Tutorial: Como (não) ter as melhores férias da sua vida
por Nana Leles
Ela havia planejado tudo. Primeiro um lugar. Segundo um roteiro. Terceiro um amor. Não, espera, isso certamente não estava nos planos...
Fanfic para o Desafio Férias!
Gênero: Romance, Comédia
Dimensão: Oneshot
Classificação: PG-17
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Capítulo Único
1. Escolha o lugar dos sonhos
Grécia. Finalmente, depois de logos seis anos trabalhando duro em um dos maiores jornais asiáticos – com sede na Coréia do Sul – tinha suas mais que merecidas férias. Ela que sempre sonhara em conhecer a Europa, começando pelas belíssimas praias gregas, acabara por se instalar do outro lado do mundo. No começou não se importou muito, era um oportunidade de ouro trabalhar como correspondente internacional com um cargo bom dentro de jornais locais na capital sul-coreana, no entanto, com o passar dos anos, o peso do trabalho aumentou sob suas costas e a rotina dos asiáticos era extremamente puxada, quase insalubre se fosse pensar bem. Turnos irregulares era algo comum para uma jornalista, mas passar horas e horas digitando matérias, gravando reportagens seguidas, correndo de um lado para o outro sob o comando de um chefe maluco que ela mal via. Era de tirar o sossego.
Por isso, ela batera o pé e exigira suas férias. Foram concedidos exatos 8 dias ao qual ela planejara meticulosamente. Primeiro escolher o lugar. A Grécia sempre estivera no topo de sua lista de lugares a visitar, podia parecer incomum, mas o sonho da garota era conhecer as praias e a ilha mais badalada do país. Seria assim, então. 7 dias fora, um especialmente para todo o processo de viagem em si, voo, aeroporto, mala, hotel, etc. 6 dias seriam direcionados às duas cidades que conheceria, 3 dias em Atenas e 3 dias em Chora, capital da ilha de Mykonos. O dia que restava de suas férias, ela gastaria em seu pequeno apartamento fazendo absolutamente nada o dia inteiro, só assim ela ganharia forças para enfrentar seu trabalho novamente quando voltasse.
estava empolgada, tanto que convidara todos para o costumeiro “happy hour” no dia anterior de sua viagem. Todos, exceto (claro), seu chefe comparecerem a sua breve despedida.
- Unnie! Você ainda não nos contou para onde vai! – Park Minsu, uma das mais jovens repórteres da empresa, questionou.
- Hm... Não planejava contar, queria fazer uma surpresa quando trouxe os presentes, mas... Vou abrir uma exceção! – respondeu levantando o copo repleto de cerveja. O álcool já começava a fazer efeito. – Vou para a Grécia.
E foi comoção geral. Seus colegas brincavam e se divertiam pedindo-lhe presentes e conversando sobre o pouco que sabiam do país. estava relaxada, tanto que nem percebera quando um dos cinegrafistas comentou baixo com o outro.
- Nosso chefe também está saindo de férias não é mesmo?
Bom, aquilo não importava muito. Ela não veria a cara (estupidamente bonita) dele por 8 dias o que era suficiente para elevar seu humor a quase 100%. Ela deixou o bar ainda empolgada, mas sabia que não podia exagerar, iria enfrentar algumas horas de viagem sentada em uma cadeira e seu medo de altura não contribuía muito. Mas e dai? Era a Grécia e ela não via a hora de chegar.
2. Perca as malas
Ela embarcou tranquilamente, carregando um sorriso no rosto. Foi para a classe econômica do avião porque todo o dinheiro que guardara seria gasto apenas em território grego. já tinha planejado tudo. Sentou-se na poltrona do confortável do avião, perto da janela. Ignorou o próprio medo durante a decolagem, o segundo pior momento da viagem (com certeza o primeiro era o pouso). Assim que sentiu o avião estabilizar no céu, a jornalista se permitiu abrir os olhos e relaxar. Tirou da bagagem de mão seu habitual bloco de anotações, daqueles obrigatórios para todo jornalista, foleou até encontrar a pequena lista de afazeres que tinha escrito.
Desvendar o hotel
Visitar a Acrópole de Atenas
Comprar lembranças
Ir a uma Taverna
Conhecer Mykonos
Ir a uma festa na praia
Beber muito
Dormir mais ainda
Esses eram seus principais objetivos. Tudo o que ela fizesse a mais contaria como lucro. Ansiosa, ela retornou o bloco para bolsa e tirou seu iPod. A música embalou o sono que lhe acompanhara durante, praticamente, toda a viagem. Acordou com as rodas do avião batendo na pista de pouso e se sobressaltou, assustada. Mas logo lhe viera a consciência de que estava na Europa. Mais precisamente, em Atenas. O sorriso em seus lábios era enorme e seu estomago já se contorcia em alegria.
O desembarque sempre demorava, ela pensou. Pegar as malas era ainda mais maçante. Porém, a esteira já estava quase vazia e nada de sua mala roxa com bolinhas brancas aparecer. Ela até pensou se alguém não poderia ter pego por engano, mas ela fora uma das primeiras a chegar, com certeza iria ver aquela estampa de longe. Ela praguejou. Claro que algo tinha que dar errado.
Respirou fundo e contou de 1 até 10 como aprendeu na aula experimental de yoga que fizera semana passada. Ela havia usado aquela técnica mais vezes do o esperado e não sabia se aquilo era bom o ruim. Já mais calma, resolveu procurar alguém do aeroporto. Dirigiu-se a um rapaz – bonito até – em pé perto do balcão de informações.
- Desculpe, mas acho que houve um problema com as minhas malas. – Ela disse em um inglês perfeito. O rapaz assentiu.
- Vou verificar, qual é o número do seu vôo?
- 5442 – Era o número que ela ia dizer, mas a voz a emitir aquele som não tinha nada de parecido com o dela. O que era estranho, já que aquele tom lhe soara extremamente familiar.
Ela congelou.
3. Encontre o seu chefe (que por acaso também perdeu as malas)
Quando olhou para trás sentiu seu coração dar dois pulos. Com tanta gente no mundo, ela tinha que encontrar logo seu chefe na sua viagem a Grécia!?
Quem, diabos, (além dela) ia para a Grécia?
sentiu que sua viagem talvez não podia ser tão boa assim. As coisas o universo estava começando a desordenar e ela sabia muito bem que, segundo a Lei de Murphy, “se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”
- ? – Ele parecia tão surpreso quanto ela. – O que faz aqui?
- Estou de férias, esqueceu? – Ela tentou não parecer aborrecida, apenas tentou. – E você? Não me diga que quer fazer alguma reportagem especial...
- Não! Também estou de férias! – Ele respondeu rindo.
Céus. ria. fez uma nota mental para guardar aquela cena.
- Senhores? – A voz do rapaz grego chamou a atenção e eles interromperam a breve conversa. – Parece que algumas malas ficaram de chegar no próximo voo. Elas devem chegar amanhã de manhã.
- O QUE? – A garota se exaltou atraindo a atenção de boa parte do aeroporto. – Você está me dizendo que vou passar meu primeiro dia na Grécia sem uma troca de roupa?!
- D-Desculpa, Senhora. A companhia está tentando resolver a situação o mais rápido possível...
- Yah, não seja tão ruim, . – disse tocando-lhe o ombro e ela se assustou. Era a primeira vez que ela sentia o tato dele também. Estava ficando estranho. Mas ela não se preocupou.
- Você também vai ficar uma noite sem roupas e tudo mais, chefe . – Ela disse cruzando os braços. – Não está nem um pouco bravo?
Ele abriu um sorriso malicioso. Daqueles que ela nunca havia presenciado habitar aqueles lábios em todos os anos que trabalhara para ele. Era o típico sorriso que faria qualquer uma cair aos pés de , o que já não era muito difícil. Ele se aproximou dois passos dela e colocou a mão em seu ombro abaixando um pouco o torso para alcançar seu ouvido. teve medo das consequências que aquele pequeno gesto podia gerar.
- Não estava nos meus planos usar roupas durante a noite, repórter . – A garota sentiu todos os pelos do corpo se arrepiarem. Ele tinha que ter uma voz tão sexy? – Fique à vontade de se juntar a mim.
E ela congelou.
Aquilo realmente tinha sido uma insinuação sexual?
Céus!
Antes mesmo que ela pudesse processar a informação e elaborar uma resposta digna daquele chefe safado. O homem a deixou virando-se em uma direção qualquer do aeroporto.
4. Descubra que está no mesmo hotel que o seu chefe
Babaca.
Era tudo o que ela conseguia pensar desde o aeroporto. No final das contas, ela havia se resolvido suas pendencias com a companhia aérea e a qualquer momento suas malas seriam entregues no hotel – ao qual ela estava a caminho. Suspirou.
Queria que o problemas com suas malas tivessem povoando sua cabeça e não a imagem mental daquele maldito sorriso de canto juntamente com todos os arrepios que o sussurrar da voz de lhe trouxe. Deus! O que havia de errado com ela? Quer dizer, não era a primeira vez que se sentia atraída pelo chefe, até porque o homem era lindo de morrer, mas ele parecia tão diferente... Quase como se não fosse o que conhecia e aquilo deixava sua cabeça tão confusa.
Parando para pensar...
Ela nunca conhecera . conhecia o chefe , coordenador do setor de jornalismo e filho do dono do jornal em que trabalhava. Conhecia o profissional, o homem engravatado, sério, rico e poderoso. No aeroporto ele não parecia nada sério, muito menos profissional, apenas rico mesmo. Pela primeira vez, teve consciência que ele tinha uma vida social e pior, a usava.
Sua linha de pensamento foi cortada quando a van em que estava parou e mais um rapaz abriu a porta anunciando seu hotel. Ela desceu às pressas pegando sua bolsa, a única coisa que tinha e entrou no lugar. Era imenso. Repleto de um luxo ao qual ainda não estava familiarizada. Sorriu satisfeita, finalmente sua viagem à Grécia estava valendo a pena. Correu até o balcão para fazer o check in e logo poderia descansar em seu quarto.
A ideia de passar a noite nua até que lhe parecia agradável agora. Sua mente traíra quis imaginar nu também, em uma cama, talvez a mesma que a dela... balançou a cabeça espantando aqueles pensamentos que já iam longe demais.
- Certo, Srta. , seu apartamento fica no quarto andar. – A simpática atendente disse. – Você teve sorte, fica ao lado da melhor suíte do hotel! Dizem que o hospede de lá é um gato!
- Fico feliz em saber! Estou precisando muito de belas paisagens! – respondeu com uma piscadinha, ela realmente precisava tirar o chefe da cabeça. – Muito obrigada!
- Disponha! Boa estadia!
A moça respondeu e a garota foi até um dos elevadores da recepção. Entrou no cubículo nem tão pequeno – tudo naquele lugar parecia ter o dobro do tamanho normal – e apertou o botão com o número quatro indicado. Esperou a máquina se mover, puxando para cima. Logo as portas se abriram e o que ela viu era a última coisa que ela esperava ver na vida.
- !? – parecia tão surpreso quanto a garota.
- Fala sério! Até o mesmo hotel? – Ela ficou nervosa de imediato, a simples presença dele fazendo seu coração palpitar. – Você é algum tipo de stalker?
Ele riu com ironia.
- Se não reparou, eu cheguei aqui primeiro. Você é a stalker. – Ele se aproximou quase a empurrando de volta para o elevador, mas as portas já estavam fechadas. Mais um pouco e ela já poderia sentir um pouco da pele do rapaz encostando na sua. – Talvez você tenha me procurado para saber sobre a proposta...
trincou os dentes.
- Nem brinque com isso. – Ela replicou. – Não te segui nem nada parecido, coincidências acontecem.
- Eu chamaria isso de destino.
Ela o encarou, desconfiada. A sobrancelha repuxada para cima demonstrava o quanto as palavras dele lhe pareciam imbecis.
- Você não parece ser do tipo que acredita nessas coisas, chefe .
Então ele riu. Uma risada até alta e gostosa. Por alguns segundos, aquele som a fizera sorrir também.
- E qual é o meu tipo Srta. ? – Ele a desafiou. A mão que antes descansava no bolso da calça jeans se permitiu acariciar levemente uma das mechas de cabelo que pediam sobre o rosto da garota, ela tremeu se perdendo nos olhos castanhos e misteriosos que a desvendavam.
- Eu não sei. – Ela respondeu insegura, desviando o olhar. – Talvez o tipo que trace o próprio destino.
Ele ficou em silêncio e ela podia sentir a respiração dele próxima ao seu rosto.
- Está enganada. – Ele sorriu de canto, igual no aeroporto e mais uma vez a garota sentiu suas pernas tremerem. – Mas gostei da sua resposta e estou muito tentado a fazer esse destino acontecer.
- O que quer dizer com isso, chefe ? – Ela perguntou quando ele se afastou para chamar o elevador novamente.
- Entenda como quiser. – Ele deu de ombros e colocou as mãos no bolso da calça jeans. – E me chame de , estamos de férias, aqui eu não sou seu chefe. Até mais .
O nome dela nunca soara tão doce.
5. Recupere suas coisas e tente relaxar por alguns dias (só tente mesmo)
Ela acordou com o barulho absurdamente irritante do telefone. Demorou um tempo para se esgueirar para fora e atender o aparelho que não a deixava em paz nem nas suas malditas férias. A voz saiu sonolenta, mas a outra pessoa não podia esperar outra coisa.
- Srta. ? Aqui é da recepção, suas malas acabaram de chegar, posso mandar entrega-los nos seu quarto.
Ela quase pulou da cama. Sorridente, ela disse que poderiam lhe entregar, agradeceu antes de desligar o telefone e se arrumou em tempo recorde. As malas chegaram rapidamente e pela primeira vez que pisara em Atenas sentia que estava de férias. Para comemorar, escolheu seu vestido de verão favorito para tomar café e aproveitar o hotel e a cidade.
Finalmente, iria cumprir sua lista. Era o que pensava.
O primeiro passo era desvendar o hotel.
Tudo correra bem até o café da manhã. A comida era farta e a culinária especialmente saborosa. A garota ficou satisfeita com tudo o que comeu. Ao fim da refeição, resolveu andar pelos arredores, conhecer o lugar, era gigantesco, afinal, e sabia que oferecia uma infinidade de serviços aos clientes.
Visitou a academia, o spa (ao qual ela se prometeu uma massagem depois), a área infantil deixando por último a área da piscina. E céus! Que piscina! Aquele lugar era semelhante ao paraíso e agradeceu por ter o privilégio de estar ali uma vez na vida. Resolveu se estabelecer por ali mesmo, escolheu um canto na sombra para se deitar e aproveitar o sol, aproveitou também para tirar o vestido e exibir um dos biquínis que comprara para a ocasião, deitou-se em uma espreguiçadeira e ali ficou.
Não sabia quanto tempo havia passado, mas tinha certeza que não era o suficiente para o sol sumir. Então porque ela não estava sentindo o calor de antes? Gotas molharam o seu pé e ela se sobressaltou abrindo os olhos e sentando-se de supetão. Tudo isso para encontrar a imagem de vestido apenas de um calção de banho, totalmente encharcado e malditamente sexy.
Deus! Mas ele não iria deixa-la em paz nem por um dia sequer?
- Yah! O que está fazendo? – Ela perguntou, assustada. O rapaz riu.
- Desculpe, só pensei em te cumprimentar. – Ele respondeu saindo da frente da garota e sentando-se na cadeira ao lado.
Ela arqueou uma sobrancelha. Mesmo esse novo lado do não parecia ser do tipo que saia cumprimentando as pessoas assim, ainda mais quando elas estão deitadas tentando relaxar.
- Isso não soou muito convincente. – Ela cruzou os braços enquanto ele ria.
- Perceptiva e direta. Gosto disso em você, . – E novamente o simples fato daquela voz dizer seu nome já fazia seus pelos se eriçarem por completo. Mas ela manteve o foco. – Na verdade, queria fazer aquela garota ali largar do meu pé. É uma americana que não para de me perseguir. Quando vi você aqui, não resisti, disse para ela que estava acompanhado.
- Você só pode estar me zoando... – Ela revirou os olhos. – Não estamos em nenhum dos dramas coreanos que você assiste pra brincar de casal falso.
- Não seja assim, vamos lá, me ajude só dessa vez. – Ele insistiu e outro lado de surgiu para , uma espécie de fofura junto com um poder de persuasão que ela não tinha como lutar. Ele parecia o gato do Shrek! – Se você fizer isso te concedo aquela matéria sobre público feminino que me pedia a meses.
- Yah! Isso é golpe baixo! – E ela não pode deixar de rir da expressão travessa que ele fizera. – Ok! Mas nem pense em se aproveitar da situação. Só fique aqui comigo, se ela se aproximar eu resolvo.
- Do jeito que você acaba com a parte divertida as pessoas poderiam pensar que você é a chefe e não eu.
- Eu poderia mandar em você, . – Ela sorriu de canto aconchegando-se novamente em sua espreguiçadeira.
Má escolha de palavras. Ela percebeu assim que soltou a frase e nem quis olhar para o rosto do chefe, pois já havia decorado na sua mente o sorriso que habitava aqueles lábios. Ela também não ajudava, não é mesmo. Sentiu dobrar o corpo e chegar perto demais de seu ouvido, ela arrepiava só de sentir a respiração quente contra sua pele.
- Se for entre quatro paredes, eu não me importaria nem um pouco, .
Ela congelou não pelo que ele disse, mas sim pela enxurrada de pensamentos nada puros que invadiram sua mente. Todas envolvendo o homem ao seu lado. Ele tinha que parar o com essas brincadeiras ou ela acabaria achando que ele realmente poderia querer algo com ela.
Não.
Acima de tudo, tanto quanto eram extremamente profissionais e não permitiriam que algo assim acontecesse. Talvez por isso ele ficasse tão à vontade ao fazer esses comentários de duplo sentindo. Isso porque, de alguma forma, desenvolvera alguma empatia por ela. não queria saber, só queria que aquele dia que mal começou acabasse o mais rápido possível.
(...)
Que menina insistente!
praguejava em todas as línguas que sabia enquanto ria de sua reação. Ela estava frustrada. Não importava se estava presente ou não, a garota dava um jeito de falar com ele ou tocar nele ou fazer qualquer coisa ignorando completamente a existência da jornalista. Ah mas ela não deixaria isso barato! Jamais!
- Da próxima vez que essa menina passar e esbarrar em você eu juro que puxo ela pelos cabelos e afogo na piscina! – Ela xingou arrancando uma risada gostosa do rapaz.
- Não sabia que era tão ciumenta.
Ela não era. Mas competitiva já era outra situação. Não importava mais se eles estavam apenas fingindo estar juntos, ninguém cantava de galo em seu território e aquela garota ia aprender aquilo.
Era hora do jantar no hotel, a estrangeira havia perseguido o casal durante toda a noite ultrapassando todos os limites da paciência já curta de . Era hora de dar o troco. Apesar de não ter ideia do que iria fazer, sabia que no momento que se levantasse daquela mesa, a tal americana aparecia para infernizar a vida de .
- Eu vou ao banheiro, com certeza essa chata virá se sentar com você, mas não a mande embora. Eu mesma quero fazer isso.
apenas riu assentindo, ansioso para o que a jornalista ia fazer.
E tudo aconteceu bem do jeito que pensou.
Quando voltou de sua pequena ida ao banheiro, ela estava lá, sentada na cadeira que lhe pertencia em frente ao homem que, teoricamente, estava lhe acompanhando. Era muita audácia e ela não toleraria. Ajeitou o cabelo e a roupa do melhor jeito que pode e foi em direção à mesa. Assim que a avistou, não conseguiu despregar os olhos dela, nos lábios dele havia aquele mesmo sorriso de sempre e a garota, confusa, olhou para o mesmo ponto que ele. sorriu para a menina e passou por ela arrastando uma cadeira e colocando-a bem ao lado de . Ela se sentou e entrelaçou uma de suas mãos nas dele.
- Quem é essa, amor? – sorria cínica enquanto a outra garota se tingia de constrangimento.
- Essa é Meredith, ela se sentou aqui para conversar um pouco. – Ele entrou no jogo passando um dos braços pela cintura da garota e trazendo para perto.
- Muito prazer, . – A jornalista apenas sorriu e Meredith maneou com a cabeça, sem graça.
- Prazer. – Ela disse, a voz trêmula. – Bom, eu vou me retirar, eu pensei que o senhor estava sozinho e vim lhe fazer companhia.
- De jeito nenhum! – A voz de se elevou um tom assustando os outros dois sentados a mesa. – Jante conosco! Como forma de agradecimento por ser tão gentil com o meu namorado.
- Não! Obrigada. – A garota disse nervosamente já pegando a bolsa para sair dali o mais rápido possível.
- Ora! Porque não? Você ficou dando em cima dele o dia inteiro! Estou te dando uma oportunidade para ficar próxima. – A jornalista disse rindo com maldade.
- Me desculpe! Eu achei que vocês fosse apenas amigos... Eu já vou agora! – E antes que pudesse intimidá-la mais uma vez, Meredith se retirou.
riu com gosto da cena, admirado por ver que não era o tipo de garota que deixava as coisas baratas. Ele gostava disso, de atitude.
- Você é boa. – Ele disse observando-a voltar para o lugar que lhe era de origem.
- Pensei que soubesse disso, . – Ela deu de ombros, sorrindo de lado. – Você é meu chefe, afinal.
- Não costumo ter interesse em conhecer os lados que não sejam profissionais da minha equipe, . – Ele tombou a cabeça para analisar melhor a garota. – Mas você está mudando isso.
- E é bom ou ruim?
Ele suspirou.
- Só você pode me dizer.
Ela não entendeu o que ele quis dizer com aquilo, e nem queria. Já havia cumprido a sua promessa em ajuda-lo. Agora, ela precisava de comer e depois ir para seu quarto descansar de mais um dia louco, afinal, no próximo dia ela faria um tour pela cidade. Eles jantaram como se estivessem em um encontro, conversando e descobrindo coisas em comum que eles nem podiam imaginar.
gostou daquilo. Gostou e teve medo. E viu seu temor crescer quando eles pararam em frente ao quarto dela. No final, ele era o gato da suíte máster que a atendente havia se referido e, portanto, ficava a uma porta de distância dela. Mas naquela noite, ele não parecia querer voltar para o seu luxo. Ficaram longos segundos em silêncio quando ela escorregou a mão para a chave magnética de seu quarto a fim de abri-lo.
- Muito obrigado por hoje, . – Ele disse se aproximando da jornalista. Ela não se afastou, apenas sorriu.
- Foi divertido.
- Pra mim também. Muito na verdade. – Ele confessou, como se aquilo fosse a coisa mais surpreendente do mundo. Talvez fosse. Quando escolhera a Grécia como destino de viagem, ele esperava apenas ficar sozinho, curtir a cidade consigo mesmo, sem aquela infinidade de pessoas ditando o que ele tinha que fazer. Mas gastar seu tempo com a menina estava muito mais divertido.
- Eu disse que sou boa no que faço.
- Eu acredito. – Ele respondeu se aproximando.
Instantaneamente, a respiração dela se acelerou e quando reparou que ela fitava seus lábios, inclinou-se para frente. Mas ela se virou antes que a alcançasse.
- Não acho que seja uma boa ideia. Você é meu chefe.
Ele se lembrava muito bem disso e, embora aquilo ressoasse bastante na cabeça dele, estava disposta a tentar.
- Parece que você é mais profissional do que eu. – Ele riu um tanto amargurado.
- Não me leve a mal... – Ela tentou se explicar, mas ele a impediu com um dedo sobre os lábios, sorriu.
- Está tudo bem, eu entendo. Desculpe também por fazer aquelas piadas. Espero não ter te deixado incomodada.
- Eu já disse que foi divertido.
- Fico feliz. – Ele sorriu, a mão se permitindo alcançar o rosto da garota para acariciar levemente. – Boa noite, .
- Boa noite, .
Ela o viu se afastar e entrar em seu apartamento. O coração um tanto apertado no peito, mas ela não viu motivo de estar assim. Pensou que estava apenas ficando louca mesmo.
Ela só não sabia o quanto.
6. Faça um passeio e caia no mar
Os próximos dias aconteceram como planejado. visitou os pontos turísticos mais famosos de Atenas. Bebeu de todo o conhecimento histórico que a cidade lhe proporcionava. Foi às famosas tavernas, provou de todos os pratos possíveis e logo chegou o dia de seu próximo passeio. O pacote que comprara incluía uma viagem de dois dias a Mykonos, a ilha mais badalada da Grécia. A jornalista estava empolgada para conhecer a famosa vida noturna da ilha.
Ao mesmo tempo, seus pensamentos voavam para o quarto ao lado. Havia visto poucas vezes desde então, eles se cumprimentava e até mesmo chegaram a tomar café juntos. Porém, nada comparado à diversão do primeiro dia. Por algum motivo, aquilo a entristecia. Ela queria mais. Mesmo não podendo, admitia que possuía um imenso crush em seu chefe e aquela viagem só agravara a situação. Talvez por isso fora tão enérgica ao rejeitá-lo..
Bom, de nada adiantava. Ela estava partindo para Mykonos naquele exato momento, enquanto devia permanecer no hotel.
Devia.
Ela não assustou quando o encontrou no barco que os levaria a Mykonos e foi diretamente ao rapaz com um sorriso no rosto.
- Eu não deveria estar surpresa de te ver aqui. – Ela disse e ele riu.
- Poderia dizer o mesmo, você vem me perseguindo desde que chegamos.
- Yah! Não fale isso para a garota que te salvou.
A conversa durou pouco. Na verdade, a encurtara não rendendo nenhum dos assuntos que tentou puxar. Ele estava fugindo dela, claramente. O que era bastante irônico, pois os dois sabiam que quando voltasse se veriam todos os dias e seria bem pior.
Ela estava irritada com a situação. Quer dizer que só porque decidiu não beijá-lo, eles tinham que ficar sem se falar? Aquele radicalismo era desnecessário e era isso que iria dizer a quando se dirigiu a um das pontas do barco. A estrutura da embarcação era simples, pois levava pouca gente, ao mesmo tempo era perigosa. Uma onda mais forte bateu contra a madeira da construção e ela podia ouvir a voz da tripulação gritando para que os passageiros se segurassem. Ela não teve tempo e por um golpe de puro azar seu corpo fora parar na água passando na única greta do suporte que cercava a embarcação.
só se deu conta quando sentiu o frio do mar, as ondas jogando seu corpo para todos os lados e ela se esqueceu das poucas lições de natação que teve na vida. Um segundo baque na água foi a última coisa que ouviu.
Acordou cuspindo aquele líquido salgado. As narinas e os pulmões ardendo. Seus olhos demoraram a focalizar alguma coisa, mas quando fizeram foi o rosto molhada de que enxergou.
- O que houve? – Perguntou com a voz fraca e tentou se levantar.
- Hey, relaxe. – Ele disse com calma. – Você foi a primeira pessoa na vida que vi afogar mesmo estando de colete. Quase me matou de susto.
- Céus... Como eu fiz isso? – Ela tapou o rosto, envergonhada e ele não pode deixar de rir.
- Aparentemente a maré está muito forte, as ondas meio que passaram direto por sua cabeça e você engoliu água. Não se preocupe. Estamos quase em Mykonos.
Ela apenas assentiu sendo incapaz de fazer outra coisa.
7. Beba o suficiente para esquecer sua ética
a acompanhara durante cada momento até estar devidamente instalada no quarto do novo hotel. E mais um lado do rapaz aparecia, um calmo, preocupado quase como uma mãe. E aquilo já estava fazendo seu coração palpitar muito mais do que o normal.
- Obrigada, . – Ela disse quando ele estava deixando o quarto. – Estou te devendo essa.
- Tudo bem. – Ele sorriu com diversão. – Na verdade, acho que estamos quites.
apenas assentiu e o viu sair. Aquela sensação ruim de vazio tomando conta novamente de seu peito. Ela não podia evitar. Estava caidinha pelo seu chefe, muito mais do que achou que poderia ficar e agora se arrependia de tê-lo recusado mesmo sabendo que era eticamente certo.
Suspirou fundo jogando-se em sua cama.
Talvez fosse melhor ela tentar esquecer aquele romance que nem começara e sabia que a noite de Mykonos a ajudaria. dormiu a tarde inteira e quando acordou nem se deu o trabalho de descer para jantar, pegou qualquer coisa do frigobar para se alimentar e por fim se concentrou em produzir o melhor visual de toda a viagem. Escolheu sua melhor roupa e fez a melhor maquiagem. Ligou para a recepção pedindo informações sobre a festa que certamente aconteceria em uma das praias.
Estava decidido. Ela iria se acabar de beber, talvez até aceitasse passar a noite com alguém.
não estava na lista.
Mas ele estava na festa.
O que aumentava em 50% das chances de tudo o que imaginara dar errado.
Quando o viu, ele conversava com alguma garota aleatória, não parecia ter muito interesse, porém assim que seus olhos encontram os delas, magicamente, passou venerar a menina com quem conversava, não desgrudava o olhar de seu rosto e acariciava seus cabelos hora ou outra. A raiva tomou conta da jornalista.
Céus! Será que aquele homem não a deixaria em paz nenhum por um segundo?!
Ela procurou o bar mais próximo e pediu o drink mais forte. Precisava de distrações. Bebeu sozinha e teve coragem de conversar com alguns caras que se aproximaram, nenhum era interessante. Nenhum era . No terceiro drink ela desistiu de acreditar que ele sairia de sua cabeça – que já rodava bastante por sinal – e resolveu procura-lo para tirar a história limpo.
conversava com uma mulher diferente quando chegou. Sem cerimônias ela se enfiou no meio dos dois e agarrou o pulso do rapaz, ele se manteve firme, surpreso pela atitude da garota.
- Quero conversar com você. – Ela disse e se deixou ser puxado para um outro canto enquanto a menina com quem conversava o fitava com a cara mais indignada do mundo. Ele não se importou.
- Você está bêbada. – Ele constatou como se fosse um gênio e ela riu.
- Claro que estou. – Ela respondeu. – Se não estivesse, jamais te perguntaria porque fugiu de mim o dia todo.
Ele revirou os olhos.
- Fugir? Você me deu o fora primeiro!
- Eu sei e já me arrependi, ok?! Mas do mesmo jeito, isso não justifica o fato de que você estava correndo de mim como se eu fosse um monstro.
- Não fiz isso... É só que... Você é funcionária da minha empresa. A mais bonita e inteligente e divertida... E por um momento eu até mesmo pensei em deixar a ética de lado e ficar com você, mas seu profissionalismo não deixou e acho que está certa...
- Não. Não estou. – Ela suspirou. – Quer saber? Foda-se a ética e o profissionalismo, !
Ela deu dois passos para frente chegando perto o suficiente para sentir o calor que emanava do corpo dele.
- Se quer saber, eu não gostava muito de você como chefe. Mas essa viagem me mostrou outros lados de você. Um preocupado, divertido, safado que eu nunca poderia imaginar! Eu não sei porque, mas eu quero saber mais de você! – Ela engoliu seco e levou suas mãos a camisa dele agarrando o tecido firmemente por entre os dedos. - Droga... Eu estou bêbada e falando um monte de bobagens, mas eu tenho certeza de que eu quero te conhecer ! De verdade!
Ele levou bons minutos para processar aquelas palavras. Não era uma declaração, mas era a coisa mais bonita que uma garota já tinha dito a ele. No final, sorriu.
- Espero que goste bastante do “ safado”. – Ele disse antes de beijá-la.
8. Durma com o seu chefe
Loucura.
Aquilo tudo era uma grande loucura. Em todos os sentidos da palavra. Dormir com seu chefe era insensatez, mas o que ele lhe proporcionava era insanidade. se arrependeu ardentemente de não ter sucumbido. Em troca, se aproveitou de tudo sem pensar no dia seguinte.
Toques, beijos, sussurros, gemidos.
era fogo e ardia fundo dentro de si fazendo-a sentir coisas que não a atingiam há muito tempo. Não terminou rápido. Na verdade, durou a noite inteira e mesmo de manhã eles estavam cansados. Ele a abraçava possessivamente, trazendo sua cabeça ao peito nu e suado.
- Como vamos fazer quando voltarmos?
- Não tenho ideia. – Eles respondeu fechando os olhos. – A gente tem que pensar nisso agora?
- Não... Vamos... Deixar rolar.
Ele riu.
- Gosto desse tipo de pensamento, mas gosto mais ainda de dormir. Feche esses olhos antes que eu seja obrigado a tirar ainda mais suas energias.
- Eu não me importaria nem um pouco... – Ela brincou fazendo-o rir.
(...)
- Yah! Não era isso que tínhamos combinado! – Ela ralhou no tom mais baixo que conseguiu.
- E desde quando eu faço cumpro com o combinado? – Ele sorriu de lado, o mesmo curvar de lábios malicioso de sempre. Era o sorriso dela, aquele pelo qual tinha se apaixonado completamente. Ela riu o mais baixo que pode.
- Tem razão. – Respondeu suspirando.
Estavam em uma das salas vazias do jornal. Dessas em que guardam todo o material velho. Há três anos eles mantinham aquele local como seu esconderijo secreto para os carinhos trocados durante o expediente. Não era como se precisassem, afinal, a relação deles havia sido descoberta um mês após ele a pedir em namoro, não era nada discreto. Sempre sorrindo demais para ela, chamando-a pelo nome, e até mesmo sendo doce para chamar a atenção de sua equipe. Não foi difícil perceber. De início houve um escândalo, mas logo as pessoas se acostumaram e eles não precisavam mais se camuflar em meio a multidões e procurar um local silencioso para a habitual troca de beijos.
- Hey! Eu tenho uma coisa pra te perguntar. – Ele disse abraçando depois da sessão de amassos.
- Diga.
- Você planeja se casar comigo?
Ela pensou, fechando os olhos seriamente. Quando os abriu, temeu a resposta.
- Não.
Silêncio. Ele a largou quase desesperado. Como assim depois de tanto tempo juntos ela não tinha nem pensado naquilo? Mais do que triste, se sentiu ultrajado. Seus pensamentos indignados foram interrompidos pela risada da garota.
- Não é isso que está pensando, idiota. – Ela sorriu. – Se tem uma coisa que não dar certo na nossa relação são planos. Nós sempre damos um jeito de não segui-lo, por isso não planejei nosso casamento. Na verdade, estou esperando você me pedir, babaca.
- Céus. Eu realmente sou um babaca. Por um segundo pensei que estava falando sério. – Ele respondeu acompanhando-a na risada. – Mas, então, você quer se casar com esse babaca?
- Sério que está fazendo esse pedido sem um anel ou pelo menos um buquê de flores?
- É que eu não tinha planejado...
Antes que ele pudesse completar a frase, jogou seus dois braços pelo pescoço dele trazendo-o para perto. Os lábios se encontraram e só se separaram para ela dizer:
- É claro que sim.
9. Não planeje nada na sua vida.
Os melhores momentos sempre são espontâneos
~The end~
N/A: Meu Deus! 14 páginas de word! Haha fazia muito tempo que eu não escrevia uma one shot tão longa! Espero que tenham gostado meninas, essa fanfic faz parte do Desafio #01 daqui do Purple Line, leiam todas as fanfics, tenho certeza que estão ótimas! Obrigada por terem lido e até a próxima~
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