaz há alguns dias. ficou meio relutante a primeiro momento, mas logo o convenci a convidar Yuri e ir, ficou entusiasmado com a ideia, pois eu havia contado que estava ajudando Yuri a conquistar .
— Uah, finalmente chegaram. — reclamou do nosso atraso.
— Pensamos que vocês duas tinha nos dado um bolo. — concordou já pegando em minha mão.
— Me desculpa, mas garotas precisam de tempo para ficarem prontas. — expliquei olhando para Yuri.
— Concordo. — ela olhou para mim rindo — Mas agora podemos entrar oppa, vocês já compraram os ingressos?
— Sim. — respondeu levantando a mão esquerda com os ingressos.
— Mas, não vamos comer nada? — reclamei — Quero pipoca.
— Eu também oppa. — Yuri o olhou de forma meiga.
— Eu compro as pipocas. — soltou minha mão de leve e foi até o balcão de alimentos.
voltou com dois baldes de pipoca e mais duas latas de coca, entramos rapidamente e nos acomodamos mais no fundo. e Yuri sentaram na poltrona da frente, e queria que eles tivesse mais privacidade, o filme era legal e tinha partes engraçadas, os momentos mais românticos eram sempre interrompidos por alguns beijos surpresa de . Aquilo meu deixava com vergonha e sem jeito, mas era legal de qualquer forma, ao término do filme, saímos da sala e entramos em um fliperama que tinha dentro do shopping, aquele parecia o momento dos garotos.
— Parece que eles se esqueceram de nós Yuri. — comentei vendo eles se divertindo enquanto jogavam Mortal Kombat.
— Verdade unnie, vamos fazer alguma coisa que gostamos também? — sugeriu ela.
— Eu vi uma loja de álbuns de kpop, que tal irmos lá?
— Seria legal.
Aproveitamos a distração momentânea deles e nos afastamos, ao entrarmos na loja de música meus olhos brilharam com a quantidade de álbuns espalhada por todo lugar. Eu a puxei para perto de uma banca que tinha álbuns clássicos de grupos antigos do kpop como o H.O.T.
— Nossa, isso é raridade. — comentei.
— Uau. — ela olhou admirada — Minha unnie tem a discografia completa deles.
— Sério? — eu peguei um álbum e fiquei olhando com mais atenção aos detalhes da arte da capa — Fantástico isso, eu admiro muito grupos como o deles.
— Unnie.
— Sim? — a olhei tranquilamente.
— Mianheyo.
— Pelo que?
— Por achar que você era chata. — ela abaixou a cabeça — Eu sempre gostei do oppa, mas nunca tive coragem de me declarar, e quando você entrou no Daejon Cho High School e se tornou amiga dele tão facilmente, fiquei com raiva de você.
— Ah. — eu já sabia disso, assim suspeitava — Eu já imaginava, por isso você sempre evitava ficar perto de mim, quando eu me aproximava de vocês.
— Mianhe.
— Não precisa se desculpar, desde quando você me tratou mal pela primeira vez eu desconfiei que fosse por causa do . — eu ri de leve — Mas eu sempre vi ele como um amigo, que se tornou meu melhor amigo.
— Por me ajudar a conquistar ele, komaweyo unnie. — ela me abraçou de leve e eu retribui.
Depois que eu a conheci mais a fundo, descobri que Yuri era fofa e meiga, não tinha como ficar com raiva dela por isso. Ficamos alguns minutos até os garotos nos encontrarem, eles pareiam um pouco mais amigáveis do que de costume.
— Finalmente achamos vocês.  — disse .
— Oppa, achamos que tinham se esquecidos de nós. — disse Yuri para .
— Verdade, ficaram tão empolgados no fliperama.
— Não foi proposital. — sorriu sem jeito e segurou de leve na mão de Yuri.
— Vamos nos separar agora. — segurou minha mão — Quero te levar a outro lugar.
— Sim. — concordou — Vejo vocês na segunda.
Eu me despedi de Yuri e segui com em direção a saída do shopping, entramos no carro dele que estava estacionado próximo e seguimos em direção sabe onde. estacionou o carro perto do parque, descemos e pegando em minha mão ele me guiou até um pequeno mirante que tinha lá. Ficamos alguns minutos em silêncio olhando toda a paisagem da natureza sendo misturada a arquitetura da cidade, era uma vista linda e inspiradora.
— Por que me trouxe aqui? — perguntei curiosa.
— Porque queria eternizar um momento com você este ano. — ele me abraçou por tras mantendo seu olhar na paisagem.
— Está falando como se não fóssemos nos ver mais. — eu suspirei de leve — Você vai se formar este ano, mas ainda assim manteremos contato, mesmoq ue mude para Seoul.
— Vamos deixar este assunto para outra hora, apenas vamos aproveitar este momento.
Ele deu um suspiro mei fraco, ficamos em silêncio por um longo tempo, até que ele se afastou de leve e me virou para ele, seu olhar mesmo perto parecia um pouco distante. Estávamos sim chegando ao final do ano letivo e sua formatura estava próxima, mas não significava que nossos sentimentos um pelo outro também acabaria. Ele foi se aproximando lentamente até que seus lábios tocaram os meus suavemente, eu sempre sentia meu corpo arrepiar quando ele me beijava.
me levou para casa pouco antes do jantar, eu o convidei para subir e jantar com minha família, mas ele recusou, parecia meio estranho, mas resolvi não perguntar nada e após me despedi entrei no prédio. Quando entrei em meu quarto, peguei meu celular e conferi as mensagens do menssenger do facebook, tinha muitas da Priscila perguntando as novidades, para minha surpresa ela estava online e pudemos conversar muito sobre minha nova realidade em Daejon.

*  POV - on *

Eu estava um pouco assustado com a ideia de me formar e ter que me mudar para Seoul, não queria deixar , menos ainda me separar dos meus amigos, todos eles iriam cursar algo em Busan. Essa era mais uma das causas das frequentes discussões entre eu e aquele que eu deveria chamar de pai, mas não consigo, eu queria uma coisa para minha vida e ele queria outra. A pior parte era ameaçar de tirar a guarda de Sunny da minha mãe caso eu não concordasse, aquilo só me deixava ainda com mais raiva dele. Assim que cheguei em casa, peguei meu celular, tinha uma mensagem de boa noite de , sorri instantaneamente ao ler. Me empreguicei um pouco e colocando o celular em cima da escrivaninha, saí do quarto indo para cozinha.
— Boa noite. — disse ele num tom sério enquanto mantinha seu olhar na tigela.
— Boa noite. — mantive meu olhar na geladeira indo até ela.
— Precisamos conversar sobre a prova do vestibular, já está quase chegando a data.
— Não temos mais nada para conversar. — abri a geladeira e retirei uma garrafa pequena de suco.
— Pode achar que estou fazendo o errado, mas isso irá se refletir no seu futuro. — ouvi o som dele colocando o hashi sobre a mesa, parecia irritado — Não quero que vá para longe por que quero te afastar de sua mãe ou dos seus amigos, estou preocupado com seu futuro.
— Não deveria. — fechei a porta da geladeira bruscamente e fui até o armário.
— Você é meu filho, mesmo que não me trate como pai, cuidarei para que no futuro seja bem sucedido.
— Já disse que não quero falar sobre isso. — peguei um pacote de biscoitos no armário e o fechei.
— Te olhando agir assim, pode pensar que não, mas somos parecidos de alguma forma. — ele respirou fundo — Um dia irá me agradecer por isso.
— Espero que não.
Saí da cozinha e me tranquei no quarto, coloquei o pacote de biscoito e a garrafa de suco em cima da escrivaninha, havia perdido a fome, as palavras dele havia ficado instaladas na minha garganta, passei a noite pensando sobre isso. Se eu era tão parecido com ele, comecei a pensar que no futuro também poderia fazer sofrer como ele fez com minha mãe, esse pensamento me atormentava.

“Às vezes, eu fecho os meus olhos e penso em você
Seu habitual pensamento daquela imagem familiar de mim
Apesar da minha falta de jeito, você continua gostando de mim não importa o que
Mas eu mereço ser amado por você?”
— Promise / EXO


Capítulo 16


“Você ainda não sabe?
Eu estou parada com os meus dois braços abertos
Aonde você vai com um caminhar tão apressado?
Eu quero andar um pouco mais devagar
Este tempo especial que estou passando com você
Eu não quero que ele se vá rapidamente.”
— 7989 / KangTa feat. Taeyeon
As semanas passaram mais rápido que eu pude acompanhar e enfim estávamos há uma semana das férias de verão, e no último jogo do ano já que após as férias os alunos iriam se concentrar nas provas finais. Para os meninos da Prince Line seria ainda mais intenso, pois se focaria na prova de vestibular das Universidades, era um pouco perturbador esse assunto ainda mais que sempre fugia quando eu mencionava.
— Te desejo sorte oppa! — disse Yuri ao se aproximar de , ela havia entrado para o time de basquete também, por influência minha.
— Obrigado. — ele sorriu sem jeito a olhando com carinho, parecia que estava mesmo gostando dela finalmente.
— Até que eles ficam bem juntos. — comentou ao se aproximar de mim sorrindo de canto — E você? Quando vai me chamar de oppa?
— De novo essa pergunta. — eu ri — Não me vejo te chamando de oppa.
— Que decepção, todas as garotas dessa escola exceto você, me chamam de oppa.
— Sei o quanto essa palavra significa para você, por isso não te chamo assim. — eu ri mais o olhando fazer uma cara triste.
— Pelo menos vou ter meu amuleto da sorte hoje. — ele foi se aproximando mais de mim e encostei meu dedo indicador em seus lábios.
— Não. — eu conseguia conter meu riso — Desta vez como é o último jogo, terá somente o beijo da vitória, espero que trabalhe duro.
— Você é má. — resmungou ele.
Eu me aproximei de Yuri e juntas fomos para a direção a arquibancada, , e os outros membros entraram na quadra, esse além de último era o jogo mais importante de todos, era contra a escola que tinha mais rivalidade com a nossa. Tanto eu como Yuri ficamos apreensivas quando os adversários faziam pontos, mas o alívio veio com as cestas de e do prodígio , meu amigo era um ótimo jogador assim como meu namorado.
Ao final do jogo a festa da vitória seria na casa de , acho que o local era um tanto proposital para que eu não deixasse de ir. Ajumma Seohyun era sempre gentil comigo, educada e simpática com todos que foram convidados para a festa, eu estranhei um pouco os olhares de Taeyeong para mim, mesmo sabendo que eu estava com , ela insistia em se jogar para ele quando tinha oportunidades.
— Por que me trouxe para seu quarto? — perguntei vendo ele fechar a porta — Nem pense em fazer nada malicioso, seu pervertido.
— Yah. — ele me olhou rindo — Você é quem está pensando besteira, só estamos aqui por que queria privacidade para ficar com minha namorada.
— Hum. — eu o olhei cruzando os braços.
— E agora quero meu beijo da vitória. — ele sorriu de canto de forma fofa.
— Você quer destruir meu coração com esse sorriso? — perguntei segurando o riso, e pensando comigo mesma ele conseguiu.
O beijo da vitória foi doce e intenso, se estava todo mundo se divertindo na sala não sabíamos, nosso refúgio dos olhares alheios estava sendo uma boa ideia para ficarmos o máximo de tempo juntos o possível, já que minhas férias de verão seria longe dele. Ficamos aninhados por um tempo, eu tentava sincronizar minha respiração coma dele, mas meu coração acelerado não deixava.
Eu não sabia se era bom ou ruim aquele silêncio todo entre nós, havia ouvido a mãe dele conversando no telefone com minha mãe sobre a pressão que este estava passando com seu pai. Me perguntava se deveria ou não invadir aquela parte íntima da sua vida e perguntar sobre sua relação com o pai, mas tinha medo dele ficar ainda mais distante por causa disso.
— Está muito calado ultimamente. — comentei.
— Gosto de ouvir os batimentos acelerados do seu coração. — ele riu de leve — É minha música favorita.
— Sério? — eu ri também — E o que meus batimentos cantam?
— Que você me ama.
— Hum. — eu olhei para sua escrivaninha e vi uma carta, me afastei um pouco dele e peguei aquele envelope — O que é?
— Uma carta de amor que deixaram no meu armário. — respondeu ele.
— E você nem leu? — olhei a data, era de alguns dias atrás, comecei a abrir — Isso é falta de respeito com a pessoa que te admira.
— Não me importo com outros corações, já tenho o que eu quero. — sua voz sempre tranquila para aquelas respostas que eram simplesmente o espelho da sua personalidade.
— Yah, seu grosso. — eu o olhei meio irritada com aquilo e comecei a ler a carta da menina com atenção — Você deveria se importar com o sentimento dos outros.
— E você se importa? — retrucou ele.
— Claro. — eu o olhei.
— Não parece. — ele respirou fundo — Esta não é a primeira carta que recebo, só lamento que não seja da garota que eu gosto.
Ele se afastou e saiu do quarto, fiquei me perguntando o quanto era importante para ele saber meus sentimentos, eu passava tanto tempo tentando não demonstrar muita coisa para não me machucar que não percebi que estava machucando ele de alguma forma. Para mim aquele era o ponto final da festa e nem teria a chance de perguntar sobre seu problema com o pai.
Liguei para minha mãe e pedi que me buscasse de táxi, me despedi da ajumma Seohyun e de Sunny, também já estava de saída e iria levar Yuri para casa. Antes de ir procurei para me despedir, quando finalmente o encontrei ele estava de conversas com Taeyeong, mesmo querendo ir até lá, não tive coragem. Passei todo o caminho de volta para casa em silêncio, mesmo com as perguntas preocupadas d minha mãe, assentia forçadamente que não tinha nada.
Os dias que passaram não tinha ido para aula, tinha viajado com seu pai, tentei pensar que o dia do jogo não seria o último que eu veria ele. As férias chegaram a minha única notícia do meu namorado era que estava nos Estados Unidos com o pai, resolvi deixar minha mente vazia e longe de todo aquele talvez mal entendido. Eu e Jinho viajamos para Okinawa como programado e nossas férias de verão seriam aproveitadas na casa dos nossos avós. Logo no aeroporto a recepção do vovô foi calorosa, quando chegamos na casa deles que era bem tradicional de estilo milenar, nossa avó já estava retirando os biscoitos que tinha feito do forno.
— Oh, meu amores. — ela nos abraçou com alegria — Que bom que estão aqui e chegaram em segurança.
— Sim vovó. — assenti ao olhar para Jinho que já estava observando os biscoitos.
— São para nós vovó? — perguntou ele.
— Sim querido, mas espere um pouco que está quente. — assentiu ela sorrindo para ele.
— Ah, já coloquei as malas de vocês no quarto. — disse o vovô entrando pela cozinha.
— Estamos tão felizes por terem vindo. — vovó revirou os biscoitos da forma em uma bandeja de porcelana.
— Nós também, gostamos devir aqui. — Jinho sorriu mantendo seus olhos nos biscoitos.
— Eu vou subir primeiro, preciso dizer aos nossos pais que chegamos e trocar de roupa.
— Ah, vai sim. — vovó assentiu e olhou para meu irmão — Lave as mãos primeiro pequeno Jin.
Eu sorri de leve e voltei para sala e fui em direção ao meu quarto, a casa era de apenas um andar e as quartos ficavam nas laterais da sala. Ao entrar fechei de leve a porta e liguei o wi-fi do meu celular, mandei uma mensagem para minha mãe pelo kakaotalk, ela estava bem com meu pai aproveitando nossas férias para viajarem também, o destinos deles seria mais quente ainda que o nosso, Rio de Janeiro.
Abri minhas malas e ajeitei o pouco de roupa que levei no armário e nas araras, não tinha guarda-roupas, escolhi algo confortável para vestir e troquei de roupa tranquilamente. Quando voltei para cozinha a mesa já estava toda posta e Jinho comendo como se o mundo fosse acabar a qualquer momento, dava para notar que a saudade do seu estômago pelos biscoitos da vovó eram grandes.
— Uah, deixou alguns para mim? — brinquei me sentando ao lado dele.
— Sim noona. — ele sorriu de leve — Estão uma delícia vovó.
— Ah, que bom que gostou querido.
— Hum, vou provar alguns também. — sorri pegando um biscoito e olhei para o vovô que estava servindo minha xícara com chocolate quente — Obrigada vovô.
Era confortável passar aquele tempo com eles, estava mesmo com saudades, principalmente das caminhadas noturnas que fazia com o vovô, ele era ótimo em contar histórias milenares para nós. Agora estando de férias eu sentia um pouco a falta dos treinos e do clube de basquete, aquela correria louca da semana de provas e as implicações de , que até aquele momento não tinha dado nenhum sinal de vida. Desviei minha atenção para uma mensagem de boas férias de , curiosamente ele estava online naquele momento.
“Yah, o que está fazendo aqui a esta hora ?”
? Pensei que estivesse dormindo agora. kkkkk…..”
“Não, eu estava lendo, e você?”
“Conversando com a Yuri, ela está em Jeju com seus pais.”
“Hum, com saudades dela?”
“Um pouco…”
“Um pouco?”
“Yah, não me pressione. kkkkkkk…. Mas acho que estou mesmo gostando dela.”
“Uah, isso é bom! Ela gosta mesmo de você”
“Eu sei, ficamos mesmo bem juntos, até minha mãe disse isso.”
“Fico feliz, fui eu que ajudei você a perceber isso.”
“... e você?”
“Eu o que?”
“Tem falado com ?”
“Não exatamente.”
“Ele voltou para cidade ontem.”
“Jinja?”
“Sim, foi Junseo que me contou, nos esbarramos no shopping.”
“Yah, ele não me mandou nenhuma mensagem.”
“Deve estar muito ocupado, ainda mais que as provas de vestibular dele serão antecipadas, acho que o pai dele conseguiu uma bolsa para ele em Harvard.”
“...”
“Junseo me disse que ele vai viajar de novo daqui dois dias, mas não se preocupe dele deve te mandar alguma mensagem.”
“Sim.”
“Está tudo bem?”
“Sim *-* Eu vou dormi agora, boa noite”
“Boa noite”
Sai do aplicativo e deitei na cama, será que ele estava mesmo muito ocupado por causa do seu pai mesmo ou estava me evitando? Não queria pensar negativo, então peguei o celular novamente e mandei uma mensagem para ele, para minha surpresa sua visualização foi rápida, porém a resposta continuou nula. Queria poder ajudá-lo a lidar com toda aquela pressão que seu pai estava fazendo com seu futuro acadêmico e profissional, mas nem sabia por onde começar e se conseguiria ajudar.
Senti que mesmo longe, minhas férias seria toda com meus pensamentos nele, pelo menos tinha algumas pessoas ao meu redor para me distrair. Consegui aproveitar o máximo que pude mesmo com minhas preocupações constantes com , minha avó estava tão animada com nossa estadia que nem percebeu, mas meu avô sempre me perguntava se eu estava bem.
“Você e eu fomos borrados e apagados
O mundo é o mesmo mas quando olho em volta,
Apenas você não está ao meu lado.”
— My Love, My Kiss, My Heart / Super Junior


Capítulo 17


“Fecho os olhos,sinto sua respiração e sonho com você
Um sorriso percorre meus lábios,você está respirando comigo agora
Tempo por favor pare,não separe nós dois
Vento pare de soprar,esta é minha última carta para você.”
— Love Song / Big Bang

A despedida no aeroporto de Okinawa foi um pouco triste, mas a saudade nos faria voltar para as próximas férias. Assim que chegamos em casa não ouve nenhuma recepção, somente um bilhete da minha mãe dizendo que ficaríamos alguns dias sozinhos, pois papai tinha que resolver alguns problemas da empresa em Seoul e ela iria junto com ele. Respirei fundo ao ler aquele singelo bilhete e ainda mais a observação para sermos responsáveis enquanto estivermos sozinhos.
— Como se fosse a primeira vez que ficamos sozinhos. — resmungou Jinho lendo comigo.
— Tirou as palavras da minha boca. — concordei — Eles acham mesmo que não temos responsabilidade, de quem eles acham que somos filhos? — brinquei.
— Vou levar minhas malas para meu quarto. — Jinho me olhou.
— Eu também, depois podemos fazer algo para comer.
— Boa ideia. — assentiu ele.
Era legal ficar sozinha com ele, mesmo sendo diferentes e tendo idades distantes, tínhamos nossa cumplicidade de irmãos que não deixava que nossos pais soubesse de nada negativo que acontecesse enquanto estavam fora. Um exemplo disso foi quando Jinho caiu de skate quando moramos na Califórnia e torceu o tornozelo, conseguimos esconder aquele gesso durante todo o tempo, ainda me pergunto se minha mãe realmente não descobriu, ela sempre agia de uma forma que suspeita.
Preparamos o mais fácil e básico para o jantar, ramem tradicional, Jinho me ajudou com todo o preparo e até na parte de deixar a cozinha em ordem após comermos. Vimos um pouco de televisão antes de ir dormir, era um pouco visível o cansaço de Jinho que desmaiou no sofá, foi difícil levar ele para o quarto, quase o arrastei durante a trajetória. Eu demorei um pouco mais para pegar no sono, antes de apagar de vez, meu celular tocou, era uma chamada de .
— Yeobosseyo. — disse esperando alguma reação dele e nada, comecei a sentir que não era algo bom, ele sempre agia assim, sempre ficava em silêncio quando me ligava após uma briga com seu pai — , meu coração está cantando agora.
E eu sempre não sabia o que falar, mas sabia que aquela frase o deixaria mais calmo e em paz, ficamos alguns minutos em silêncio um ouvindo a respiração um do outro. Na manhã seguinte recebi uma mensagem de me convidando para um piquenique no parque, aceitei e ainda carreguei meu irmão comigo, não deixaria Jinho ser absorvido pelos games.
— Até que seu irmão está se divertindo. — brincou esticando sua perna em cima da grama.
— Ah, sim. — olhei para meu irmão e me ajeitei sentada em cima da toalha de mesa — Disputando corrida online, que ironia tirei ele de casa para não jogar e ele encontra um amigo de escola que o convida para jogar.
— Veja pelo lado bom, estamos ao ar livre e parece que ele fez novos amigos com isso. — riu de leve.
— Obrigada por tentar amenizar. — o olhei séria.
— Está meio pensativa hoje. — comentou ele — Geralmente você fala mais que eu.
— Sim. — suspirei fraco — Desta vez não tem como não concordar, estou preocupada.
— Com ?
— Sim. — olhei para o céu, estava bonito e claro — Acho que está passando por momentos difíceis com o pai, e nem sei como ajudar.
— Você já perguntou a mãe dele? Talvez ela saiba de algo.
— Não, fico com receio de me intrometer nesses assuntos íntimos de família, só sei que o pai dele tem um gênio pior que ele e sua mãe não gosta de falar sobre esses assuntos.
— Entendo. — ele suspirou também — Eu me lembro de quanto eles se separaram.
— Você acompanhou? — eu o olhei surpresa.
— Mais ou menos, minha mãe e a mãe de estudaram juntas, são amigas.
— Ah, e o que sua mãe te contou?
— Nada. — ele me olhou — Eu que ouvia as conversas dela com meu pai escondido, foi uma fase muito difícil para , depois que seu pai traiu sua mãe, ele teve que ver os dois brigando pela guarda deles. — parou por um momento respirando fundo — começou a ir mal na escola, suas notas caíram e ele sempre faltava muito, foi então que o dia da decisão final de guarda saiu e para não ver sua mãe sofrendo fez um acordo com o pai.
— Ele ficaria com o pai, enquanto a mãe poderia ficar com a Sunny. — conclui de imediato.
— Mais que isso, seu pai exigiu o direito de escolher o futuro acadêmico e profissional de e que o filho fosse o melhor aluno da escola em todos os sentidos. — olhou para frente, desta vez parecia com um pouco de pena de — O pai o fez jurar que jamais iria contrariar as escolhas e ordens dele, caso contrário sua mãe perderia a guarda da irmã.
— Nossa. — eu me encolhi um pouco, não imaginava que por trás de todo aquele temperamento rebelde e malvado, havia alguém que certamente sofreu muito no passado.
Era dolorido para mim imaginar a relação que ele tinha com o pai depois que me esclareceu a história, estava triste por não ter descoberto pelo próprio , e mais ainda confusa sem saber como ajudar ele. Ao final da tarde o céu começou a ficar nublado e alguns pingos foram caindo sem pedir licença, nos acompanhou até a frente do nosso prédio e depois pegou um táxi para chegar mais rápido em casa.
Enquanto Jinho foi tomar um banho quente eu coloquei nosso jantar no micro-ondas para esquentar, segui os passos do meu irmão e tomei um banho quente também, colocando roupas quentes e confortáveis, voltei para cozinha e comi meu jantar, Jinho comeria em seu quarto, acho que ele estava iniciando uma maratona de League of Legends que iria durar sabe Deus quanto tempo.
Assim que terminei de lavar as vasilhas que sujamos, voltei para sala já que a televisão seria minha, iria fazer também uma maratona, só que de doramas. Após alguns episódios de Descendants of the Sun, olhei de relance para a janela, lá fora parecia um temporal caindo do céu. Bateram na porta de repente, achei estranho, afinal que louca bateria na porta de alguém naquela hora da noite, mesmo assim fui abrir e meu corpo paralisou.
. — sussurrei ao vê-lo todo molhado em minha frente — O que houve?
— Eu… — ele olhou para o chão, talvez estivesse algo se dando conta de onde estava.
? — insisti.
— Me desculpe, não posso ficar. — ele se virou indo embora.
— Não. — eu segurei sua mão o fazendo parar — Não importa o que diga, nem o que aconteceu para que viesse até aqui, não vou te deixar ir embora assim.
— Seus pais não estão em casa e não posso ficar. — ele tentou se soltar de mim e no impulso eu o abracei.
— Já disse que não vou te deixar ir. — envolvi meus braços na cintura dele, não me importava se ele estava molhado ou não.
— Komawo. — ele sussurrou de leve — Não quero mesmo ir.
— Mas ainda assim não pode ficar. — disse uma voz vinda do final do corredor.
— Hum?! — eu me afastei um pouco de e olhei, era o professor .
— Professor. — o olhou e se curvou em respeito.
— Além de minha aluna, é uma garota que está em casa sem seus pais, não quer que ela seja mal vista pelas pessoas. — o professor estava com uma voz um pouco rouca, mas firme.
— Não. — concordou .
— Mas profe… — segurou em minha mão me fazendo ficar calada.
— Venha para meu apartamento . — ele abriu a porta — É mais apropriado.
— Sim. — assentiu e olhou para mim, dando um sorriso fechado foi até onde o professor estava parado.
Eu vi ambos estrarem e a porta sendo fechada, estava um pouco agoniada em não poder fazer nada naquele momento, mesmo o professor estando certo, eu queria que tivesse entrado comigo.

* POV - on *
Continuei em silêncio assim que entrei, não queria deixar , mas deveria. O professor fechou a porta e seguiu em direção ao corredor, esperei por alguns instantes até que ele voltou com uma toalha na mão.
— Tome um banho quente para não pegar um resfriado, tem roupas limpas no armário, alguma deve te servir. — ele jogou a toalha para mim — Vou fazer um chá para nós.
— Obrigado professor. — eu me curvei em agradecimento.
— Fora da escola pode me chamar apenas de . — ele sorriu de leve indo em direção a cozinha.
hyung parecia ser legal, era considerado o professor mais bonito e educado de toda a escola, às vezes eu ria da forma em que as garotas suspiravam quando ele passava, principalmente as professoras. Entrei no banheiro e tomei uma ducha quente e rápida, encontrei algumas coisas que me caíram bem ao corpo, quando voltei para sala que observei melhor o quanto seu apartamento era organizado e limpo.
— Aqui, tome isso vai melhorar. — disse ele me entregando a xícara.
— Obrigado sunbae. — peguei a xícara, estava mesmo quente, esperei um tempo para tomar o primeiro gole.
— Não está aqui só porque gosta de andar na chuva. — comentou ele me olhando sério porém tranquilo — Não é a primeira vez que te vejo em frente a porta dela em plena madrugada.
— Hum.
— Só que desta vez você teve coragem de bater. — ele respirou fundo parecia estar me analisando — Desta vez a briga foi pior, não foi?
— Sim. — assenti segurando minha frustração em não conseguir confrontar aquele homem como queria — Ele ainda diz ser meu pai, mas não sinto isso.
— Talvez ele esteja querendo te ajudar da forma errada. — explicou hyung.
— Ele quer que eu seja como ele. — engoli seco, estava com um grito de raiva preso na garganta — Se eu for como ele farei as pessoas que amo sofrer.
— Ser parecido não é ser igual, você tem qualidades que seu pai não tem. — ele tomou um gole do seu chá — Ele quer que você siga os passos profissionais, agora se vai se espelhar em outras áreas é com você.
— Ele planeja algo para mim que eu não quero e por isso me afastarei de todos que amo, por mais que não queira, não posso lutar contra. — desviei meu olhar para o chão — Isso só me faz odiar ele ainda mais.
— O ódio só vai te tornar igual a ele, livre-se desde sentimento e tenha a esperança de um dia poder seguir seus próprios passos.
— E enquanto esse dia não chega? — eu o olhei — Vou continuar ouvindo ele ameaçar a felicidade da minha mãe? E de Sunny? Não quero minha irmã com ele.
— Infelizmente sempre temos que fazer alguns sacrifícios na vida. — hyung respirou fundo — Mas se sinta confiante, existe alguém que te abraça mesmo não sabendo seus problemas, aquele coração inocente pode te manter aquecido.
Sim eu tinha ela, mesmo com todos os meus problemas eu tinha a garota mais especial do mundo, e quanto mais eu pensava em mais eu pensava em como meus pais se conheceram e em como terminaram. Mais eu tinha medo de machucar ela, não queria que sofresse como minha mãe sofreu, seu coração batia por mim mesmo ela não admitindo na maior parte do tempo.
Mas ainda tinha medo ver ele parar por minha causa, me perguntava até quanto eu iria manter o sorriso em seus lábios e se algum dia eu a faria chorar.
“Épocas quentes, quando você abriu meus olhos
Toda a minha vida, eu só preciso de você
E eu preciso reconhecer,
Que mesmo se você disser que não me quer ou me fizer sofrer
Você vai ser a única pessoa pra mim.”
— Hot times / SM The ballad



Capítulo 18


“Você chorou muito antes do dia da nossa graduação
E você segurou o choro
Afinal, você é um cara
Não conseguimos dizer o que queríamos.”
- Goodbye Summer / F(x) feat. D.O)

Passei a noite toda em claro tentando imaginar o que tinha acontecido com ele durante todo aquele tempo que ficou afastado de mim e o motivo dele ter batido na minha porta, claro que seu pai era o motivo central, mas eu queria muito saber como estava indo a relação deles, queria ajudar da melhor forma que eu pudesse. Mandei algumas mensagens para ele, algumas não, varias, estava começando a parecer aquelas namoradas grudentas, mas estava tão preocupada.
— Noona. — sussurrou Jinho da porta do meu quarto — Bom dia.
— Bom dia pequeno. — eu o olhei me espreguiçando — Dormiu bem?
— Sim. — assentiu ele colocando a mão na barriga — Estou com fome.
— Vamos preparar nosso café então. — me levantei da cama e segui em direção a cozinha com ele — O que faremos hoje.
— Café da manhã americano. — sugeriu ele — Mamãe não está fazendo mais ovos mexidos com bacon desde que viemos para Seoul.
— Verdade. — abri a geladeira e peguei a pequena cartela com os ovos e o pacote com as tiras de bacon — Então vamos matar a vontade já que temos dias de liberdade.
— Isso. — concordou ele rindo um pouco.
Logo a campainha tocou, eu e Jinho olhamos para a direção da porta juntos, porém eu fui atender, era , senti um leve alívio ao ver aquele sorriso lindo em sua face, ele parecia mais calmo e tranquilo agora.
— Bom dia, vim para o café. — disse ele de forma natural como se nada tivesse acontecido na noite anterior.
— Mas e o professor?
— Ele vai entender que tomar café da manhã com minha garota é melhor do que com ele.
— Hum. — eu ri de leve, parecia um elogio, mas se fosse o contrário, acho que eu tomaria um café com o professor só para deixá-lo zangado.
— Do que está rindo? — perguntou ele.
— Nada. — eu abri mais a porta para que ele entrasse.
— Hyung. — gritou Jinho ao vê-lo — Oah, que legal você aqui.
— Sim. — ele sorriu um pouco mais — Vim para o café.
— Hyung, você está mesmo namorando minha noona?
— Sim.
— Jinja? Oah, ela nem é tão bonita assim.
— Yah. — gritei — É assim que você vê sua noona?
— Tenho que ser realista noona, existem garotas mais bonitas que você, como a Hermione. — explicou ele.
— Quem é Hermione? — perguntou .
— Emma Watson, de Harry Potter. — respondi — Mas tenho que admitir, não dá pra competir com ela, ela é diva.
— Verdade, ela é linda.
— Não precisava concordar. — retruquei cruzando os braços.
— Mas você é linda também. — ele sorriu de canto maliciosamente — E fica ainda mais linda quando está brava.
— Yah. — eu o olhei — Se começar com suas brincadeiras vai ficar sem café da manhã.
— Eu não disse, está ficando mais linda ainda. — ele se aproximou de mim e me deu um selinho rápido e se dirigiu para a cozinha.
Eu fiquei parada sem reação e olhei para Jinho que estava rindo de mim, respirei fundo e fui para cozinha arrastando Jinho comigo. Cheguei na cozinha, já estava na bancada quebrando os ovos na tigela.
— Ei, sou eu que vou fazer isso. — disse a ele.
— Preciso treinar, vou precisar saber fazer isso no futuro. — explicou ele tranquilamente.
Será que era uma breve resposta para o futuro, ele não ficaria na Korea e iria mesmo para os Estados Unidos?
— Mesmo assim. — dei alguns passos até ele e fiquei ao seu lado — Eu moro aqui.
— Deixe de ser chata e me permita preparar seu café da manhã. — ele me olhou com carinho dando um sorriso singelo.
— Hyung você sabe mesmo cozinhar? — perguntou Jinho se sentando à mesa.
— Sim, garotas legais gostam de garotos de cozinham para elas. — ele olhou para mim com suavidade — Estou certo ?
— Talvez. — eu mordi os lábios prendendo um sorriso — Depende se esse garoto também é legal.
— Hum. — meu irmão deu de ombros e resmungou — Espero que vocês dois não fiquem chatos e esqueçam que estou aqui.
— Não se preocupe, serei o melhor cunhado do mundo. — o olhou e piscou de leve para ele.
— Quer dizer que você vai entrar no meu time de LoL?
— Hum, eu não vou poder, mas já encontrei uma pessoa que pode.
— Vivaaa.
Nós rimos um pouco dessa pequena comemoração, eu ajudei a preparar o café, fizemos ovos mexidos com bacon, panquecas que foram acompanhadas com a geleia caseira de morango da mamãe, cookies e brownies, foi divertido cozinhar com ele. Parecia que estar ali comigo, fazendo uma pequena coisa o deixava mais leve e menos pensativo nos seus problemas, eu estava feliz por poder ajudar mesmo que de uma forma tão pequena.
— Estava tão gostoso hyung, quando crescer vou querer cozinhar tão bem quanto você.
— Você pode pedir sua irmã para te ensinar. — me olhou — Ela também cozinha bem.
— Está impressionado? — perguntei retribuindo o olhar.
— Não, já imaginava que fosse perfeita nisso também, cozinha tão bem quanto desenha.
— Yah. — sussurrei — Você tem forma tão loucas de me elogiar.
— Não foi um elogio. — disse ele rindo.
?! — o olhei meio ofendida.
Ele e Jinho riram um pouco de mim, me levantei e peguei os pratos fazendo uma cara séria como se estivesse brava com ele, pediu para que Jinho o esperasse na sala para jogarem um pouco juntos.
— Sabia que me deixa louco quando fica assim? — ele deu alguns passos até mim — Tão brava, seus olhos brilham quando está com raiva de mim.
— Prefiro não comentar. — peguei os copos da mão dele e coloquei no bojo da pia — Vá jogar antes que meu irmão te grite da sala.
— Já vou. — ele saiu da cozinha rindo.
Demorei um pouco para lavar as vasilhas do café, e como tinha vasilhas acumuladas na bancada, era sim ótimo na cozinha, mas tinha o mesmo defeito de todos os homens vasilhas sujas acumuladas. Eu ri de leve, não me importava por ele ter sujado quase todas as colheres do armário, sequei tudo e deixei minha cozinha e ordem, estava pensando em almoçar fora com meu irmão, já que nossos pais tinham deixado uma grana para reserva.
— Hum, quem está ganhando? — perguntei ao entrar na sala, encostando na parede observando o jogo deles.
hyung. — respondeu Jinho parecendo estar chateado — Ele é melhor até que você noona.
? — me olhou surpreso — Você joga?
— Eu tenho um irmão de dez anos que é gamer. — eu caminhei até o sofá e me sentei ao lado de Jinho — Acha mesmo que eu não aprenderia a jogar?
— Uah. — sorriu de leve.
— Bem. — eu peguei o joystick que estava na mão de Jinho e olhei para a televisão — Vamos ver o quanto você é melhor que eu.
— Let’s go, my girl. — ele riu um pouco virando sua atenção para a televisão também.
Jinho ficou vibrando do meu lado durante toda a partida, estávamos jogando Need For Speed, foi uma diversão e tanta, quando acabou por um golpe de sorte eu ganhei dele. Fiquei rindo de sua cara por um tempo, até que ele tomou o joystick da minha mão e me beijou de surpresa. Fiquei um pouco envergonhada pelo meu irmão que ficou de pé nos olhando de braços cruzados.
— Yah, meu irmão. — disse empurrando ele de leve.
— Não se fala de inocente por minha causa. — disse Jinho fazendo uma careta de nojo — Vejo nossos pais se beijando quase todos os dias nessa cozinha de manhã.
— Jinja? — riu um pouco me olhando — Ela é minha garota inocente, cunhado.
— Sem comentário. — eu olhei para minha roupa — Nossa só agora percebi que ainda estamos de pijama.
— Hum, eu percebi o quanto você se sentiu à vontade com essa roupa comigo aqui. — comentou com um sorriso nebuloso.
— Yah, seu pervertido. — eu me levantei do sofá me encolhendo.
— Não falei nada demais. — ele riu um pouco.
— Vamos trocar de roupa Jinho. — disse indo para o corredor.
— Você tem planos noona?
— Claro. — olhei para meu irmão — Ainda estamos de férias, vamos ao parque.
Eu sorri de leve e desviei meu olhar para , este era meu desajeitado plano de manter a mente de ocupada para não pensar nos seus problemas familiares, agora que eu sabia como seu pai era com ele, ficava ainda mais com vontade de ajudar ele. Entrei em meu quarto e abri o guarda-roupa, passei alguns minutos pensando que roupa deveria usar. Acho que estava demorando um pouco demais, pois abriu a porta e caminhou até mim e ficou parado me olhando.
— O que está fazendo no meu quarto? — perguntei cruzando os braços.
— Vim descobrir porque as garotas demoram tanto para se arrumarem. — respondeu ele tranquilamente desviando seu olhar para meu guarda-roupa.
— Você está no quarto de uma garota, sabia? — continuei o encarando — Não é bem visto pela sociedade.
— E você entrar no meu quarto é? — retrucou ele rindo — Me diga o que você tanto olha que ainda não se trocou?
— Não tenho nada para vestir.
— Tem certeza? — ele riu de mim — O que é tudo isso aqui? Descartável?
— Você não entende. — eu desviei meu olhar para o guarda-roupas — Uma garota sempre quer vestir algo importante quando vai a encontros.
— Não vamos a um encontro, seu irmão vai estar conosco. — ele começou a olhar por entre as blusas que estavam no cabide e pegou uma blusa geek minha — Além do mais, você fica linda vestindo qualquer roupa.
— Você realmente não entende a mente feminina — eu peguei a blusa da mão dele — Agora espere lá fora que eu vou me arrumar.
— Vou ter que esperar mais quantos dias?
— Yah, seu chato, saia logo. — gritei com ele segurando o riso.
Ele saiu rindo, foi divertido, mas realmente chato, ele não entendia que mesmo com meu irmão por perto, para mim todas as vezes que saímos junto era um encontro. Ao contrário do que ele havia proposto, escolhi vestir algo mais leve e delicado, um vestido floral que tinha ganhado da vovó, combinado a uma sapatinha preta bem básica. Peguei uma bolsa pequena e joguei meu celular dentro com meus documentos, então saí do quarto, quando cheguei na sala ficou me olhando com cara de bobo.
— Uah, agradeço por realmente não entender as garotas, você está perfeita. — disse ele com aquele seu jeito tosco de elogiar.


“A resposta é você
Minha resposta é você
Eu já abri o meu coração para você há muito tempo
Você é tudo para mim, esse é o meu jeito de confirmar”.
- My Answer / EXO


N/A: Estamos entrando na reta final dessa primeira fase, afinal não teremos 16 anos para sempre,
então segurem as emoções e aguradem!!!
Ask PM² - Grupo Pâms Fictions - Fanfic's University
By: Pâms

Capítulo 19


“Eu vou me tornar o homem
Em que ela pode acreditar
E esquecer todo o resto.
Você é a única para mim.”
- Onde for Me / SHINee
Tenho que admitir que não tinha um plano completo e o parque veio mais de improviso em minha mente, mas fomos ao Bomunsan Park de metrô. Foi um dia de sorte já que estava tendo uma apresentação de danças típicas da cultura coreana, foi bonito ver toda a decoração que tinham feito no espaço do evento. Ficamos um tempo vendo alguns grupos que se apresentavam, Jinho se sentou logo mais à frente estava curioso, parei por um momento e desviei meu olhar para , seus olhos estavam brilhando, deixei um sorriso escapar em meus lábios, ele parecia estar se divertindo.
— Você conseguiu, komawo. — comentou ele mantendo seu olhar na apresentação.
— Consegui? — estava confusa ri de leve sem saber o que ele queria dizer com aquilo — Consegui o que?
— Ocupar minha mente. — ele sorriu de leve e desviou seu olhar para mim, estava sereno e tranquilo — Percebi que está tentando me ajudar.
— Como?
— Você não para de me mostrar as coisas como se eu nunca estivesse estado aqui. — ele riu um pouco e voltou a olhar para a apresentação — Mas estou gostando disso, está mesmo funcionando.
Ele sorriu de novo, me fazendo sorrir junto, agora tinha certeza que estava dando certo minhas boas intenções. Assim que a apresentação terminou nos levou a um restaurante e cafeteria para almoçarmos, para minha surpresa o lugar pertencia a tia materna dele, a ajumma Sora.
— Yah, estava tão preocupada com você criança. — disse ela ao abraçar ele — Como está? Como foi passar as férias com aquele ogro?
— Estou bem ajumma. — respondeu ele num tom sério porém baixo — Só estamos aqui para almoçar, podemos?
— Claro. — ela sorriu meio sem graça, deve ter percebido que ele não queria falar sobre o assunto do pai, então ela me olhou curiosa — E quem é essa garota bonita, é sua namorada?
— Sim. — eu disse de imediato.
— Não. — disse ele ao mesmo tempo que eu, me fazendo olhar para ele — Brincadeira. — ele segurou em minha mão e olhou para a tia com um sorriso de canto — Sim, esta é minha garota.
Senti um arrepio ao ouvir aquilo, “minha garota” queria gritar um pouco, a ajumma nos acomodou em uma mesa bem ao fundo para não sermos incomodados. Foi um pouco difícil escolher o que comeríamos, o cheiro da comida que recendia era maravilhoso e já tinha nos alertado que sua tia era a melhor na cozinha.
— Hum, está mesmo muito gostoso hyung. — disse Jinho já terminando seu prato.
— Sim, a ajumma é a melhor nisso. — concordou ele.
— Estamos tendo uma ótima refeição. — sorri de leve — Teremos sobremesa também?
— Claro, o que seria da vida sem doces. — piscou de leve para mim e voltou sua atenção para seu parto.
— Adoro doces. — Jinho sorriu com animação.
— Quem não gosta? — olhei para ele sorrindo — O que vamos fazer depois?
— Depois de que? — perguntou Jinho.
— Do almoço. — respondi tranquilamente.
— Diga você. — riu de leve — O plano é seu.
— Yah, vocês podem me ajudar. — resmunguei pensando — Que tal cinema?
— Uah, seria legal. — concordou Jinho.
— Nada de romance. — deu de ombros desviando seu olhar para a frente do lugar — Quero algo mais divertido que isso.
— Não sabemos que filme está em cartaz, mas não me importo que não seja romance. — suspirei fraco, ele era mesmo um chato.
Foi mesmo um bom e proveitoso almoço, nossa sobremesa foi a torta trufada de morango que ajumma tinha feito como receita experimental que mais parecia ser o especial da parte de confeitaria. Assim que terminamos nossa sobremesa ajumma se aproximou com um sorriso e disse que o almoço seria um presente dela para nos dar força para o final das férias, muito fofo e legal da parte dela. Antes de sair ela puxou para o canto e ambos trocaram algumas palavras, deu para perceber na face dele que o assunto era o que ele não queria lembrar, seu pai.
Damos algumas voltas pelo centro da cidade até que chegamos em frente o complemento do nosso dia, o cinema. Para a felicidade de todos escolhemos uma animação que estava em cartaz, assim teríamos ação, aventura, comédia e quem sabe algum romance na história. comprou as pipocas, não entendia o porquê daquilo, já que eu ainda sentia o almoço fazendo efeito dentro de mim e para minha surpresa ele e Jinho que sentou na fileira da frente, comeram tudo.
— Foi mesmo uma boa escolha. — comentou ele sussurrando para mim.
— O filme? Ou virmos ao cinema? — perguntei desviando meu olhar para ele.
— Passar o dia com você. — ele desviou seu olhar para mim e sorriu — Você é a melhor escolha de todas.
Meu coração acelerou e parou ao mesmo tempo, em instantes senti os lábios dele tocarem os meus, fechei meus olhos e retribui aquele beijo, por dentro sentia um frio na barriga e minhas pernas adormecerem. Ele tocou de leve minha nuca me fazendo arrepiar um pouco, aquele beijo parecia ainda mais especial que os outros, de alguma forma parecia ser o beijo para ser guardado na memória. Seria o início de uma despedida, já que aquele era o último ano dele na escola e provavelmente iria mudar de cidade por causa da universidade.
. — sussurrei um pouco receosa — Este será nosso último encontro?
— E quem disse que estamos em um encontro? — ele sorriu — Seu irmão está aqui na frente.
— Você sabe o que eu quis dizer. — retruquei.
— As aulas ainda não terminaram, apenas fiquem tranquila sobre isso, afinal você ainda está em um plano para me distrair. — ele riu.
— É que tem coisas que eu não sei e... — fui interrompida por outro beijo dele, acho que ele gostava de me interromper com um beijo.
Um pouco antes do filme terminar o celular do começou a vibrar, disfarçadamente olhei para o visor, era o pai dele. Em uma respiração funda e cansada ele me olhou dizendo que tinha que atender, assenti de leve e o acompanhei com o olhar até que ele saiu da sala. Após o final do filme, eu e Jinho saímos da sala juntos, ficamos um tempo do lado de fora esperando ele voltar, até que recebi uma mensagem.
“Me desculpe, tive que voltar para casa.”
Senti um aperto no coração, voltamos para casa antes que escurecesse e assim que entramos meu celular tocou, eram nossos pais para se certificar que estávamos em casa e em segurança. Enquanto Jinho foi tomar um banho, preparei o jantar, meu prato preferido e prático, o famoso ramem. Deixei tudo em cima da mesa e saí do apartamento por alguns instantes, estava preocupada com , mas não tinha coragem de ligar e perguntar se ele estava bem, então iria tirar minha dúvida com quem poderia saber.
— Ah, aluna . — disse o professor Siwon surpreso ao abrir a porta e me ver — Posso ajudar?
— Não sei, acho que sim. — respondi ainda receosa.
— Bem, entre. — ele abriu um pouco a porta para que eu entrasse — Hum, Aha essa é , uma aluna da escola.      
Explicou ele para uma mulher de cabelos ondulados e castanhos, estatura média e um pouco magra, que estava na cozinha com uma chaleira na mão, a mulher sorriu para mim e se curvou de leve.
esta é minha noiva Aha. — explicou o professor para mim.
— Prazer unnie. — eu me curvei de leve em respeito.
— Prazer. — disse ela — Ela que é a aluna estrangeira?
— Sim. — assentiu o professor voltando seu olhar para mim — Houve algum problema?
— Sim, está acontecendo alguma coisa com e não sei o que é, nem sei como ajudar.
— Hum. — ele esticou a mão para que eu me sentasse no sofá e se sentou — Entendo.
— Professor, você sabe sobre o problema dele com o pai? V perguntei me sentando também.
— Sei de algumas partes, mas é delicado esse assunto.
— Eu sei, por isso estou aqui. — desviei meu olhar para Aha unnie que estava vindo com uma bandeja com xícaras de chá, ela me entregou uma, eu peguei me curvando de leve em agradecimento.
é aquele garoto filho do Dongho? — perguntou ela se sentando ao lado do professor e entregando uma xícara para ele.
— Sim, ele mesmo. — assentiu o professor.
— Professor Siwon, eu não posso perguntar sobre isso para a mãe dele, é algo de família, e também tenho medo de perguntar a ele, não sei como ajuda-lo.
— A única coisa que sei é que está passando por um momento conturbado em sua vida, para proteger sua irmã e mãe ele fez um acordo com o pai, mas seguir as vontades do seu pai agora está indo em confronto com suas próprias escolhas e... — ele hesitou por um momento em terminar a frase.
— E? — aquilo me preocupava ainda mais.
— Você está sendo a maior escolha dele.
Eu não sabia o quanto intenso aquela frase era e nem o quanto representava na vida de , as já imagina que ele não queria ir embora por minha causa e isso fazia com que as brigas com seu pai se tornassem ainda mais frequente. Eu agradeci a unnie pelo chá e após toma-lo voltei para casa, estava um pouco desnorteada e sem saber o que fazer da vida para deixar mais confortável. Eu não queria que as ações dele caíssem sobre sua mãe e a Sunny, não por minha causa.
— Noona, você está tão calada. — reclamou Jinho sentado na minha frente na mesa.
— Desculpa, estou pensando em algumas coisas. — dei um sorriso fraco para ele desviando meu olhar para minha tigela de ramem que nem tinha mexido ainda.
— Está pensando no hyung?
— Sim. — assenti — Estou preocupada com ele.
— Ele gosta muito de você noona, não fique preocupada. — Jinho sorriu inocentemente.
— Eu sei. — olhei para ele com carinho — Vamos comer.
Após o jantar Jinho me ajudou a lavar os pratos e deixar a cozinha limpa e arrumada, dei “boa noite” para ele e fui para meu quarto, tinha certeza que minha noite não seria tranquilo, ainda mais com meu pensamento em . Alguns dias se passaram e as aulas enfim voltaram, assim como meus pais, estava feliz por ter eles de volta. As semanas se passaram e estávamos no dia das provas de vestibular, seria um dia muito importante para todos do Prince Line.
Minha sala não teria aula no dia e eu poderia ter dormido até mais tarde, porém acordei cedo para esperar na porta da escola. Assim que cheguei todos os amigos dele estavam lá, achei estranho, já que seu pai queria tanto que ele se dedicasse nos estudo já era para estar na porta da escola esperando pelo portão se abrir.
— Bom dia. — disse ao me aproximar deles.
— Oh, bom dia. — Junhae se assustou em me ver ali — O que faz aqui? Você não terá aula hoje.
— eu sei. — sorri meio sem graça — Estou aqui para desejar boa sorte a vocês.
— Sei. — MiJun riu — Você veio pelo hyung, mas ele não vai fazer a prova.
— Como assim? — agora eu tinha ficado mais confusa ainda.
— Ele já fez, nas férias quando foi para América. — explicou Junhae — não vai cursar em nenhuma universidade da Coreia, ele vai estudar em Harvard.
— Oh. — será isso que ele estava escondendo de mim?
— Pelo visto o hyung não te contou. — Hwang suspirou desviando seu olhar para as meninas líderes de torcida que estavam se aproximando.
— Não, ele não tem me contado muita coisa. — respondi meio sem o que pensar.
— Ele está na casa da mãe hoje. — comentou Junhae — Acho que ele não quer te preocupar.
— Obrigada Junhae. — eu me afastei deles seguindo para a rua novamente, quando trombei em alguém — Oh, me desculpe.
?! — ela — Está tudo bem?
— Sim ou não. — respirei fundo já não sabendo o que responder — E você? O que faz aqui?
— Vim para ajudar o treinador nos teste para o time, Prince Line saindo temos que montar um novo time para o próximo ano. — respondeu ele tranquilamente.
— Então eu não vou te incomodar, preciso ver alguém agora.
— Já até imagino quem. — ele sorriu de canto — Vou ficar aqui esperando a Yuri.
— Espero que tenha um bom dia .
Eu sorri de leve para ele e me afastei, caminhei até a estação e peguei o metrô que parava perto da casa dele. Assim que cheguei em frente ao portão, ajumma Seohyun estava chegando com algumas sacolas na mão, eu ajudei ela pegando algumas das sacolas.
— Sunny foi para um passeio com o pai e eu aproveitei para comprar os ingredientes para o almoço de amanhã. — explicou ela enquanto levávamos as sacolas para a cozinha.
— Ajumma, está em casa? — perguntei.
— Sim, está no quarto, pode ir até lá. — ela se voltou para mim e sorriu — Sei que veio por ele, acho que precisam conversar sobre o futuro.
— Obrigada ajumma. — eu me curvei de leve em agradecimento e saí da cozinha.
Assim que subi as escadas, hesitei um pouco em ir até o quarto dele, fiquei alguns minutos parada no meio daquele hall para os quartos olhando para a porta, foi então que a maçaneta girou e ele saiu.
— Omma você viu... — assim que me viu ele ficou em silêncio, de certo não esperava me ver ali.
Desde aquele dia do cinema eu não o tinha visto ainda, ele não ia na escola e nem respondia minhas mensagens, era estranho quando ele atendia minhas ligações e não dizia nada. Eu estava sentindo algo ruim em relação a isso, estava com medo que aquela parte de nosso relacionamento seria a parte em que eu me machucaria de verdade.

“Eu já abri o meu coração para você há muito tempo
Você é tudo para mim, esse é o meu jeito de confirmar
Eu deveria ser cuidadoso e me amar mais, desse jeito eu nunca irei me machucar.”
- My Answer / EXO


N/A: Preparem os lencinhos que próximo capítulo será o final,
mas não fiquem tristes que logo terá o especial 17 anos com direito a ceia de natal.
Ask PM² - Grupo Pâms Fictions - Fanfic's University
By: Pâms

Capítulo 20 - Final


“Assim como o céu é alto, os ventos são frios
E o oceano é grande e azul
Estou com medo de
Não te dar valor.”
- Smile Flower / SEVENTEEN

— Oi — eu disse após ficarmos minutos nos olhando em silêncio.

— Oi. — ele respirou fundo — O que faz aqui?
— Vim saber se está bem. — me encolhi um pouco — Não te vejo desde... Você não vai à escola... Não responde minhas mensagens... Eu fiquei preocupada...
me interrompeu em um abraço, fiquei em silêncio, estava esperando ele dizer alguma coisa, eu só queria que ele desabafasse e me contasse tudo. Fechei os olhos por um momento, era confortável estar ali, aninhada nos braços dele, nossas respirações ficaram em sincronia.
— Mianhe. — sussurrou ele — Por te fazer ficar preocupada.
— Não precisa se desculpar. — me afastei um pouco dele e o olhei dando um sorriso singelo — Senti sua falta.
— Eu também. — ele respirou fundo — Pensei que ficando o mais longe possível de você, achei que conseguiria me acostumar, mas estava me esquecendo de aproveitar o tempo que me resta.
— Fala como se nunca mais fôssemos nos ver. — retruquei — Podemos nos ver nas férias. — sugeri.
— Sim. — ele sorriu de canto — Minha mãe vai jazer um almoço de despedida amanhã, queria que viesse.
— Estarei aqui. — sorri animada, mas fiquei séria novamente.
— O que foi?
— Queria que você me contasse, sobre tudo. — disse.
pegou minha mão e me levou até seu quarto, talvez aquele seria o momento em que ele se abriria comigo, me sentei na cama dele, enquanto ele encostou de leve suas costas no beiral da janela.
— Não sei como falar sobre isso... Com você. — hesitou ele.
— Eu sei de toda a história, mas foi contada por outras pessoas. — desviei meu olhar para do chão para ele — Eu só queria ouvir de você, todo esse tempo.
— Você fica tão fofa quando se preocupa comigo. — ele sorriu me olhando.
— Estou sendo sincera.
— Eu também.
— Vai ficar me enrolando?
— Você já sabe de tudo.
— Não sei o que você está pensando. — respirei fundo e me levantei da cama — Por que é tão difícil se abrir comigo?
— Porque não quero te preocupar com esse assunto. — ele suspirou fraco — O único momento em que não penso sobre isso, é quando estou com você.
. — sussurrei de leve dando alguns passos até ele — Se não falar sobre isso te faz bem, então não vamos, apesar de eu querer muito.
— O que você quer saber mais? — ele me olhou com carinho.
— O almoço de amanhã, será a última vez que vou te ver? — perguntei diretamen
— Provavelmente sim. — fechei meus olhos e o abracei, envolvendo meus braços na cintura dele — Eu...
— Será o melhor almoço da minha vida se você estiver nele. — disse envolvendo seus braços na altura do meu ombro.
— Me desculpe. — disse sentindo as lágrimas caírem.
— Pelo que?— Por fazer você ter que escolher. — sussurrei, me lembrando das palavras do professor.

— Você sempre será minha resposta. — sussurrou ele de volta.
Aquelas palavras me fizeram arrepiar, de alguma forma estranha eu estava me sentindo mais leve, aninhados me um abraço em silêncio, gostaria que aquele momento se congelasse.
— Por que não foi fazer a prova? Não precisa mais?
— Por que pergunta se sabe a resposta?
— Por que quero ouvir de você. — expliquei.
— Quando viajei com meu pai, tinha um propósito. — respondeu ele — A universidade adiantou minha prova e entrevista.

— Então o melhor aluno conseguiu a vaga. — conclui brincando.
— Sim e uma vaga no time de basquete da universidade. — completou ele concordando.
— Nossa, meu namorado é mesmo o melhor. — brinquei novamente me afastando dele e o olhando.
Mesmo naquele momento, a face de ainda estava triste, talvez porque tínhamos poucas horas para estarmos juntos, eu não queria que ele fosse embora, não antes do baile de formatura e do final do ano.
— E como é lá? Já entrou em alguma fraternidade?
— Não. — ele riu de leve — só irei decidir isso no próximo ano.
— Aproveite a distância com sabedoria. — disse a ele rindo de canto — Porque estou pensando em me candidatar na escola de artes de Harvard.
— Hum, não consegue mesmo viver longe de mim. — brincou ele.
— Novata estrangeira. — ele riu.
— Yah. — empurrei ele de leve — Já passamos desta fase do novata.
— Ainda é divertido te chamar assim.
? — disse a ajumma ao bater na porta — Ah, me desculpe atrapalhar a conversa.
— Não atrapalhou nada. — eu a olhei.
— Desejo algo omma? — perguntou ele.
— Sim, preparei um almoço rápido para todos, seu pai acabou de chegar com Sunny.
Eu olhei para , seu sorriso havia desfeito. Mesmo que eu quisesse que ele desabafasse, não iria tocar no assunto do pai dele, essa parte parecia machuca-lo mais do que deveria. Descemos em silêncio, Sunny logo veio correndo em minha direção e me abraçou dando um sorriso, o pai dele ficou surpreso em me ver, eu o cumprimentei me curvando de leve. segurou em minha mão forte, permanecendo em silêncio, eu coloquei minha outra mão em cima da dele, queria mostrar que eu estava ao seu lado em qualquer momento.
Após o almoço, e seu pai tinham outros compromissos, eu queria passar a tarde com ele, mas não seria possível. Eles me levaram de carro, me deixando na porta do meu prédio, assim que cheguei em casa, vi minha mãe no telefone, ela estava falando com a mãe de . Ignorei um pouco meu pai e irmão que estavam na sala jogando e fui direto para meu quarto. Não demorou nem cinco minutos e minha mãe bateu na porta.
— Posso entrar? — perguntou ele abrindo uma fresta da porta.
— Pode. — sorri de leve.
— Está tudo bem?
— Sim.
— Tem certeza? — insistiu ela, omma me conhecia melhor que eu mesma.
— Não. — a olhei com cara de choro.
— Oh, minha princesa. — ela veio até mim e me abraçou — Fique tranquila, é só um momento, isso passa.
— Mesmo se eu me candidatar para Harvard, ficarei um ano sem vê-lo. — retruquei.
— Em certos momentos a saudade fortalece o sentimento. — disse ela com aquela voz tranquila e serena — .
— Omma.
— Não é um adeus querida. — ela sorriu de leve — É somente um até logo.
As palavras dela faziam parecer fácil, mas eu não queria que ele fosse embora. Era óbvio que ficaríamos mais distantes um do outro, ele era um ano mais velho que eu, mas naquele momento a razão estava perdendo para a emoção.
* POV - on *
Passei todo o caminho em silêncio, me restringia a falar somente o necessário com ele, olhando para a janela do carro enquanto pensava que teria somente mais um dia com . Fomos até o advogado da empresa, todos os papéis de transferência e visto de estudante já estavam prontos, minhas passagens compradas para a noite de amanhã. Como seria minha última noite em casa, eu ganhei a chance de passar com minha mãe, não pensei duas vezes em pegar um táxi, de volta para minha verdadeira casa.
Minha mãe ficou surpresa em me ver lá novamente após escurecer, expliquei a ela que ganhei a liberdade de escolher onde dormi aquele dia. Passamos horas vendo filmes na televisão, me fez lembrar minha infância, nas férias eu minha mãe sempre fazíamos maratonas que filmes clássicos. Meu preferido era mesmo, O poderoso chefão.
— Tem certeza que irá dormir bem? — perguntou ela da porta do quarto.
— Sim, tenho. — assenti dando um sorriso — Estou em casa.
— Tenha bons sonhos então.
O sorriso da minha mãe tinha o efeito de me tranquilizar, era tão bom quando ela sorria daquela forma, serenidade no olhar e sorriso singelo. Me fez lembrar de , estava pensando sobre nosso namoro e de como poderia continuar com toda aquela distância que estaria entre nós. Passei a noite acordado, em meus pensamentos foi como se o filme de minha vida estivesse passando, desde o divórcio dos meus pais até aquele momento.
De fato, eu não me importante em ficar longe dela, o que realmente me faria ter medo, era de machucar ela como meu pai machucou minha mãe. Não queria ver chorar por algum erro de minha parte, quanto mais eu pensava nisso, mais as horas se passavam. Logo amanheceu, minha mãe estava animada, pois a casa ficaria cheia com meus amigos, para minha despedida.
Todos da Prince Line chegaram pouco depois do café da manhã, faríamos a última competição de FIFA do ano.
— Yah, pare de roubar . — reclamou Junhae ao perder para mim pela sétima vez.
— Eu? Roubando? — ri da cara dele — Você que é muito ruim.
— Hyung, você é o melhor. — brincou MinSoo rindo.
— Viu. — concordei.
— Yah, fique quieto você MinSoo, não conseguiu ganhar nenhuma até agora.
— Nosso maknae está triste hoje. — explicou Hwang.
— O que ouve com ele? — perguntou MiJun.
— Brigou com a Sooyong. — Hwang riu de leve — Ou ela brigou com ele.
— Yah, parem de falar da minha vida. — ele deu de ombros se jogando no sofá.
— O que aconteceu MinSoo? — eu estava curioso.
— Ela é muito ciumenta. — explicou ele.
— Acho melhor voltarmos para nosso jogo. — Junhae pegou o joystic novamente — Desta vez eu vou ganhar.
— Minha vez então. — Hwang pegou o joystic da minha mão.
— À vontade, acabe com ele. — disse ao Hwang rindo de Junhae.
— Está aproveitando só porque está de partida.
— Yah, não discuta, eu sempre fui o melhor mesmo. — ri dele.
Deixei eles jogando e fui para a cozinha, minha mãe estava preparando o almoço com a ajuda da ajumma mãe de Junhae, ela eram amigas de infância. Assim que voltei para sala, a campainha tocou, era e sua mãe, havia me esquecido que nossas mães eram amigas também. Por milagre ele não estava com Yuri, então o convidei para entrar no torneio da Prince Line, surpreendente foi descobrir que ela era muito bom nos games.
As horas passaram, meu pai chegou acompanhado do pai de , chegou acompanhada dos seus pais, Jinho e Yuri, que tinha encontrado eles no caminho. Estava quase completo, até que as meninas líderes de torcida chegaram, então minha casa estava cheia, como minha mãe gostava. Eu e ficamos juntos durante todo o tempo, para aproveitar cada segundo que tínhamos juntos, após o almoço eu a perdi de vista por um momento, então comecei a procura-la pela casa.
— Se perdeu no meu quarto? — perguntei assim que abri a porta e a vi perto da minha mala.
— Não. — ela riu — Eu só estava vendo se organizou tudo para a viagem.
— Hum, quase tudo.
— É?
— Sim. — eu sorri e a peguei no colo — Falta colocar você na mala.
— Yah, me coloque no chão. — disse ela rindo — Eu não vou caber ali dentro.
— Tenho certeza que sim. — eu ri a colocando no chão.
— O que realmente estava fazendo aqui? — perguntei novamente.
— Nada, já falei. — ela riu — Vamos descer, não quero que nossos pais pensem que estamos fazendo algo errado aqui.
— Essa ideia também é boa. — eu sorri com malícia.
— Yah. — ela bateu de leve no meu ombro — Seu pervertido.
— Foi você quem tocou no assunto. — eu ri dela saindo do quarto.
Descemos para sala em risos, como meu voo estava marcado para ser à noite, todos se despediram de mim, pouco depois da minha mãe servir a sobremesa. Mesmo não tendo ninguém em lágrimas, consegui perceber o quanto meus amigos estavam tristes por minha partida. Acompanhei e sua família até em casa, recebi abraços apertados da sua mãe e de Jinho, seu pai apertou minha mão me desejando boa sorte na universidade. Eles subiram na frente, deixando eu e a sós.
— Então, é aqui que dizemos até logo?! — brincou ela sorrindo.
— Não. — eu desviei meu olhar para o chão, não conseguia encará-la, não naquele momento — É aqui que dizemos adeus.
— Como? — ela não estava entendendo, mas eu tinha tomado a melhor decisão ao meu ver — Do que está falando.
— Estou falando que, não quero que chore por minha causa, não farei com você o mesmo que meu pai fez com minha mãe.
, suas palavras estão me assustando. — ela se encolheu.
— O que quero dizer é que...
Foi a coisa mais idiota e egoísta que eu fiz, mas era o certo a fazer, estava terminando com ela, seria melhor assim. tentou argumentar, mas eu estava decidido, no final eu abriria mão dela, assim ela poderia ser feliz sem mim, não a forçaria esperar por alguém durante um ano. Antes que a primeira lágrima pudesse cair de seus olhos, eu beijei de leve o alto da sua testa e me afastei dela, certamente no final de daquele dia eu iria me olhar no espelho e ver um idiota, mas naquele momento eu só pensava em deixa-la livre de mim e dos meus problemas.
Fui direto para casa do meu pai, peguei minhas malas, as passagens e o passaporte, fui de táxi até o aeroporto, eu já tinha combinado com meus pais que iria fazer isso sozinho, não gostava de despedidas. Foram pouco mais de 15 horas até Boston e mais trinta minutos de Boston até Cambridge, cidade onde Harvard localizava.
O coordenador do meu curso de administração já estava me aguardando no aeroporto quando cheguei. Me instalei sem nenhuma dificuldade no quarto da Fraternidade que o coordenador havia me indicado, pelo que soube era uma das mais respeitadas na universidade. Assim que abri a mala, reconheci um objeto que não era meu e não estava lá desde a última vez que tinha aberto a mala, era o sketchbook da , logo me lembrei de quando eu a peguei em meu quarto.
— O que você andou fazendo. — sussurrei pegando o sketchbook.
Comecei a folheá-lo, havia muito desenhos de mim, minha face, meus olhos, minha boca, e outros de paisagens de lugares onde ela já tinha morado com seus pais. Se aquilo era um presente de viagem, era o melhor presente do mundo, percebi que tinha uma flor servindo de marcador para uma página específica. Assim que abri, senti me corpo gelar automaticamente, tinha uma carta, não conseguia acreditar que ela tinha escrito uma carta para mim.
...
Eu realmente não acredito que estou escrevendo uma carta de confissão para você, mas como você vai estar um ano longe de mim, e esta é uma forma de demonstrar meus sentimentos, uma que você disse uma vez que queria muito.
Tenho que admitir que desde que te conheci, eu te chamava de pesadelo, mas depois que você disse para todos que eu era sua namorada, comecei a ver que não era tão ruim assim ser a novata estrangeira, de pesadelo, você se tornou um sonho, daqueles que eu não queria acordar.
Tenho que admitir que estava com medo, mas quando você disse que eu era sua resposta, senti meu coração se aquecer novamente, então estou aqui escrevendo esta carta para você, não importa a distância nem o tempo, minha resposta também será você...
Always!!"
. — sussurrei, sentindo a primeira lágrima cair — Minha resposta é você.
Eu sabia que iria me arrepender, sabia que eu era um idiota, mas ler aquela carta me fez querer voltar para Daejon naquele momento.
“Uma simples frase: "Eu estou esperando por você!',
Mas eu não posso dizer isso em voz alta
Eu fecho meus olhos e tendo adivinhar o que você está fazendo.”
- My Answer / EXO
The End!!
To be continued in Finally17th...


N/A: Espero que tenham gostado, esse finalzinho foi lágrimas, é porque eu queria deixar um gostinho de quero meu ultimate!
Mas, não se preocupem, porque Finally17th logo virá e com ela nosso ultimate lindo!!!
Ask PM² - Grupo Pâms Fictions - Fanfic's University
By: Pâms

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