SUPER JUNIOR: Loving, by Lily

Loving

LOVING
por Lily

Num dia estressante de espera por um vôo, em atraso, você conhece alguém que nunca, nem mesmo em seus sonhos imaginou conhecer.
Gênero: Romance
Dimensão: Oneshot
Classificação: Livre
Aviso: Fic feita para o 1º Amigo Oculto do PLF. O Sungmin é fixo.

Beta: Nikki

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Capítulo Único

 

— Atenção passageiros do vôo 1506 com destino à Coreia do Sul, o vôo previsto para as 16h está atrasado devido ao mau tempo, ainda sem previsão de saída — a voz da comissária ecoou pela sala de vôo.

— Mas que merda! — exclamou com raiva. Saiu de casa com antecedência para não chegar atrasada e o vôo atrasa.

Ela escutou alguém rir baixo atrás de si, não deu para ver o rosto já que estava sentado nas cadeiras atrás, só viu sua nuca, e estava de boné.

— Você ri porque não é seu vôo, idiota — falou baixo, mas tendo certeza de que ouviria.

— Na verdade, é o meu também, estressadinha — disse ainda sorrindo, e isso a irritou ainda mais.

“Mas que otário, e ainda me chama de estressadinha. Estressadinha é a mãe!”

Ela se virou para frente e cruzou os braços revoltada.

— Já acabou? — ela o ouviu dizer. — Poxa, pensei que renderia uma boa briga, e acabaria com meu tédio. Fiquei triste, já estava preparado para sacar minha espada.

Ela sorriu um pouco, mas não deu o braço a torcer, e ainda colocou os fones de ouvido, mesmo sem ligar nenhuma música.

— É já entendi o recado, você só chama para a briga, mas sua arma é o silêncio — ele falou, já se levantando e indo embora.

— Não vá! — falou baixinho. — Se você for tão bonito quanto a sua voz, volte aqui para brigar comigo, eu vou me esforçar e ser uma desbocada dessa vez.

Ela, triste, o viu se afastando cada vez mais até que o perdeu de vista, e só assim escolheu o álbum mais recente do Super Junior e começou a ouvir.

, mesmo sem querer, ficou esperando que ele voltasse, mas passou meia hora e ele não voltou. Se apoiou no encosto da cadeira para que sua mão sustentasse sua cabeça, e cochilou.

Tombou a cabeça para frente e escutou alguém sorrir e lhe estender um café.

— Tomei a liberdade de sentar ao seu lado, enquanto dormia na esperança de que realmente você brigasse comigo.

— Mas me oferecendo café o que você vai ter é uma amiga para sempre — disse ainda sem olhar seu rosto, mas estendeu a mão para pegar o copo.

— Então nada de café para você, quero briga — falou afastando o copo, o erguendo acima da cabeça.

— Seu miseráv... — e enfim, ela o olhou pela primeira vez. Seu coração, seus olhos, sua loucura o reconheceu.

“Sungmin!”

“Meu Deus, é o Sungmin!”

“Nossa senhora das kpoppers iludidas, dá-me vida, porque morta estou!”

— Oi? Estranha, você está bem? — ele falou, se aproximando do seu rosto, preocupado.

— Não Sun... Estou bem, outro estranho — disse, tentando se recuperar. — Mas quem não vai ficar bem é você se não me der esse café.

— Agora sim você está bem, já que voltou a me ameaçar.

— Pois é. — Ela sorriu, sem graça. — Mas e ai? Vai deixar o café esfriar, ou vai me dar logo ele?

— Aqui — disse o estendendo para ela, mas o afastou outra vez. — Você não vai jogar ele na minha cara, vai?

— Desperdiçar café em um estranho... Hum... Deixa eu pensar... Não, com certeza não.

Ele enfim sorriu e estendeu o copo, ela abriu a tampa e ameaçou jogar nele. Automaticamente ele escondeu o rosto, mas o que viu foi a levar o copo a boca num sorriso debochado.

— Miserável. — Ele sorriu e bebeu o café também.

 — Você! — o provocou mostrando a língua para ele, que involuntariamente apertou as bochechas dela.

arregalou os olhos, assustada, mas procurou disfarçar da melhor maneira, sorrindo sem graça e se ele percebeu, não demonstrou, continuou a sorrir.

— O que você vai fazer na Coreia?

— Estudar — ela respondeu.  — Fazer graduação, ganhei uma bolsa de um ano e seis meses.

— Intercâmbio?

— Sim.  — Ela falou virando o café na boca. Sem acreditar que estava tendo uma conversa casual com o ultimate, como se ele fosse uma pessoa comum.

— Legal — falou, tomando do próprio café também. — Mas por que a Coreia?

— Eu gosto dos países orientais. — “Principalmente a Coreia, mas na verdade mesmo vim por sua causa do Super Junior”. — E como uma amiga minha já está lá achei que seria mais fácil me adaptar.

— Ah, então você não vai ficar sozinha sem conhecer ninguém — falou, em seguida deu um sorriso sincero.

— Na verdade, minha amiga está indo embora na próxima semana, então eu vou ficar sozinha sem conhecer ninguém.

— Você não vai ficar sozinha sem conhecer ninguém,  mesmo depois dela ir embora.

— Não vou, é? E por quê?

— Porque você vai me conhecer.

estava tomando o café quando o ouviu dizer isso, ela engasgou e começou a tossir, sem saber como controlar o coração e garganta ao mesmo tempo.

Ambos se assustaram quando ouviram anunciando o vôo para a Coreia, pode ouvir a realidade batendo à porta chamando-a para acordar. Ele a olhou, triste também. Levantaram e foram andando em silêncio até o portão de entrada.

Ele a empurrou devagar com os ombros, brincando com ela, que fingiu um sorriso.

— Nos vemos na Coreia, estressadinha — falou parando próximo à escada da primeira porta, que levava à primeira classe.

— Nos vemos na Coreia... — “Sungmin” —, única pessoa que conheço na Coreia.

—✰—


ficou com o quarto da , sua amiga que passou um ano e meio lá e precisou ir embora quando o intercâmbio terminou, e ficou com seu trabalho de meio período em uma cafeteria numa rua próxima a uma das principais emissoras de TV coreana.

Ela tentou arrumar trabalho em qualquer lugar próximo as empresas gravadoras, ou emissoras de TV.

Por quê?

Pra tentar ver idols e famosos.

Mas o mais próximo que conseguiu foi numa cafeterias algumas ruas depois de uma emissora de TV. Não via os famosos regularmente, mas ocasionalmente algum aparecia, e já era suficiente para satisfazê-la, mesmo sem poder conversar e cumprimentar, vê-los já era suficiente.

já estava lá há uma semana e só viu um famoso numa tarde, estava recolhendo umas xícaras de uma mesa que tinha acabada de ser desocupada, quando o ator Lee MinHo entrou pela porta com o manager.

A bandeja que estava em sua mão foi parar no chão, e todos, incluindo o MinHo, olharam assustados para ela, que se curvou pedindo desculpas, limpou a bagunça rapidamente e correu para a cozinha com a consciência de que devia aprender a se controlar de agora em diante.

—✰—


Ela não se acostumou a ver os famosos entrando, mas pelo menos não derrubou mais nenhuma bandeja, por dentro era uma louca, mas por fora apenas sorria contida, afinal amava esse emprego e queria conservá-lo. Quando o gerente não estava, ela e as outras garçonetes pagavam de fãs, tiravam foto e pediam autógrafo, controladas, afinal não podiam assustá-los.

! — uma das garçonetes falou, quando a viu chegando para trabalhar.

— O que foi? — ela perguntou, amarrando o avental na cintura.

— Adivinha quem está sentado lá na cafeteria? — Elas estavam na cozinha.

— Hyun Bin? Rain? — tentou chutar, super animada já andando pra lá.

— Um grupo que você gosta, Super Junior.

sentiu uma leve tontura e parou na porta dupla que separava a cozinha do balcão.

— Que grupo?

— Super Junior — repetiu, sorrindo dela.

— Não — falou, ainda sem acreditar.

— Vai ficar parada aí ou vai perguntar se eles querem mais alguma coisa? — perguntou, sorrindo.

— Eu vou! — falou, acordando. — Eu preciso, necessito — falou batendo no rosto tentando se controlar, pois a vontade que tinha era sair correndo e pular no pescoço de cada um, e deixaria o Sungmin por último, pois dele não desgrudaria nem por reza.

Ela respirou fundo e abriu a porta e vasculhou o lugar com o olhar e não os viu. Apenas o barulho da porta sendo fechada e uma van branca parada em frente e os membros subindo na van. E quando ela pensou em reagir o veículo já estava partindo.

Pensou em voltar para a cozinha, desolada, mas uma mão levantou e ela foi atender o cliente, afinal, a vida continua, vendo ou não vendo o Sungmin e o Super Junior.

Mais desanimada ainda ela foi limpar a mesa onde os meninos sentaram, e ficou tentando adivinhar onde o ultimate tinha sentado. Imaginou que fosse num lugar próximo à janela de vidro, sorriu feito uma louca ao se lembrar do dia do aeroporto, ainda tentava se convencer de que não tinha sido um sonho, mas era difícil, foi muito surreal, perfeito demais para ser verdade.

Um barulho a despertou do devaneio, parecia um celular vibrando, e realmente era, mas nas cadeiras da frente, ela foi até lá e quando chegou perto do celular...

— Sungmin... — O nome saiu dos seus lábios quando viu a foto dele como tela de bloqueio. Ela tinha errado o lugar que ele sentou, o celular estava na cadeira da ponta e do outro lado.

— O que faz aqui parada? — o gerente lhe perguntou. — Está passando mal? Você está com uma cara estranha.

— Estou bem  — falou tentando disfarçar, quis esconder o celular dele no bolso da calça, mas acabou estendendo para o patrão. — Alguém esqueceu o celular.

— Ok. Vou colocar nos achados e perdidos, e você termine de limpar essa mesa — falou, levando o celular e o coração dela para longe.

—✰—


! — escutou seu gerente a chamar no caixa.

— Sim? — ele geralmente não a perturbava, pois não precisava, ela sempre fazia bem seu trabalho nas quatro horas de trabalho, mas nesse dia era a segunda vez que a chamava.

— Quanto tempo falta para você ir embora?

— Meia hora — ela disse, olhando para o relógio na parede atrás do caixa.

— Então pode ir buscar suas coisas. — O coração dela parou por um momento. — Quero que me faça um favor. — E voltou a bater outra vez.

Assim que voltou, ele lhe estendeu uma pequena sacola de papel pardo com a logo do café.

— Leve essa entrega no endereço que mandei no seu Kakao Talk.

— Ok. Até amanhã.

— Até amanhã, brasileira — ele brincou pela primeira vez em um mês com ela.

Quando alcançou a rua pegou o celular e quase teve um enfarto ali mesmo na calçada ao ler o endereço da SM.

Ela sacudiu um pouco a sacola e sorriu sem acreditar.

“O celular do Sungmin! Meu Deus! É o celular do Sungmin! Claro que tem a grande possibilidade de não ser ele a pegar, mas também tem a possibilidade de ser, e eu como uma boa iludida que sou, vou passar um batom nessa boca, um blush nessa bochecha sem cor e passar a mão nesses cabelos. Não vai adiantar muita coisa, mas meu subconsciente vai pensar que sim. Se eu ainda estivesse com uma roupa melhor, mas não, tinha que ter sujado minha blusa justo hoje e ter que continuar com o uniforme da cafeteria.”

recebeu um balde água fria ao ouvir a recepcionista da SM falar:

— A entrega é para deixar aqui na recepção.

— Tem certeza que não é para entregar? — falou sem querer entregar o saco de papel.

— Tenho sim, senhorita, a ordem é para deixar a entrega aqui na recepção comigo — falou, dando um sorriso ensaiado e estendeu a mão para receber a entrega.

respirou fundo, mas entregou. Virou as costas, já saindo de lá, triste e chateada.

— Eles irão sair daqui em meia hora, vão gravar um programa mais tarde ea  van vai levá-los — escutou a recepcionista falar alto, e deduziu que foi para ela, já que era a única por perto, ela se virou e se curvou agradecida. E ficou esperando pelos amores de sua vida passar por ela.

Precisava vê-los, e precisava ver o Sungmin novamente, nem que fosse por alguns segundos.

— Gente! Eles vão sair pela garagem!!! — Ouviu uma das fãs gritando, mas já correndo para o lugar.

levantou da calçada que estava sentada e assim que se preparou para correr, um grupo de meninas passou correndo por ela, a empurrando, ela não caiu, mas o celular que estava na mão foi direto pro chão.

Seu coração doeu ao ver seu celular para um lado e a bateria para o outro. Não sabia se xingava ou se chorava, então fez os dois.

Estava tão distraída consertando o celular,  xingando e chorando, que nem percebeu quando uma van estacionou ao seu lado e as portas da SM se abriram, saindo nove homens lindos e apressados, mas todos pararam esperando que ela saísse da frente.

— Licença, moça. — O manager falou, afinal ela estava parada na direção da porta da van.

— Você não está vendo que estou em uma emergência apressadinho? — falou, estressada, tentando ligar o celular, nem olhou para ele.

— Moça, dá pra dá licença? Custa se afastar um pouco?

— Custa muito, ajhussi, você vê esse celular? Ninguém pediu licença para derrubar ele no ch... — Quando ela olhou e viu o ajhussi, e as outras nove pessoas, seus amores e um desses amores era o amor de sua vida iludida, e esse amor de sua vida iludida a olhava maravilhado e feliz e sem acreditar que era a estressadinha e que ela estava fazendo barraco com seu manager e em frente à sua empresa, não teve reação, ficou parado com a boca aberta num sorriso bobo.

se afastou sem graça e o manager gritou para os meninos entrarem logo que estavam atrasados, descontando a raiva nos meninos.

— Duas vans para levar os membros e eu escolhi justamente essa! Era pra ter ido na outra.

Sungmin continuou parado a olhando, mas dessa vez sorrindo de felicidade, ainda sem acreditar, até que o manager saiu da van e o puxou para dentro.

E dessa vez quem ficou paralisada na calçada olhando a van se afastar lentamente até que ganhou velocidade e sumiu pela avenida, foi .

, termine de lavar essas vasilhas e passe o olho na entrada da loja. Vou no banco depositar o lucro de hoje.

— Por que o senhor não fecha? Já está na hora de fechar mesmo. — Ela olhou no relógio de parede e só faltava 5 minutos para fecharem.

— E se alguém aparecer em cinco minutos? — falou sem acreditar na sua funcionária sem visão.  — Só tranque essa porta em cinco minutos.

— Ok, pode ir, eu já vou lá olhar — falou, cansada demais para discutir com seu patrão ambicioso, que ao sair na loja foi avisado pelo sino que ficava na porta.

Continuou lavando as últimas xícaras reclamando, pois reclamar era algo que fazia de melhor.

— Não sei que cliente! Até parece que vai ter um, nunca vem. Aposto 1000,00 wons com ele que não vai aparecer ninguém. 1000,00 não, aposto um rim meu que não aparece nin...

Plim-plim.

calou a boca na mesma hora, aliviada por seu patrão não estar ouvindo sua aposta, pois tinha certeza que ele iria cobrar o dinheiro da venda do seu rim e de quebra os 1000,00 wons.

E depois do alivio veio a raiva, quem era esse infeliz que veio fazê-la pagar com a língua?

E por que estava tão apressado?

Pois desde que chegou estava tocando a sineta que ficava no caixa.

— Estou indo — gritou, enxaguando a última xícara, mas a sineta não parava de soar.  — Já-estou-indo-cliente.

Falou alto, tentando não demonstrar sua raiva, mas sem sucesso, mas quando ouviu o barulho chato outra vez, perdeu a cabeça, esqueceu-se da lei universal que o cliente tem sempre razão e com fogo nos olhos abriu a porta dupla da cozinha que dava acesso à loja.

— EU JÁ DISSE QUE...

“Sungmin...”

Ele estava parado, sorrindo travesso, enquanto ainda tocava a campainha para provocá-la.

Ela voltou à cozinha mais uma vez, mas não com raiva, e sim emocionada, já estava chorando e nem tinha o olhado nem por cinco segundos.

Se limpou no avental e voltou ao caixa tentando voltar a ser a garçonete estressada.

— Se você quer tanto esse brinquedo porque não o leva para casa, criança de cinco anos que nunca viu uma sineta na vida? — falou, tentando ficar séria.

— Senti sua falta, estressada — falou deixando de apertar o objeto e indo sentar numa mesa.  — Eu vou querer um café.

— Estamos fechados, cliente legal, volte amanhã — falou, apontando o relógio na parede, que dava 18h em ponto, não podia tratá-lo diferente ou ele iria perceber que ela o conhecia e poderia se afastar.

— Mas não sou seu cliente, sou seu amigo e único conhecido aqui na Coreia, esqueceu? — falou sorrindo, fazendo o coração dela saltar, precisou morder o lábio inferior com força, enquanto tentava se controlar para não chorar outra vez.

— Verdade. Que desmemoriada eu sou — falou, batendo de leve na cabeça e sentando de frente a ele com dois cafés industrializados na mão.

— Eu quero café feito na hora — reclamou.

— Vou ficar de devendo essa, único amigo na Coreia. Vem cobrar amanhã, mas uns 10 minutos mais cedo, obrigada, de nada.

Ele sorriu e abriu o seu café, ela realmente não iria fazer outro.

— Como me achou aqui?

— O destino me guiou — falou com uma voz poética, fazendo-a sorrir.

— Ata, sei bem, o destino. Fala logo.

— Foi meu radar que captura ondas de estresse. Você foi detectada, seu nível estava alto demais — falou, rindo da cara fechada que ela fez.

— Babaca — falou,  tentando segurar o riso, mas claro que não conseguiu.

— Foi seu uniforme, sua boba — disse, empurrando devagar a testa dela. — A mesma logomarca estava na sua camisa e na sacola que estava meu celular, logo, você trabalhava no café que eu vim ontem com meu grupo.

— Entendi — falou, feliz por ter sujado a blusa e continuado de uniforme.

O celular do Sungmin tocou, o fazendo olhar triste para a tela.

— Hyung? Sim, já estou indo, isso, no café de ontem, já está chegando? — falou ao telefone, já se levando. — Eu sei que temos um compromisso, hyung, pode passar agora.

— Quer levar mais alguma coisa? — falou, indo, triste, para atrás do balcão.

— A sineta — falou, tocando-a outra vez.

— Pode levar, bebê, aproveite e use no seu grupo, único amigo na Coreia e cantor famoso — falou, dando um sorriso triste.

— No palco, eu só canto e danço, única amiga brasileira e não famosa, ou você é famosa e eu não sei? — falou, sorrindo.

— Definitivamente não sou famosa.

Ambos pararam de sorrir quando escutaram o carro buzinar lá fora, era a van.

— Você precisa ir.

— Sim, eu preciso.

— Adeus...

— Sungmin. Meu nome é Lee Sungmin.

— Adeus, Lee Sungmin.

— Adeus, — ela se assustou, e então ele mostrou o crachá em sua camisa. — Pabo. Idiota — disse empurrando sua testa mais uma vez. — Eu volto amanhã para cobrar meu café.

—✰—


No dia seguinte, trabalhou ansiosa durante toda à tarde, e uma hora antes de fechar, quando trazia um pedido para um casal de namorados, ouviu a sineta soar, e olhou ansiosa para a porta.

Apesar de não ser o Sungmin, ainda assim gelou.

Era o Jang Geun Suk entrando com algum amigo, ou manager, enquanto ele não sentou, ela não saiu do meio do café.

Levou os pedidos até o casal e, respirando fundo tentando se acalmar, foi até a mesa do ator.

Apesar de concentrado na conversa com o amigo, ele foi simpático, e ela preferiu manter a discrição, afinal, o lugar não estava vazio e não queria invadir a privacidade dele.

Após anotar o pedido, quase flutuou de felicidade ao se afastar, quando passou duas mesas de onde o ator estava, ouviu uma tosse, ao olhar para o lado, o Sungmin segurava o cardápio, que cobria parte do seu rosto, e ainda usava um óculos aviador.

— Muito bonito, senhorita . Seu chefe sabe que você fica toda derretida para os clientes famosos?

Ela balbuciou algumas palavras incompreensíveis, até que ele gargalhou ao ter sucesso em provocá-la.

— Calma, assanhada, só estou brincando.

— Ei! Não sou... — Ele colocou o indicador nos próprios lábios, pedindo silêncio.

Ela olhou ao redor assustada e se aproximou fingindo que ia anotar seu pedido.

Não sou assanhada — sussurrou, irritada, na verdade fingindo, não tinha como ficar irritada com ele, ainda mais vendo-o sorrir.

Ele escolheu um cappucino e então ela entrou na cozinha para mandar fazer, mas toda vez que passava pelo local, não podia olhar na direção do Geun Suk, que sentia o olhar zombeteiro do Sungmin sobre si, e não estava enganada, ele a olhava mesmo.

Viu com tristeza o ator partir, enquanto o Sungmin assistia a cena sorrindo, ela fechou a cara para ele e entrou na cozinha fingindo estar muito indigada com ele.

Mas assim que estava escondida, colocava as mãos no rosto, sentindo quente-o, extasiada demais, não acreditando que seu bias, perfeito e lindo, perdia horas do seu dia corrido para a provocar.

Quando voltou ao salão, se entristeceu, ele não estava mais lá, desanimada, foi  limpar sua mesa, torcendo para ele voltar lá amanhã.

Foi então que notou um guardanapo com alguma coisa escrita:

“Volto amanhã para te provocar mais, brasileira.
S.”


saiu do café às 18 horas, já sonhando com o dia seguinte. Sentiu um calafrio e fechou o casaco e enrolou o cachecol no pesçoco, sorriu e estendeu a mãos para os pequenos flocos de neve.

“Não acredito que é Natal, nem senti chegar”, pensou, triste por não ter sua família ou amigos para comemorar, mas então sorriu, podia não tê-los esse ano, na verdade o primeiro Natal que passava sem sua família, mas no dia seguinte, dia 24 de Dezembro, veria o Sungmin, com certeza o melhor presente de Natal que a vida lhe daria.

Trabalhou ansiosa a tarde toda, olhando para o relógio na parede a todo tempo, mas o Sungmin não chegava. A animação virou ansiedade, depois desânimo, e então tristeza.

Trocou de roupa e quando abriu a porta para ir para casa, um adolescente que estava parado encostado na parede do café com a bicicleta do lado, sorriu e falou:

— Brasileira estressada?

Ela se espantou e então o viu tirar uma caixa da cesta da bicicleta, o embrulho era vermelho com laço verde, bem natalino.

— É você? Brasileira estressada? — ele perguntou mais uma vez e ela pasma, concordou. — Uma entrega para você.

Ele entregou e partiu, deixando-a atordoada, mas assim que a surpresa passou, sorriu, só uma pessoa a chamaria de brasileira estressada.

Sungmin!

Abriu a caixa, com cuidado até para tirar o papel de presente.

Era um globo de neve, com uma casinha de tijolo, alguns pinheiros e de frente a ela, um boneco de neve, ela o sacudiu como uma criança, para ver a neve pousar devagar, enquanto sorria, feito uma boba. Quando enfim cansou, viu que não era apenas isso que estava na caixa, mas havia também um pequeno cartão.

Ela, sorrindo emocionada, o leu:

“Não pude te ver, mas calma, respira, conta até mil e não me mate. Viajei com meus pais para passar o Natal com minha família do interior. Semana que vem volto para te provocar mais, estressadinha.
Feliz Natal, , a brasileira estressadinha, não famosa, que ama café.
De alguém que está mais que feliz pelo presente de Natal que recebeu esse ano.
Lee Sungmin”

~Feliz Natal~


N/Beta: Fanfic escrita para o Amigo Oculto de Fim de Ano.
De Lily para Nana Leles.


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