UNFAITHFUL
por Eva Ivashkov
Quando me casei, eu nunca imaginei que as coisas chegariam a esse ponto. Ele era o homem perfeito para mim, e eu estava completamente apaixonada. Todos achavam que nós formávamos o casal perfeito, e eu achei que finalmente tinha encontrado o meu “e viveram felizes para sempre”.
Ninguém poderia imaginar que, dois anos depois, eu o estaria traindo com seu melhor amigo.
Inspirado pela música Unfaithful, da Rihanna.
Gênero: Drama, Romance, UA
Dimensão: Longfic
Classificação: Restrita
Beta: Nikki
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Um
Eu me sentei na beirada da cama, deslizando as alças do sutiã por sobre os ombros antes de me abaixar para pegar meu jeans do chão. Um par de braços serpenteou ao redor da minha cintura e lábios quentes pressionaram beijos ao longo do meu pescoço e ombros.
— Fique — ele murmurou contra minha pele. Sua voz rouca tinha uma sugestão de apelo.
Eu sorri, virando a cabeça para poder apagar seu bico com um beijo.
— Você sabe que eu não posso.
Quando eu voltei a tentar puxar o jeans, eu o senti pressionar o corpo nu contra minhas costas. Uma mão viajou para baixo e ele me acariciou através do tecido da calcinha.
— Tem certeza de que não posso fazê-la mudar de ideia? — perguntou provocantemente, enquanto seu dedo me esfregava em círculos lentos.
— — choraminguei, mordendo o lábio para conter um gemido. Relutantemente, empurrei sua mão e me levantei para que pudesse puxar a calça pelos quadris. Ele fez biquinho outra vez, projetando o lábio inferior como uma criança petulante e cruzando os braços sobre o peito. Vê-lo sentar-se na cama com os lençóis amontoados em volta da cintura, a parte superior do seu corpo nu exposto e os cabelos despenteados pelo sexo selvagem que acabávamos de ter, quase me fez ceder. Não ajudava que ele estivesse me dando uma demonstração cheia de aegyo, sabendo como eu era incapaz de resistir a isso. Eu me inclinei em sua direção e lhe dei outro beijo rápido.
— Eu tenho mesmo que ir.
— Não quero que você vá.
— Eu vou voltar em breve — eu persuadi, tocando seu rosto suavemente antes de me inclinar sobre ele para pegar minha blusa na ponta da cabeceira.
aproveitou esse movimento para me agarrar pela cintura e me girou, de modo que eu acabei deitada na cama com ele por cima. Seus olhos tinham um brilho de humor quando ele capturou meus lábios novamente em um beijo profundo e passional que me deixou ofegante. Ele puxou meu lábio inferior entre os dentes quando se afastou.
— Lembre-se disso quando estiver com ele.
—✰—
Fechei a porta do apartamento silenciosamente atrás de mim, tirando os saltos e deslizando os pés nos chinelos cor de rosa. O par equivalente de chinelos azuis não estava ao lado deles.
Ele estava em casa.
Sem acender as luzes, eu andei o mais silenciosamente possível atravessando a sala a abri a porta do quarto suavemente. As luzes estavam apagadas ali também, mas com a reflexo das luzes da cidade entrando através da janela, pude ver um vulto na cama. O ressonar suave me deixou saber que ele estava dormindo. Tentando não fazer barulho, eu andei até o armário e peguei minha roupa de dormir antes de ir para o banheiro.
Tomei um longo banho, tendo o cuidado de esfregar para fora da minha pele. Ele era sempre cuidadoso para não deixar marcas em meu corpo por causa do meu medo de ser descoberta, mas enquanto me ensaboava, percebi as marcas ligeiramente vermelhas nas imediações dos quadris onde ele tinha agarrado com muita força enquanto me fodia até a exaustão. Meus mamilos estavam esfolados e sensíveis. Duas semanas tinham se passado desde o nosso último encontro, e tinha se mostrado um pouco ardente demais. Aumentei o calor, deixando a água quente correr sobre minha pele até me sentir limpa.
Se ao menos eu pudesse lavar o pecado do meu corpo...
Quando acabei de lavar e secar meu cabelo, eu estava esgotada. Arrastei-me cuidadosamente para a cama, tentando não acordar o homem dormindo ao meu lado enquanto puxava as cobertas sobre mim. Infelizmente, ele tinha sono leve. Ele se virou, colocando um braço ao meu redor e me puxando para perto quando percebeu que eu estava na cama.
— Teve que trabalhar até tarde de novo? — murmurou, sonolento, aninhando o rosto em meu pescoço.
— Sim — sussurrei, beijando sua testa. — Me desculpe, eu te acordei. Volte a dormir.
Ele ficou em silêncio por um momento, e eu pensei que tinha voltado a dormir, então me virei de lado, dando-lhe as costas. Estava começando a adormecer quando ele se moveu para junto de mim novamente, pressionando o corpo contra o meu. Ele pressionou os quadris contra mim, e eu senti sua ereção.
— Amor — ele sussurrou em meu ouvido.
— , eu estou cansada — resmunguei, recusando-me a virar.
Ele se esfregou em mim novamente, mais urgentemente dessa vez.
— Por favor, amor.
Eu suspirei e me virei para ele, segurando seu rosto entre as mãos e lhe dando um beijo na ponta do nariz.
— , foi um longo dia de trabalho e eu estou exausta. Outra hora, ok? Volte a dormir.
Ele franziu o cenho para mim.
— Por que você não quer mais fazer sexo comigo?
— Eu quero — insisti, embora realmente não conseguisse lembrar a última vez que fizera sexo com . Foi há um mês? Dois? — Eu só não estou no clima esta noite, está bem?
Ele ficou quieto por um momento.
— Você não me ama mais?
A culpa me dominou, mas eu engoli em seco e balancei a cabeça.
— Não seja tolo, é claro que eu te amo. Você é meu marido. — A última parte era mais um lembrete para mim mesma do que qualquer coisa. Estávamos casados há dois anos, e por um quarto deste tempo, eu estava tendo um caso com o melhor amigo dele.
era um marido carinhoso, e me dava tudo o que eu queria, menos seu tempo. Ele era produtor musical em uma empresa de entretenimento, e passava quase todo o tempo no estúdio trabalhando em sua música. Eu trabalhava em uma empresa de gestão de eventos, e nós tínhamos nos conhecido em um evento que minha empresa tinha realizado para um dos seus artistas. Isso significava que meus horários de trabalho também não eram muito regulares. Nós dois ficávamos até tarde da noite, e na maioria das vezes, um dos dois já estava dormindo quando o outro chegava em casa. Embora ele dormisse ao meu lado na cama, às vezes parecia que eu não via meu marido com muita frequência. O apartamento que compartilhávamos se tornara um lugar solitário. Foi quase inevitável que eu tenha acabado procurando companhia nos braços de , que acontecia de ser um ator na empresa de .
Os olhos de estavam duvidosos quando me olhou, mas eu lidei com aquilo me inclinando para frente e o beijando. Seus braços me envolveram, e ele me puxou mais perto antes de virar de costas para que ficasse em cima dele. Ele aprofundou o beijo, forçando a língua em minha boca.
Eu me movi para ficar montada sobre ele, e ele soltou um gemido quando eu acidentalmente me esfreguei contra sua virilha. Suas mãos foram para baixo da camisola, segurando minha bunda, me pressionando mais contra si enquanto ele empurrava seus quadris para cima. Eu senti a camisola sendo erguida, enquanto as mãos dele viajavam pelas laterais do meu corpo antes que uma delas alcançasse meu seio. Ele roçou a palma contra um mamilo, e eu gemi pela dor suave. Ele deve ter confundido com prazer, no entanto, e continuou a provocar a protuberância sensível com os dedos.
Eu interrompi o beijo, me afastando dele, para sua surpresa. Para aliviar sua decepção, eu me movi para baixo, jogando as cobertas para longe de nós antes de curvar os dedos no elástico da cueca e a puxei para baixo. A luxúria retornou aos seus olhos enquanto ele erguia os quadris levemente para me ajudar, antes de se livrar da cueca com um chute.
Ele já estava duro, e eu não perdi tempo para baixar a cabeça e dar uma longa lambida ao longo do seu pênis. Ele soltou um gemido baixo, e eu ergui os olhos. Ele me olhava com os olhos semicerrados, a boca ligeiramente aberta. Ergui minha mão para acariciar as bolas enquanto continuava trabalhando nele com a língua, sabendo que isso o deixava louco. Suaves gemidos escaparam de seus lábios, e seus quadris empurraram involuntariamente, mas eu o segurei com a outra mão. Suas mãos agarraram os lençóis quando eu finalmente parei a provocação e envolvi os lábios ao redor da ponta do pênis, abaixando a cabeça e tomando-o o máximo que conseguia.
Balancei a cabeça para cima e para baixo, lentamente a princípio e depois aumentando o ritmo, fazendo com que um gemido alto raspasse sua garganta. Eu me senti mal por pensar assim, mas não queria nada além de acabar logo com aquilo para poder ir dormir. A julgar pelo modo como ele não tinha sexo há algum tempo, eu estimava que não demoraria muito antes que ele chegasse ao ápice. Eu podia ouvi-lo ofegando enquanto eu me movia. Com a mão trêmula, estendeu a mão para afastar meu cabelo do rosto, juntando-o no alto da cabeça para que pudesse ter uma boa visão do que eu estava lhe fazendo. Eu olhei para cima e fiz contato visual com ele, e isso foi o bastante.
— Eu... eu estou quase, amor — ele arquejou, com os olhos fechados enquanto sua cabeça se inclinava para trás. Eu retirei da minha boca e terminei o trabalho com a mão. Uns poucos movimentos rápidos e ele estava projetando os quadris para frente, murmurando uma série de palavrões incoerentes enquanto atingia o clímax. Ele puxou a camiseta para cima urgentemente, enquanto se aliviava, o líquido espesso e pegajoso aterrissando em seu abdômen. Eu não parei de mover a mão até que o fluxo parou totalmente. Ele abriu os olhos e sorriu para mim, ainda respirando pesadamente. Eu sorri de volta antes de rastejar sobre ele e pegar uma caixa de lenços para que ele pudesse se limpar.
Eu tinha voltado para baixo da coberta no momento em que ele acabou e puxou a cueca de volta. Ele deslizou até mim, me puxando para seus braços.
— Te amo.
Eu plantei um beijo em seus lábios.
— Também te amo. — Suas mãos se moveram para baixo, alcançando sob minha camisola, mas eu o parei. — Está tudo bem, amor. Eu estou muito cansada.
Meu marido ergueu a sobrancelha para mim.
— Tem certeza disso?
Eu assenti e fingi um bocejo.
— Vamos dormir, está bem?
— Tudo bem — disse ele, esfregando o rosto contra o meu, enquanto me segurava mais apertado. — Boa noite.
— Boa noite.
Fechei os olhos, mas não adormeci logo. , por outro lado, dormiu dentro de segundos. Eu podia ouvir sua respiração pesada, enquanto ele dormia me segurando em seus braços. Alheio ao fato de que a mulher em sua cama era uma mentirosa e uma traidora. A realidade se apossou de mim na escuridão, me engolindo por completo.
Eu tinha acabado de fazer sexo oral no meu marido por pura culpa.
Que Deus tivesse piedade da minha alma imunda.
Dois
— Você gosta disso, hm?
— Sim — gemi, enquanto arqueava as costas, arranhando a mesa sobre a qual estava reclinada.
Ele puxou meus cabelos de leve, inclinando-se para sussurrar em meu ouvido.
— Me diga como você quer.
— M-mais forte — respondi obedientemente, respirando com dificuldade. — Eu quero que você me foda mais forte.
Ele gemeu baixinho, enquanto empurrava seus quadris para frente, enterrando-se profundamente dentro de mim.
— Sua menina travessa.
— Me puna então. — Eu desafiei, mantendo a voz baixa. — Me mostre o que você faz para as meninas que se comportam mal.
Ele aumentou o ritmo, batendo bruscamente contra mim, gemendo cada vez que fazia isso. Suas mãos agarraram meus quadris com mais força e eu soube que ele estava perto. Eu gemi suavemente, sentindo meu corpo começando a estremecer.
— Goza comigo, linda — ele sibilou por entre os dentes cerrados. Eu gritei, empurrando os quadris para trás contra ele, ao mesmo tempo em que ele empurrava para frente, liberando-se dentro de mim. O súbito toque estridente do telefone em minha mesa abafou os impropérios que saíram de seus lábios, enquanto ele desabava sobre mim, exausto.
Eu tomei algumas respirações profundas para me acalmar, antes de pressionar o botão do viva-voz. Tendo ainda não me recuperado do orgasmo intenso, eu me mantive reclinada sobre a mesa para apoio, enquanto saía de dentro de mim para se limpar.
— Sim?
— Manager-nim, -ssi está aqui para vê-la. Posso mandá-lo entrar?
— Merda — praguejou atrás de mim, puxando rapidamente a calça para cima. Ao mesmo tempo, eu me abaixei para puxar minha calcinha para cima, apressadamente abaixando a saia. Felizmente (ou não, dependendo do ponto de vista), tinha só aparecido para uma rapidinha, e nós dois tínhamos estado em tal pressa que ele só tinha erguido minha saia e me tomado contra a mesa.
— Uh, sim, tudo bem — disse à minha assistente, olhando para , que lutava para colocar o cinto de volta. — Mande-o entrar.
Eu desliguei e me sentei apressadamente, ajustando o cabelo e verificando minha maquiagem com a câmera frontal do celular. sorriu enquanto ajeitava a camisa e sentava-se na cadeira do lado oposto da mesa.
— O timing dele é impecável, né?
— Shh — eu o silenciei, bem a tempo de ver a porta se abrir e meu marido entrar na sala, com um buquê de flores e um saco na mão. Ele parou ao ver .
— Oh, ei. Não sabia que você estava aqui.
— Ele só passou para pegar um contrato — eu disse, sorrindo inocentemente e me erguendo para cumprimentá-lo.
atravessou a sala e me deu um abraço e um beijo na testa, antes de me entregar as flores.
— São para você. — Então se virou para com um aceno de cabeça. — Por que seu manager não está com você?
— A filha dele passou mal — respondeu suavemente. — Ele teve que levá-la ao médico. Eu ainda posso fazer algumas dessas coisas pequenas por conta própria, sabia? — Ele apontou para o saco na mão de . — Está trazendo o almoço para sua mulher? — brincou. — Desde quando você é tão atencioso?
corou.
— Eu sabia que ela estaria muito ocupada trabalhando para se lembrar de almoçar — ele disse, me lançando um olhar desaprovador. Ele se virou para seu melhor amigo apologeticamente. — Eu não sabia que você estaria aqui. Caso contrário, teria comprado uma porção para você também, então poderíamos comer todos juntos.
se levantou e pegou uma pasta na minha mesa, que Yonguuk felizmente não percebeu que estava vazia.
— Nah, eu não quero me intrometer no momento do casal. Eu estava prestes a ir embora, de todo jeito. Divirtam-se.
Os dois homens deram um rápido aperto de mão, e acenou para mim antes de caminhar em direção à porta. se afastou dele para olhar para mim, e aproveitou a oportunidade para me soprar um beijo da porta. Eu fingi não ver e sorri para meu marido novamente.
— Então, qual é a ocasião especial? — perguntei, olhando para minhas flores.
— Nada de especial — respondeu com um encolher de ombros, sentando na cadeira que havia desocupado. — Preciso de uma ocasião especial para dizer à minha esposa que a amo?
Eu ri.
— Você não devia estar no trabalho agora?
— As coisas estão um pouco mais calmas, então eu tirei uma semana de folga — ele disse. — Eu pensei que nós poderíamos tirar umas férias curtas, talvez na Ilha Jeju. Faz um bom tempo que nós viajamos juntos.
Eu mordi o lábio, surpresa com sua decisão repentina.
— Mas eu tenho que trabalhar. Não tenho certeza se posso ir agora.
— Eu pedi a Mina — disse ele, referindo-se à minha chefe. — Mais cedo, antes de vir ao seu escritório. Ela disse que está tudo bem você tirar uma semana de folga, desde que amarre as pontas soltas hoje e passe o que for necessário para sua equipe. — Ele sorriu carinhosamente para mim. — Ela disse que você tem estado um pouco sobrecarregada ultimamente. Ela também acha que você precisa de uma pausa.
Eu hesitei. Era verdade que não tirava férias há um longo tempo, mas a ideia de passar tempo com meu marido em um refúgio romântico não parecia tão atraente quando a culpa estava me comendo. Por quanto tempo mais eu ia continuar fingindo ser uma esposa amorosa quando nem mesmo tinha certeza se ainda o amava?
— Vamos — ele persuadiu. — Você consegue mesmo dizer não para passar uma semana inteira relaxando em um resort? Nós podemos caminhar na praia, assistir o pôr-do-sol, dirigir sem rumo...
Eu dei a ele um pequeno sorriso forçado.
— Pode confiar em seus colegas para manterem o forte enquanto estiver fora — disse ele. — Tenho certeza que eles podem cobri-la bem por alguns dias. Vamos lá, amor. — Ele fez biquinho. — Por favor?
— Tudo bem — respondi, cedendo. O sorriso brilhante que dominou seu rosto com minha concordância foi inestimável. Por um momento, eu senti minha ternura por ele crescendo em meu peito. Quando nos conhecemos, eu tinha ficado impressionada por seu comportamento sério, responsável. Eu tinha imaginado que seria difícil trabalhar com ele, mas quando se soltou comigo, ele se mostrou um grande sentimental. Sua capacidade de ser tanto sério quanto bem-humorado tinha me derrubado de joelhos. Ele ainda era muito sério na maioria do tempo, mas nos raros momentos quando ele mostrava seu lado fofo tornava impossível dizer não para ele.
puxou seu celular alegremente.
— Eu vou reservar as passagens.
Enquanto ele estava distraído com sua tarefa, o meu telefone vibrou com uma mensagem de texto, e eu o agarrei para debaixo da mesa rapidamente, para que não pudesse ver a tela. Era , me convidando para jantar e para o segundo round do que tinha acabado de acontecer em meu escritório. A culpa me atingiu como um raio quando olhei para cima e vi meu marido no processo de reservar as passagens para nossas férias, um pequeno sorriso em seu rosto. Eu considerei recusar , mas o pensamento de não poder vê-lo por uma semana me deu um aperto no coração.
Enviei uma resposta curta para ele e soltei o celular, erguendo os olhos para meu marido outra vez. Ele tinha um grande sorriso no rosto.
— Pronto. Um de meus amigos recomendou essa vila à beira-mar, e é absolutamente incrível.
Eu só sorria e assentia enquanto ele animadamente descrevia as férias que havia planejado e me mostrava fotos em seu celular. Na realidade, eu estava nervosa além das palavras. Tinha sido bastante fácil esconder o caso dele já que mal passávamos muito tempo juntos. Francamente, eu era uma mentirosa terrível. Mesmo se ele não descobrisse pelo meu comportamento, eu poderia mesmo passar uma semana com ele assim sem abrir o jogo?
A tarde passou rapidamente, já que eu passei o resto do dia de trabalho preparando os arranjos para todo o meu trabalho ser coberto por meus colegas. Eu arrumei minha mesa rapidamente e joguei a bolsa dobre o ombro, caminhando para fora do escritório. Algumas das minhas colegas me lançaram sorrisos sabedores.
— Aproveite suas férias, unnie.
Eu só lhes dei um sorriso tenso enquanto voava para fora do escritório. Todo mundo achava que era um marido modelo porque ele às vezes visitava meu escritório e me trazia almoço. Eu odiava lavar roupa suja em público, então não lhes dizia que esses pequenos arroubos de tempo eram por vezes o único tempo que passávamos juntos por semanas a fio. Isso levava todos os meus colegas a pensarem que nós éramos um casal fofo, amável, e saber disso fazia meu estômago embrulhar. Especialmente já que eu estava atualmente a caminho para trair meu marido.
Todo o caminho para o apartamento de , eu pensei sobre o que eu ia dizer a ele. Pensei na expressão de naquela tarde. Eu o conhecia — as férias não eram algo espontâneo que havia surgido do nada. não era uma pessoa espontânea. Ele devia ter percebido que algo estava errado com nosso casamento, e fazer aquele esforço para reservar algum tempo para mim era sua maneira de tentar salvar as coisas. Duvidava que soubesse exatamente quão ruim as coisas estavam, já que ele também era ruim em esconder suas emoções, mas me sentia culpada, no entanto. Afinal de contas, eu prometi estar com ele até a morte, e já o traía assim cedo no nosso casamento. Ele era amável o suficiente para colocar seu trabalho — o sonho pelo qual ele trabalhou toda a vida — em espera para tentar me fazer feliz... Poderia eu continuar mesmo o traindo pelas costas?
Até o momento em que cheguei à porta de e apertei a campainha, eu estava determinada, ia colocar um fim naquilo.
— ! — atendeu a porta quase imediatamente, como se estivesse me esperando chegar.
O enorme sorriso brilhante em seu rosto fez meu coração falhar uma batida. Sem querer, notei que essa era uma enorme diferença entre ele e meu marido — estava sempre cansado, sonolento ou nem estava lá quando eu chegava em casa, mas estava sempre empolgado ao me ver, não importando a hora do dia.
Ele me puxou para dentro do apartamento, sem notar o olhar severo em meu rosto.
— Você está atrasada — reclamou, me arrastando para a mesa de jantar. — A sopa que eu fiz já está esfriando.
Ele me fez sentar à mesa, acariciando carinhosamente meu rosto antes de ocupar o assento à minha frente. Então passou a me servir.
— Olha, eu passei o dia todo fervendo esse samgyetang — divagou, desossando o frango e cortando em pequenos pedaços antes de colocar no meu prato. — Eu fui ao mercado e peguei todas essas ervas porque você está parecendo tão cansada ultimamente. As ahjummas de lá me disseram que essas devem lhe dar energia e ajudar com sua compleição também. Eu espero de verdade que elas não tenham mentido para mim porque você não vai acreditar em quanto esses pedacinhos de plantas mortas custaram...
Eu mordi o lábio e olhei para baixo. era muito mais atencioso e carinhoso que . Por que eu estava notando todas essas coisas depois de decidir que ia parar de vê-lo?
Ele finalmente percebeu meu silêncio e me deu um olhar preocupado.
— Você está bem? Não disse uma palavra desde que entrou aqui.
Eu girei o anel de casamento ao redor do meu dedo nervosamente.
— , nós precisamos conversar.
pousou os talheres quando viu o olhar em meu rosto.
— O que foi? Tem algo errado? Você está doente?
— Não — respondi. — Eu... eu... eu acho que não deveríamos fazer mais isso.
Sua expressão endureceu visivelmente.
— Não.
Meu queixo caiu. Eu tinha esperado alguma resistência, mas não tinha esperado que ele diria assim sem rodeios.
— O que quer dizer com “não”?
— Não — repetiu com firmeza. — Você está errada.
Eu me senti meio irritada com a forma como ele disse isso, como se eu não tivesse nada a dizer sobre para onde nosso pseudo-relacionamento estava indo.
— Isso está errado desde o começo! Eu sou uma mulher casada! — exclamei. Eu fechei os olhos e enterrei o rosto nas mãos, me detestando naquele momento. — Eu sou casada com o seu melhor amigo!
— Não — ele repetiu novamente, puxando a cadeira mais perto de mim. — Você se casar com ele foi errado. Deixá-lo casar com você foi o meu erro.
Eu ergui a cabeça e o encarei, sem palavras.
— Eu gostei de você desde a primeira vez que nós a conhecemos naquele evento — confessou ele, seus olhos encontrando os meus, confiantes. — Mas estava tão apaixonado que você não faz ideia... Ele só falava sobre você. Sabe como ele é; não é do tipo que se apega a alguém facilmente. E eu estupidamente achei que você era só outra garota por quem eu ficaria encantado por um curto período de tempo e me cansaria logo depois, então eu saí do caminho e o deixei ir atrás de você. Eu nunca deixei de lamentar por isso. Pensei que estava sendo um bom amigo, mas e se, na verdade, você foi feita para mim? E se nós dois estivermos destinados a ficar juntos?
Meu coração disparou. Eu tinha uma ideia de quão perigosa era essa conversa e não achava que poderia lidar com isso. Empurrei minha cadeira para longe da mesa.
— , eu—
Ele leu minha intenção, no entanto, e agarrou minhas mãos, me mantendo no lugar.
— Eu sei que é errado da minha parte fazer isso quando você está casada com ele — insistiu. — Mas eu não posso evitar, . Eu te amo. Eu te amo muito, muito mesmo.
Eu escapei de suas mãos, ficando de pé rapidamente, fora do seu alcance.
— Isso não fazia parte do acordo, ! — Não sabia por quê, mas de repente eu estava furiosa com ele. Como ousava usar a palavra “amor” como se estivéssemos em um relacionamento real?
Ele também se levantou, bloqueando o caminho quando tentei sair.
— Que acordo? — retrucou. — Que acordo exatamente é esse? Há algum tipo de manual de instrução de amantes secretos que eu não estava ciente?
As lágrimas escaparam dos meus olhos antes que pudesse evitar.
— Não devia tornar isso mais complicado do que já é! — gritei com ele. — Eu não posso mais fazer isso!
A vontade de brigar escoou dele quando viu que eu estava chorando. Ele se adiantou e colocou os braços ao meu redor em um abraço confortador, e que eu não fiz nenhum esforço para resistir. Não podia negar que seu abraço me fazia sentir aquecida e segura.
— Linda, não chore — sussurrou. — Me desculpe, eu não queria te magoar.
Eu me forcei a parar de chorar.
— Você não fez nada de errado — eu concedi. — Eu só... Eu não posso...
— Eu sei que parece loucura — disse ele hesitantemente. — Mas... deixe-o.
Minha cabeça se ergueu para encará-lo.
— O quê?
— Deixe — disse resolutamente. — Peça o divórcio. Você está infeliz com ele. Você sabe que é muito mais feliz comigo.
Eu o empurrei, minha cabeça flutuando.
— Ele é meu marido.
— Você não o ama — insistiu . — Se o amasse, você não teria vindo para mim. Admita, , você sente mais por mim do que por ele.
Eu não podia achar as palavras certas a dizer para discordar. Eu amava mais do que amava meu próprio marido? Era isso a esse ponto que tinha chegado? Eu pensei na primeira vez que dormi com . Poderia eu dizer que não tinha esperado que acontecesse?
Eu tinha gastado muito tempo com , já que estávamos trabalhando juntos, e enquanto os outros funcionários da minha equipe iam para casa jantar com suas famílias, nós dois comíamos juntos já que ambos não tínhamos ninguém esperando em casa. Não queria admitir para mim mesma então, mas eu apreciava demais sua companhia. Nós tínhamos longas conversas cheias de riso, e ele sempre era cavalheiresco suficiente para me levar para casa. sabia sobre esses jantares. Estava aliviado que seu melhor amigo estava lá para me acompanhar quando ele não podia. Ele não poderia ter previsto que tudo eboliria uma noite quando nós dois fomos pegos por uma chuva pesada, e eu convidei para se secar e esperar que a tempestade passasse. Antes que tivéssemos nos livrado das roupas molhadas, nós dois sabíamos que algo ia acontecer.
Eu transei com ele naquela noite, na cama que compartilhava com o homem a quem estava atada pelo sagrado matrimônio.
Eu não podia sequer negar que tinha desejado que acontecesse. Os encontros de tornaram mais regulares, mas mais do que isso, o tempo que passávamos juntos em encontros (se é podíamos chama-los assim) aumentou também. Por mais que odiasse admitir, eu estava feliz com e às vezes esquecia que tinha um marido. Eu me achava ficando animada quando ia vê-lo, assim como tinha quando eu e tínhamos começado a sair. A conexão não era só física, e nós dois sabíamos disso. E isso me assustava.
— Nós vamos viajar amanhã — eu disse, expirando. Eu não o respondi diretamente, mas ele não me pressionou. — Ele reservou uma semana de férias em Jeju para nós.
— Ele está tentando salvar o casamento — comentou , uma pitada de preocupação rastejando em seu rosto. — Acha que ele sabe sobre nós?
— Ele perguntou se você queria almoçar conosco quando te viu hoje — apontei. — Então, eu duvido muito. — Eu suspirei. — Eu não posso fazer isso, . E se eu acabar me entregando?
— Você tem que ir?
Eu assenti.
— Ele pediu à minha chefe uma semana de folga.
— Então conte a ele — disse . — Sinceramente, eu não me importo se ele descobrir, porque ele vai em algum momento. Ele precisa saber que você não o ama mais.
Eu fiz uma careta.
— Não é assim tão simples.
— Eu vou respeitar sua decisão — disse ele suavemente. — Se você quiser dizer a ele, ou esperar por um momento mais a frente. Só sei que eu vou estar aqui para você, não importa o que aconteça.
Eu o deixei me puxar para um abraço tranquilizador.
— E se ao invés disso eu decidir que o amo?
ficou em silêncio por um instante.
— Eu ficaria muito chateado porque sei que estaria mentindo para si mesma. — Houve outra pausa pesada antes de suspirar. — Mas acho que se você quiser me deixar... Eu vou respeitar isso também.
Eu me afundei em seu abraço, tentando acalmar o furacão em minha mente. Talvez eu deixasse as grandes decisões para outro dia.
~Continua~
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