OTHER: Happiness, Are You?, by Pâms

Happiness, Are You?

HAPPINESS, ARE YOU?
por Pâms

"Nunca realmete soube o que é a felicidade, mas no final ela veio até mim." - Me
Gênero: Drama, Romance
Dimensão: Oneshot
Classificação: Livre
Aviso: Songfic e POV

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1. Savin' Me

 


! — gritou a gerente do hotel quando me viu chegar atrasada pela terceira vez em menos de um mês de experiência.

— Sim. — eu a olhei assustada com o grito e com medo de ser demitida, aquele era minha décima tentativa que continuar em um emprego e não ser expulsa de casa.

— Atrasada novamente? — ela me olhou sério e friamente.

— Oh, não, não estou. — eu disfarcei — Estava no refeitório.

— sim, ela estava almoçando. — disse Tiffany ao chegar perto.

— Sei. — a gerente me olhou desconfiada — Estou de olho em você.

Eu prendi a respiração de medo, quando ela se afastou pegando o elevador, eu soltei um suspiro de alívio.

— Obrigada. — disse a Tiffany.

— Não há de que! Aqui é todo mundo se ajudando, essa gerente é uma chatice. — ela riu — Mas se ela te pegar de novo sem alguém por perto para de ajudar, aí será um problema grave.

— Verdade.

Nós rimos um pouco e brincamos com aquele assunto, fui até a sala dos funcionários e troquei minha roupa no banheiro feminino. Havia sido contratada recentemente como camareira da filial do hotel Village em Manhattan, apesar de não ter experiência nenhuma na função, eu havia sido contratada por ser bilíngue, mesmo a gerente Hana não gostando da ideia, ela era uma senhora de traços asiáticos com seus quarenta e poucos anos, eu havia reparado uma masca de aliança em sua mão esquerda.

 

Final da tarde, fui arrumar o último quarto, a suíte presidencial, o lugar era grande, bonito e luxuoso, decoração moderna e clean ao mesmo tempo, poucos móveis, porém de muita classe. Assim que terminei de juntar as toalhas sujas do banheiro, deixando as limpas no lugar e saí para colocar no sexto de roupas, dei de cara com um homem, paralisei na mesma hora sem saber o que fazer e como reagir.

— Me desculpe senhor, não sabia que retornaria agora. — disse de imediato.

— Ah. — ele reagiu meio de surpresa também — Desculpa, eu que te assustei.

— Eu já estava de saída. — joguei mais que depressa as toalhas sujas no cesto e saí de lá rapidamente.

Desci para lavanderia e entreguei tudo para a responsável, quando voltei para a sala dos funcionários o homem do quarto estava lá.

— Senhor?! — eu disse surpresa.

— Não me chame de senhor, por favor. — ele me olhou com gentileza — Me chamo .

— O que está fazendo aqui? — eu dei um passo para frente — É restrito para funcionários.

— Eu sou funcionário daqui, sou o mensageiro do hotel. — ele respirou fundo — Você deixou cair isso. — ele retirou do bolso meu broche de notas musicais.

—Oh. — eu peguei da mão dele — Não percebi que tinha caído, obrigada. — sorri com gentileza.

— Posso saber seu nome? — perguntou ele retribuindo o meu sorriso com outro.

— Me chamo , mas meus amigos me chamam de .

— Prazer em te conhecer.

Ouvimos algumas vozes no corredor e logo a gerente entrou na sala.

— Oh, você aqui.

— Gerente Hana. — ele tossiu um pouco — Preciso conversar com você, sobre minhas férias.

— Férias? — ela o olhou meio sem entender.

— É, férias. — ele me olhou de relance e voltou sua atenção para ela — Lembra que já está fazendo um ano que trabalho aqui como mensageiro?

— Ah! — ela voltou seu olhar para mim e depois para ele — Lembro sim, venha comigo, vamos conversar em minha sala.

Ela saiu rindo, sendo seguida por ele. Eu não havia entendido nada do que estava acontecendo. Trabalhava no turno tarde/noite, e à noite não tinha muito o que fazer, então eu sempre ficava no refeitório estudando, cursava Comunicação Social na Rockland Community College há seis meses e estava animada com o curso.

 

Na saída esbarrei com na esquina da rua, ele me contou que a gerente enrolou um pouco para abrir mão das férias dele, mas aceitou o pedido. Ele me chamou para tomar um café na cafeteria que havia aberto na semana passada, como um pedido de desculpas por ele ter me assustado mais cedo. Eu relutei muito para aceitar, mas ele tinha uma forma muito eficaz de convencer as pessoas.

Nós conversamos um pouco enquanto tomamos o cappuccino acompanhado das fatias de torta de maçã, ele havia me contato que trabalhava há cinco anos e nunca tinha me visto naquele um mês que trabalhava lá. Mas era óbvio que não teria como, pois nossos horários eram diferentes e ele não ficava muito tempo no hotel.

As semanas se passaram e eu havia ganhado uma companhia para meus momentos livres no refeitório, tínhamos algumas coisas em comum e quando o silêncio batia eu percebia os olhares profundos dele por mim. Eu acho que estava me apaixonando por ele, mas não queria compromissos agora, eu deveria me focar nos estudos para não acabar de decepcionar meu pai.

— Você nunca fala sobre seus pais. — comentou ele se sentando ao meu lado no sofá do refeitório.

— Não tenho o que falar.

— Você é órfã?

— Não. — eu ri e o olhei — É que meu relacionamento com meu pai não é tão bom assim.

— O que ouve?

— Isso perdura desde quando eu era pequena. — parei por um momento me lembrando do passado — Quando eu tinha sete anos morávamos no Texas, por uma travessura minha, minha irmã que era mais velha que eu, se afogou no lago que tinha perto da nossa casa, por mais que eles não me culpem, meu pai nunca foi o mesmo comigo, ao longo dos anos ele sempre arrumava um pretexto para me culpar por algo e quando eu decidi fazer o curso de Comunicação Social ao invés de Arquitetura como ele queria, as coisas pioraram.

— Nem sei o que dizer. — ele me olhou singelamente.

— Arquitetura sempre foi o curso que minha irmã queria fazer, não tem nada a ver comigo. — eu segurei as lágrimas — Por isso trabalho tanto e faço hora extra, vivo estudando nas horas vagas, por que ganhei meia bolsa e não posso perder, meu pai jamais pagaria esse curso para mim e seria o motivo final para ele me jogar na rua, se eu perdesse essa bolsa.

permaneceu em silêncio e me abraçou forte, pela primeira vez na minha vida eu havia me sentido protegida e amparada, seus braços eram como um círculo de proteção que me dariam força. Ele se afastou um pouco, permanecendo com sua face próxima a minha, meu coração já estava acelerado, ele me beijou de forma doce e suave, senti minhas lágrimas rolarem pelo meu rosto, uma explosão de sentimentos dentro de mim. Naquele final de semana havia me convidado para ir ao cinema, estávamos nos conhecendo melhor e ele havia me pedido em namoro. A felicidade havia me encontrado por acaso e eu estava com medo dela perceber que havia entrado na vida da pessoa errada.

——————x——————

 

Nove meses de namoro, era sexta e eu tinha brigado com meu pai novamente, saí de casa correndo sem rumo, estava chovendo forte, não me importava com aquilo só queria me manter o mais longe possível de casa, minhas pernas acabaram me levando para o endereço que havia me dado, era do apartamento que ele dividia com um amigo.

Bati na porta e quando ele abriu se assustou em me ver toda encharcada diante dele, minhas lágrimas já estavam sendo escondidas pelas gotas da chuva, mas ele delicadamente passou seu dedo indicador no meu olho direito como se soubesse que elas estavam ali. Sem dizer mais nada ele me levou para dentro e me abraço forte, sem se preocupar com o fato de eu estar molhada, ficamos um bom tempo abraçados e ele afagando meus cabelos.

— Estou molhando você. — sussurrei segurando mais lágrimas.

— Não me importo com isso. — ele se afastou de mim e sorriu de leve, caminhou até o quarto e retornou com uma toalha na mão — Se está molhada eu te seco.

Ele riu um pouco me fazendo rir também, era tão carinhoso e gentil, olhar para ele me fazia esquecer meus problemas de casa, ele era o milagre que havia acontecido na minha vida, como se ele fosse a felicidade que eu tanto desejava na vida. O toque de era suave, ele me olhava de leve com um sorriso disfarçado no rosto, em um momento ele retirou minha blusa com minha permissão, senti um frio na barriga, se aproximou de mim com cautela e me beijou com leveza.

Aos poucos seus beijos começaram a ficar mais intensos, no início eu recuei um pouco, tinha receio de me machucar mais ainda, mas me entreguei a ele deixando de lado todas as minhas inseguranças da vida, seu toque, seus beijos e seu amor me davam vida. Aquela noite havia sido a noite mais intensa da minha vida, não imaginava que minha primeira vez seria tão singela e suave, com uma pessoa tão maravilhosa e única como ele, era o início da parte feliz e boa da minha vida, até que minha má sorte estrague tudo.

Às vésperas de completar um ano de namoro, passamos o sábado comemorando a conclusão do meu curso, meu pai não havia comparecido na cerimônia de encerramento, mas minha mãe foi e isso me alegrou. No final da noite, na volta para casa, seguimos pela rodovia principal, ele tinha pega o carro de um amigo emprestado, num momento de distração ele retirou uma caixinha do bolso e todo sem graça esticou para mim.

— O que é isso? — perguntei pegando.

— Eu deveria ter feito isso antes de entrarmos no carro, mas estava sem graça perto da sua mãe. — ele sorriu timidamente — Quero te apresentar aos meus pais amanhã, mas preciso de sua resposta para isso.

— Resposta? — eu abri a caixinha e olhei emocionada para o anel que tinha dentro — Oh, você está me pedindo em…

— Sim. — ele reduziu um pouco a velocidade e olhou para mim.

— Não me olhe, preste a atenção no trânsito. — disse fechando a caixinha.

— Quero registrar sua reação em minha mente. — ele riu — Você não me respondeu.

— Te respondo assim que chegarmos em casa. — eu ri.

— Tenho certeza que será sim. — ele olhou para frente e desviou de um carro.

Eu me desequilibrei deixando a caixinha cair, retirou o cinto de segurança para pegar.

— Não faz isso, eu pego quando chegarmos.

Assim que eu disse isso, sentimos o impacto de outro carro batendo no nosso, de repente tudo começou a girar, foi uma sensação horrível de medo e insegurança. Nosso carro capotou algumas vezes, fechei meus olhos desejando que tudo aquilo fosse somente um sonho, senti minha cabeça bater em algo me fazendo perder a consciência. Quando acordei ouvi o barulho de algumas sirenes ao longe, vozes de pessoas próximas, minha cabeça rodando, abri meus olhos minha visão embaçada, olhei para o lado e não vi .

… — comecei a sussurrar pelo seu nome.

Virei minha face para frente e o vi estirado no chão, imediatamente minhas lágrimas voltaram, comecei a ter um grande e forte mal estar e acabei desmaiando novamente. Um barulho estranho me despertou, algo desconfortável estava em meu corpo, abri meus olhos e me vi ligada a vários aparelhos em um quarto de hospital.

“Tudo que eu preciso é você
Venha, por favor, estou chamando
Eu estou gritando por você
Apresse-se, estou caindo
Estou caindo.”
- Savin' Me / Nickelback

 


 

2. Untitled

 

O médico estava conversando com meus pais, não conseguia entender o que era, só queria saber como estava , em poucos minutos vi meu pai ficar irritado e furioso, não era novidade quando o assunto era eu. Assim que meu pai saiu com o médico, minha mãe se aproximou da cama.

— Oi querida. — ela sorriu de leve.

— Mãe, o que houve? Como ele está?

— Querida, não tenho… Eu… — ela começou a gaguejar.

— Me diz se ele está bem. — eu comecei a lacrimejar — Por favor, mãe, diga que ele está bem.

Eu tinha perdido a única pessoa que me fazia bem no mundo além da minha mãe, a única pessoa que me mantinha feliz. havia saído da minha vida da mesma forma que entrou, rápido. Mas aquilo não era tudo, ainda tinha um fato que mudaria mais ainda minha vida, eu estava grávida de aproximadamente três meses dele e só estava bem por que utilizava o cinto de segurança e após três dias em coma, acordei para viver aquilo.

— Eu não consigo respirar mais. — desabei em lágrimas entre soluções e sussurros — Não tenho mais vida.

— Querida. — minha mãe em abraçou com carinho e acariciou meus cabelos, era raro eu conseguir um abraço dela.

— O que será de mim, ele era meu motivo para sorrir.

— Seja forte, como sempre foi, agora existe um ser dentro de você que precisa da sua força. — ela se afastou um pouco e ficou me olhando.

Mamãe estava certa, mas nada dentro de mim me fazia querer ser forte naquele momento, tudo que eu queria era acordar daquilo que se parecia com um pesadelo. Meu mundo estava desabando lentamente e eu me via sozinha no meio da escuridão, por mais que tivesse minha mãe, ela nunca se levantaria contra meu pai por mim, eu a conhecia, no fundo ela também me culpara pela morte de Annie. Voltamos para casa, mas quando cheguei meu pai já me aguardava com as malas na porta, minha mãe tentou interceder por mim sem sucesso.

Finalmente o motivo que ele tanto esperou para me expulsar de casa, o que seria da minha vida agora? Não me importava comigo, mas pelo meu bebê, não iria tirá-lo, era uma parte de que ainda vivia em mim. Minha mãe me ajudou a sair do edifício com minhas malas, ao chegar na rua vi uma senhora de olhar gentil que me lembrava . Ela olhou para os curativos do meu braço e se aproximou de nós.

 

——————x——————

 

? — perguntou ela. — Sim. — sussurrei com receio — Quem é a senhora?

A mulher começou a chorar e me abraçou forte, eu não entendia nada, mas aceitei o abraço dela, tão reconfortante quanto o de . Seu nome era Mary, era a mãe dele, dentro do carro havia um homem de cabelos grisalhos, senhor John Village era seu pai. Village aquele sobrenome era o mesmo do hotel, o que se tornou outra surpresa em minha vida, era filho dos donos do hotel, eles tinham descoberto no hospital que estava acompanhado no carro e a gerente Hana confirmou que estávamos namorando, mas ele fingia ser um simples funcionário do hotel.

Minha mãe contou a senhora Mary sobre meu despejo e logo fui acolhida por ela, eles já sabiam da minha gravidez pelo médico. Me despedi da minha mãe e entrei no carro com eles, passei todo o caminho em silêncio olhando para a janela do carro, minhas lágrimas não se disfarçavam, sentia um nó na garganta, mas tinha que ser forte pelo bebê.

Ao chegarmos no condomínio onde moravam, ele estacionou em frente uma moderna casa de dois andares, era um belo projeto arquitetônico, havia sido projetada por . Ironia da vida, ele era arquiteto, tentei segurar minhas lágrimas quando entrei e vi algumas fotos dele em molduras pela casa. A senhora Mary me acomodou no quarto que era de , ela achou que assim eu me sentiria mais confortável.

Após ela me deixar, me encostei na janela e chorei mais um pouco, não queria estar ali naquele lugar daquela forma. Queria que tivesse sido da mesma forma que havia planejado, o que mais me doía era que eu nem tive tempo de dizer que aceitava seu pedido, ele morreu sem ouvi o meu aceito. Eu olhei de relance para fora e vi um carro estacionando na frente do carro do senhor John, um homem com a aparência semelhante a de havia saído, certamente era seu irmão.

Eu limpei minhas lágrimas e saí do quarto, hesitei em descer as escadas, e comecei a ouvir eles conversarem.

— Onde ela está? — perguntou, uma voz grossa e alterada, certamente era do irmão dele.

— No quarto de , ela ficará lá. — disse a senhora Mary.

— Como podem dar o quarto do meu irmão para ela? Nem a conhecem? Acham mesmo que o filho é do meu irmão? Como sabem que não é um golpe? — gritou ele, com certeza intencionalmente para que eu ouvisse.

— Não diga essas bobagens. — o senhor John alterou sua voz também — A gerente Hana afirmou tudo e nos contou que seu irmão omitiu ser nosso filho, pare de acusar esta garota injustamente.

— Não confio, até ver o exame de DNA. — retrucou ele.

— Oh, . — disse a senhora Mary ao me ver na ponta da escada — Está tudo bem?

Eu assenti com a face dando um sorriso fraco, me encolhi um pouco ao olhar para o irmão de , se parecia um pouco com ele, porém seus traços faciais era mais sérios e fechados, tinha uma face suave um olhar gentil. Eu desci devagar as escadas e a senhora Mary me segurou com gentileza para que eu me apoiasse nela, o senhor John nos apresentou formalmente, seu nome era . Ele nem olhou direito para mim e subiu as escadas bruscamente, naquele momento não sabia o que seria pior, morar na rua ou ficar naquela casa com ele.

No dia seguinte pedi a senhora Mary que me levasse ao cemitério aonde estava enterrado, nos levou em seu carro, pois o senhor John havia saído cedo para resolver problemas em uma filial do hotel em New Jersey. Quando parei diante do seu túmulo e olhei para sua foto na lápide, me ajoelhei e lágrimas de imediato, o aperto no coração havia retornado juntamente com todas as nossas lembranças até o dia o acidente. Ver aquilo aumentava a dor dentro de mim, um grito preso na garganta, uma vontade de não existir mais.

Passaram alguns dias, eu não conseguia comer nem beber nada direito, passava a maior parte do dia chorando abraçada as roupas ou o travesseiro dele, cada canto daquele quarto parecia ser um pedaço do seu corpo, eu tentava me manter forte pelo nosso bebê, mas nada nem mesmo os vídeos dele de que a senhora Mary tinha me dado ajudava, quanto mais o tempo passava mais a dor aumentava dentro de mim.

— Minha mãe está chamando para o jantar. — disse da porta do quarto.

— Obrigada. — eu sussurrei limpando minhas lágrimas, desviei meu olhar da janela para ele.

— Por mais quanto tempo vai fazer esse teatro? — perguntou ele.

— Como?

— Ficar chorando pelos cantos, pode enganar meus pais, mas a mim não convenceu esse seu rostinho inocente e essas lágrimas falsas de garota abandonada.

— Acha mesmo que meu sentimento por é uma farsa?

— Não acredito em garotas como você. — ele me olhou com raiva.

— O que eu te fiz? — senti minhas lágrimas escorrerem, me encolhi um pouco.

— Matou meu irmão.

Aquelas palavras foram como uma adaga em meu coração, naquele momento eu havia me lembrado que por minha causa a caixinha caiu no carro, e por minha causa ele tentou pegar. Assim como minha irmã, mais uma pessoa que eu amava tinha morrido por minha causa, comecei a ter uma forte tonteira e minhas pernas bambearam, me apoiei na janela fechando meus olhos, não estava mesmo bem. Senti as mãos dele me amparando por um momento, e surpreendentemente ele me ajudou a chegar até minha cama e a me deitar.

 

“E eu não posso suportar a dor
E eu não posso fazê-la ir embora
Não, eu não consigo suportar a dor.”
- Untitled / Simple Plan

 


 

3. My Immortal

 

 

Em poucos minutos já estava sendo examinada pelo médico da família, eu estava um pouco melhor, mas uma série de exames e a consulta do pré-natal haviam sido marcados com urgência. Como eu não me alimentava bem, ele estava suspeitando de princípio de anemia. E estava certo, mas eu não conseguia encontrar forças e vontade nem para comer.

Dois meses se passaram comigo remoendo as palavras de , eu realmente comecei a me sentir a culpada pelo acidente de , a senhora Mary me aconselhava a esquecer aquilo e relevar as palavras de , garantiu que nem ela e sem seu marido achavam isso de mim.

— Spin-off Sonho —


Eu me via na suíte presidencial do hotel, estava sentada na cama chorando, senti uma pessoa se aproximar de mim e segurar em minha mão, de forma suave e cuidadosa, levantei minha face era .

. — sussurrei ao olhar ele sorrindo para mim — Me desculpe.

— Pelo que? — perguntou ele me levantando — Você não fez nada.

— Eu matei você e agora quase matei nosso bebê, eu sou um monstro.

— Não. — ele acariciou minha face e me abraçou forte — Jamais diga isso novamente.

— Mas eu. — tentei questionar, mas ele tocou meus lábios de leve com seu dedo indicador.

— Não foi sua culpa, tire isso do seu coração.

. — sussurrei novamente em lágrimas — Eu...

— Diga.

— Não entendo por que não me disse que era.

— Todos temos problemas na família, não importava de quem eu era filho quando nos conhecemos.

— Pensei que...

— Não pense em mais nada, você ainda não me respondeu meu pedido. — ele acariciou meus cabelos.

— Eu aceito. — me afastei dele o olhando — Eu te amo, mais que tudo.

— Então transfira este amor para o nosso bebê. — ele sorriu de leve e me beijou com doçura.

— Spin-off End —

 

 

Esta foi a primeira noite que eu tinha conseguido dormir tranquilamente e acordar descansada, sonhar com tinha me dado forças para suportar tudo aquilo. Mais alguns dias depois, acordei no meio da noite com sede, saí do quarto e fui em direção à cozinha, quando passei pela sala me distrai ao olhar para uma foto de com , tão parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes.

Senti uma presença se aproximar, olhei para trás e era , ele estava de braços cruzados, ele começou a me lançar indiretas me perguntando se eu estava acordada aquela hora para roubar algo da casa, não me contive e comecei a xingar ele, despejei tudo que eu pensava sobre ele, disse que era infinitamente mais gentil e educado e que ele não merecia ter o irmão que tinha.

Em um dado momento, uma pressão começou a cair e comecei a passar mal, senti algo escorrer pelas minhas pernas, quando olhei era um sangramento, tentei não me desesperar, mas estava com medo de perder o bebê. Meu corpo cambaleou e parei de sentir minhas pernas, me amparou e seus braços antes do meu corpo chegar ao chão. Os pais dele acordaram com o seu grito por socorro, mais que depressa me levaram para o hospital, horas depois de ser internada, examinada e de ficar tomando soro na veia, o médico nos tranquilizou dizendo que foi um pequeno sangramento normal e que estava tudo bem comigo e com o bebê.

Aquele sangramento poderia estar relacionado ao estresse emocional e psicológico que eu estava vivendo naqueles meses, a boa notícia era que minha anemia estava controlada, eu estava me alimentando melhor, recebi alta após três dias em observação, quando voltei para casa com a senhora Mary, presenciamos uma discussão entre e o senhor John, o assunto obviamente eu. Me desviei e fui para o quarto, à noite bateu na porta e perguntou se podíamos conversar, eu relutei de início, mas assenti.

 

“Essas feridas não vão cicatrizar
Essa dor é muito real
Há muita coisa que o tempo não pode apagar.”
— My immortal / Evanescence

 


 

4. Aside

 

 

— Primeiramente quero pedir desculpas. — ele que estava na porta do quarto, deu alguns passos para dentro me olhando nos olhos — Eu estava triste, revoltado com tudo, com a vida e acabei descontando em você. — ele desviou o olhar quando percebeu que seus olhos estavam enchendo de lágrima — Eu e sempre fomos melhores amigos um do outro, confidente e parceiros, ele era meu incentivo na vida, mesmo sendo mais novo que eu e nestes últimos tempos estávamos brigados. — parou por um momento e limpou uma lágrima que havia escorrido em seu rosto — Ele… — respirou fundo como se estivesse tentando encontrar forças para conseguir terminar aquela frase — Havia me dito que no domingo faria uma surpresa para nós e que eu e ele seríamos amigos novamente, esqueceríamos o passado.

— O que ouve entre vocês? — minha voz estava tão baixa que parecia um sussurro.

— Uma garota. — ele deu um suspiro cansado — Uma garota entrou em nossas vidas, ficou comigo e com ele ao mesmo tempo, só queria o nosso dinheiro, quando descobrimos isso brigamos, depois disso ele foi morar no hotel, foi lá que ele te conheceu.

— Lamento pelo que aconteceu entre vocês.

— Eu também. — ele se virou de lado ficando de frente para o guarda—roupa — Só queria não sentir mais essa dor, não machucar as pessoas que fizeram meu irmão feliz. Por favor, me perdoe pelas minhas palavras frias.

— É passado agora, não tenho ressentimentos, agora sabendo dessa história, consigo entender por que me odeia tanto. — eu me aproximei dele.

— Eu não te odeio. — ele sussurrou de leve abaixando sua cabeça.

— Assim como eu me perdoei por pensar que a culpa era minha, se perdoe por não poder ter tido mais tempo com ele para voltarem a ser amigos.

— Obrigado. — ele me olhou, seus olhos vermelhos, porém as lágrimas sendo seguradas no canto — Eu … Revolvi morar no hotel, assim ficará mais à vontade aqui. — ele se virou para sair.

— Espera. — eu segurei de leve em sua mão — Essa casa é sua, não minha, eu que estou incomodando, não vai.

— Não pensei assim, por minha causa.

— Fique, por favor. — eu soltei de leve a mão dele — De alguma forma, você me lembra ele e isso me deixa mais segura.

Pela primeira vez ele sorriu para mim.

— Estou com uma coisa que é sua. — ele retirou a caixinha do bolso — Encontraram entre os destroços do carro.

— O anel. — ele peguei a caixinha sentindo as lágrimas escorrerem — Nosso anel.

— Seria um casamento lindo. — ele se virou e saiu do quarto.

Quarta pela manhã fui com a senhora Mary a consulta, nos acompanhou, entramos na sala de ultrassonografia. A senhora Mary se sentou ao meu lado e ficou segurando minha mão, já ele permaneceu encostado na parede ao lado da porta nos olhando. Minha barriga estava um pouco pequena para o mês de gestação que eu estava e isso preocupava o médico.

Assim que ele ligou o aparelho e encostou em minha barriga, uma lágrima desceu juntamente com o som da primeira batida do coração do bebê, eu olhei de relance para e o vi emocionado. O médico me receitou mais algumas vitaminas para que meu organismo tivesse mais condições de nutri o bebê, fez algumas perguntas relacionadas a minha gestação, aquilo me deixou surpresa, não imaginava que ele se preocuparia tanto com minha gravidez.

 

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Logo à noite eu estava na biblioteca da casa lendo um livro, se aproximou de repente e ficou me olhando da porta, desviei meu olhar para ele, não sabia o que dizer.

— Eu estou atrapalhando, quer que eu saia daqui? — perguntei receosa.

— Não. — ele deu alguns passos até mim — Minha mãe me contou sobre seu curso de turismo.

— Ah, sim. — eu fechei o livro e me levantei — Tudo que está acontecendo eu nem consegui fazer a prova final para pegar o diploma.

— Volte quando o bebê nascer. — incentivou ele, era diferente, sua voz estava mais tranquila e mais suave, como uma outra pessoa totalmente contrária da que conheci inicialmente.

— Não sei o que farei ainda, mas pretendo retomar isso. — eu levei a mão na barriga — Ai.

— O que houve, ele se aproximou mais segurando de leve em meu braço, parecia preocupado.

— Nada, estou bem, o bebê chutou ao acho. — eu o olhei — Quer sentir?

Ele ficou estático sem reação, desviou o olhar para o lado em silêncio. Eu pequei a mão direita dele e encostei em minha barriga, no mesmo momento o bebê mexeu novamente e ele sentiu. Eu vi a emoção em seus olhos, ele os desviou para mim e permanecemos nos olhando por um longo tempo em silêncio.

Aquele era o lado do que eu só havia visto em uma pessoa, . De uma forma surpreendente, depois da nossa conversa eu passei a me sentia ainda mais segura perto dele, era como se ainda estivesse lá, ao meu lado, mas na forma do seu irmão. se aproximou mais um pouco sua face da minha, desta vez eu me paralisei, até mesmo seu doce perfume era igual ao de , me senti um pouco sem direção naquele momento.

Fechei meus olhos lentamente, não sabia se deveria fazer aquilo, mas em poucos segundo senti os lábios dele tocar os meus, meu coração acelerou um pouco e senti um breve arrepio. Não era como estar beijando , mas tinha um gosto especial que me acendia por dentro.

 

“Agora na minha frente existem duas pessoas brilhantes
E eu que estou agindo pobremente
Embora eu tente me repreender por ser um idiota
Meu coração continua se curvando na sua direção.”
- Aside / SHINee

 


 

5. Miracles in December

 

Passaram-se mais alguns meses, eu e a senhora Mary estávamos no shopping comprando as últimas coisas para o enxoval do bebê, tudo em uma cor neutra, pois não conseguimos descobrir o sexo. Quando chegamos no estacionamento comecei a sentir algumas dores na barriga, quando olhei para o chão o liquido da bolsa estava escorrendo de mim.

A senhora Mary me levou de imediato para o hospital, após algumas horas em trabalho de parte, dores e contrações fortes, ela nasceu prematura de sete meses pesando 1,7kg. Foi cansativo e eu desmaiei logo após o médico me mostrar o rosto dela. Quando acordei já estava no quarto, olhei para o lado e vi um pouco inclinado no sofá dormindo, sua face mais leve e serena. Depois daquele beijo nunca mais havíamos ficado sozinhos no mesmo ambiente ou tocado no assunto, isso era bom, pois não queria me envolver ou sentir algo a mais por ele.

— Hum, já acordou. — disse ele ao abrir os olhos.

— Sim. — eu desviei meu olhar para janela.

— Como está minha filha?

— Bem, vai precisar passar algum tempo na incubadora por ser prematura, mas está bem.

— Quanto tempo fiquei desacordada?

— Seis horas.

Eu havia tido um princípio de hemorragia e perdido muito sangue, por milagre estava viva após duas paradas cardíacas. A enfermeira entrou acompanhada pela senhora Mary com a bebê nos braços, era hora da primeira refeição fornecida por mim. Esperamos a chegada do senhor John para escolhermos o nome, optamos por , o nome da mãe do senhor John, como uma homenagem a avó que mais amava.

Por causa de todas as complicações tanto eu como permanecemos internada durante um mês, até que finalmente voltamos para casa. A senhora Mary tinha instalado um berço em meu quarto por enquanto, assim ficaria mais perto de mim, ela me ajudaria a me adaptar aos detalhes da maternidade, eu comprimira minha promessa a e transferiria todo meu amor por ele para .

Durante os meses que seguiam, eu passava estudando nas horas vagas que dormia para fazer a prova que me daria o diploma, finalmente poderia encontrar um trabalho para mim. Apesar do senhor John não gostar da ideia de eu deixar muito nova para trabalhar, eu não podia depender dele para o resto da vida.

Através de uma indicação de uma professora que tive, recebi um e-mail de uma ex-aluna que trabalhava em uma editora de revista arte e design, ela me convidou para trabalhar home-office fazendo editoriais para esta revista, aceitei de imediato, pois poderia ficar perto de enquanto faria meus trabalhos.

 

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— Posso entrar? — perguntou .

— Pode. — eu terminei de trocar a fralda de e a peguei com cuidado, olhei para ele — O que deseja?

— Não quero mais que faça o exame de DNA. — disse ele.

— Porque? — aquilo me pegou de surpresa — É o que sempre quis desde o início.

— Não quero mais. — ele se aproximou — Acredito em você.

— Mas eu quero. — o olhei séria.

possui um sinal de nascença nas costas que eu e possuímos, mas antes mesmo dela nascer eu já acreditava em você.

— Não sei o que dizer.

— Apenas aceite assim, como está no registro, é a filha de .

Olhe para , ela havia adormecido em meus braços, a coloquei no berço e olhei novamente para a direção onde estava, mas ele havia saído do quarto. Fiquei pensando em tudo aquilo, por mais que ele acreditasse agora, eu ainda queria aquele exame para que ninguém tivesse a oportunidade de dizer o contrário da realidade.

 

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Quando completou um ano fizemos seu aniversário, era dezembro e estava nevando, convidamos poucas pessoas, somente os funcionários do hotel que me conheciam, alguns poucos amigos de e e minha mãe também havia ido. Foi bom vê—la, ela passou quase todo o tempo da festa carregando . Minha mãe me contou que meu pai estava doente e seu tratamento era um pouco caro, eu prometi a ela que ajudaria nos custos sem que ele soubesse, não queria que ele recusasse por ser meu o dinheiro.

A festa demorou um pouco para acabar, pois todos queriam brincar com , ela tinha um brilho especial que atraía as pessoa, aquilo que alegrava, havia partido, mas deixado um lindo presente para mim, nossa filha. Quanto todos foram embora, dei outro banho em e a coloquei para dormir, retirei o sapato dos pés e troquei de roupa, estava um pouco cansada, fiquei descalço um pouco, o chão era de laminado de madeira, então não teria riscos de ficar resfriada.

— Oi. — disse batendo na porta.

— Oi. — me virei para ele.

— Vim perguntar se me concede a última dança.

— Hum? — eu não entendi direito, aniversários de crianças nem tinham músicas assim.

Ele se aproximou de mim e pegando suavemente em minha mão me rodou, aproximou seu corpo do meu e me vez acompanha-lo no seu ritmo. Permaneci em silêncio de fechei os olhos, eu estava indecisa se queria realmente dançar com ele ou imaginar se era em minha frente, pela primeira vez meu coração estava dividido entre dois homens, mas o problema era que um deles estava morto, mas para mim ainda não.

Paramos de nos movimentar e ficamos parados por um tempo, permaneci com meus olhos fechados com meu pensamento sobre aquilo que estava fazendo era ou não uma traição à . Seus lábios tocaram os meus suavemente, eu depositei minha mão direita em seu tórax, minha intensão era afastá-lo, mas me agarrei em sua jaqueta e retribui o beijo. Mesmo estando carente, não sabia se era certo me apoiar nele e retribuir seu carinho.

 

“Apenas imaginando eu consigo encher o mundo com você
Porque uma neve que cai corresponde a uma lágrima sua
A única coisa que não posso fazer é trazer você para mim”

— Miracles in december / EXO

 


 

6. My heart is thouched

 

 

Poucos meses após completar três anos, a editora em que eu trabalhava me convidou para morar na cidade da matriz, eu havia progredido tanto na empresa que eles queriam que eu assumisse a redação como editora chefe. Era uma oportunidade única para meu lado profissional.

Eu havia me afastado sentimentalmente de , e após uma longa conversa com ele determinei que fôssemos somente amigos. Eu ainda me sentia estranha, ainda não conseguia me desapegar de . Era melhor assim enquanto estava no início, como sempre nunca estive acostumada com a felicidade, e já era o bastante para minha vida.

Quando contei a eles sobre a oferta, ficou indiferente, por mais que não estivéssemos juntos e ele estivesse em um relacionamento da irmã de uma amigo dele, às vezes deixava transparecer ciúmes de mim. A senhora Mary ficou um pouco triste pois se eu aceitasse iria comigo, já o senhor John ficou feliz pela oportunidade que eu estava tendo. Eu não precisava da permissão dele, óbvio, mas queria contar e ver a opinião de cada um, se retirou para seu quarto antes mesmo que pudesse pergunta-lo.

 

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— Não vai dizer nada? — perguntei a ele entrando em seu quarto.

— Nada do que eu disser vai te fazer mudar de ideia. — ele permaneceu de costas olhando para fora da janela — Então faça como achar melhor. — sua voz estava fria e áspera.

— Não quero ir com isso entre nós. — dei alguns passos até ele — Combinamos de ser amigos.

— Amigos não nos abandonam. — disse ele.

— Não estou abandonando, queria poder ficar, mas não posso.

— Por que?

— Porque não sou forte o bastante. — eu sai do quarto antes que ele pudesse se virar.

Não era mesmo forte o bastante, nem para suportar ele com uma garota ao lado, e nem para deixar partir e dar uma chance para nossos sentimentos. Eu era uma tonta idiota que não sabia ser feliz e tinha a solidão como uma amiga.

Os dias que seguiram foram para arrumar as malas e o lugar onde ficaria em Los Angeles, na Califórnia. Em meu último dia com ele, a senhora Mary fez um jantar especial para minha despedida, o senhor John de tinham passado a tarde no parque com . Após o jantar, coloquei minha filha em minha cama para dormir e desci, caminhei um pouco pelo jardim dos fundos, em silêncio.

. — disse ao se aproximar — Eu preciso te dizer algo.

— Não. — eu o olhei, já sabia o que ele iria dizer, mas não queria ouvir.

— Não vá, por favor. — ele segurou em minha mão me olhando no fundo dos olhos — Não posso te ver partir assim, durante todo esse tempo tudo que sinto só fez aumentar e não quero perder você, mesmo sem nunca tê-la tido.

. — eu sussurrei de leve.

Nem mais um apalavra foi dita, e o mundo paralisou com um beijo dele, forte e intenso. Me senti aquecida como os beijos de , mas naquele momento foi mais forte, eu estava mesmo apaixonada por ele, mas não conseguia aceitar ou me agarrar a isso. Ficamos abraçados por um longo tempo, até que eu me despedi dando boa noite e voltei para meu quarto.

 

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POV —


Quando acordei pela manhã estava me sentindo estranho, algo dentro de mim estava me dizendo que era havia partido definitivamente. Eu já não me incomodava com pensamento de como pude me apaixonar pela mulher que um dia esteve ao lado do meu irmão, tinha muito respeito por sua memória, mas estava triste por ela ainda sentir que traía comigo.

Este sentimento se arrasta por esses anos, desde que a comecei a olhar com outros olhos e deixei de lado meus ressentimentos e desconfianças causados por alguém que nem era ela. Aquele arrependimento estaria cravado em meu coração até o fim, por minha causa várias vezes sua vida e de correram riscos, agradeço a Deus por não terem se ferido por causa de minhas atitudes erradas.

Me levantei da cama e troquei de roupa, ouvi o barulho d um carro estacionando, eram meus pais, minha mãe chorava um pouco, naquele momento percebi que era tinha ido embora. Saí do quarto e fui para o quarto que era dela, meus olhos percorrera todo o lugar até que pararam na cama, havia um envelope em cima. Peguei de imediato, tinha o emblema de um laboratório ao lado de um endereço, não acreditava que ela tinha feito o exame mesmo eu tendo anulado a ideia.

Abri e comecei a ler calmamente, a informação que tanto havia questionado quando eu a conheci estava lá em negrito. era realmente filha de , senti as lágrimas se formarem no canto do meu rosto de imediato, me lembrei de tudo que havia feito com ela no início como um filme, deseja ainda mais voltar no tempo e a tratar de uma outra forma no início.

 

“Não me impressiona o amor ser difícil, eu ainda sou desajeitada
Honestamente, eu estou acostumada a tristeza de o amor parecer distante.”
— My Heart is Touched / Personal Taste OST (SeeYa)

 


 

7. Halo

 

 

Novamente o inverno havia chegando, juntamente com o aniversário de cinco anos de , nossa rotina em Los Angeles era corrida, mas divertida. Nas férias eu sempre a levava para visitar os avós, consequentemente via , eu ainda sentia meu coração pulsar mais forte perto dele. Sua semelhança com até no modo como me olhava era incrível.

Quando chegamos de viagem na casa da família Village, fomos recebidas pela senhora Mary, pulou e seus braços demonstrando toda saudade que sentia da avó.

— Essa pequena cresceu muito rápido. — disse o senhor John ao entrar na sala.

— Vovô. — ela correu e o abraçou apertado.

— Sim. — eu concordei. — Nossa princesa está crescendo muito rápido.

— Estávamos com tanta saudade de vocês. — a senhora Mary me abraçou — Como está indo em Los Angeles?

— Bem, me mantenho concentrada no trabalho. — expliquei a ela.

— Mas e o seu coração? — ela me olhou com gentileza, senhora Mary já sabia sobre meus sentimentos e de .

— Preferi deixá-los no fundo de um baú e joguei a chave fora.

— Querida, você precisa dar mais oportunidade para ser feliz. — ela se aproximou mais e sussurrou em meu ouvido — O que sente por você é verdadeiro e merece uma chance.

Agradeci a ela por suas palavras e me instalei em meu quarto, passei a noite pensando nisso, só chegaria no domingo, pois estava viajando a trabalho. Passei a semana pensando em tudo, e em como reagiria quando o visse novamente.

 

— Spin-off Sonho —


Era um lindo orquidário, sua estrutura de madeira e vidro, bem iluminado com a luz do sol. Andei pelo lugar até que vi parada em frente uma bancada replantando uma orquídea branca, ela estava em um vaso e ele cuidadosamente a colocou no outro que estava ao lado. se virou para mim e sorri, eu sorri de volta caminhei até ele.

— Que está fazendo? — perguntei.

— Este novo vaso irá fazer o resta orquídea o que o antigo não pode mais.

— O que? — olhe o para os vasos.

— Ele irá cuidar dela e protegê-la, lhe dar todo o amor que ela merece.

Fiquei pensando naquelas palavras por um minuto e então entendi do que se tratava, os vasos eram ele e e a orquídea era eu, estava me dizendo para esquecê—lo e abrir meu coração para seu irmão entrar.

. — ele pegou o vaso que estava vazio e se virou para mim esticando o vaso para que eu pegasse. — Me prometa uma coisa?

— Sim. — eu o olhei e peguei o vaso.

— Que jamais me esquecerá, mas que irá me deixar partir. — assim que ele se aproximou mais e encostou suavemente seus lábios no alto da minha testa, eu fechei os olhos e soltei o vaso de minhas mãos.

— Spin-off End —

 

Eu acordei automaticamente e me levantei permanecendo sentada na cama, aquele era o momento em que estava finalmente deixando partir de verdade. Senti meu coração mais leve, respirei fundo e voltei minha atenção para porta. estava parado me olhando.

— Quando chegou? — perguntei quase sussurrando.

— Há alguns minutos. — ele respondeu — Como está?

— Bem. — eu me levantei e dei alguns passos em sua direção — Deseja alguma coisa?

— O que desejo me foi privado. — ele foi um tanto direto sendo indireto.

— Talvez, este desejo esteja perto de se realizar ainda o desejar. — eu não gostava de conversas enigmáticas, mas não sabia como me expressar, após aquele anos me reprimindo.

Ele permaneceu em silêncio, certamente estava tentando entender minhas palavras, então ele se aproximou sem que eu pudesse reagir e me beijou de forma suave. Se ele havia entendido, aquela era sua resposta e eu estava feliz por isso, retribui o beijo com mais intensidade ainda. Eu me afastei um pouco dele e vi na porta do quarto com um sorriso no rosto.

— O que está fazendo aí princesinha? — perguntei.

— Vendo vocês. — era riu — Tio você e a mamãe vão se casar?

— Bem. — ele pegou ela no colo e olhou para mim — Por que acha isso, você iria gostar?

— Sim, se vocês se casassem voltaríamos a viver aqui, todo juntos. — ela explicou olhando para mim, aquele olhar era como se fosse de , tinha um brilho especial.

— E será que a mamãe aceitaria? — ele me olhou como se o pedido fosse formal.

— Aceito. — foram minhas únicas palavras juntamente com algumas lágrimas.

Deste vez não arriscaria falar em outro momento, eu queria sim me agarrar aquela oportunidade sem medo e receito. Havia aberto meu coração para a felicidade e para , talvez depois de muito tempo só eu poderia me sentir completa novamente.

 

“Eu encontrei um jeito de deixar você entrar
Mas eu nunca tive dúvida
De pé em frente da luz da sua aura
Eu tenho o meu anjo agora.”
— Halo / Beyoncé

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~The end~


N/A: Mais uma fic, agora para o Desafio 2 do Purple Line Fics, espero que tenham gostado e chorado muito!!!
Brincadeira!!!! *-*

By: Pâms!!!


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