ONE MONTH IN EGYPT
por Nicki Snows
"Vou dar um conselho, se forem prudentes, deem ouvidos: nunca levem um Amuleto para o Egito! Mesmo que não seja egípcio, é Amuleto e eles consideram como divindade. Mas, se ainda assim quiserem levar, cuidado! O que vocês acham que será proteção ou sorte, poderá se tornar maldição e azar... Estarão dispostos a enfrentar a ira dos deuses?"
Gênero: Aventura
Dimensão: Oneshot
Classificação: Livre
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Capítulo Único
SUSTINLOG é uma empresa de alimentos multinacional, na qual eu trabalho como profissional de logística. A empresa foca em sustentabilidade na logística, visando reduzir custos e melhorar a vida dos clientes, utilizando tecnologias e recursos naturais.
Estava respondendo um e-mail importante, quando uma das assessoras anunciou que meu chefe exigia minha presença em sua sala, fui correndo.
Chegando a sua sala, bati de leve na porta.
— Entre logo!
— Com licença.
— Por favor, se sente. — me acomodei na cadeira. — É o seguinte, você sabe que a empresa tem um foco muito grande em sustentabilidade.
— Sim.
— Estamos com problemas na filial do Egito e a empresa está deixando a desejar na sustentabilidade. Preciso que você, uma das minhas colaboradoras mais confiáveis, vá para o Egito amanhã e fique à frente de toda e qualquer decisão a ser tomada, em relação à empresa. — engoli o seco.
— Por quanto tempo ficarei lá?
— Acredito que não passará de um mês. — ele disse, indiferente.
— Com todo o respeito, mas o aniversário do meu filho é daqui a duas semanas. Estamos planejando a festa há meses.
— , eu entendo! Mas só consigo pensar em você para resolver esta situação. — respirei fundo.
— Tudo bem.
— Já está tudo reservado para sua viagem e estadia na cidade de Cairo. Uma de nossas assessoras irá com você e te auxiliará em tudo, caso precise de algo, não hesite em pedir a ela. — assenti. — Espero que tenha um bom desempenho e uma boa viagem.
— Darei o meu melhor! Obrigada.
— Gosto disso. — ele ergueu as sobrancelhas. — Por isso faço questão que sua família vá contigo.
— Mas...
— Já está tudo reservado, fique tranquila.
— Obrigada, chefe.
— Só espero que eles não interfiram em seu trabalho.
— Prometo que não. — ele assentiu e eu sorri largamente, e me retirei da sala.
Alguns anos depois que casei, eu e planejamos viajar para o Egito, mas descobrimos minha gravidez e preferimos investir no quarto do bebê. Deixei esse desejo de lado, mas a oportunidade bateu na porta e não pude recusar. Só me sinto mal pelo meu filho. estava tão animado para sua festa.
— , que rostinho triste é esse? — Allyson, perguntou. Ela é uma das assessoras mais antigas da empresa, e provavelmente será ela que irá comigo.
— Irei para o Egito amanhã e devo ficar lá por um mês.
— Que legal!
— É, mas meu filho faz aniversário daqui a duas semanas e estávamos planejando uma festa para ele.
— Sei que é difícil quando temos que recusar coisas importantes pelo trabalho, mas temos que passar por isso. — assenti. — Eu irei com você, vai ser divertido! — ela sorriu, animada.
— Tenho certeza disso! Mas os homens da minha vida também irão. — Allyson arregalou os olhos, me fazendo rir. — Tenho que voltar ao trabalho.
Terminei minhas tarefas do dia e o chefe me liberou mais cedo, precisava me preparar para o dia seguinte.
— ! — Allyson me chamou e deu uma corridinha. — Vai embora mais cedo também?
— Sim, preciso me preparar.
— Quer carona?
— Se não for incomodo. — ela abanou as mãos.
— Claro que não. Imagina! — entramos no carro.
Durante todo o caminho conversamos sobre nossa viagem. Estávamos mais empolgadas a cada minuto, mas ainda pensava no meu filho.
— É aqui. — ela estacionou. — Obrigada, Allyson.
— Disponha. — sorrimos. — Até amanhã.
— Até. — Allyson seguiu seu caminho
Abri o portão e meu cachorrinho já correu em minha direção, o peguei.
— Sentiu minha falta, pequeno? — Bobby latiu, me fazendo rir. — Também senti sua falta!
Coloquei Bobby no chão e o bichinho foi correndo e latindo pelo quintal. Adentrei a casa e fui direto para o meu quarto. Pendurei minha bolsa no suporte do armário e tirei minhas sandálias, sentindo o alívio. Ouvi um barulho na porta e me virei.
— Como foi seu dia, linda? — adentrou o quarto e me beijou.
— Então, hoje meu chefe conversou comigo. Amanhã eu viajo para o Egito.
— O quê? Como assim? Por que tão rápido? E por que você?
— A filial do Egito está com problemas e meu chefe me deixou encarregada de dar conta disso, preciso ir! — bufou. Você e também poderão ir.
— Como assim?
— O chefe gosta quando seus colaboradores estão sempre “às ordens”. Pela minha dedicação, liberou vocês.
— Por quanto tempo ficaremos lá?
— Um mês.
— E quanto à festa do ? — me encarou e respirei fundo.
— Tenho que conversar com ele. — ouvimos o barulho da campainha e sabíamos que era chegando da escola. Olhei para com as sobrancelhas arqueadas e ele deu de ombros, balançando a cabeça.
— Mamãe! — pulou no meu colo.
— Oi, meu amor. Como foi o último dia de aula?
— Muito legal! Eu vou sentir falta da tia e dos meus amiguinhos. — ele disse, triste.
— Vai passar rapidinho, filho. — disse , enquanto bagunçava o cabelo de .
— Bebê, precisamos te contar uma coisa. — sentamos na cama.
— Boa sorte! — já ia saindo do quarto.
— ! — dei um gritinho e ele voltou, rindo. — Palhaço!
— O papai é palhaço? Eu gosto de palhaços! — perguntou, nos arrancando altas gargalhadas.
— Não, filho. Não sou palhaço, mas é uma boa ideia! — ergui as sobrancelhas e deu uma piscadela. — Então, o que eu e a mamãe estamos querendo contar é que...
— Amanhã nós viajaremos. — eu disse de uma vez.
— Que legal! — disse, animado. — Vamos viajar para fazer minha festa?
— Na verdade, eu irei a trabalho, filho. Mas você ficará com o papai.
— E vamos nos divertir muito! — disse, empolgado.
— Então, não vou ter festa? — neguei com a cabeça e fez biquinho.
— Me desculpe, bebê. — beijei sua bochecha e o apertei num abraço. — Prometo que no próximo ano, eu e o papai faremos uma festa incrível para você.
— Tá bom.
— Agora você precisa de um banho. — pegou no meu colo e o levou para seu quarto.
Meu coração estava apertado por , mas precisava fazer essa viagem!
Tomei um banho relaxante e logo segui para a cozinha, começando a preparar o jantar. estava na sala assistindo desenho com e fiquei os observando, enquanto a comida estava no forno.
Em menos de 10 minutos, preparei a mesa e os chamei.
— Amor, hoje você se superou. Está uma delícia! — disse com a boca cheia, me fazendo rir.
— Seu porco! — riu. — E você, filho? Não gostou?
— Tá gostoso.
— Fico feliz em saber. — ele sorriu para mim.
— Que horas sairemos amanhã? — perguntou.
— Às 08:30h.
— Não acha muito cedo?
— Para um professor que dá aula no turno da manhã, 07:00h é cedo, ?
— É diferente. Iremos apenas viajar.
— Esqueceu que ainda iremos para Londres e de lá para Cairo?
— É verdade. Então está num bom horário.
— Tô com sono. — disse.
— Leve ele para a cama e pode deixar que eu arrumo tudo aqui. — disse , enquanto levantava e o encarei. — O que foi?
— Sério que você vai limpar a mesa e lavar toda louça?
— Não fale como se eu nunca tivesse feito isso, ok!?
— Tá bom, então. — levantei , que estava sonolento. — Não reclamaria se fizesse sempre.
— Abusada! — eu ri e fui para o quarto de .
Acendi a luz e levei para escovar os dentes, ele já faz isso tão bem. Meu bebê está crescendo rápido demais!
—Terminei. — o ajudei a descer do banquinho e o levei para a cama. Desliguei a luz do abajur. — Fica aqui comigo, mamãe?
— Claro, meu amor. — beijei sua testa.
Fiquei acariciando seu cabelo, até ele pegar no sono. Dei mais um beijo na testa do meu anjinho e fui para o meu quarto, já estava deitado.
— Pode ir levantando para me ajudar a preparar as malas. — acendi a luz e ele reclamou.
— , dá um tempo!
— Não. Pegue as malas, por favor. — ele levantou, bufando e eu joguei as roupas na cama. — Escolha as roupas que vai querer usar, eu vou pegar as coisas de .
— Sabe como é o clima lá?
— Pesquisei um pouco no trabalho, acho que o clima é fresco nessa época.
— Entendi. Vou levar roupas frescas, mas também roupas mais grossas. — assenti. — É bom prevenir.
— Com certeza!
Viramos a noite aprontando as malas e depois disso, caiu na cama. Aproveitei as horinhas que eu ainda tinha para dormir também.
Acordei no susto, quando ouvi o som do despertador às 07:00h. Levantei-me devagar e dei um pulinho da cama.
— Amor, pode fazer o café da manhã enquanto eu arrumo o ? — perguntei, enquanto acariciava seu rosto.
— Tudo bem. — se levantou. — Só espere eu tomar um banho, ok?
— Obrigada. — o mandei um beijo no ar e fui para o quarto de .
Abri a porta devagar e me aproximei da cama, acariciei seus cabelos e ele se virou para mim, resmungando.
— Eu quero dormir mais.
— Eu sei, mas precisamos sair cedo hoje. — ele fez uma carinha de bravo e eu ri. — Agora, levante-se e vá para o banho.
— Que saco! — ele correu para o banheiro.
— O que você disse, ?
— Nada.
— Cuidado para não ficar de castigo, hein!
Peguei tudo que ele precisaria e deixei em cima da cama. saiu do banheiro e o aprontei o mais rápido que pude.
— Vá para a cozinha, seu pai está fazendo o café da manhã. — ele assentiu e eu corri para o meu quarto.
Tomei um banho rápido e saí do banheiro enrolada na toalha. Olhei para o relógio no criado-mudo, 07:35h. Estava procurando minhas roupas que eu tinha deixado penduradas no cabide, mas não encontrei.
— O café já... Uau! — entrou no quarto e ficou me observando.
— Viu minhas roupas? Estavam no cabide.
— Coloquei na mala.
— ! Eu as pendurei, justamente porque estavam passadas. — o olhei indignada e ele riu.
— Se você não fosse tão engraçada quando está brava, seria bem sexy.
— Saia daqui! — joguei meu travesseiro nele e tranquei a porta.
Escolhi outra roupa e me vesti, fiz uma maquiagem bem leve e soltei o cabelo, o jogando de um lado para outro, só para deixá-lo com um aspecto “bagunçado”. 07:57h, me olhei no espelho pela última vez, e destranquei a porta.
— , cuidado para não sujar sua roupa! — ele me olhou e assentiu.
— Tome. — me entregou uma caneca. — Vou tomar banho.
— O quê? Você...
— Achei melhor preparar o café primeiro. — ele deu de ombros. — Relaxa, serei rápido.
Terminei de me alimentar e limpei a mesa.
— Estou pronto. — olhei para e fiz que sim com a cabeça. — Pode dizer que estou gato.
— Se isso te fizer pegar todas as malas, meu amor, você está lindo! — ele resmungou e eu ri. Olhei para o relógio da cozinha, 08:20h. — , desligue a TV.
Pedi um táxi pelo telefone, enquanto saia de casa todo atrapalhado com as malas, tranquei a porta principal. Aparentemente, não estávamos esquecendo nada, até eu me lembrar de Bobby.
— Nossa! Quase me esqueci de Bobby!
— O que faremos agora? — perguntou.
— Ele pode ir com a gente? — já se animava.
— Não inventa, filho! — pensei um pouquinho e peguei meu celular. — Mãe, preciso de um favor seu.
— Pode falar, .
— Preciso que você fique com Bobby durante um mês.
— Por que? Você vai viajar?
— Sim, mas a trabalho. e irão comigo.
— Tudo bem. Quando vocês irão?
— Já estamos saindo, mas você pode vir que a chave está no lugar de sempre.
— Ok, filha. Bom trabalho! Mande um beijo para os meninos. Te amo.
— Também te amo, mãe.
— Também te amo, vovó! — disse, espontaneamente, nos fazendo rir.
— Te amo, meu netinho! — ela respondeu no mesmo tom. — Tchau, filha.
— Tchau, mãe.
— É muito amor, hein. — disse, rindo.
— Bobo!
O táxi chegou e nós seguimos para o aeroporto, chegamos pouco antes do avião decolar. Allyson estava, animada como de costume, num dos acentos à minha frente. estava relaxado ao meu lado e não tirava os olhos da janela.
Foram 12h de voo até chegarmos a Londres.
— Allyson, pegaremos outro avião para o Egito agora ou passaremos esta noite aqui em Londres?
— Acho que nós aguentaríamos mais algumas horas de voo, mas e o seu filho? — olhei para dormindo no colo de .
— Ele está dormindo mesmo, melhor pegarmos logo o avião para Cairo, menos despesas para o chefe.
— Por mim, tudo bem. — Allyson sorriu e chamei .
— Vamos seguir para outro voo. — ele assentiu e ajeitou em seu colo. — Quer que eu o segure?
— Não precisa, minha preocupação é com vocês dois. Quero que descansem.
— Meu amor, você também precisa descansar. Está exausto, dá para perceber. — acariciei seu rosto.
— , vamos! — Allyson chamou.
Foram mais 5h de voo direto de Londres para Cairo.
Depois de horas dormindo e recuperando nossas energias, em um dos melhores quartos, eu e Allyson fomos para a filial da SUSTINLOG.
— Vocês devem ser as colaboradoras que viriam da empresa matriz para nos ajudar com a filial. — um homem alto e de bom porte disse.
— Sim, sou e esta é Allyson.
— Sou Rami. É um prazer conhecê-las. — o homem sorriu.
— O prazer é todo me... Nosso. O prazer é nosso. — Allyson se enrolou nas próprias palavras e tive muita dificuldade em segurar o riso.
— Ajudarei vocês em tudo que precisarem aqui na empresa.
— Gratas. — ele assentiu. — O que há de mais grave, no momento?
— O problema com a sustentabilidade. Já fizemos reuniões com os colaboradores da empresa para se conscientizarem e adotarem os hábitos sustentáveis. Entendemos que é tudo novo para eles, mas não estamos tendo colaboração para a melhoria da empresa.
— É só este problema? — perguntei.
— Sim. Vocês vieram mais para ver o problema de perto e nos ajudar.
— Bom, precisamos de mais uma reunião, pode ser?
— Convocarei os colaboradores agora mesmo, mas volto logo. Por favor, fiquem à vontade.
— Obrigada. — dissemos em uníssono. Rami se afastou, mas Allyson continuava observando o homem. — Já pode parar de babar.
— Que homem charmoso!
— Concordo, mas você precisa se controlar. — ela assentiu. — Aqui na empresa somos apenas colegas de trabalho, fora daqui você pode esperar, porque ele vai pedir o seu número.
— Duvido! Um homem daquele já deve ter alguém. — balancei a cabeça e Allyson fez biquinho.
Esperamos Rami por alguns minutinhos e voltou com uma expressão de preocupação.
— Aconteceu algo, Rami? — perguntei.
— Acabei de saber que os colaboradores não vieram trabalhar. — Allyson arregalou seus olhos e eu engoli o seco.
— Isso é caso de demissão. — eu disse.
— Estávamos tentando tomar providências sem chegar a esse ponto, mas eles não estão nos dando escolha.
— Precisamos mesmo fazer uma reunião e informá-los sobre as punições que terão se continuarem trabalhando dessa forma.
— Isso quando trabalham, porque muitos já haviam começado a greve.
— Por que ainda não os demitiram?
— Aqui no Egito não têm muitas pessoas dispostas a trabalhar nessa área e eles sabem disso. Esse é um dos motivos para acharem que podem cometer esse ato de irresponsabilidade.
— Acho que precisamos dar a eles liberdade para expor suas opiniões. — Allyson se pronunciou. — Algo não está os agradando como colaboradores, então por que não ouvir o lado deles?
— Eu gostei da ideia. — Rami disse.
— Então é isso, faremos uma reunião assim que eles retornarem. — Rami assentiu.
— Não querem conhecer a empresa?
— Seria um prazer, mas acho que não conseguiremos conhecer todo o espaço hoje.
— Vocês terão um mês para isso. Sem problemas!
Passamos a manhã conhecendo parte da empresa. À tarde voltamos ao hotel para descansarmos mais.
— Hey, Sleeping Beauty! — ouvi a voz de . — Você precisa se alimentar.
— São que horas?
— 22:21h. — espreguicei-me e fui levantando devagar. — já está dormindo?
— Sim. Passou a tarde me falando que quer ver as múmias, tomou banho, comeu algumas frutas e voltou a dormir.
— E você? Só descansou quando chegamos? — ele assentiu. — Meu amor, você precisa repor suas energias.
— Eu estou me sentindo bem, só sonolento. — ele coçou a cabeça. — Vou tomar uma ducha.
Pedi o prato Fool para a recepcionista e não demorou a chegar. Logo eu estava jantando.
Voltei para o quarto e já estava jogado na cama, peguei meu notebook e fiz o relatório do primeiro dia na empresa e enviei para o chefe. Depois fiquei pesquisando mais sobre o país e os pontos turísticos, até pegar no sono, novamente.
Passadas três semanas desde que chegamos ao Egito, meu filho estava fazendo 4 anos. Como presente, levamos ao Museu Egípcio.
— Mamãe, olha só àquela múmia! — apontou. — Muito feia.
— Sua mãe acorda pior que isso. — disse, enquanto se afastava com para olhar as múmias de perto.
Meu sangue ferveu e juro que se estivéssemos a sós, voaria no pescoço dele!
Passamos o resto da tarde no Museu Egípcio.
— Quero ver o faraó. — pediu.
— São vários. — disse e sorriu, largamente. — Vamos para o Salão das Múmias Reais.
O lugar era abafado demais, porém fascinante!
— Mamãe, tô com sede. — peguei a garrafinha de água e quando me virei ele havia desaparecido.
— Você viu ? — me aproximei de .
— Não, eu achei que ele estivesse contigo.
— Estava, mas quando me virei para entregar a garrafinha de água ele desapareceu. — franziu o cenho e eu respirei fundo.
— Vou procurá-lo na biblioteca e você no jardim. — eu assenti e nos dividimos.
Fui o mais rápido que pude até o jardim e chamava por a cada dez segundos. Passei pela estátua de Osiris e Isis, pelo obelisco, pelo mausoléu de Auguste Mariette, mas nem sinal de . Resolvi ir atrás de na biblioteca e quando estava chegando, ouvi o choro de .
— Filho! — o chamei, mas não tive resposta. Entrei em uma sala antiga e empoeirada. — !
Senti uma mão tampar minha boca, comecei a me debater.
— Calma! Sou eu, . Vou te soltar agora, mas você tem que me prometer que não fará barulho. — assenti.
— O que está acontecendo, ? — perguntei chorosa.
— Eu sei que vai parecer loucura, mas foi levado por uma múmia. — franzi o cenho, comecei a rir. — , estou falando sério!
— Não brinque com essas coisas.
— Não estou brincando! — ele disse com firmeza.
— Você está me assustando.
— Precisamos de ajuda! Não sei se têm mais dessas múmias andantes por aqui.
Ouvimos um estrondo e me puxou para trás de uma mesa. Vimos uma múmia andando em direção às pinturas, na parede de frente para nós.
— Que droga é isso? Meu Deus! — a criatura ouviu minha voz e se virou. Olhei para com os olhos arregalados e ele fez sinal de silêncio.
A múmia saiu da sala, como se estivesse tentando gritar e isso foi apavorante!
— . — ele me encarou. — Não acredito que isso está acontecendo!
— Quer saber a pior parte? — engoli o seco. — Agora tenho certeza que têm mais dessas criaturas.
— Por que levaram ? — hesitou em responder. — O que farão com ele?
— Não pense nisso agora, ok?
— Como não pensar? Estão com nosso filho e nem sabemos o porquê.
— , não temos tempo a perder. Precisamos sair daqui e procurar ajuda, imediatamente!
se levantou e foi à minha frente, saímos da sala e corremos pelo corredor, chegando rapidamente à porta de entrada do Museu. Trancada.
— Só pode ser pegadinha! — socou a parede, com raiva. — Por que logo ? Era para este dia ser divertido, é o aniversario dele.
— Amor, eu sei que isso não é justo, mas procure se acalm... — não pude terminar porque duas múmias nos viram e tivemos que correr. — Para onde iremos?
— Para trás da coluna. — nos encostamos em colunas diferentes e foi quem ficou mais distante.
Senti um incômodo em minha perna, mas tinha a certeza que se eu movesse um dedo, aquelas criaturas viriam em minha direção, então me concentrei apenas em ficar calma. As múmias ficaram cada vez mais próximas de nós, pois ouvia as respirações fundas, perfeitamente e o incômodo na minha perna continuava, como uma coceira. Tentei bater com o pé no chão, levemente numa tentativa de aliviar a coceira, mas meu celular tocou bem na hora.
— Merda! — disse e me puxou. — Atenda antes que os outros ouçam e venham atrás de nós.
— , onde você está? Eu e Rami estamos te esperando há 40 min...
— Allyson, por favor, me escute! — a interrompi. — Estou no Museu Egípcio e as múmias estão revivendo e está com elas. Preciso de ajuda!
— O quê? — ouvi Rami pedindo a Allyson para falar. — , vá para um local com iluminação ou ponha a vista delas tudo que seja claro demais, múmias são sensíveis à claridade. Estamos indo para aí agora mesmo!
— Precisamos de luz para afastar essas criaturas de nós. — disse, já sem fôlego.
Corremos para uma sala iluminada por uma luz de emergência de LED e trancamos a porta.
— Acha que ainda estão atrás de nós? — perguntei num sussurro.
— Com certeza, mas não entrariam aqui. — se sentou no chão, com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos na cabeça. — Isso é surreal!
— Bem que eu gostaria que fosse! — me sentei ao seu lado. — Rami e Allyson estão a caminho.
— Ótimo! Ele deve saber lidar com essas múmias. — deitei minha cabeça no ombro de .
— Acha que nosso filho ainda está vivo? — não consegui conter as lágrimas.
— Nós o encontraremos com vida! — disse , confiante.
— Não suportaria perdê-lo. — eu disse, chorosa.
— No dia em que noivamos, tive uma conversa com seu pai e prometi a ele que cuidaria de você. Depois nos casamos e passados alguns anos, chegou . No dia em que ele nasceu, prometi a mim mesmo que cuidaria de vocês. — levantei meu rosto para olhar . — E eu farei isso até o fim dos meus dias!
— Tenho certeza disso! — disse, sincera.
— Não acha que eu falhei?
— Claro que não, meu amor. A culpa não foi sua. — ele acariciou meu rosto e eu o beijei.
Fomos interrompidos pelo barulho na porta e foi abrir. Rami e Allyson adentraram.
— ! — Allyson me abraçou. — Fique tranquila, vamos buscar !
— Obrigada.
— Então, Rami... Você mora aqui no Egito, deve saber como lidar com essas criaturas. — disse .
— Na verdade, tudo que sei é pelo que ouço.
— O que você sabe? — perguntei.
— Quando a noite se aproxima, todas as múmias do museu acordam.
— Isso acontece com frequência? — Allyson perguntou.
— Sempre que a noite chega trazendo o frio.
— E por que levaram ?
— Não faço ideia!
— Por que só nós ficamos presos aqui?
— Provavelmente, vocês ultrapassaram o tempo limite. Não se pode ficar aqui quando a noite se aproxima, as portas são trancadas automaticamente.
— Não há guardas noturnos? — perguntou.
— Quem se atreveria a ficar aqui durante a noite? Não quero os assustar, mas precisamos nos preparar para tudo. Pelo que sei as múmias faraós ordenam que seus soldados não deixem os humanos se aproximar deles, e quem se atreve a fazer isso, eles matam com uma espada cravada no peito.
— Corro qualquer risco pelo meu filho! — disse, me olhando.
— Eu também!
— E eu vou com vocês porque não poderia ficar de braços cruzados sabendo que precisam da minha ajuda. — Allyson disse, solidária.
— Obrigada.
— Faço das palavras de Allyson as minhas. — Rami disse.
— Obrigado, irmão. — agradeceu.
— Agora vamos!
Saímos da sala iluminada, andando devagar para não chamar a atenção das múmias. Passando pelo corredor ouvimos alguns gemidos.
— Isso é mais assustador do que eu pensava! — Allyson disse alto e na mesma hora vimos algumas criaturas correr, provavelmente procurando pelo dono da voz. — E esses bichos são mais feios do que eu imaginava!
— Allyson, faça silêncio! — Rami pediu, mas já tinham nos visto.
Voltamos correndo para o Salão das Múmias Reais e tivemos uma surpresa. estava pendurado pelos braços e pernas, com uma das múmias apontando uma flecha para ele, gelei quando o vi assim. As múmias nos encurralaram e uma delas ordenou que as outras nos atacasse.
— Mamãe! — me chamou e eu tentei correr até ele, mas me segurou.
— Soltem o meu filho!
— Quem você pensa que é para falar assim com o rei do Egito? — uma das múmias perguntou.
— Não dê atenção a estes estrangeiros, soberano. — outra múmia disse e acariciou o rosto do suposto rei.
— Tem razão, minha rainha.
— Com licença, poderíamos saber por que pegaram a criança? — Rami tentou se aproximar do rei, mas os guardas o impediu.
— Ele estava com o Amuleto Cruz Ankh, isto é uma afronta aos nossos deuses!
— Mas ele é só uma criança, não merece a morte por algo tão banal! — disse, indignado.
— Roubar um Amuleto do faraó é algo banal?
— Você já morreu! De que importa? — Allyson disse a verdade que não deveria ser dita.
— Como ousas falar dessa forma com o rei, estrangeira? — faraó estava possesso.
— Perdão, senhor. Ela não quis faltar com respeito! — Rami tentava reverter a situação. — Não queremos perturbar os soberanos, só viemos buscar a criança.
— A criança merece ser punida pela afronta aos deuses!
— Não tiro sua razão, meu senhor. Mas os pais dele já estão se encarregando de castigá-lo.
— O que você acha minha rainha?
— Deixe-o ir. Não queremos que mais desgraças caiam sobre o Egito. — a múmia rainha disse, enquanto nos observava.
— Pois bem, podem levá-lo! — as múmias da guarda soltaram , que correu até meus braços. — Agora saiam daqui e não nos incomode mais!
— Obrigado, soberano. — Rami se curvou e faraó apenas balançou a mão.
Saímos rápido do Salão das Múmias Reais e já perto da porta de entrada, umas múmias vieram atrás de nós. Rami nos mandou parar.
— O que desejam?
— O senhor do alto e do baixo Egito mudou de ideia e quer vocês perante ele agora!
— Pode avisá-lo que não iremos. Ele não manda em mais nada! — Allyson estava visivelmente irritada.
— Peguem eles! — uma das múmias ordenou e nos puxaram pelo braço. Só nos largaram quando ficamos frente ao faraó.
— Vocês estão muito inquietos. Quero que fiquem presos durante um tempo!
— Por que? O que fizemos de errado?
— Porque eu sou o rei e decidi assim!
— Um rei não pode voltar atrás nas suas decisões. — disse.
— Cale-se!
— Você é muito abusado mesmo, hein!
— Allyson! — Rami a chamou, mas ela o ignorou.
— Quer abusar do poder, que nem tem mais, para nos prender. Que absurdo!
— Por favor, não diga mais nada, Allyson! — pedi.
— Falo mesmo e, têm mais... — ela continuou provocando o rei.
— Quando eu contar até três, nós correremos. Se preparem! — Rami sussurrou e pegou no colo. — 1...
— Quero ver continuar com essa prepotência quando eu te der um peteleco e você virar pó.
— 2...
— Chega! — faraó se enfureceu. — Guardas, matem-nos!
— 3!
Corremos para a porta de entrada, mas uma das múmias puxou Allyson, fazendo-a cair. Rami a ajudou e conseguimos chegar à porta, mas lembramos-nos que estava trancada. protegeu e se jogou contra a porta, abrindo-a. As múmias pararam de nos seguir, pois a claridade das luzes os afastou.
— Acabou! — eu disse, aliviada e olhei para . — Filho, está tudo bem?
— Sim.
— Como conseguiu aquele Amuleto?
— Arranquei do pescoço de uma das múmias.
— Não pode fazer isso! Os deuses se iram e amaldiçoam não só , mas toda sua descendência. — Rami disse, um tanto alterado.
— Que horror!
— Desculpe ter feito você passar por isso, filho. — disse, enquanto abraçava . — Só queria que você tivesse um aniversário legal.
— Mas eu gostei. — disse, sorridente.
— Sério? — Allyson perguntou. — Eu estou apavorada até agora.
— Não pareceu! Pensei até que assistiria uma luta de MMA com você e o faraó. — disse, nos fazendo rir.
— Eu o finalizaria nos primeiros segundos! — ela ergueu as sobrancelhas.
— Tá ok, Ronda Rousey. — Rami disse e Allyson mandou beijo no ar.
— As múmias são engraçadas. Tem umas que andam igual o curupira. — disse , nos arrancando altas gargalhadas.
— Você é muito corajoso, ! — Rami disse e ele fez sinal de joinha.
— Eu sei! Meu pai sempre me diz isso.
— Ele é muito fofo! Vou roubá-lo para mim. — Allyson apertou as bochechas de .
— Depois de hoje, nem brinque assim! — eu disse, fazendo todos rirem.
— Vamos para casa? — perguntou para e ele assentiu. — Muito obrigado, irmão.
— Não precisa agradecer, eu jamais negaria ajuda a vocês! — Rami apertou a mão de .
— Allyson, obrigada mesmo. — a abracei.
— Conte comigo sempre! — ela disse, animada como de costume. — Nos vemos amanhã na empresa.
— Se não quiser ir n...
— De jeito nenhum! Eu vou, sim. Depois de tudo o que aconteceu, eu só quero deixar o Egito o mais rápido que eu puder.
— O quê? Não iremos ver a Pirâmide de Djoser? Pirâmides de Gizé? O Rio Nilo? Mukhtar Museu? Al-Azhar Park?
— Sinceramente, não estou mais com tanta vontade de visitar outros lugares.
— Se quiser, eu te acompanho nessas visitas. Lá na empresa eu pego o seu número. — Rami se ofereceu e Allyson sorriu largamente. — Agora preciso ir.
— É impressão minha ou está rolando um clima entre vocês?
— É impressão sua! — Allyson disse, me fazendo rir.
Pegamos um táxi e rapidamente chegamos ao hotel.
— Mais uma vez, muito obrigada.
— Não precisa agradecer, ! — sorri. — Vou aproveitar as horas que ainda tenho para dormir, nos vemos mais tarde.
Allyson foi para o seu quarto e adentramos o nosso. colocou , que já estava dormindo, na cama e se aproximou de mim.
— Ainda estou muito impressionado com tudo que aconteceu! — ele respirou fundo. — Mas que bom que já passou.
— Sim. — sorri e ele me fitou. — O que foi?
— Nada. — ergui minhas sobrancelhas e ele continuou me fitando. — , você é tão linda!
— Ah, não começa.
— Eu sei que você fica envergonhada, sempre ficou. — assenti. — Mas me deixe olhar para este rosto lindo.
— ! — tentei me afastar, mas ele puxou-me e não sei por qual motivo, comecei a rir. — Meu amor, precisamos ir dormir.
— Jamais me cansarei de te olhar! — me observava e acariciava meu rosto.
— E eu jamais me cansarei de te amar! — ele sorriu e eu mordi meu lábio inferior. se aproximou mais, acabando com o mínimo de espaço entre nossos corpos e me beijou, intensamente. — Te amo.
— Também te amo. Demais! — ele disse e selei nossos lábios.
— Não quero ser “estraga-prazer”, mas ainda tenho que trabalhar hoje. — bufou. — faz essa mesma carinha de bravo quando fica de castigo.
— É assim que me sinto neste momento.
se jogou na cama e eu tomei um banho rápido, logo me deitei.
Algumas horas depois, eu já estava na empresa com Allyson. Os colaboradores resolveram ir trabalhar e nós havíamos os convocado para a reunião.
— Antes de qualquer coisa, quero deixar bem claro que estamos fazendo esta reunião para expor os pensamentos de todos. Mas, por favor, sem ofensas, constrangimentos ou algo do tipo. — todos assentiram. — Como vocês sabem, eu e minha assessora somos da empresa matriz. Viemos para tentar solucionar o problema, que já percebemos ser por falta de comunicação entre vocês. Alguém discorda? — um dos homens levantou a mão. — Diga.
— Esses caras mudaram todo o funcionamento da empresa que trabalhamos há anos e querem que nos adaptemos de uma hora para outra.
— Tentamos ter um diálogo com vocês, mas o senhor foi o primeiro a se manifestar, dizendo que não aceitaria trabalhar dessa forma. — foi a vez de Rami falar e o homem ficou balançando a cabeça, em negação. — Nossa tentativa de diálogo não foi apenas uma vez, e o senhor sabe disso!
— Não estou recebendo para ouvir essas babaquices! — o homem já ia saindo.
— Também não recebe para ficar organizando greves sem motivo justo. — eu disse. — Quase perderam o emprego!
— Com todo respeito, dona, mas você não estava aqui para saber o motivo da nossa greve. — outro colaborador se manifestou. — E por lei, temos o direito de greve por aquilo que nós defendemos.
— Na verdade, eu já estava aqui, sim. E não use a lei para se favorecer! — ele franziu o cenho. — Vocês só não vieram trabalhar porque acham que nunca serão substituídos.
— Quem trabalharia aqui? Não achariam funcionários como nós! — o homem rebateu.
— Conheço muitas pessoas que adorariam vir trabalhar no Egito, é só dar à eles a oportunidade. — eles se calaram. — Não estou aqui para criticá-los, mas precisamos esclarecer as coisas.
— Concordo plenamente! — Rami disse. — Mudamos nossa forma de trabalho aqui da empresa e vocês precisam se conformar com isso! Sabemos que vocês ainda não se adaptaram, mas toda mudança leva tempo. Não estamos obrigando vocês a mudar de repente, temos profissionais que os auxiliaram em tudo, para o aprendizado de vocês. — parecia mesmo que eles estavam aceitando tudo que Rami falava. — Só precisam colaborar com a gente, assim o trabalho de vocês será menos cansativo e mais produtivo, além de alimentar a sustentabilidade da SUSTINLOG.
— Sendo assim, estamos dispostos a colaborar com a empresa. — o mais revoltado, disse.
— Mais alguém quer falar? — perguntei, mas ninguém respondeu. — Então é isso. Espero que vocês tenham muito sucesso nessa nova forma de trabalho e que o relacionamento entre vocês melhore daqui para frente. Reunião encerrada.
— , isso foi ótimo! — Allyson disse.
— Anotou tudo? Precisamos mandar o relatório para o chefe.
— Sim, sem tirar uma vírgula. Está tudo exatamente como foi falado!
— Ótimo! — Rami se aproximou.
— Excelente trabalho, !
— Devo dizer o mesmo para você, meu caro. — ele sorriu. — Passarei duas semanas que ainda tenho aqui em Cairo observando as mudanças e como eles estão se saindo.
As duas semanas restantes se passaram e tudo estava indo bem na empresa. Os colaboradores estavam se adaptando às mudanças e o relacionamento deles com seus superiores não poderia estar melhor. Cumpri meu trabalho, me dedicando ao máximo, foi um desafio gigante para mim, mas já estava na hora de voltar para casa.
— , já está pronto?
— Sim. — ele saiu do banheiro e pegou as malas.
— E você, ? Também está pronto? — ele assentiu. — Então vamos!
Ajudei com as malas e conseguimos sair do quarto. Vi Allyson vindo da piscina, tomando sorvete.
— Por que ainda não está arrumada?
— Não voltarei, .
— Está brincando!
— Não, falo sério! Vou ficar aqui com Rami.
— Allyson, Rami é um cara muito legal, mas você só o conhece há um mês.
— Sei que está tentando me proteger.
— Claro, voc...
— Mas já está decidido! — eu assenti. — Vou ficar.
— Tudo bem. — a abracei. — Juízo, hein! Mande meu abraço a Rami.
— Pode deixar!
Despedimo-nos de alguns hóspedes conhecidos, dos colaboradores do lugar e seguimos para o aeroporto. Foram 5h de voo direto de Cairo para Londres e depois mais 12h de Londres ao nosso destino final.
— Depois dessa viagem, eu aguento qualquer outra! — disse, com dormindo em seu colo. — Que menino dorminhoco!
— Seu filho, querido. — nós rimos.
Eram 2h da manhã, o tempo já estava abafado, suava horrores e nenhum táxi estava disponível. Liguei para o taxista de sempre e ele veio. 40 minutos depois, estávamos em casa.
— Lar doce lar! — disse, depois de colocar na cama. Veio me abraçar.
— Nada disso agora! Preciso de um banho e depois vou dormir, eu ainda trabalho hoje. — ele fez biquinho e eu selei nossos lábios.
Tomei uma ducha rápida e apaguei.
Acordei às 07:00h, preparei um chocolate bem gelado para eu tomar e liguei para minha mãe.
— Alô?
— Mãe, desculpe ligar a essa hora. Só queria avisar que chegamos hoje pela madrugada.
— E como foi sua viagem? Chegaram bem?
— Foi muito interessante, mas depois te conto com detalhes. E sim, chegamos bem.
— Tudo bem, eu vou aí mais tarde para levar Bobby, ele chorou tanto sentindo falta de vocês.
— Coitadinho! Mas eu já estou saindo para trabalhar.
— vai dar aula hoje?
— Não, ele está de férias.
— Que vida boa! Quase não trabalha e ainda recebe muito bem para isso. Quero ser professora!
— Mãe, não comece, por favor.
— Estou mentindo?
— Assim que eu sair da empresa, vou aí buscar Bobby. Agora preciso ir. Tchau.
Finalizei a chamada e fui para a empresa. Cumprimentei alguns colaboradores que me receberam mais alegres, não entendi porque estavam agindo assim, mas segui até minha sala.
Já estava ligando o computador, organizando as planilhas, planejando as atividades do dia e, fui interrompida por algumas batidas na porta.
— Entre!
— , o chefe quer você na sala dele. — uma das assessoras disse.
— Ok, obrigada. — larguei tudo que estava fazendo e fui para a sala dele. Bati na porta.
— Entre, !
— Chefe, me desculpe. Eu só estava reorganizando minha sala e planejando os trabalhos do dia, para poder te dar todas as informações de uma vez e...
— Você fez um ótimo trabalho na SUSTINLOG de Cairo! — ergui as sobrancelhas. — Conversei com Rami pelo e-mail e ele disse que está tudo indo bem, graças a você.
— Rami me ajudou muito lá na filial.
— Seu trabalho foi tão produtivo em Cairo, que pensei em você ficar trabalhando na filial de lá. — arregalei meus olhos, já me desesperando. — Mas não farei isso. Precisamos de você aqui! E merecidamente, você recebeu uma promoção. Parabéns!
— Nossa! Muito agradecida, chefe. Mesmo! — queria pular de alegria.
— Rami me contou que Allyson não quis voltar. — fiquei o olhando para ver a reação dele. — Gostei da iniciativa. Ela ainda irá nos ajudar bastante.
— Sim. — fiquei feliz em saber que ele não demitiria Allyson.
— Semana que vem estarei indo para o Egito, quero ver de perto como está o andamento da empresa. Não estou duvidando de seu trabalho, mas fiquei curioso para ver como a nova forma de trabalho está acontecendo. — assenti. — Também quero visitar alguns pontos turísticos. Algum para me indicar?
— Eu não pude visitar muitos lugares. É que um deles me traum...
— Ganhei esse Talismã de um amigo egípcio há um tempo, vou fazer dele um cordão. — ele mostrou o objeto e era o Amuleto do Olho de Hórus. — Andarei com ele o tempo todo, quem sabe não me protege. — ele riu. — Era só isso. Parabéns pelo seu ótimo trabalho!
— Obrigada, chefe. Com sua licença. — ele assentiu e eu me levantei. Parei na porta. — Chefe, recomendaria que não fosse com esse Amuleto para o Egito.
— Por que não? Será apenas um cordão, não me mataram por isso. — ele abanou uma das mãos e eu assenti, saindo da sala.
Algumas semanas depois, eu estava na SUSTINLOG, em minha sala, confirmando uma distribuição importantíssima para a empresa, quando meu chefe invadiu minha sala. Ele estava cabelo despenteado, roupas amarrotadas quase rasgadas, e o que mais estranhei, com uma expressão de cansaço e medo. Sempre foi um homem elegante, jamais sairia de casa assim!
— , por favor, me lembre de nunca mais voltar ao Egito com um Talismã pendurado no pescoço, ok? — ele disse, de olhos arregalados e eu assenti, assustada com ele. — Obrigado.
Vou dar um conselho, se forem prudentes, deem ouvidos: nunca levem um Amuleto para o Egito! Mesmo que não seja egípcio, é Amuleto e eles consideram como divindade. Mas, se ainda assim quiserem levar, cuidado! O que vocês acham que será proteção e sorte, poderá se tornar maldição e azar... Estarão dispostos a enfrentar a ira dos deuses?
~The End~
N/A: Bom, essa fic faz parte do 1º desafio do site. Eu nunca havia participado de um e, para mim foi realmente um desafio! Mas gostei muito e espero que vocês também curtam!
Gostou? Então curta e deixe um comentário!
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