OTHER: Quebrando o Tédio, by Eva Ivashkov

Quebrando o Tédio

QUEBRANDO O TÉDIO
por Eva Ivashkov

Ele sempre soube que as reuniões mensais eram entediantes, mas não tinha percebido o quanto até que ela se ofereceu para lhe mostrar algo um pouco mais interessante.
Gênero: Romance, Citrus, PWP
Dimensão: Oneshot
Classificação: Restrita
Aviso: Contém cenas de sexo explícito e linguagem gráfica, podendo ser considerado ofensivo para algumas leitoras.

Beta: Nikki

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Capítulo Único

 

podia sentir suas pálpebras se fechando. Pouco importava que tivesse tomado um monte de café naquela manhã, parecia impossível passar por uma daquelas horríveis reuniões de orçamento sem cair no sono. Era uma espécie de teste de vontade perverso e impossível que a Companhia tinha inventado para torturar os chefes de departamento. Durante três horas — se fosse otimista — a cada mês, todos eles ficavam presos em uma sala de conferências mal iluminada e eram forçados a ouvi o homem mais chato da face da terra falando sobre relatórios trimestrais, dividendos, e todas as outras modalidades de tédio.

Ele lutou para manter a cabeça erguida, os olhos abertos. Mas foi inútil. Nunca havia estado tão entediado em toda sua vida. Até as aulas do seu antigo professor de história — que era tão velho quanto a própria história e mal conseguia falar mais alto que um sussurro sem dar a impressão de que estava prestes a enfartar — pareciam o ápice da diversão em comparação.

Talvez se ele parasse de lutar, talvez se cedesse por apenas alguns segundos...

 Algo pontudo cutucou na coxa e ele despertou com um sobressalto, pulando no assento. Todos os olhos se voltaram para ele, incluindo os de Otto Tremblay, o analista-chefe financeiro.

— Algum problema, senhor ?

— Hm, não — disse , sentindo o rosto esquentar de vergonha. Ele estendeu a mão para os papéis a sua frente e começou a folheá-los. — Desculpe. Por favor, prossiga.

Tremblay olhou como se soubesse exatamente o que estava acontecendo, mas em vez de repreender por sua falta de profissionalismo, voltou para seu gráfico e continuou seu plano maligno de entediar as vítimas até a morte.

Quando a atenção se desviou dele, virou-se para encarar a mulher ao seu lado. estava olhando para Tremblay como se nunca tivesse ouvido falar nada mais fascinante do que a percentagem crescente de fundos da Companhia sendo desviados para os serviços de zeladoria.

Lentamente, seus olhos deslizaram para o lado e encontraram os de . Ela piscou.

Aos vinte e sete anos, não era a chefe de departamento mais jovem da história da empresa. Essa honra pertencia ao próprio , que tinha sido promovido a chefe do Jurídico com a tenra idade de vinte e seis, quatro anos atrás. Ela era, no entanto, a mais jovem chefe que o Departamento de Relações Públicas daquela empresa já tinha visto. supunha que todo o tempo que ela passara fofocando na escola havia lhe dado uma certa vantagem quando se tratava de lidar com pessoas.

Ela só ocupava o cargo durante os últimos seis meses, e além destas e algumas outras reuniões esporádicas, ainda não tinha trabalhado diretamente com ela. Quando soube da sua promoção, ele tinha ficado apreensivo. Lembrou-se de como ela era aos dezessete anos — irresponsável, festeira e mimada — e imaginou que chegaria na reunião com um vestido curto de festa, uma garrafa de bebida na mão, um cigarro entre os lábios perfeitamente vermelhos e exigindo desagradavelmente que todos se curvassem às suas vontades.

Mas surpreendentemente, ela não tinha. tinha aparecido para sua primeira reunião, tomado seu assento, e ouvido obediente e impassivelmente durante todo o tempo. Depois, ele até a viu rir com Gerard Blake, o diretor de marketing. Nas semanas seguintes, pressionou os outros chefes de departamento para saber as impressões que tinham dela, esperando ouvir que ela tinha sido terrivelmente rude ou insubordinada em algum momento.

Em vez disso, todos eles disseram muito do mesmo: ela era um pouco atrevida, mas inteligente, e fazia bem seu trabalho. Contra todas as possibilidades, parecia ser bastante popular entre seus colegas.

Um ronco alto do outro lado da mesa interrompeu a relativa calma da sala. A cabeça de Greta McKinley, do RH, pendia para frente e baba brilhava no canto da sua boca.

Tremblay suspirou.

— Tudo bem, vamos fazer uma pausa de cinco minutos para um café.

 

—✰—

 

O café da empresa tinha gosto de cinzeiro com água de banho. Ainda assim, tentou engolir dois copos no curto intervalo que tinha sido concedido. Os outros diretores interagiam pela pequena sala de descanso, conversando educadamente e perguntando sobre suas famílias. Como um dos mais jovens, não tinha sua própria família ainda, e foi poupado dessas amabilidades penosas.

Ele ficou surpreso ao sentir um toque em seu ombro. Virou-se e acabou olhando diretamente para o rosto sorridente de .

— Cansado, ? Devia tentar dormir em casa, e não no trabalho.

grunhiu evasivamente contra seu copo de papel.

— Eu não estou sozinho — disse ele, gesticulando na direção de McKinley.

seguiu seu olhar.

— Você e Greta? Sério? — Ela se virou para ele com um olhar de surpresa. — Eu nunca teria imaginado. Ela parece um pouco... madura para você, mas quem sou eu para julgar? O amor é cego, afinal.

pestanejou. O quê?

— Oh! — exclamou, quando seu cérebro cansado finalmente entendeu. — Oh, Deus, não! Não! Não foi o que eu quis dizer!

jogou a cabeça para trás e riu, com o rosto irradiando deleite.

— Calma, . Eu só estava brincando. Todo mundo sabe que a boa e velha Greta prefere mulheres. E você não é uma... — Ela lançou um olhar interrogativo para a virilha de . — Você não é, é? Quero dizer, você tem um pênis, certo?

pode sentir seus olhos se arregalando. Mesmo que não houvesse ninguém ao alcance da voz, ele se sentiu obrigado a agarrar pelo braço e arrastá-la para um canto vazio.

— Claro que eu tenho um... — Ele não teve coragem de dizer. As pessoas não podiam simplesmente sair por aí dizendo coisas como “pênis” no trabalho. — Claro que tenho!

Ela apenas riu e levou o café aos lábios.

— Você é engraçado — disse ela, sorrindo para ele por cima da borda do copo. — E pega pilha com facilidade.

franziu a testa. Claro, ela estava apenas tentando irritá-lo. Ele queria ficar com raiva, mas ela não estava sendo mal-intencionada, só... atrevida.

— E você? — perguntou, desviando a conversa para longe de si e do seu pênis. — Parece aguentar muito bem essas reuniões. Qual é o seu segredo? Red Bull no café?

pareceu levemente impressionada.

— Não, mas não é má ideia. — Com um suspiro, ela tomou o resto da sua bebida e jogou o copo vazio no lixo. — Eu só consigo passar por essas reuniões porque eu nem sequer tento prestar atenção. — Deu de ombros. — Eu só passo o tempo todo fantasiando.

— Fantasiando? — repetiu. — Sobre o quê?

— Você não gostaria de saber — ela respondeu lentamente, o sorriso retornando.

encontrou-se corando muito mais que o habitual nesse dia. Ele queria dizer a ela que não, que realmente não queria saber, porque era pessoal e que se soubesse que ela quisera dizer naquele sentido, nem teria perguntado. Mas antes que tivesse a chance de esclarecer, ela estava se afastando.

fez uma parada e olhou por cima do ombro, dando-lhe um olhar aprovador de cima a baixo.

— Fico feliz em saber que você tem mesmo um pênis, . Saber disto deve fazer o resto desta reunião um pouco mais suportável.

não teve chance de perguntar o que diabos ela quis dizer com aquilo. E não tinha certeza se queria saber.

 

—✰—

 

O resto da reunião foi uma tortura. A cafeína o deixara agitado, mas não menos entediado. Pela primeira vez em anos assistindo a essas reuniões, ele estava realmente tentando prestar atenção ao que estava sendo dito. Precisava da distração, porque cada vez que sua mente se afastava das despesas e fluxo de caixa, ele se virava para .

Ela estava mesmo sentada bem ali fantasiando? Claro, às vezes sua mente se afastava durante o horário comercial e acabavam em lugares que não eram inteiramente apropriados para o trabalho. Mas não era algo que ela fazia questão de fazer. E certamente não contava para outras pessoas.

tentou não pensar no que ela dissera antes de se afastar. Estava provavelmente tentando provocá-lo outra vez, só para ver sua reação.  Mas ainda assim, ele não podia deixar de se perguntar se talvez ela estava pensando sobre ele naquele exato momento, se ele teria alguma participação em qualquer que fosse a fantasia que sua mente tinha conjurado para conseguir lidar com a reunião.

Sobre o que uma mulher como fantasiava, afinal? Uma parte de se preocupava se seria algo nojento e pervertido. Outra parte dele meio que esperava que fosse.

Ao lado dele, ela clareou a garganta. saltou ao som, percebendo que havia estado olhando para ela. Deus, ela provavelmente pensava que ele era algum tipo de tarado. Rapidamente, ele se virou, forçando a mente a voltar para os custos operacionais.

Ocorreu outra pontada afiada contra sua coxa. olhou para baixo a tempo de ver empurrar um pedaço de papel dobrado em sua direção. Ele lhe lançou um olhar interrogativo, mas ela apenas sorriu e voltou a atenção para Tremblay.

Cuidadosamente, desdobrou a nota. E quase engasgou com a própria saliva quando leu.

Eu não estou usando calcinha.

Os olhos de dispararam do papel para , para Tremblay, e então de volta para o papel. Ela não podia estar falando sério.

Sem olhar, ela estendeu a mão e puxou o papel de volta. Pegou sua caneta e escreveu outra coisa.

Nervosamente, ele olhou para baixo e leu.

Quer ver?

teve que fechar os olhos para se estabilizar, enquanto a excitação rastejava até sua espinha. Coisas assim não aconteciam do nada, e se acontecessem, eram com outros homens. Mulheres sem calcinha não ofereciam simplesmente para mostrar a bunda no meio de reuniões de orçamento. Era errado. Bizarro e errado.

E, no entanto, apesar da impropriedade da situação, descobriu que realmente queria ver.

Poderia se forçar a olhar para ela e retornar seu olhar desafiador, mas ele não podia se permitir assentir. Havia uma parte dele que não confiava nela. Ele admitiria que queria, e então ela cairia na risada, insultando e provocando-o por seu desejo pervertido e patético de olhar debaixo de sua saia.

No final, ela tomou a decisão por ele. Sem quebrar o contato visual, empurrou a caneta pela beirada da mesa com um movimento rápido da mão.

— Ops. Você se importaria de pegar para mim, ?

arriscou um olhar nervoso ao redor, mas ninguém estava prestando atenção neles. Tentando ser tão silencioso quanto humanamente possível, afastou a cadeira da mesa e abaixou para o chão. Quando ele engatinhou para baixo da mesa, começou a se virar, angulando-se em direção a ele. Suas mãos apareceram por baixo da mesa, se ocupando da saia.

A boca de ficou imediatamente seca. Ele ainda não conseguia ver nada e cada segundo que passava parecia uma eternidade, enquanto a observava abrir lentamente as pernas. Embora metade estivesse escondida nas sombras, ele podia ver os lábios de sua vagina sem pelo aninhados entre as coxas. Ela deslizou ligeiramente para baixo na cadeira, abrindo as pernas ainda mais, até que seu par de sandálias altas estivessem totalmente afastados e o rosa brilhante de suas dobras internas estivessem visíveis.

O coração acelerou em seu peito, o pênis inchou em suas calças. Mesmo na penumbra debaixo da mesa, ele podia dizer que ela estava molhada, e o cheiro da sua excitação que ele estava sentindo não era imaginação. Céus, o que ele daria para rastejar só alguns centímetros para frente, para enterrar o rosto entre aquelas pernas e inalar aquele glorioso aroma almiscarado. Se ele fosse um tipo diferente de pessoa, se eles estivessem em qualquer outro lugar, ele realmente faria.

Moveu-se para frente, apenas alguns centímetros, querendo perpetuar esta visão em sua memória. Ele já sabia que pensaria sobre isso muitas vezes no futuro, repetiria esse momento em sua mente com inúmeros desfechos, nenhum deles envolvendo voltar para o seu lugar.

Sua mão pousou em algo afiado e ele estremeceu, agarrando-o. A caneta jazia no chão, esquecida, e assim que ele a viu uma ideia tortuosa o atravessou.

estava brincando com ele, tentando provocá-lo. Era justo retribuir na mesma moeda.

Segurando a caneta na mão, correu lentamente a extremidade arredondada da caneta pela panturrilha de . A reação foi imediata. Acima da mesa, ela ofegou, e embaixo da mesa, as pernas se fecharam. Ela se contorceu na cadeira por um momento e em seguida suas mãos apareceram, puxando a saia de volta para o lugar.

lamentou a perda de uma vista tão bonita, mas percebeu que passou tempo mais do que suficiente embaixo da mesa para levantar suspeitas.  E ele certamente conseguiu material mais do que suficiente de masturbação para durar um bom tempo. Lentamente, engatinhou para fora e ficou de pé.

Todo mundo estava olhando para ele. Ergueu a caneta como uma explicação deficiente.

— Achei — disse, o rosto ardendo de vergonha. — Por favor, continue.

Algumas pessoas continuaram a observá-lo com desconfiança, mas se forçou a ignorá-los, enquanto retornava ao seu assento, tentando disfarçar o discreto reajuste de sua ereção como uma tentativa de acomodá-la confortavelmente.

Assim que a reunião estava de volta em pleno andamento, ele furtivamente lançou um olhar de esguelha para . Ela estava olhando para frente, mas reprimindo um sorriso.

 

—✰—

 

No momento em que a reunião finalmente acabou, a ereção de tinha mais ou menos definhado. Ele juntou suas coisas e se virou em direção à porta, bem a tempo de ver deslizar para fora.

— Ei! ! — gritou, se apressando para alcançá-la no final do corredor. — Espere!

Ela parou e se virou para ele em expectativa.

— Posso ajudá-lo em alguma coisa?

Ele se recompôs rápido, depois de ser pego desprevenido pela brusca mudança de comportamento. Meia hora atrás, ela estivera enviando sorrisos furtivos e intencionais; agora parecia como se estivesse irritava apenas com sua presença.

— Eu, hm... só estava me perguntando o que vai fazer agora.

Ela suspirou, reajustando as pastas que carregava para que pudesse olhar para o relógio.

— Vendo que são três horas da tarde, eu vou voltar para o meu escritório para trabalhar.

— Oh. — se sentiu meio tolo. Tinha sido um começo ruim. — Bem, e mais tarde? Depois do trabalho, eu quero dizer.

Ela trocou sua carga de braço novamente.

— Não sei. Vou para casa, jantar, tomar um banho. Por quê? — Seus olhos se estreitaram e um sorriso lento se espalhou por seu rosto. — Não está tentando me convidar para sair, está, ?

O jeito que ela falou, como se fosse uma ideia absurda vinda do nada, como se ele devesse estar envergonhado por pensar que ela se dignaria a concordar, forçou a recuar um passo. Ele não entendia. Tinha visto a vagina dela, pelo amor de Deus. Qualquer um daria por certo sair para um drinque depois disso.

— Não é nada pessoal — continuou ela calmamente. — Eu só faço questão de não sair com colegas de trabalho. Deixa as coisas confusas e pouco profissionais e, para ser sincera, realmente não vale a pena. Por mais lisonjeada que eu esteja, vou ter que recusar educadamente.

olhou para ela, incrédulo.

— Jantar com um colega é pouco profissional, mas mostrar a vagina não é?

deu de ombros.

— Eu nunca disse que não era. Olha, você estava entediado, eu estava entediada, então tornamos a reunião um pouco mais divertida. Não foi grande coisa. Você não dormiu novamente, dormiu?

Ele bufou.

— Não, definitivamente não dormi.

— Viu? Funcionou! — Seu sorriso se suavizou, se tornando quase gentil. — Te vejo no próximo mês, .

observou-a desfilar para longe sem nunca olhar para trás. Não importava o quanto tentasse, ele não conseguia afastar o sentimento de decepção da boca do estômago.

 

—✰—

 

Não foi preciso esperar um mês inteiro para voltar a vê-la. A empresa era grande, mas não tão grande. Duas semanas depois da fatídica reunião, se viu preso depois do expediente, terminando os relatórios de produtividade do seu departamento. Não era tão tarde na hora que terminou para que o prédio estivesse completamente deserto, mas a agitação do dia de trabalho havia terminado, e os funcionários em excesso — de acordo com Otto Tremblay, pelo menos — da zeladoria começavam seu turno.

Normalmente, tomava as escadas até o térreo. Era apenas dois níveis e não valia a pena se espremer com os funcionários ansiosos para chegar em casa. Mas sem ninguém por perto e sua energia desgastada pela papelada tediosa, ele decidiu que não tinha problema em ser preguiçoso desta vez.

Havia duas pessoas presentes no elevador quando as portas se abriram. Um senhor mais velho que não tinha certeza de qual departamento era e, claro, .

acenou para o homem e entrou, propositalmente ficando mais perto de do que o necessário no elevador quase vazio. Ela não se afastou nem mesmo olhou para ele enquanto as portas se fechavam e o elevador começava a descer.

A voz suave, pré-gravada anunciou a chegada ao térreo. As portas se abriram e o homem mais velho saiu. não andou em direção à saída, nem . Eles ficaram lado a lado enquanto as portas se fechavam e o elevador ficava parado e silencioso.

Cada um esperou que o outro fizesse ou dissesse algo, mas nenhum dos dois o fez. A tensão expectante no ar ficou mais espessa entre eles. Ela poderia ter saído, pensou, poderia ter andado direto por aquelas portas sem pensar duas vezes. Mas ela não foi. Ela tinha ficado. Tinha que ter uma razão.

Antecipação percorreu , disparando por sua espinha direto para os dedos dos pés. Algo estava prestes a acontecer. Podia sentir.

Ainda assim, não fez nada. Cabia a ele e estava cansando de esperar.

Ele moveu-se rapidamente, virando-se de modo a ficar diretamente na frente dela, invadindo seu espaço. Ela fez um ruído de surpresa e recuou, chocando-se com a parede espelhada atrás de si. Sua respiração prendeu quando ele se aproximou, prendendo-a entre os braços.

— O que pensa que está fazendo? — ela perguntou. Apesar do ligeiro tremor em sua voz, ela definitivamente não parecia assustada. Havia um brilho malicioso em seus olhos.

conseguiu de algum modo impedir sua mão de tremer, enquanto a deslizava pela parte traseira das suas coxas, parando para manusear a bainha da saia.

— Só verificando uma coisa — disse ele, surpreso com o tom confiante em sua própria voz.

Quase soou como se tivesse alguma ideia do que estava fazendo.

fechou os olhos, mas não protestou. Sua respiração tornava-se mais instável e mais trêmula quanto mais as mãos de subiam, até que os dedos dele estavam acariciando lentamente o comprimento das suas dobras, livre de renda, algodão ou qualquer outro tipo de tecido.

— Porra — ele exalou, chegando ainda mais perto, assim podia sentir os seios dela se movendo contra seu peito no ritmo das respirações instáveis. Cada vez que seus dedos provocavam o contorno da vagina nua, ela se tornava mais escorregadia. — Você nunca usa calcinha, ?

Ela não abriu os olhos, apenas virou a cabeça de lado.

— Não — sussurrou. Olhou para ele então, coquete, por baixo dos cílios. — Não se eu acho que posso esbarrar em você.

Era só uma provocação, mas não importava. A ideia de andando sem calcinha o tempo todo — esperando que algo assim acontecesse entre eles — fez o sangue dele correr. Não importava se não era verdade.

Bastou um pouco de pressão e seu dedo escorregou entre os lábios externos, para onde a carne estava escorregadia e quente. Céus, ela já estava tão molhada, tão macia e inchada, por nada além que alguns toques leves. Ele podia sentir o calor dela contra sua palma, enquanto procurava as dobras encharcadas do clitóris. Ela deixou escapar um pequeno suspiro e agarrou seus ombros.

O pênis de estava dolorido, cruelmente preso dentro da calça. Ele queria libertá-lo e tomá-la ali mesmo, contra a parede do elevador, as pernas dela ao redor da sua cintura. Mas primeiro, queria assisti-la gozar. Queria olhar em seus olhos, enquanto a fazia vir com nada além que seus dedos e—

Portas abrindo no andar térreo — anunciou a voz automática.

— Merda! — praguejou , enquanto as portas de metal começaram a abrir. Ela empurrou com força o peito de .

recolheu sua mão e conseguiu saltar alguns centímetros para o lado antes que as portas se abrissem para revelar uma mulher baixa, de meia idade com um penteado espalhafatoso meio torto no topo da sua cabeça. A senhora fez uma pausa no meio do caminho e olhou para eles com os olhos apertados por um momento antes de erguer o nariz no ar e entrar no elevador resolutamente.

— Sua saia — disse ela com uma pequena tosse, virando as costas para os dois.

tivera tempo suficiente apenas para se cobrir, mas a saia ainda estava amontoada em torno das coxas. Seu rosto então pálido, corou, enquanto ela puxava a barra da saia para baixo até os joelhos.

— Com licença — ela murmurou, tomando seu caminho para fora do elevador.

A mulher de meia-idade se aproximou do painel de botões.

— Subindo, meu jovem?

teve certeza de ouvir o riso em sua voz.

— Não — ele disse amargamente, enquanto passava por ela em direção ao átrio. Olhou ao redor, mas já tinha ido embora. — Não mais.

 

—✰—

 

Uma semana depois, não tinha visto nem tido notícias de . Custava acreditar que ela era do tipo de mulher que evitaria alguém assim, mas novamente ela tinha feito o truque de desaparecer furtivamente naquela noite depois do incidente do elevador.

O incidente no elevador. Era como ele tinha começado a se referir aquilo, mesmo que apenas em sua cabeça. Não havia mencionado a ninguém, por que, sério, o que havia para mencionar? Eles haviam sido interrompidos antes que algo realmente bom tivesse acontecido.

Entre o “incidente no elevador” e “aquela vez na reunião”, as partes baixas de nunca haviam estado mais doloridas. Quanto mais ele tentava não pensar, mais incessantemente sua mente repassava as duas ocasiões, até que ele era forçado a encontrar alguns minutos de privacidade onde pudesse se aliviar. Antes de tudo isso acontecer, ele nunca havia se masturbado no trabalho. E agora, se tivesse que pedir licença mais uma vez, iam começar a achar que ele estava com problemas estomacais.

Houve uma batida na porta do seu escritório, olhou para cima, ansioso por uma distração. Folha de pagamento era uma das partes menos glamorosas do seu trabalho.

Tom Webber se esgueirou para dentro da sala, com uma carranca vermelha e irritada. Ele caiu na cadeira em frente à mesa de e cruzou os braços.

ergueu as sobrancelhas.

— Algo errado?

— Se há algo de errado? — Tom repetiu com raiva. — Eu diria que há! É aquela vadia das Relações Públicas, é isso o que há de errado!

sentiu seu estômago se revirar. Ele não tinha contado a Tom sobre o que quer que estivesse rolando com , porque nem ele mesmo sabia o que era, e não porque achava que Tom poderia se irritar com aquilo.

Tom soltou um suspiro e se inclinou para apoiar os cotovelos sobre os joelhos.

— Olha, amigo, eu sinto muito — disse ele, cansado. — Eu tentei mesmo manter isto fora da sua mesa. Eu sei como você está ocupado, mas eu não vou chegar a lugar nenhum com ela.

piscou. Ok, agora ele estava totalmente confuso.

— Lembra-se do caso em que MacDougal estava trabalhando? Relacionado aos testes do novo produto?

assentiu cautelosamente.

— Bem, o imbecil do MacDougal queria consultar as Relações Públicas e eu, o idiota que sou, aprovei. Agora, eles pegaram toda a droga do caso e se recusam a devolver os arquivos! Tentei conversar eu mesmo com , mas acabou sendo tão ruim quanto eu esperava que fosse. Ela é um verdadeiro pé no saco, aquelazinha. — Tom bufou. — Faz a gente se perguntar como conseguiu aquele cargo para começo de conversa — acrescentou sombriamente.

— Ei! — disse , um pouco mais afiado do que pretendia. — Cuidado com o que fala.

Tom olhou estranhamente para ele por um momento e murmurou um pedido de desculpas apressado.

— De qualquer forma, eu realmente sinto muito por trazer isto para você. Você certamente tem coisas melhores para fazer do que lidar com aquela... — ele se interrompeu — com outros departamentos. Mas talvez você possa simplesmente descer lá, pressionar um pouco e pegar nosso caso de volta.

suspirou, fazendo um grande espetáculo para fechar a pasta das folhas de pagamento. Internamente, ele estava excitado por ter uma desculpa legítima para ver , mas ainda precisava desempenhar o papel de chefe irritado e com tempo limitado.

— Está bem — disse ele, acenando com a mão para descartar as preocupações de Tom. — Vou resolver isso.

Tom lhe lançou uma mistura de sorriso e careta.

— Obrigado, cara. Sabia que você o faria.

Quando Tom finalmente se foi, rapidamente arrumou seu escritório. Ele se sentiu tolo enquanto fazia isso, mas mesmo assim, não havia necessidade para deixar os restos do sanduíche do dia anterior no parapeito da janela. E quando foi a última vez que ele limpou debaixo do sofá? Aquilo era mofo? Sério?

Quando tudo estava em ordem e seu escritório estava como o escritório de uma pessoa muito importante deveria estar, voltou para a mesa e apertou o interfone que o ligava à sua secretária.

— Belinda? Ligue para o Departamento de Relações Públicas. Diga à srta. que eu gostaria de trocar uma palavra.

 

—✰—

 

O interfone de zumbiu aproximadamente dois segundos antes da porta do escritório ser aberta com um baque.

Desculpe, senhor ! Pedi para esperar, mas ela não esperou!

— Tudo bem, Belinda. Obrigado — disse no interfone, os olhos seguindo enquanto ela entrava em seu escritório e imediatamente começou a remexer as coisas em sua estante.

Ele fechou a porta e, quando voltava para a mesa, indicou a cadeira à sua frente.

— Sente-se, por favor.

arqueou uma sobrancelha, mas não disse nada enquanto se acomodava no assento. Ela levou um tempo bem longo cruzando as pernas, e ambos sabiam por quê.

— Você queria me ver, senhor?

ignorou o “senhor” descaradamente acrescentado e lutou para manter os olhos longe de suas pernas, que pareciam mais longas e bem formadas que o normal.

— Eu quero falar com você sobre o caso que seu departamento roubou de nós.

levantou a mão, efetivamente detendo-o.

— Eu já disse a Webber para parar de encher o saco com isso. Prefiro não dizer o mesmo para você. Na verdade, eu preferia não prejudicar a nossa... relação um tanto amigável de trabalho.

Ah, então era assim que ela se referia aquilo? tentou não rir.

— Investigação empresarial não é o trabalho do seu departamento, mas sim do nosso. E MacDougal estava cuidando deste caso desde o início. Eu apreciaria se você o devolvesse, mesmo que fosse apenas como uma cortesia profissional para mim.

Foi a vez de reprimir uma risada.

— Acho que já fiz a você cortesias profissionais suficientes — disse ela. — De qualquer modo, ele não pode tê-lo de volta. Não me interessa quem abriu o caso. Vocês se provaram incompetentes para resolvê-lo, e agora ele é nosso.

franziu a testa.

— O que quer dizer com isso?

O sorriso indolente e provocante desapareceu de seu rosto.

— Sabe os problemas com patente que estamos tendo ultimamente? Acusações de plágio e problemas com direitos autorais? Acontece que nós temos aqui um caso de espionagem industrial. Alguém, muito possivelmente do seu departamento, está vazando informações para o nosso concorrente sobre as tecnologias dos nossos produtos a serem lançados.

abriu a boca, mas ela ergueu novamente a mão.

— Nem sequer se preocupe em perguntar como sei disso, eu não vou lhe dizer. Quando descobrirmos o que está acontecendo, nós vamos entregar um nome para o seu departamento. No final das contas, você e MacDougal ainda vão ficar com toda a glória.

Se aquilo era verdade, não se importava com quem liderava a investigação, desde que o culpado fosse pego. Se o que ela dizia era verdade, provavelmente era melhor ser conduzido por alguém de fora do que pelo seu pessoal. MacDougal não ia ficar satisfeito, e Tom provavelmente ia dizer todo tipo de coisas desagradáveis sobre quando achasse que não podia ouvi-lo. Talvez ele devesse propor algum tipo de força-tarefa conjunta. Isso significaria longas horas trabalhando juntos, talvez até mesmo algumas longas noites.

— Se não acredita em mim, basta perguntar para os homens lá de cima — continuou , confundindo o seu silêncio com suspeita. A expressão dela azedou. — Eu estive em reuniões desagradáveis com eles durante toda a semana.

— Esteve? — perguntou automaticamente. Ele teve uma reação quase pavloviana* à palavra “reunião”.

A sobrancelha delicadamente arqueada dela se ergueu novamente.

— Estive — disse ela, remexendo-se em seu assento. Ela descruzou as pernas e as recruzou em outra direção. — E todas foram terrivelmente chatas.

Os olhos de vagaram em direção à porta. Ele se perguntou se poderia se levantar e trancar a porta sem que ela ficasse com a ideia errada. Aliás, seria a ideia certa, mas ele não queria parecer muito presunçoso.

— É lamentável — disse ele, obrigando-se a sustentar seu olhar. Porra, ela era tão sexy e sabia disso. — Eu sei o quanto você odeia reuniões chatas.

— Pelo contrário, eu as adoro. — Ela inclinou a cabeça para o lado, um sorriso lento se espalhando por seu rosto. — Elas me dão muito tempo para pensar.

Eles iam mesmo fazer aquilo ali? esperava muito, muito mesmo que sim. Não haveria ninguém para interrompê-los desta vez, nenhuma desculpa para ela fugir e deixá-lo na mão.

Porra, ele precisava mesmo trancar a porta.

Ele se recostou na cadeira, tentando projetar uma imagem de calma fria, embora seu coração estivesse na verdade prestes a saltar para fora do peito.

— E que tipo de coisas você gosta de pensar nessas reuniões?

foi a primeira a quebrar o contato visual. Ela olhou para baixo, e podia jurar que viu a sugestão de um rubor se espalhando por suas bochechas. Mas, mesmo assim, ele não tinha certeza se era algum tipo de atuação.

— Na reunião de hoje, pensei em todos os recados que tenho que passar no final desta semana. Eu decidi quais roupas vou usar para trabalhar na próxima semana. E também escrevi mentalmente uma lista das coisas que preciso comprar.

Não era a resposta que esperava.

Ela respirou fundo e olhou para ele através dos cílios.

— Eu também pensei sobre você.

— Sobre mim? — repetiu , o calor se espalhando pelo seu baixo-ventre. Sim, eles definitivamente estavam prestes a fazer aquilo ali. — O que sobre mim?

— Pensei sobre o que poderia ter acontecido naquela noite no elevador, se não tivéssemos sido interrompidos. Sobre o que você poderia ter feito para mim, e o quanto eu teria gostado.

se inclinou para frente na cadeira, sem se importar se parecia muito ansioso. Ele estava muito ansioso.

— O que eu teria feito?

Ela levou um momento para responder, e quando finalmente o fez, sua voz soou tão baixa e rouca que teve que fazer um esforço para ouvir.

 — Você teria que verificar para ter certeza de que eu não estava usando calcinha. Teria me dito para me despir, ficar nua ali mesmo, em pleno elevador, para que pudesse ver.

Ela olhou para ele brevemente, depois baixou o olhar para seu colo, onde suas mãos brincavam com a bainha da saia.

— E você teria?

— Sim — ela sussurrou, fechando os olhos.

Não importava para se era mais uma mentira, era uma ideia e tanto.

— Eu teria — ela continuou —, porque você me disse para fazer. Eu ouviria você baixar seu zíper e tentaria olhar, mas você me diria para me virar e empinar a bunda. Então você teria esfregado seu pau por toda minha bunda, me dizendo que se eu queria andar por aí sem calcinha como algum tipo de puta, você ia ter que me foder como uma.

fechou os olhos enquanto uma onda avassaladora de luxúria correu sobre ele. Nunca tinha chamado uma mulher de puta antes, certamente não ao tentar fazer sexo com ela, mas podia ver a imagem que estava pintando clara como o dia em sua mente. Ele estendeu a mão e pressionou a palma contra seu pênis, tentando manter sua excitação contida.

— Você me foderia então — ela continuou, sua voz pouco mais que um sussurro rouco. — Contra a parede, minha cara amassada contra o espelho. Seria tão bom, seu pau duro dentro de mim, me partindo ao meio. Uma de suas mãos estaria entre minhas pernas, brincando com meu clitóris, e a outra atrás do meu pescoço, me segurando no lugar enquanto me fodia como uma putinha.

No momento em que terminou, estava respirando pesadamente, contorcendo-se em seu assento enquanto esfregava as coxas uma na outra. O movimento fez a saia subir perigosamente. Somente alguns escassos centímetros de tecido separavam da coisa que ele mais queria ver no mundo.

— Toque-se — disse ele, sem fôlego.

Ela parou de se remexer e olhou para ele.

— O quê? — perguntou, o peito arfante, os bicos dos mamilos endurecidos visíveis através do tecido fino da blusa.

— Toque-se — repetiu. — Levante a saia. Mostre-me o que você faz quando não está em uma reunião.

Um longo momento se estendeu entre eles. parecia debater consigo mesma se devia ou não obedecer. Finalmente, ela assentiu, tomando uma pequena, mas estável respiração.

— Só se você também fizer.

não teve que pensar duas vezes. Ele se atrapalhou com o botão e puxou para baixo o zíper, gemendo de alívio quando puxou o pênis inchado para fora da calça.

As mãos de enrolavam o tecido da saia.

— Não consigo ver. Dê a volta na mesa.

se sentiu um pouco tolo, contornando a mesa com a calça arreada em suas coxas e sua dolorosa ereção projetando-se para frente, mas sua autoconsciência desapareceu quando viu os olhos de se arregalarem. Ela lambeu os lábios, enquanto o assistia se acomodar na beirada da mesa.

Tomando-se nas mãos, deu a seu pênis latejante alguns afagos suaves enquanto observava puxar mais a saia, lutando para erguer o tecido justo pelos quadris.

Não era a coisa mais sexy que já tinha visto uma mulher fazer, mas então ela fez algo que totalmente mexeu com sua mente e tranquilamente era a coisa mais sexy que alguém já tinha visto. Ela escorregou para a beirada, até que sua bunda estivesse quase fora do assento, e lançou uma perna sobre cada um dos braços da cadeira.

teve que apertar a base do pênis para se impedir de gozar naquele momento. Ela estava inteiramente exposta. Era um movimento ousado e descarado, até mesmo para uma mulher que andava o tempo todo sem calcinha.  Ela deixou cair a cabeça sobre o encosto, enquanto suas mãos se moviam por seu corpo, parando para apalpar os seios sobre a blusa.

gemeu enquanto assistia uma das mãos continuar sua jornada para baixo, ignorando totalmente o clitóris. Ela afundou dois dedos dentro de si com facilidade, e assistiu com fascinação extasiada enquanto ela se fodia com eles. Ela estava em movimento constante, os quadris ondeando, a mão livre apertando os seios, os dedos mergulhando dentro e fora de si.

Tão extasiado com o show inacreditável que ela estava lhe dando, tinha esquecido quase inteiramente de se tocar.

— E você? — ela perguntou, a voz baixa e sem fôlego. — Sobre o que você pensa?

— Você — ele respondeu, muito além das provocações. Não havia mais a necessidade de se refrear. — Penso sobre a última reunião de orçamento, sobre o que eu deveria ter feito.

gemeu, as pálpebras fechadas tremulando.

— O que você deveria ter feito?

começou a se tocar seriamente de novo, apertando o comprimento do seu pênis com um pouco mais de pressão do que usaria normalmente. Não conseguia se lembrar da última vez em que estivera com tanto tesão, tão desorientadamente excitado. Sentia-se dividido em três direções igualmente agradáveis, suas atenções divididas entre se masturbar, assistir se masturbar e responder a sua pergunta.

— O que você deveria ter feito? — ele repetiu. — Vamos lá, . Me diga.

fechou os olhos. Ainda podia ouvi-la, a respiração curta, os sons escorregadios obscenos de seus dedos em movimento dentro dela, mas pelo menos assim ele podia ser capaz de pensar com suficiente clareza para responder.

— Eu deveria ter ficado debaixo daquela mesa — disse ele, gemendo quando a fantasia muitas vezes repetida começou a repassar em sua mente e sua mão estremeceu ao redor do seu pênis. — Eu deveria ter afastado suas pernas o máximo possível e me enterrado entre suas coxas. Eu deveria ter sugado seu clitóris, deveria ter enfiado minha língua na sua boceta encharcada. Deveria ter te fodido com a boca até que você gozasse no meu rosto, ofegando e gritando meu nome.

deixou um gemido baixo escapar do fundo da garganta. abriu os olhos bem a tempo de ver a mão em seus seios se juntar a outra entre suas penas e começar a esfregar o clitóris em pequenos círculos.

— Porra, sim, . Você deveria ter feito isso. Deveria mesmo ter feito isso.

— Mas eu não poderia — continuou, fechando os olhos e deixando outra das muitas fantasias que ele tinha alimentado recentemente tomar forma em seu cérebro. — Eu poderia ter tentado, mas você tentaria me impedir. Você teria resmungado e tentado fechar as pernas. Eu continuaria tentando, fazendo você se contorcer em seu assento e tentando abafar os gemidos. Mas teria sido em vão, todos saberiam. Toda a reunião pararia e olharia, assistindo você se desmanchar sob minha língua.  Mas quando você estivesse prestes a chegar lá, seria quando eu teria parado, quando eu deveria ter saído de baixo daquela mesa e virado você sobre ela. Deveria ter te fodido bem ali, curvada sobre a mesa, todo mundo assistindo. Todo mundo sabendo a putinha que você é, vendo o quando você gostava daquilo, quanto você estava molhada, dando um relance de sua bocetinha apertada para todo mundo na sala.

estava zonzo no momento em que terminou, suas mãos lisas e pegajosas do pré-gozo que tinha se espalhado da cabeça do pênis. Ele abriu os olhos para achar encarando direto para ele, os olhos enegrecidos com luxúria. Suas mãos tinham parado dentro dela e quando seus olhos se encontraram, ela deixou escapar uma respiração irregular, falhada.

— Eu quero que você me foda agora, .

mal teve tempo de assentir antes de lançar-se para fora do assento. Ela se chocou contra ele, batendo-o de encontro a mesa, enquanto sua boca procurava a dele para um beijo molhado e afogueado. alcançou atrás de si cegamente, ajeitando-se o melhor que podia sobre a mesa, sem se importar se estaria amassando documentos importantes.

afastou a mão dele com um tapa e segurou seu pênis, bombeando-o firmemente com a mão pequena. O corpo inteiro de estremeceu, desde a raiz do cabelo até as unhas dos pés. Cada milímetro da sua pele estava em chamas. Envolvendo os braços nas costas dela, ele a puxou em sua direção. Ela se arrastou para o seu colo e empurrou seu peito até que ele se deitou, a madeira dura da mesa apoiando suas costas.

Era desajeitado e desconfortável encontrar-se na diagonal da própria mesa, com as pernas penduradas pela borda. Mas não importava, porque ele sabia que assim que estivesse dentro dela, assim que seu pênis estivesse enterrado profundamente em sua pequena boceta quente, as palavras “desajeitado” e “desconfortável” deixariam de existir.

Ela montou em seus quadris e pairou acima dele, alinhando a ponta da ereção com sua entrada. tencionou o pescoço, erguendo a cabeça para que pudesse ver enquanto ela se abaixava sobre ele.

— Porra — ele sibilou, com o prazer penetrando através de todo seu corpo enquanto era envolto por seu calor apertado e molhado. Deixou cair a cabeça para trás e olhou para o teto, muito sobrecarregado pela sensação da sua vagina apertada ao redor de seu pênis para fazer qualquer coisa além de ficar ali apenas sentindo.

, ao que parecia, não tinha essa dificuldade. Imediatamente, ela começou a se mover, estocando contra ele. Ela se inclinou para frente, apoiando as mãos em seu peito, ondulando os quadris, deixando manchas pegajosas de sua umidade na pele dele enquanto tentava se esfregar contra ele.

Ela estava sendo egoísta, movendo-se apenas com seu próprio prazer em mente, mas não se importava. Tudo o que ela estava fazendo era incrível, e ele podia imaginar seu cérebro explodindo a qualquer instante. Ele estendeu a mão, agarrando as duas metades da sua bunda, amassando a carne entre os dedos enquanto a empurrava e puxava contra si, levantando os próprios quadris para senti-la batendo contra sua virilha.

— Merda — ela sibilou. Estendeu a mão, cravando os dedos em seus ombros, enquanto o movimento lento de seus quadris acelerava, tornando-se estalos irregulares. — Porra, . Isso é tão bom.

não poderia formular uma resposta. Ele queria dizer o quanto ela era deliciosa, quanto sua vagina era surpreendentemente quente, úmida e apertada, quanto ela era perfeita, como ele ia se perder a qualquer momento, como ela o faria gozar mais forte do que jamais gozara na vida.

Queria lhe dizer tudo isso, mas não conseguia nada além de alguns grunhidos partidos.

— Eu estou chegando — ela anunciou, seu corpo começando a tremer. — Oh, me fode, . Eu vou gozar, vou gozar no seu pau. — Ela jogou a cabeça para trás, os lábios se curvando em um rosnado. — Goza para mim, . Me fode e goza para mim. Me enche com seu gozo!

— Caralho! — gritou, ofegando. Os músculos dentro dela trepidavam, apertando seu pênis dolorido, arrancando seu orgasmo de dentro dele. Ele agarrou seus quadris convulsivantes, mantendo-os no lugar enquanto rajadas afiadas de prazer explodiam, fazendo estourar estrelas por trás de suas pálpebras e eletricidade corria através de sua espinha. Ele gozou pelo o que pareceu eras, mas na realidade não foi mais do que vinte segundos.

Quando ele abriu os olhos, o estava olhando com um sorriso cansado. Seu cabelo estava grudado no rosto com suor, os dois primeiros botões da sua blusa estavam perdidos. Ela parecia completamente mais desejável e sexy do que nunca.

Ela desabou sobre seu corpo, tomando seu rosto entre as mãos e beijando-o suavemente. Exaustão, paz e simples contentamento o inundou.

Ela se afastou, descansando a testa contra a dele.

— Isso foi... — ela se interrompeu com um suspiro.

— Incrível para caralho?

— É, muito incrível para caralho.

Ficaram assim por um longo tempo, as mãos de acariciando-lhe gentilmente as costas.

— Ok — disse com um gemido assim que suas respirações se estabilizaram. — É melhor eu sair antes que a gente fique grudado assim.

Passando a mão por trás de si, ela pegou a base do pênis dele e fez uma careta enquanto se erguia para fora dele. Cambaleou ao descer da mesa e teve que se segurar no encosto da cadeira para se impedir de cair. se sentou, estremecendo quando suas costas estalaram.

— Da próxima vez, vamos encontrar algo mais confortável que a minha mesa — disse ele, enquanto colocava o pênis ainda sensível de volta para dentro da calça. — Eu voto por uma cama.

parou, a saia lápis justa somente até o meio das coxas.

— Da próxima vez? , eu já lhe disse. Eu não saio com colegas de trabalho.

olhou para ela, sem saber se estava muito surpreso ou muito exausto para ter uma reação adequada. Ele fez um gesto casual vago entre eles e a mesa.

— O quê? E o que foi tudo isso?

— Isso — ela disse mordazmente — foi apenas sexo.

Ele revirou os olhos.

— Tudo bem — ele emendou —, da próxima vez que tivermos “apenas sexo”, vamos ter que fazer em algum lugar mais confortável. Eu ainda voto por uma cama.

ergueu uma sobrancelha.

— E o que te dá tanta certeza de que haverá uma próxima vez?

apenas a encarou significativamente. Se aquilo tinha sido tão bom para ela quanto foi para ele — e ele estava bastante confiante de que sim —, haveria definitivamente uma próxima vez. Haveria inúmeras próximas vezes.

— Tudo bem — ela bufou. — Digamos, hipoteticamente falando, que haverá uma próxima vez. Você acha que pode lidar com tudo isso sem se apegar? Porque eu não estou brincando quando digo que não vou me envolver romanticamente com um colega de trabalho. Eu vou partir seu coração, , e eu estou pouco me lixando.

Ele não pode deixar de rir. Havia uma coisa que obviamente não tinha mudado desde a época da escola: ainda tinha a si mesma em um alto conceito.

— Eu vou fazer o possível para não me apaixonar por você, está bem?

— Bem, você pode tentar — disse ela, balançando a cabeça —, mas não tenha muitas esperanças. Eu sou muito apaixonável. — Ela dedilhava a parte superior da blusa, tentando mantê-la fechada sobre o decote sem os botões. — Puta merda, eu vou ter que ir para casa me trocar.

a seguiu até a porta, perguntando-se qual era a maneira correta de se despedir de alguém com quem você tinha acabado de fazer sexo no meio da tarde e com quem explicitamente não estava namorando.

No final, todo o esforço para pensar fez sua cabeça doer, e ele decidiu seguir o instinto. Antes que ela pudesse girar a maçaneta da porta, agarrou-a pela cintura e puxou-a contra si, tomando sua boca em um beijo lento e profundo. derreteu contra ele, suas mãos subindo para se enfiar nos cabelos da nuca dele.

gemeu em sua boca, e quando ele começou a se afastar, ela até choramingou.

Quando ele a soltou, ela recuou, os olhos vidrados e atordoados, uma mão contra os lábios.

— Ah, cara — disse ela, um pouco sem fôlego. — Você já está fodido, . Você vai definitivamente se apaixonar por mim.

— Eu vou? — ele perguntou, dando outro passo na direção dela. Só mais um beijo.

— Sim — ela disse com a voz trêmula, a mão ainda pressionando os próprios lábios. — Já estou até vendo. Eu tenho... Tenho que ir.

Ela tateou cegamente atrás de si e girou a maçaneta, tropeçando para trás porta afora.

foi para o corredor e assistiu enquanto ela se apressava para longe dele mais uma vez. Mas desta vez, ela se virou e olhou para trás.

 

~The End~


*Pavloviana: relativo às ideias do fisiologista russo Ivan Petrovitch Pavlov, nesse caso se refletindo ao Reflexo Condicionado.


N/A: Essa foi de longe a coisa mais ousada que já escrevi na minha vida! Estranhei muito a princípio, mas acabei gostando do resultado.
A dinâmica da relação deles foi inspirada por outra fic aqui do blog, Conquest.
Espero que vocês gostem! ^^


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