BTS: Príncipes da Máfia, by Anna Charmont

Príncipes da Máfia

PRÍNCIPES DA MÁFIA
por Anna Charmont

"Torturas podem destruir a mente de qualquer ser humano desde o mais fraco ao mais forte. Quando se mergulha em um oceano negro de lembranças amargas e cheias de dor torna-se difícil e as vezes impossível submergir sem que alguém o puxe pela mão, todos querem ser salvos, mas muitas das vezes os gritos de suas almas não podem ser ouvidos... Alguns são capazes de ouvir até mesmo o sussurro de uma alma sangrando e por aquele momento esquecer tudo a sua volta e arrisca-se para salva-lo, tal ato fez dois mundos completamente diferentes colidirem com o perigo, a dor de perder aqueles que jamais acreditariam que os deixariam e criaram novos caminhos, sentimentos e um destino completamente diferente do que qualquer um daqueles poderiam ser capazes de imagina.
bem-vinda à Máfia."
Gênero: Drama
Dimensão: Longfic
Classificação: RESTRITA
Aviso: Os meninos do BTS são fixos, as garotas podem ter características que não são iguais as suas. Sexo, linguagem imprópria, violência, tortura.

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# Prólogo # Capítulo 1 # Capítulo 2 # Capítulo 3 #


PRÓLOGO


O céu estava completamente escuro sem estrelas ou até mesmo a lua para iluminá-lo, o vento soprava úmido e frio avisando que logo cairia a chuva.
Embaixo de um dos bancos da praça vazia àquele horário, escondia-se o menino de cabelos castanhos tão escuros quanto o de seus olhos. Encolhido buscava aquecer se, embora seus dentes trincassem uns nos outros e seu corpo tremesse de frio.
A pequena criança vestia apenas uma blusa regata de cor creme com alguns rasgões nas costas e uma bermuda de algodão surrada, suas roupas serviam apenas para cobrir partes de seu corpo, mas não podiam aquecê-lo.
Aquela criança havia tido os momentos mais felizes de sua curta vida ao lado de seus pais, sabia qual o calor de um abraço, o carinho de sua mãe, isso era algo que não saia de sua mente enquanto sentia seu corpo congelar e as lágrimas de seu choro silencioso molharem seu rosto, o qual costumava haver um sorriso inocente e brilhante.
Ele havia se tornado um pequeno sobrevivente das ruas e a cada dia lutava para abrir seus olhos pela manhã e não deixar que o frio ou a fome lhe roubassem aquilo pelo qual seus pais tanto lutaram antes de serem assassinados: sua vida.
Passos leves e calmos seguiam pelo curto caminho que o levaria a pequena loja de instrumentos na rua do outro lado da praça.
O rapaz de cabelos descoloridos num tom quase branco, parecia não importa-se com a fina chuva que começara a cair. Embora seus pés se movessem na direção certa, sua mente estava mergulhada em lembranças cheias de saudade, dor, medo e angústia.
Não sabia, a princípio, que sua escolha lhe custaria tudo que conhecia e amava.
Submergiu de suas lembranças ao ouvir o toque alarmante de seu celular. Tirou a mão direita do bolso trazendo junto o pequeno aparelho barulhento, encarou o nome na tela por alguns instantes sentindo-se incapaz de mover se, sem expressão alguma jogou o celular na fonte a seis passos ao seu lado direito.
Seu movimento o fez notar algo diferente embaixo de um dos bancos. Poderia fazer igual a todos que havia notado aquela criança ali e ignorar, mas ele era completamente o oposto da primeira impressão que passava.
Caminhou em direção ao banco e abaixou-se, cuidadosamente puxou a criança assustando-se por um curto instante por vê-la em tal situação.
— Vou tira-lo daqui. – avisou Yoongi com a voz baixa, vendo os olhos sonolentos buscando fixar seu rosto — Vai ficar tudo bem...
Yoongi tirou sua blusa de frio e cobriu a criança a pegando em seus braços.
Naquela noite de inverno o rapaz de roupas escuras que vivia rodeado de lembranças dolorosas e alma ferida encontrou naquela criança um pedaço de si mesmo. E a esperança de ser salvo trouxe ao menino um anjo machucado e de coração bondoso.



1. Estranhos


O céu daquela noite de quinta-feira parecia estava a favor dos namorados, as milhares de estrelas brilhando lindamente com a lua sorrindo entre elas.
— Como o céu ‘tá lindo. – comentou olhando para cima enquanto caminhava junto a sua amiga.
— De fato. Dá até vontade de ficar aqui olhando. – disse olhando para o céu também — Mas precisamos andar um pouco mais rápido, esta tarde.
— Verdade. – concordou segurando a caixa de pizza — Não sei, como fomos arrumar coragem para sair de casa a essa hora.
— Culpa daquela pizzaria de pobre que não faz entrega no bairro. – reclamou e olhou a caixa em suas mãos — Quando chegamos em casa vai esta tudo fria.
— Usamos o microondas mesmo. – disse e parou de imediato — ‘Miga... O que é aquilo...?
Os olhos da menina estavam fixos em algo que acontecia poucos metros a frente.
— O quê? – seguiu seu olhar.
Apenas alguém muito ingênuo não seria capaz de perceber o que se passava com o rapaz de camisa branca completamente surrada e suja, o mesmo que estava sendo segurado por dois homens grandes como armários enquanto era espancado por outro rapaz, um magricela que sorria divertido a cada golpe que dava.
— Vamos voltar, ‘mana. – pediu com medo num sussurro.
— Shiii... Já vamos...
O rapaz magricela tirou um canivete de seu bolso e encarou o outro sorrindo perverso.
— Vamos ver se isso vai refrescar a sua memória. – disse antes de apunhalar o rapaz preso por aqueles dois homens grandes.
O que se ouviu dele foi apenas seu rosnado de dor e raiva.
sem pensar e decidida a ajudá-lo, entregou a caixa para e puxou a arma de sua cintura.
— Fica atrás das latas, ali. – pediu a menina.
Sem questionar correu para trás das latas de lixo.
— Hey! Parado aí! – gritou a menina apontando a arma — Polícia de Seoul!
Os três a olharam de imediato e riram ao ver apenas uma garota aparentando ser frágil e nem de longe mostrava ter força alguma.
— Peguem-na. – ordenou o rapaz magricela.
— Não se atrevam se aproximar ou não hesitarei em atirar! – avisou a menina.
— Não seja tola. – o rapaz riu — Peguem a nossa amiguinha intrometida.
Os dois homens fortes deixaram o rapaz machucado cair no chão, esse que mal conseguia mante-se de olhos abertos. Viraram-se para a menina pegando suas armas, porém havia muita coisa que não sabiam daquela garota a sua frente, ela nunca errava um alvo, tinha olhos afiados feito de uma águia.
Bastou dois tiros certeiros nas mãos grandes daqueles homens para se darem conta de que ela não estava de brincadeira.
— Eu avisei. E o próximo vai ser nos seus crânios. – avisou ela os encarando.
O rapaz magricela entrou no carro rapidamente.
— Entrem! – gritou ele.
Os outros dois correm até o carro deixando um rastro de sangue.
poderia impedi-los de fugir, mas já estava bastante encrencada por atirar e agir sozinha, poderiam tirar até seu distintivo. Ninguém a levava a sério na delegacia onde trabalhava, não haviam se quer dado a oportunidade da menina mostrar que havia nascido para aquela profissão, mostrando o talento da garota.
— Posso sair? – quis saber receosa.
— Pode. – guardou a arma e correu até o rapaz deitado no chão ensanguentado.
— Meu Deus! Temos que chamar o socorro. – disse assustada ao vê-lo.
— Me dá seu celular. – pediu a amiga abaixada próximo ao rapaz.
— Não me levem... Não posso ir para nenhum hospital. – balbucio o rapaz depois de se forçar muito para falar.
— Você está muito machucado, moço. - argumentou .
— Me deixem aqui...
— Não. Me ajuda aqui, . – pediu a menina.
— E as pizzas? – quis saber segurando as caixas.
— Deixa por aí mesmo.
colocou as caixas no chão e se aproximou do rapaz.
— No três. – avisou — 1, 2,3...
Com muito esforço as duas conseguiram levantar o rapaz servindo de apoio para ele que mal conseguia dar alguns passos.
— Vamos lá, amigo, força. – o incentivou enquanto caminhavam com dificuldade.
— Estamos próximos de casa. – disse — Vamos, força.
Ele estava se esforçando para continuar movendo seus pés, mas seu corpo não aguentaria por muito tempo.
Talvez fosse sorte sua ser encontrado por aquelas duas garotas bondosas que não hesitaram em ajudá-lo, porém já não posso dizer o mesmo sobre elas.
A casa onde viviam com mais quatro amigas era pequena e um pouco afastada do centro em um dos bairros classe média. Onde haviam encontrando o rapaz com mais alguns passos estariam em casa.
— Abre a porta, . – pediu segurando o rapaz sozinha.
Rapidamente a menina abriu a porta voltando a dividir o peso do corpo do rapaz com . Os primeiros passos que deram para dentro da residência se deparam com uma morena de cabelos ondulados parada as olhando com um misto de surpresa e susto.
— Quem é esse, gente? – quis saber a menina.
— Não sabemos. – disse — Nos ajude aqui.
correu até ficando em seu lugar enquanto a menina apressadamente passou pela sala indo até o quarto pegar alguns edredons.
— Meu Deus! O que aconteceu? – se assustou a morena de cabelos crespos.
— Ele foi esfaqueado e espancado por alguns caras. – disse quase não aguentando mais o peso do rapaz.
— Vamos. Coloque ele aqui. – pediu jogando as almofadas e tudo que estava sob o sofá no chão.
Rapidamente e colocaram o rapaz deitado no sofá com todo o cuidado do mundo.
, pega a maleta de primeiros socorros, por favor. – pediu abaixando ao lado do rapaz para examiná-lo.
A menina assentiu e saiu quase correndo para o quarto que dividiam todas.
— Trouxe edredons e travesseiro para ele. – avisou .
— Preciso de água morna e toalhas. – avisou rasgando a camisa esfarrapada do rapaz.
foi até a cozinha providenciar o que ela havia pedido.
— É muito grave, ? – quis saber , preocupada.
— Não perfurou nem um órgão, mas ele está muito machucado e provavelmente com o tempo que levaram para chegar aqui ele perdeu uma boa quantidade de sangue. – disse o examinado — Porque não o levaram para o hospital?
— Ele pediu para não levar. – disse .
entrou na sala trazendo em mãos a maleta de .
— ‘Ok, verei o que posso fazer, mas reafirmo que em um hospital seria melhor para ele.
— Não podemos . Desconfio que ele não pode ser encontrado por aqueles caras e pela polícia. – disse com as toalhas nos ombros e segurando um pequena bacia com água.
— Então é um criminoso? – quis saber assustada por ter um criminoso em casa.
— Talvez sim ou não. – disse .
— Isso não vem ao caso agora. – chamou a atenção de todos — Ele precisa ser tratado rápido, depois falamos sobre isso. me ajuda aqui.
— Vamos para a cozinha, . – a chamou .
As duas saíram da sala deixando o pequeno cômodo mais espaçoso para que e pudessem se mover melhor com apenas os poucos móveis em seu caminho.
era médica em um dos hospitais mais bem requisitado de Seoul, a princípio essa não era a profissão a qual desejava seguir​, a um tempo atrás chegou a cursar jornalismo, mas depois de um acontecimento em sua vida sentiu-se de mão atadas e completamente inútil, decidido então que não tornaria a perder mais ninguém se pudesse o salva. Tornou-se bem reconhecida por seu trabalho, embora fosse estrangeira e tenha sofrido um certo preconceito a princípio — algo que não mudou completamente — ainda sim é reconhecida por ser uma excelente cirurgiã. Quanto a , era basicamente seu braço direito naquele hospital desde o início, a melhor enfermeira que já havia trabalhado com ela.
Havia sido lá que se conheceram tornando-se amigas, melhor dizendo, grandes e inseparáveis amigas.
— ‘Mana, o que vai fazer com ele? – quis saber , olhando colocar café em duas canecas.
— Ainda não sei exatamente o que devo fazer. Talvez o leve para a delegacia e procure por sua ficha ou o leve para algum hospital e o deixe por conta própria. – a menina virou para a amiga — Independente do que eu faça não terei nenhum tipo de reconhecimento, não que isso me interesse. Enfim, não importa se o prenda ou o deixe livre, serei rebaixada do mesmo jeito, não me levam a sério naquele departamento.
pegou as canecas e caminhou até entregando uma para ela e sentou-se em seguida.
— É basicamente o que passo na clínica. – suspirou — Vamos pelo menos ouvir o que ele tem a dizer quando acordar.
A amiga apenas assentiu antes de tomar um gole de seu café.
entrou na cozinha e caminhou até a pia.
— Alguém tem o número da ? Esqueci meu celular no hospital de novo. – quis saber a menina enquanto lavava as mãos — Eu preciso que a traga alguns medicamentos para o nosso “hóspede”.
— Eu tenho. – disse ao procurar por seu celular nos bolsos de seu jeans — Cadê meu celular?
Se preocupou a menina tornando a tatear seus bolsos.
— ‘Tá comigo, . – avisou ao lembrar-se de que não devolveu mais cedo.
A menina pegou o celular em seu bolso e devolveu a amiga.
— Pensei que tinha perdido. – comentou aliviada.
— Peguei quando estava no tédio na pizzaria, lembra?
— Verdade. – procurava o número de nos contatos — Aqui, .
pegou o celular e saiu da cozinha.
— Como será que ele está? – se perguntou .
— Espero que melhor. – levantou-se indo até a pia onde deixou sua caneca.
. – a chamava — Preciso que monitore o nosso hóspede e me avise qualquer mudança.
— Onde você vai, ? – quis saber a olhando.
— Vou dormir​. Estou acabada, fiz um plantão de 32 horas. Sinto que vou desmaiar de sono. – bocejou.
O rosto da menina mostrava o quanto estava cansada e que deveria dormir com urgência.
— Está bem.
— Se não conseguir​ me acordar recorra a , ela revisa contigo. – pediu — beijos pra vocês.
— Beijo. – disseram ao mesmo tempo e .
— ‘Miga, preciso ir ao departamento. – avisou vendo a mensagem em seu celular — Acho que já sabem o que fiz.
O celular começou a tocar loucamente com o nome “Demônio magrela” na tela.
— Tem uma arma embaixo do meu travesseiro, não hesite em usá-la se o nosso “amiguinho” tentar algo. – pediu ao levantar-se.
— Jesus! ‘Mana, não brinca com isso, já não estou curtindo o lance de ficar só com ele. – comentou a seguindo.
— A e a estão aqui, em três horas a chega. Não se preocupe, ligue para polícia qualquer coisa, porque quando as duas dormem parecem que hibernam.  – riu pegando suas chaves na mesinha da sala levantou seu olhar vendo o rapaz que dormia profundamente e por alguns poucos instantes não conseguia ver nada além de sua beleza — Preste atenção no pedaço de mal caminho aqui.
sorriu maliciosa e pegou sua jaqueta próximo a porta deixando a menina confusa com seu comentário.
— Beijos, até amanhã. E não esqueça, embaixo do meu travesseiro. – ela riu e antes de fechar a porta viu a careta que fez.
— Legal, sozinha com um estranho. – a menina suspirou e deu alguns passos para voltar a cozinha.
Ouviu gemidos vindo da sala e parou, rapidamente caminhou em direção ao sofá onde estava o rapaz.
— Não me levem... – dizia ele em sussurro aos delírios — Me deixem ir...
— Quem? – quis saber a menina abaixando-se ao lado dele — Ninguém vai te fazer mal aqui.
sentindo-se por um momento sem saber o que dizer ou muito menos fazer, apenas o observou delirar.
— Me soltem! – gritou ele se debatendo.
— Calma, ninguém irá te fazer mal. – pediu a menina rapidamente o segurando tentando o fazer parar de se debater.
— Me soltem! Me soltem! – gritava ele tentando livrar-se usando sua força.
! ! Me ajudem! – gritou desesperada não tendo força o suficiente para contê-lo.
Com força, ele empurrou , a fazendo cair sobre a mesinha de vidro o estilhaçando com o  impacto de seu peso.
O rapaz abriu os olhos rapidamente sentando-se no sofá como se despertasse de um pesadelo o qual estava o sufocando.
tentou levantar-se devagar enquanto sentia os pedaços de vidros perfurarem sua pele e fazendo o líquido vermelho escorrer.
Os olhos assustados do rapaz encontraram a menina sentada sobre pedaços de vidros com  alguns manchados visíveis.
Virou para ela disposto a levanta-se para ajudá-la.
— Não se mexa. – pediu sentindo seu braço doer.
Ele continuava a olhando como se pensasse se deveria obedecê-la ou não, ao mexer-se sentiu uma dor aguda em seu lado direito notando então o sangue escorrer.
— Continue aí, quietinho. – pediu ao levantar-se.
A menina pegou a maleta de primeiros socorros no sofá menor e aproximou-se dele.
— Se você não fosse tão agitado enquanto dorme, garanto que não teria estourado esses pontos. – disse a menina removendo o curativo do abdômen do rapaz.
— Me desculpe... Não queria machucá-la...
Seus olhos fitavam o machucado no braço da menina.
Ela os seguiu e voltou seu olhar para ele, olhando pela primeira vez em seu rosto com atenção.
— Não se preocupe com isso. – deu um leve sorriso — Foi apenas um leve arranhão.
— Não precisa ser gentil... Sei que um arranhão não sangraria dessa forma.
deu uma risadinha, embora que se esforçava demonstrar que aquele ferimento não estava a incomodando e muito menos doendo.
— Meu corpo parece ter mais sangue que o normal, qualquer cortezinho faz sangrar loucamente.  – disse ela voltando sua atenção ao ferimento do rapaz — Vou limpar e refazer os pontos, porém você deve ficar quieto, ok?
Ele apenas assentiu ainda com o estranho sentimento crescendo dentro de si.
— Como se chama? – quis saber a menina ao colocar as luvas.
— Não posso dizer...
— Não? – ela o olhou e sorriu levemente — Sou a pessoa que está cuidado de você agora, e está em minha casa. Acha que ainda assim não mereço nem ao menos saber seu nome?
Ele suspirou depois de pensar por um curto instante se deveria confiar naquela garota a sua frente. Avaliou sua situação e concluir que se o quisesse morto não cuidariam de seus ferimentos.
— Jimin.
— Sou , prazer Sr. Jimin. – ela sorria enquanto limpava o ferimento do rapaz.
Jimin apenas assentiu mantendo-se em silêncio.
— Você teve sorte por não perfurarem nenhum órgão. – comentou enquanto refazia os pontos — Na verdade hoje foi sua noite de sorte.
— Foi você? – Jimin fez uma careta ao sentir a agulha perfurar a sua pele.
— Que te encontrou? – ela o olhou vendo assenti — Sim, mas minha amiga que te salvou, apenas ajudei te trazer para casa.
— Não sou corajosa quando vejo armas. – a menina deu uma risadinha — Minha amiga é mais ágil que eu nessas situações.
— Você é médica? – quis saber a olhando.
finalizou o último ponto e cortou o que sobrou da linha.
— De animais. – ela riu e o olhou — Sou veterinária.
Jimin a olhava sem reação enquanto em sua mente passava-se que uma médica de cães havia tratado de seu ferimento.
— Essa sua cara. – a menina riu e pegou algumas gases — Minha amiga é uma cirurgiã, foi quem te tratou. Estou apenas fechando os pontos que você abriu, isso eu sei fazer bem, curativos.
tirou as luvas jogando no cestinho de lixo que havia deixado ali na sala.
— Bom, agora deite-se com cuidado. – pediu o ajudando a deitar no sofá.
Num leve descuido seus rostos ficaram próximos um do outro permitindo que seus olhares se encontrassem e sentissem o calor de suas respirações. A pele do rosto de Jimin parecia mais brilhante de perto e seu perfume com aroma enfraquecido, que podia sentir​ quando próximo, a deixou paralisada por um curto instante.
Ele possuía o tipo de beleza que ofuscava a mente dela e prendia sua atenção de forma que a deixava receosa e curiosa.
Rapidamente, se afastou e, como tentativa de esquecer as estranhas sensações, fingiu arrumar o travesseiro.
— Descanse um pouco mais. – pediu ela ao levantar-se.
Pegou a maleta no chão e antes que pudesse dar mais que um passo ele a segurou no pulso.
— O que posso fazer por você?
— Apenas melhor. – ela sorriu — Isso me deixará bem.
— Não conseguirei dormi sabendo que está assim. – ele olhou para o braço com sangue escorrendo da menina.
— Não se preocupe, irei cuidar disso agora mesmo. – ela sorriu levemente mostrando a maleta.
Jimin soltou seu pulso tentando sentar novamente.
— Cuidado. – pediu ela o ajudando — O que está fazendo? Assim vai infeccionar.
— Sente aqui. – pediu ao passar a mão ao seu lado no sofá.
— Por quê? Sabe que você precisa descansar!
— Por um minuto esqueça o estranho na sua sala e se preocupe contigo. – pediu Jimin ao pegar em seu pulso guiando para senta-se ao seu lado.
— Sei seu nome agora, então é 99% estranho. – riu o deixando pegar a maleta de sua mão.
Ele a olhou e sem perceber esboçou um sorriso para aquela garota tão carismática sentada ao seu lado.
Esse simples sorriso roubou o ar dos pulmões de , a deixando se sentir ainda mais estranha.
Jimin pegou um par de luvas as colocando em seguida, pegou algumas gases e soro para que pudesse limpar o corte no braço da menina.
— Isso parece um tanto clichê. – comentou o vendo limpar.
— O que exatamente? – quis saber ele concentrando no fazia.
— Você agora cuidando do meu machucado depois de fazer isso por você. Parece coisa de drama. – a menina riu de seu comentário bobo.
— Eu que a machuquei, isso é mais que obrigação. – disse ele e procurou por uma pinça para que pudesse tirar alguns pequenos pedaços de vidro que havia fincado no braço dela — Nada que fizer aqui, será comparado com o que fizeram por mim.
— Não diz assim, que parece que fomos heróis.
— Para mim, sim. – ele a olhou — O que poderia fazer em agradecimento?
— Fica bem, já está ótimo. – sorriu e fez um careta em seguida ao sentir​ ele retirar mais um dos vidros.
Jimin a olhou e antes que pudesse fazer isso, estabeleceu uma pequena regra para sua mente, ela estaria proibida de fazer seus olhos se prender a morena novamente.
— Você está indo bem. Já fez isso antes? – olhou o que ele fazia.
— Algumas poucas vezes. – se limitou ele concentrando.
— É paramédico ou enfermeiro?
— Nenhum dos dois.
— Então, o que? – ela o olhava curiosa.
— Não é algo do qual devemos falar. – argumentou ele.
— Ok, entendi. É um homem de segredos. – disse a menina tranquilamente — Se você for algum tipo de criminoso, não se preocupe, ainda sim estará seguro aqui.
Jimin parou o que fazia e prendeu o ar por alguns segundos respirando pesado em seguida.
— E se eu for um assassino? – a olhou de forma diferente mostrando uma estranha sombra em seus olhos.
o olhou mesmo sentindo o medo se apossar de seu corpo e esboçou um leve sorriso.
— Tenho uma arma.  – disse a menina tranquilamente e riu.
Mesmo estranhando a reação da garota, por não ser a qual Jimin esperava, voltou sua atenção ao corte no braço dela.
(...)
Em uma loja de conveniências aberta 24 horas a três quarteirões de sua casa, a menina por trás do balcão bocejava pela 6º vez naquela noite.
Era quase 2h00 da madrugada quando viu um rapaz alto e bem vestido entrar. Mesmo que não devesse o olhar, seus comandos emitidos por seu cérebro não eram obedecidos.
Já havia visto todos os tipos de pessoas entrarem naquele estabelecimento, a grande maioria eram lindas de tirar o fôlego, porém possuíam a beleza em comum, e esse tinha prendido sua atenção por sua elegância ao caminhar e vestir-se, seu rosto era diferente de todos que estava costumada a ver e em especial seus lábios atraentes e tão bem desenhados.
O rapaz virou o rosto a olhando.
Rapidamente, desviou o olhar para qualquer lugar da loja.
O rapaz deu um sorrisinho e caminhou corredor adentro em busca de algo nas prateleiras.
A porta da loja foi aberta revelando um rapaz alto de blusa preta com capuz.
— Boa noite, seja bem vindo...
voltou sua atenção para ele deparando-se com uma arma apontada para sua testa.
— Abra o caixa e coloque o dinheiro aqui. – jogou sob o balcão uma bolsa de zíper.
A menina assustada assentiu abrindo o caixa.
— Rápido! – gritou ele a encarando enfurecido — Faça isso rápido antes que eu meta uma bala na sua cara!
Com as mãos tremendo abriu a bolsa jogando o dinheiro dentro dela sentindo que seu coração sairia por sua boca em instantes.
— O que é isso? – ouviram a voz masculina.
— Cale a boca! – pediu o rapaz apontado arma para outro parado tranquilamente próximo a terceira prateleira o olhando fixamente.
O rapaz bem vestido deu uma risada abafada e o olhou mortalmente.
— Não suporto que me mandem calar a boca. – apontou sua arma para o assaltante.
A arma prateada de alto calibre tinha um certo brilho sob a luz do local.
Não esperando aquela reação o rapaz de capuz não deixou de mostrar surpresa.
— Sabe qual é o problema da maioria de vocês? – dizia o rapaz bem vestido tranquilamente — É não saber que o cérebro dentro de seus crânios serve para pensar também. Que se usa-lo, não precisaria entrar em uma loja como está apontado uma arma para alguém.
— Não se aproxime ou atiro! – gritou o assaltante.
— Viu? Esse é o problema. – ele apertou o gatilho acertando a mão do assaltante que deixou a arma cair no chão disparando sozinha acertando a máquina de refrigerantes.
— Pegam em uma arma e já se sentem os donos do mundo. - disse o rapaz bem vestido e rapidamente o golpeou fazendo o assaltante cair — Até para isso você precisa usa essa massa que preenche seu crânio.
Puxou o fone do seu iPod e o usou para amarrar as mão do assaltante nas costas assim dificultaria caso tentasse soltar-se.
— Ligue para a polícia...
Pediu ao olhar a menina paralisada por trás do balcão.
assentiu e antes que pensasse em fazer o que havia pedido sentiu seu mundo perder a luz e seu corpo foi de encontro ao chão a deixando senti o impacto como ultima coisa antes de desmaia.
Rapidamente, Namjoon correu até a menina a encontrando no chão.
— Que hora para desmaiar, garota. – disse ele e pegou seu celular no bolso de sua calça.
Discou o número da emergência e aguardou ser atendido.
Abaixou-se olhando de perto o rosto da menina de pele num tom mais escuro que o seu e sem perceber se viu seguindo cada detalhe de seu rosto, isso não era de seu feitil, reparar nenhum tipo de detalhes em garotas, principalmente tão jovens quanto ela.
(...)
Estava tarde e a menina sentada atrás da mesa com a tela do computador em seu rosto estava completamente cansada, desejava ir para casa mais que nunca, precisava liberar todo aquele estresse e principalmente a raiva que basicamente explodia dentro dela depois de 1 hora e meia ouvindo o chefe do seu departamento gritar em seu ouvido e reclamar sobre a mesma ter sido imprudente ou a vergonha que era tê-la em seu departamento.
— Finalmente terminei essa merda. – aliviou-se depois de enviar seu relatório.
A menina levantou-se pegando sua blusa de frio na cadeira, quando ouviu a porta ser aberta.
Virou o rosto encontrando a pessoa que mais odiava ali. Alice West.
— Você precisa ir atender uma ocorrência. – disse a mulher loira com um olhar carregado de desdém e repugnância para .
— Mande outro, estou de saída. – a menina passou por ela sem se importar com seu olhar.
— Faz parte da sua punição. Então, é bom que foi até o Jung e pegue os dados da ocorrência. – ordenou ela.
bufou lembrando-se da maldita punição.
— O correto é ''vá'' e não ''foi''. Retorne ao curso de coreano. – disse voltando a caminhar, porém em direção a central de ocorrências do departamento.
Era evidente que as duas se odiavam, o motivo nem as mesmas sabiam. não aceitava que a desrespeitassem e a tratarem tão mal apesar de ser estrangeira, Alice não era nem de longe uma boa oficial, nunca saíra do departamento para ocorrências, vivia em sua sala dando ordens — a única coisa que era boa. Isso incomodava demais , a menina tinha talento, experiência, um excelente faro para mentiras, coragem e principalmente amava sua profissão mesmo com tantas injustiças feitas com ela. De todo o departamento era a Maknae ainda por cima estrangeira e para com ela todos tinham seus preconceitos tolos e fúteis.
— Olá, Jung. - disse ao se aproximar da mesa dele.
— Oi, . Deixa eu adivinhar: Foi punida de novo? – disse ele a olhando.
— Pois é, fazer o quê? Sou amada aqui. – suspirou entediada ao ser sarcástica.
O oficial Jung deu uma curta risada e passou o papel para ela onde estava as informações necessárias para chegar ao local.
— Tentativa de assalto, ninguém saiu ferido.
— OK.
olhou o endereço e ao ver de onde se tratava praticamente saiu correndo para o estacionamento.
— Ei, o que houve? – quis saber seu parceiro.
— Entra no carro, Minho, eu dirijo. – pediu a menina abrindo a porta rapidamente.
(...)
abriu a porta do quarto completamente sonolenta, deu alguns passos em direção a cozinha não evitando passar seus olhos ligeiros pela sala preocupada com o hóspede e principalmente com .
Piscou algumas vezes tentando confirmar que seus olhos não estavam a enganado.
Desviando dos destroços do que já foi sua mesinha de centro, a menina se aproximou dos dois buscando não fazer barulho e acorda-los.
Os dois dormiam sentados no sofá, estava com a cabeça deitada no braço do Jimin.
Por um momento se perguntou se deveria acordá-la ou deixá-los continuar com a cena fofa.
Resolveu deixá-los dormir.
Levantou sua mão para checar se o rapaz estava com febre e antes que pudesse encostar em seu rosto sentiu uma mão segurar firma a sua, a assustando.
— O que pretendia fazer? – quis saber Jimin levantado seu rosto para encará-la.
— I-ia medir sua te-temperatura. – disse a menina assustada.
Jimin a olhou por mais alguns instantes e a soltou.
— Posso? – quis saber .
Ele manteve-se em silêncio apenas a encarando.
ergueu sua mão mais uma vez sendo impedida por ele.
— Realmente preciso saber se tem febre e fazer isso não está ajudando. – reclamou a menina olhando sua mão presa.
— Não tenho febre.
— Você está quente. Diria que sim, uns 38°. – disse ao abrir os olhos sonolenta e sentou-se de maneira correta — Mas vamos medir, pega o termômetro atrás de você, por favor.
olhou sua mão presa e em seguida para Jimin que a soltou. A menina virou-se para o sofá ao seu lado esquerdo pegando o termômetro na maleta.
— Ia trocar de lugar com você. – comentou , em português — Mas tô vendo que ele é durão.
— É bem pior quando está dormindo. – disse deixando Jimin confuso sobre o que falavam.
— Coloque embaixo do seu braço ou eu mesma faço. – pediu e deu um sorrisinho — Precisamos saber sua real temperatura.
levantou-se depois de vê-lo fazer o que foi pedido, embora seu olhar de desconfiança permanecia.
— O que aconteceu na sala? – quis saber caminhando com para a cozinha.
— Como disse, ele é bem difícil enquanto dorme. – esboçou um sorrisinho de canto.
notou a taxa no braço de sua amiga quando a viu abrir a geladeira.
— Ele te machucou?! – quis saber preocupada caminhou rapidamente até a menina — Vou liga para a imediatamente.
— Calma, . Ele não me machucou por que quis. – o defendeu — Estava delirando por conta da anestesia, tentei segura-lo para não romper os pontos e fui empurrada caindo sob a mesinha. Não foi essa a intenção do Jimin, e ele se sente mal por isso.
— Jimin? – a olhou incrédula — Já sabe até o nome dele?!
— Claro, ele está na nossa casa, é o mínimo a se saber. – argumentou a menina pegando uma caixinha de suco.
— Você e a são de outro mundo, viu? – sentou-se à mesa, desistindo de compreender aquelas duas.
(...)
abriu os olhos, estranhando completamente o local onde estava. Fechou os olhos mais uma vez e respirou fundo tentando suportar a dor de cabeça.
Então abriu os olhos novamente, recordando-se do acontecimento, recuperando suas forças sentou-se no chão. Evitou pensar na longa explicação que teria de dar ao Sr. Suk.
Ouviu as sirenes alamosas e deduziu que alguém havia chamado a polícia, em seguida ouviu os gritos de por ela.
— ‘Tô viva. Não escandaliza. – pediu a menina ao ficar em pé e se apoiar no balcão.
— Graças a Deus. – abaixou sua arma indo até sua amiga, a abraçando forte em seguida — Se machucou em algum lugar?
Preocupada procurava por machucados na menina feito uma mãe com um filho, talvez sua preocupação toda não fosse apenas por ser umas das mais nova das meninas, mas porque sentia que deveria proteger a todas, em especial .
— To bem, . – disse — Fique tranquila.
— Ficarei quando chegamos em casa. – disse .
, é o Livro negro de novo. – comentou o agente Min Ho segurando o rapaz.
— Sério isso? – encarou o rapaz — Essa já é a quinta vez em dois meses. Deveriam te deixar apodrecer lá dessa vez.
— Vá a merda, sua vadia. – rosnou ele em Japonês.
— Quem vai é você, idiota. – sorriu de lado para ele — Pode leva-lo, Minho.
virou-se para .
— Sabe que terá de ir comigo, né?
— Sei, sim. Vamos logo. – pediu a menina, se sentindo cansada.
— Acredito que não foi você quem ligou. – comentou enquanto caminhavam em direção a porta.
— Um cliente reagiu e o deteve. – comentou lembrando das cenas — Provavelmente foi ele quem ligou.
— Hum. – se limitou pensativa.
fechou a loja com a ajuda de sua amiga e em seguida entrou na viatura.


2. Pequenas mudanças

O vento soprava levemente causando pequenos arrepios para aquela manhã de outono.
O tempo parecia proporcional para deitar-se em uma cama confortável e dormir um pouco mais, assim pensava parada em frente a casa que dividia com suas amigas, as quais sentiram sua falta durante os 5 dias que esteve em Busan.
Abriu a porta notando o incômodo silêncio, havia até esquecido que a essa hora apenas costumava esta em casa e dormindo, as vezes também.
Deu alguns passos puxando sua mala não deixando de ouvir o barulho do carro de . Suspirou notando que novamente a menina havia esquecido de levar o carro para a revisão.

— O que aconteceu aqui? – questionou-se em voz baixa ao ver a bagunça na sala.
A porta foi aberta por uma completamente cansada que caminhava em passos lentos sendo seguida por .
deixou sua mala de lado dando alguns passos sob o carpete manchado de sangue e com estilhaços de vidro.
? – disse surpresa ao vê-la.
— Oi, . – sorriu a olhando sem deixar de notar dormindo no sofá — O que aconteceu aqui?
— Não tenho a mínima idéia, . — se defendeu , passando seus olhos pelo o cômodo — Acabei de chegar.
— O quê? – quis saber surgindo na sala — .
caminhou até sua amiga a abraçando. A menina notou a bagunça e rapidamente caminhou até no sofá.
. – a chamava — !
— O que foi, ? – resmungou a menina sonolenta.
— Cadê o hóspede? – quis saber e olhou em direção a cozinha.
— Ele está dormindo.
— Onde? – pegou sua arma atenta a qualquer movimento suspeito.
— Que isso, mana? – disse   assustada.
— Vamos, , abra os olhos. Ele não está aqui. – avisou caminhado em direção a cozinha com a arma em mãos.

assustada correu para próximo de , a mesma que não compreendia o que se passava, mas estava tão assustada quanto ela.
abriu os olhos rapidamente dando-se conta do quão real era as vozes das meninas.

— Meu Deus! – disse a menina sobressaltada.
Levantou-se rapidamente sentindo em seguida uma curta tontura.
— Você está bem? – quis saber a segurando.
— Sim, . Levantei rápido demais foi só isso. – argumentou e olhou as duas —Vocês não viram um coreano aqui?
— Que coreano? – quis saber .
— Não vi ninguém a não ser vocês. – disse a olhando — Por favor, alguém me explique o que está acontecendo, porque continuo sem entender nada.
— Ele não está em nenhum dos cômodos da casa. – disse guardando a arma — Com certeza fugiu enquanto você dormia.
não podemos deixá-lo por aí na situação que está. – disse preocupada — Precisamos ir atrás dele.
— Provavelmente a essa hora ele já está bem longe daqui. – disse tranquilamente e nenhum pouco disposta a ir atrás de um criminoso — Ao julgar que fugiu ferido durante a madrugada, significa que não tem a mínima vontade de ser encontrado.
— Mana, por favor. Tenho certeza que ele não é uma pessoa ruim, só está com medo de não sermos confiáveis. – argumentou imaginando diversas situações ruins que Jimin poderia estar passando agora.
— OK, OK, vamos atrás desse cara, mas já aviso que se o encontramos irei interrogá-lo sem dó. – avisou a olhando.
concordou a seguindo esquecendo-se das duas meninas na sala completamente confusas.
— Isso foi o mesmo que não falar nada pra mim. – comentou .
— A única coisa que entendi foi que havia um cara aqui em casa talvez um criminoso. – disse sentindo um nó na cabeça.
— Um bandido na nossa casa. Onde elas estão com a cabeça?! – reclamou assustada.
— Bom dia. – ouviram a voz sonolenta de .
As duas se viram olhando a menina bocejar fechando a porta do quarto.
— Bom dia, . – sorriu.
— Bom dia. – disse com voz cansada.
! – correu a abraçando cheia de saudades. — Como foi a viagem? – sorriu.
— Foi bem legal, mas senti saudades de casa. – disse sorrindo — E, , sabe o que aconteceu aqui na minha ausência?
— Vish, foi uma longa noite, . – disse e virou-se olhando a sala. — Ué? Cadê a e o Jimin?
— Jimin? Isso tudo está me deixando com dor de cabeça. – reclamou .
— Vamos tomar café, preciso acordar e assim explico. – disse e bocejou enquanto caminhava em direção a cozinha.
— Comece, por favor, . – pediu a seguindo junto com .
— Ontem e ficaram responsáveis pelas pizzas, mas ao invés de chegarem com pizzas trouxeram um cara todo machucado e esfaqueado no tórax. – dizia ao abrir o armário — e eu cuidamos dele e por algum motivo não queria ir pro hospital.
— São loucas! Só pode. – comentou surpresa com a coragem e burrice das duas ao trazerem um estranho para casa.
— Foi o que pensei também. – concordou ligando a cafeteira.
— E a nossa sala? Foi ele que destruiu? – quis saber .
— Parece que Jimin estava delirando por conta da febre alta e tentou segura-lo para não romper os pontos, mas aí ele a empurrou e ela caiu em cima da mesinha. – explicou as olhando — teve alguns cortes, mas nada grave.
— E ainda foram atrás desse cara?! – disse incrédula.
— Nem me surpreendo mais depois do que ouvi. – disse e caminhou em direção a geladeira — Conhecemos bem e , não há por que nos assustarmos ou nos surpreendermos quando elas fazem algo assim.
— Isso me lembra o caso do mendigo. – comentou — Não sei se rio disso ou tenho calafrios.
— Acho que agora, é um pouco mais sério. – disse abrindo a geladeira — Quem ficou responsável pelo mercado?
— Eu, . – lembrou-se e suspirou — Desculpa meninas, depois da minha madrugada horrível não consigo pensar em nada a não ser em descansar e me livrar dessa dor de cabeça irritante.
— Problemas com bêbados de novo? – quis saber pegando uma caneca.
— Mais antes fosse. – deitou a cabeça sob seus braços na mesa — Tentaram assaltar a loja hoje.
Tanto quanto a olharam surpresas e com preocupação estampadas em seus rostos.
— Te machucaram? – quis saber se aproximando dela rapidamente e examinado a menina para ter certeza.
— Não, um cliente reagiu me salvando. Graças a Deus!
— Um herói. Ainda bem que ele estava lá. – respirou aliviada e sentou ao lado de com uma caixinha de suco em mãos — Foi por isso que você chegou junto com a ? Estava na delegacia?
, você bateu a cabeça em algum lugar? – quis saber vendo o hematoma na testa da menina.
— Passei horas naquele maldito departamento. Não sei como ela aguenta aquele hospício. – disse e olhou — Acho que sim, .
— Vou pegar um analgésico pra você. – avisou saindo.
— Que noite foi essa de vocês. – comentou não acreditando nos acontecimentos durante sua ausência.

(...)
havia dirigindo por mais de 7 quarteirões a procura do tal rapaz e não haviam encontrando nenhuma pista sobre ele, perguntar nas ruas não adiantaria de nada a menos que aquelas pessoas estivessem acordadas durante toda a madrugada.

vamos voltar agora, estou muito cansada. Preciso dormir. – pediu enquanto dirigia.
— Só mais uma rua, mana. – a olhou como se implorasse para continuar um pouco mais.
— Me diz por que quer tanto encontrar esse cara? Se ele fugiu é um sinal de que não precisa de nós. – comentou a menina sonolenta.
— Não sei explicar, ‘miga, mas há algo nele que não consigo evitar em me preocupar. É como se sentisse que está em perigo.
— O nome disso é "carência". – disse e riu — Você viu ele e gostou.
— ‘Mana, não brinca com isso, estou falando sério.
— Me diz algo, ele te jogou na mesinha? Houve algum tipo de luta? – quis saber e a olhou séria como raramente fazia.
— Não foi uma luta. – se defendeu — Ele estava delirando e fui tentar segurá-lo então ele me empurrou e cai na mesinha.
— E esse machucando foi profundo? – apontou para o braço da menina.
era aquele tipo de pessoa que sempre está atenta a tudo, não deixava passar nem os pequenos detalhes e nesse momento estava atenta a cada palavra e ação de sua amiga em busca de alguma mentira ou algo que cobrisse seu suspeito.
— Não. Foi apenas um corte leve. – a olhou — ‘Mana, acredita que ele fez questão de limpar meu corte?
— Consciente da parte dele. – fez o retorno.
— Já vamos voltar? – quis saber notando que aquele caminho as levaria para casa.
— Sim, ‘mana. Preciso dormir e você tem que ir trabalhar, infelizmente não encontramos o seu "amigo". – disse e bocejou.
— Ta bom, ‘mana. – se conformou apenas por não poder faltar no trabalho hoje ou continuaria insistindo para continuarem a busca.

era o tipo de garota que não se conformava fácil com as coisas na maior parte do tempo, tinha o hábito de dizer que "desistiu" de algo não importando o que seja, mas todos que a conhecia de verdade sabia que aquilo era da boca para fora, em pouco tempo, talvez na hora seguinte, ela estava tentando novamente. Isso era mais uma característica de sua personalidade marcante.

(...)
acordou com seu despertador tocando loucamente a assustando.
— Acordei! – disse para si mesma sentando-se na cama.
— Bom dia, . – disse deitando-se em sua cama.
— Boa noite, . – a menina riu e se espreguiçou — Por que chegou agora?
— Depois te conto tudinho, . Estou com muito sono agora. – bocejou mal mantendo seus olhos abertos.
— Bons sonhos, querida. – sorriu ao vê-la pegar no sono rapidamente.

A menina levantou-se caminhando em direção a porta.
estava tão distraída que não notou quando entrou no banheiro.

, vai trabalhar hoje? – quis saber .
? ! – disse Valeira animada ao ouvir a voz sua amiga — Deixa eu sair daqui que vou te dar um abração de urso.
riu do outro lado da porta.
— OK, mana. – disse ela rindo — E então vai trabalhar hoje?
— Não. Hoje é minha folga, por quê? – quis saber a menina lavando as mãos.
irá dormir até a noite e vai para o hospital. O que acha de ir ao supermercado comigo? – propôs lembrando-se que precisavam urgentemente fazer as compras do mês.
— Sem problemas, . – disse ao parar de escovar os dentes.
— Sabe se a e a vão trabalhar hoje?
sei que sim. – disse e cuspiu o creme dental colocando água na boca e cuspindo mais uma vez — Já a não sei, aquela delegacia a chama até nas madrugadas. Por que?
— A casa está um lixão, precisa ser arrumada. – disse olhando o cômodo.
terminou e abriu a porta encontrando .
— Quero o meu abração de urso. – disse ela abraçando a fazendo rir​ — Nem vamos falar nisso. Vamos apenas falar de coisas boas.
— Desconversando para fugir da limpeza, né? Bagunceira. – disse rindo da careta que fez.
podia ser uma excelente cirurgiã e maravilhosa amiga, porém era muito bagunceira. O quarto só era arrumado porque as meninas dividiam todas o mesmo quarto e não aguentariam viver num lixão se dependesse de .
— Sinto que vou desmaiar. – ouviram a voz de .
Surgiram na sala e ela.
, vai trabalhar hoje? – quis saber a olhando.
— Nem se me arrastarem. ‘Tô acabada. – disse a menina se jogando no sofá maior, machucando suas costas em algo.
— Então vai ficar em casa, certo?
— Certíssimo. – pegou o objeto cor rosa — Quem deixou isso aqui?
As meninas olharam o estranho objeto.
— Não tenho a mínima ideia. – disse .
— Vai ver é do cara que vocês trouxeram. – comentou .
— Isso é muito gay, lógico que não. – disse e riu — É uma arma de choque?
— Sim. – disse olhando a arma.
— Vou indo, girls. – disse ao fechar a porta do quarto.
— Até mais tarde, . – sorriu.
— Até gente. – viu a arma rosa na mão de — Eba, você achou a minha mascote.
A menina sorriu pegando a arma.
— Obrigada, xuxu.
— Agradeça as minhas costas. – disse a olhando ainda sentindo a leve dor.
— Foi mal. – riu e passou por – Bye, bye.
As meninas disseram um "até mais" e um "bom trabalho" e fechou a porta ao sair.
— Então gente, vou ao mercado com , por que estamos quase sem nada e gostaria muito que arrumassem, no mínimo, a sala. – pediu e olhou as meninas.
— Eu não posso, ‘mana. Preciso me organizar para sair. – olhou a hora no relógio de parede — Meu Deus. Vou me atrasar.
A menina correu para o quarto.
— Pode deixar, . – levantou-se — Vou começar agora mesmo, as refeições ficam por sua conta . Vou estar tão acabada que só vou acordar domingo.
— Descanse, . Deixa que e eu arrumamos. – disse vendo o quanto sua amiga estava exausta e fazendo arregalar os olhos.
—  Pode deixar que faço a comida. – disse .
— Se eu dormir agora irei sofrer​ para acordar mais tarde, então vou aproveitar pra arrumar tudo agora. – argumentou — Depois é só tomar um banho gostoso e dormir.
— Está bem, ‘mana. – se deu por vencida sabendo que com não deveria argumentar porque seria perda de tempo, ela iria acabar fazendo mesmo assim.
— Vou me vestir para irmos. – avisou e caminhou em direção ao quarto.
deu alguns passos indo para a cozinha.
— Acho que vou dar uma passadinha no Jjimjilbang.* – comentou em voz alta.

(*Jjimjilbang – casa de banho público, com saunas quente/ fria, piscinas/banheiras e salão de convivência.)

— Ainda hoje? – quis saber entrando na cozinha.
— Sim, preciso relaxar e renovar as minhas energias. – disse procurando pela pá.
— Imagino. – a observava — O que está procurando?
— A pá.
caminhou até pia e a pegou no chão, entregando a .
— Obrigada, ‘tô ficando cega. – riu de si mesmo — E como foi a viagem?
— Francamente foi um tédio. Achei que viajar com todos do café fosse divertido. – puxou uma cadeira sentando-se em seguida — Mas foi totalmente o oposto.
— O que fizeram? – riu da careta que a menina acabará de fazer.
— O que não fizemos, isso sim. – suspirou — Estava tão animada para conhecer Busan e quase não sai do hotel.
— Vish, ‘miga. Deixa para o próximo mês, vamos todas e então iremos com você conhecer todos os lugares que quiser. – sorriu a confortando.
— Com os nossos trabalhos mal conseguimos ter uma refeição juntas. – reclamou triste.
— Wow! Fica assim não, ‘miga. –  se aproximou a abraçando pelos ombros — Vamos dar uma organizada nas nossas rotinas. Também sinto falta de passar mais tempo com vocês.
— Nossas vidas mudaram bastante.
— Sim, só precisamos pôr ordem em nas coisas ou nos tornaremos "coreanos". – disse — Somos brasileiras, devemos continuar quente em todos os sentidos.
— Tava demorando suas saliências. – disse rindo.
— Fazer o que? ‘Tá no sangue. – a menina riu.
— Estou pronta. – disse aparecendo na cozinha.
— OK, podemos ir. – levantou-se e olhou para — ‘Mana, me empresta o carro, por que pegar ônibus hoje está fora de cogitação.
pegou a chave no bolso da sua blusa e entregou a .
— Não esqueçam do meu Yakult. – pediu às vendo sair.
— OK. – gritou da porta.

Para restou todas as tarefas domésticas e por último dormir.
(...)
desceu do ônibus três pontos depois do seu, havia se distraído com seus pensamentos e preocupações e não pode prestar atenção nas paradas.

— Droga, agora terei de andar 1.000 km. – reclamou exageradamente a menina.
Um menino aparentando 11 ou 12 anos com fones de ouvido branco caminhava em direção a , acabou por esbarrar nela fazendo sua bolsa cair espalhando no chão todos seus pertences.
— Hey! – reclamou o olhando.
O menino apenas a olhou por cima do ombro, voltando a caminhar.
— Mal educado. – resmungou abaixando-se para pegar suas coisas.
viu um par de mãos com luvas pretas pegando algumas de suas maquiagens.
A menina levantou o rosto vendo que um rapaz a ajudava, porém o mesmo permanecia de cabeça baixa.
Ele a ajudou a guardar suas coisas mesmo que parecesse evitar que ela visse seu rosto.
— Obrigada. – agradeceu fechando o zipper da bolsa.
Ele apenas assentiu sem olhá-la e atravessou a rua.
— Pessoa educada. Nem foi ele quem derrubou. – disse a menina e voltou a caminhar.

olhou a hora em seu relógio de pulso e aumentou os passos, ciente de que hoje a enfermeira chefe a comeria viva.
Podia-se dizer que de todas as meninas ela era a mais distraída ou medrosa, o oposto de sua prima — — que era observadora.
Um carro de cor escura assim como seus vidros a seguia desde que a menina saiu do ônibus, porém não havia notado e se tivesse estaria morrendo de medo nesse exato momento, isso se não tivesse ligado para sua prima ou para a polícia que chegasse mais rápido possível.
Dentro de sua bolsa saia o barulho de um toque de celular a deixando confusa por alguns instantes se aquele toque vinha mesmo de dentro da bolsa.
Desconfiada e confusa abriu a bolsa procurando pelo aparelho e ao encontrá-lo notou no mesmo instante que não era seu, pois havia o deixado no hospital ontem a tarde.

— Alô? – atendeu com a voz trêmula e desconfiada.
— Finja que fala com alguma de suas amigas. É muito importante que faça o que te peço. – disse a voz masculina do outro lado da linha.
— Por que deveria? – quis saber a menina conseguindo disfarçar o quanto estava assustada.
Embora seu coração estivesse a mil e vários pensamentos absurdos se passassem em sua cabeça, ainda sim ela conseguia esconder isso em sua voz.
— Tem um carro a seguindo. Eles não são o tipo de pessoas que você costuma ver. – dizia a voz — Agora pare e finja que esqueceu algo.
— Meu Deus, Bea! – exclamou , entrando no jogo do desconhecido temendo por sua vida — Se estava em minha bolsa deve ter ficado para trás. Deixei minha coisas caírem agora a pouco.
A menina virou-se deparando-se com o carro escuro do outro lado da rua.
— Volte em passos lentos. – pediu a voz.
— Se eu não encontrar seu batom, prometo te comprar outro, Bea. – se havia algo que ela era boa, isso era mentiras e saídas rápidas.
fez o que aquela voz masculina a pedia.
— Agora corra. – mandou a voz — Corra como se sua vida dependesse disso. Por que ela depende.

Apavorada a menina começou a correr esquecendo-se de seu trabalho, pensando apenas que queria sair daquela situação e viva.
Um dos saltos de quebrou e com medo de parar a menina continuou correndo como se tivesse uma perna mais curta que a outra. Mais a frente havia uma esquina e ela seria obrigada a parar ou poderia ser atropelada.

— Ai, meu Deus! – gritou a menina se abaixando ao ouvir os disparos.
permanecia abaixada chorando despertada por não ter para onde fugir e temendo morrer.
Uma moto parou em sua frente e um rapaz com capacete preto a olhou.
— Suba!
Sem pensar em nada a menina subiu na moto e agarrou na cintura dele.
Aquele poderia ser um herói ou um dos violões.
O rapaz desviava dos carros a sua frente com facilidade mesmo em alta velocidade enquanto eram seguido e disparos eram feitos contra eles.
estava agarrada ao rapaz como se seu corpo fosse colado ao dele, a pobre menina estava em pânico. A cada salto e manobra perigosa que ele fazia para livrar-se das balas a menina sentia um frio percorrer a sua espinha como se fosse morrer naquele momento.

— Segure firme! – gritou o rapaz.
Seria possível segurar mais firme do que ela já estava?
A ponte levadiça a frente dos dois estava sendo erguida e todo trânsito havia parado. As chances dos dois sobreviverem a um salto ali seria uma em 1 milhões.
— Pronto, morremos! – gritou desesperada fechando os olhos com força.

A moto passou pelos guardas conseguindo usar um dos lados da ponte como rampa para o salto antes que a distância ficasse maior.
sentiu algo rasgar sua pele a fazendo abrir os olhos rapidamente vendo o ombro dele baleado.
O impacto da moto no chão fez com que os dois caísse e a moto derrapasse parando alguns metros distante.
Sentindo dores por todo seu corpo a menina se esforçou a levantar-se.

— Ai, meu Deus. – disse chorando olhando seu corpo com arranhões.

Passou as mãos por sua barriga tentando sentir seu bebê, não conseguindo parar o choro.
Um pouco mais distante viu o rapaz jogado no chão.
Chorando assustada e despertada não conseguindo caminhar arrastou-se sentindo sua perna doer bastante.

— Moço! – o chamava preocupada — Moço!
Por ser enfermeira ela sabia o que deveria fazer em situação de emergência como essa, mas como uma mulher grávida e em pânico, chorar era tudo que conseguia.
— Aguente firme vou chamar a emergência. – pediu ela procurando com os olhos onde sua bolsa havia ido parar.
O rapaz abriu os olhos a olhando causando surpresa na menina.
— Eu estou bem. – disse ele e sentou-se.
— Não faça isso. – ela tentou o impedir.
— Eu estou bem, já disse. – disse o rapaz tirando o capacete revelando seu cabelo tigindo de ruivo-acobreado.
— Quantos dedos você vê aqui? – mostrou dois dedos.
— Dois. – disse ele.
— Como se chama? – quis saber ainda preocupada com ele.
— J-Hope. – disse ele e a olhou.
— Lembra da sua idade? Onde mora? E sua família?...
— Eu estou bem. – disse ele a olhando — Vou ficar com dor de cabeça se continuar com tantas perguntas.
— Me desculpe.
— Tudo bem. – J-Hope levantou-se com muita dificuldade.
— Você não está bem coisa alguma. – reclamou o olhando.

Um carro escuro de pintura reluzente parou próximo a eles e naquele momento sentiu mais uma vez próxima da morte.
As quatro  portas foram abertas revelando quatro rapazes bem vestidos e de aparência perfeita.

— J-Hope. – um rapaz como os cabelos descoloridos se aproximou dele rapidamente — Você está bem?
— Sim, estou. A levem com vocês, vou despistar os chineses. – avisou J-Hope caminhando com dificuldade até sua moto.
— Ficou louco! – o seguiu o rapaz que aparentava ser o mais novo — Venha com a gente você está ferido.
— Eles vão nos seguir, Jungkook. – disse J-Hope levando a moto.
— Damos um jeito nisso. – disse um rapaz de voz marcante.
— Não seja tão teimoso, Hobi. – pediu Jungkook, o vendo conseguir ligar a moto.
— Apenas levem ela com vocês. – pediu J-Hope antes de sair.
— Não adianta, Monster. – disse um rapaz de cabelos escuros brilhante e expressão vazia — Vamos apenas fazer o que ele pediu.
Todos sabiam que nisso J-Hope tinha razão, ele conseguia distrair os chineses e daria o tempo de fuga para os outros.
— Você está muito ferida? – o rapaz de cabelos descoloridos num tom quase loiro abaixou-se próximo a .
— Não muito. Mas acho que torci meu tornozelo, pelo inchaço, a dor e cor, temo ter quebrado. – disse olhando sua perna e voltou seus olhos para o rosto que lhe parecia tão perfeito.
— Você é médica?
— Não. Sou enfermeira.
— Vamos, V. – o chamou Jungkook o apressando.
— Com licença, senhorita. – pediu V ao pega-lo no colo com cuidado.
fez uma careta de dor não importando todo seu cuidado, qualquer movimento causava muitas dores na menina.
— Como se chama? – tentou V distrair sua mente notando que ela sentia dor.
... . – quase não conseguiu falar sentindo seu corpo doer todo — E... Você...? V?
— É um apelido, apenas. – ele deu um leve sorriso.
— Qual o seu... Nome ver-verdadeiro...? – mordeu o lábio tentando não gritar de dor.
— Vamos ficar apenas com o "V". – disse ele a colocando no banco de trás com a ajuda de Monster.
— Ela não me parece nada bem. – comentou Jungkook sentando ao lado dela a olhando com uma expressão assustada.
— Não estou. – disse e quase gritou de dor — Por favor, me deixem em um hospital.
— Não podemos. – disse V sentando-se ao seu  lado — Vamos leva-la para um lugar seguro.
— Por favor, é tudo que peço. – pediu a menina quase chorando não sabendo se conseguiria aguentar por mais tempo as fortes dores.
— Vamos leva-la para Bangtan e la chamamos um médico. – avisou Monster.
— Vocês não estão entendendo o grau de gravidade. – começou a chorar deixando todos surpresos — Posso perder meu bebê.
— Ela está grávida?! – exclamou Jungkook assustando.
— Monster, o que faremos? – se preocupou V.
— Vamos leva-la para Bangtan e chamamos um médico. – o rapaz no volante repetiu o que disse Monster — Se a deixarmos onde quiser nem você e muito menos seu filho terão chances de sobreviver.
— Não seja tão frio, Suga-hyung. – reclamou V e a olhou segurando sua mão — Vai ficar tudo bem, não se preocupe.
— Por favor, se não querem me levar a um hospital me deixem na minha casa. – pediu e olhou para V esperando que ele pudesse entendê-la.
— Suga hyung pode ser rude, mas ele está certo. Nossa casa é bem mais segura que uma casa cheia de garotas. – disse Jungkook.
— Apenas me levem, por favor. – pediu ao gritar de dor curvando-se para a frente com a mão na barriga e apertando a mão de V — Tem uma policial e uma médica em casa...

Jungkook continuava assustado no banco do carro a olhando sem saber o que fazer enquanto V sentia sua mão doer com a força que a menina a apertava, mas isso não era nada comparado a sua consciência.
(...)
tentava inutilmente encontrar uma saída para aquele trânsito de tartaruga e estressante.

— Vamos por ali, ? – propôs buscando uma saída.
— Não dá também, deve ter acontecido algum acidente na ponte leste. – comentou .
— Então vamos ter que esperar. – disse abrindo o porta-luvas entediada.
A menina riu ao encontrar batons, rímel e uma arma de porte pequeno.
— Fecha isso, . – pediu com medo que alguém pudesse ver — Podem pensar que roubamos o carro.
riu com tal ideia.
— Podemos passar no hospital na volta? – pediu .
— Sério? Achei que fosse proibido falar "hospital" nas suas folgas.
— Pois é, mas fez o favor de esquecer a minha carteira quando pedi para ela guardar. – disse arrependida.
— OK, passaremos lá então. Espero que...
Antes que terminasse de falar uma moto bateu no retrovisor do carro do lado do motorista assustando-as.
— O que foi isso? – quis saber assustada.
— Não sei. – disse com a mão no peito do susto — Acho que alguém bateu em nós.
abriu a porta saindo rapidamente preocupada se alguém havia se ferido.
Ao ver um rapaz no chão correu até ele prestando os primeiros socorros devidamentes certos.
— Não abre essa porta, ! – pediu .
assentiu ainda assustada e preocupada, engatinhou e saiu pela porta do passageiro.
— Liga pra Emergência! – pediu .
— Certo. – pegou seu celular no bolso e discou os três números.
— Não, por favor... – pediu o rapaz com a voz quase inaudível.
— Você está baleado e sofreu lesões que se não tratadas devidamente podem se complicar. –  explicou .
— Me deixe morrer aqui. – pediu o rapaz e desmaiou.
— Desliga, . – pediu rapidamente — Vamos levá-lo no nosso carro.
não era boba ao ponto de não compreender o motivo dele preferir morrer a ir.
— Como faremos isso? Se movemos ele, não será pior? – quis saber a encerando e ouviu uma atendente falou do outro lado da linha.
— Infelizmente, mas não podemos deixá-lo aqui. – disse e olhou para dois homens que assim como outras pessoas estava às observando.
— Vocês dois, por favor nos ajudem a colocá-lo no carro. – pediu a menina. — Mas um minuto aqui e ele morre.
Todos apenas a olhavam incapaz de se mover.
— Eu sou médica. – irritada mostrou seu crachá do hospital no qual trabalhava.
Achava que deveria sempre leva-lo consigo não importando onde fosse. E nunca se sentiu tão certa por saber que era útil.
Ao comprovar que ela não mentia os dois se aproximaram rapidamente a ajudando enquanto abriu a porta de trás para o paciente e .
, vamos rápido! – pediu Valiria e fechou a porta do carro — É uma emergência!
ligou o carro procurando por uma passagem para que fizesse o retorno.
— Dirija para casa, . – pediu e tirando o capacete do rapaz — Woow! Que isso?!
— O que foi? – quis saber assustada a olhando pelo retrovisor.
— Como ele é lindo. Minha nossa. – se surpreendeu a menina não conseguindo para de olhar o rosto do rapaz ruivo deitando em seu colo.
— Que isso, ! O moço ‘tá morrendo e você fica assediando?! – reclamou e a olhou mais uma vez pelo o retrovisor.
— Ele não está morrendo. Foi necessário dramatizar. – disse ainda o admirando — Provavelmente, passará alguns dia sem mover o ombro e ficará de cama.
— Você me deixou desesperada. – disse respirando mais aliviada.
— Mas ainda sim, o correto seria leva-lo ao hospital. – disse — Porem acho que o nosso amigo ruivo aqui, tem algo com a polícia.
— Imagino a cara das meninas quando vê-lo em casa. – comentou .
— Será tipo a minha ontem a noite. – disse e riu.

(...)
havia finalmente arrumado a sala e a cozinha faltando apenas o quarto. Embora estivesse exausta, a menina forçava-se para concluir tudo e assim poder dormir tranquilamente.
havia feito favor de arrumar o banheiro quando foi tomar banho, o que fez agradecer mentalmente por terem colocado a regra de quem usar o banheiro sempre o limpar quando terminar para que assim evitem sujeira e mais tarefas na casa.

, para de fazer barulho porra! –reclamou colocando o travesseiro no rosto.
— Desculpa , mas preciso arrumar o quarto enquanto ainda tenho disposição. – disse a menina.
— E eu tenho que dormir pra ir trabalhar a noite, caralho! –  praticamente gritou, .
— Que é isso, menina? Não foi só você que teve uma noite ruim, não? – a repreendeu desligando o aspirador — Então abaixe seu tom de voz e olhe como fala comigo, não sou saco de pancada pra estresse, nao. Minha situação não é diferente da sua, respire fundo e não grite com as pessoas.
não revidou apenas levantou-se pegando um travesseiro e saindo quarto.
— Quanto estresse. – comentou ligando o aspirador — Ela é muito nova pra isso.
Por sorte alguma das meninas arrumaram suas camas quando acordaram.
— O que diabos é isso? – a menina olhou o objeto estranho vibrando e se contorcendo no chão.
pegou uma blusa jogada sobre a cômoda ao seu lado e se aproximou do vibrador.
— Quem deixou esse pinto nervoso aqui? – a menina arregalou os olhos o vendo se contorcer em sua mão — Como se desliga isso?
era do tipo que ria de tudo a maior parte de seu tempo e aquele objeto estranho estava a fazendo dá boas risadas.
, sabe como se desliga essa coisa...? – quis saber fechando a porta do quarto atrás de si.
A menina paralizou vendo tantos olhares sobre si, seu rosto no mesmo instante assumiu um tom vermelho e rapidamente sem saber o que fazer ela abriu a porta do quanto e  jogou o vibrador que caiu sobre a penteadeira das meninas derrubando os frascos de perfume no chão fazendo aquele barulho de vidros quebrando.
— Isso não é meu... – se defendeu rapidamente sem prestar atenção no que falava.
— Claro que não. – disse esforçando-se para falar.
— O que aconteceu com você? – no instante que a viu sentada no sofá toda ferida o vestido de cor clara sujo de sangue correu até sua prima preocupada.
— Longa... História...
— Quem são vocês? E o que fizeram com ela? – quis saber encarando os três homens em sua casa.
... Por favor, não começa. – pediu se esforçando — Eles me salvaram...
Os olhos de passaram por cada rosto ali, os deixando desconfortáveis, exceto o Suga que a olhava sem expressão alguma.
— Vamos vou leva-la para um hospital agora. – disse tentando ajudá-la a levantar.
— Não, eu não quero. Apenas chame a ou a , por favor. – pediu inclinando-se para frente ao sentir as dores ficarem pior.
— Elas não estão aqui. – disse preocupada e impaciente, odiava lidar com sua prima quando doente por conta de sua teimosia — O que uma veterinária irá fazer com você assim? Virou bicho agora?
, para, por favor...
— Você devia vir com a gente. – se pronunciou V preocupado com .
— Ir para onde? – o olhou.
— Tem certeza que aqui é melhor? – comentou Jungkook fazendo uma careta olhando a casa — Apenas venha com a gente..
é policial e minha amiga vai chegar logo... – respirou fundo e olhou levantando o rosto — Ligue pra , rápido. Por favor.
bufou levantando-se, não concordando com sobre esperar por .
— E não se preocupem ela é boa com armas... – para os três rapazes.
— Nota-se. – comentou Suga caminhando em direção a saída.
Jungkook o seguiu.
V abaixou em frente a ela a olhando.
— Por favor, venha comigo. Você precisa de cuidados e proteção. – pediu o rapaz com a voz suave e cheia de preocupação.
— Ficarei bem... Vá. J-Hope precisa de vocês.
O rapaz respirou fundo e levantou-se.
olhou os dois ainda com sua expressão séria.
— Por favor, a proteja. – pediu V encarando .
A menina embora não tenha entendido​ onde ele queria chegar, apenas manteve-se em silêncio.
V olhou mais uma vezes e caminhou em direção a porta.
— Por agora não quero saber de nada. – disse e pegou seu celular no bolso discando alguns números — Quando saímos do hospital você me contará tudo.
...
nada. Você vai agora pra porra de um hospital, nem que tenha que te arrastar. – a encarou irritada ouvindo atenderem sua ligação.

suspirou a ouvindo pedir um táxi, sabia como sua prima era e de um jeito ou de outro acabaria indo para o hospital.
Enquanto as duas esperavam o táxi tentou fazer tomar algum remédio para diminuir as dores, mas ciente de sua situação a menina rejeitou todos.
Ouviram as vozes de e Valaria, vendo as duas surgirem na sala com um homem ruivo entre elas enquanto praticamente o arrastavam. correu indo ajuda-las a coloca-lo no sofá.

— Não vou nem perguntar. – disse ouvindo uma buzina.
Se aproximou de .
— Vamos.
virou o rosto vendo ferida e sua preocupação ficou estampada em seu rosto.
— Meu Deus! O que aconteceu? – quis saber a menina.
— Ela não consegue falar agora, . Me ajude, por favor a leva-la ate o taxi. – pediu .
  assentiu a ajudando rapidamente.
començou a gritar de dor.
— Ela deve ter alguma fratura na perna. – disse olhando a perna da menina — Droga, é o tornozelo.
— Apoie-se em nós . – pediu .
Com muito esforço e suportando a dor o maximo que podia se apoiou nas duas.
— Força . Aguente firme. – a encorajava .
repremiu um grito abaixando a cabeça e virou o rosto vendo o ruivo no sofá.
— J-Hope...?! – exclamou a menina quase num sussurro.

(...)
entrou em sua sala tirando seu jaleco o colocando sob sua mesa. Sentou-se e respirou fundo.
Havia feito uma cirurgia muito arriscada em uma cadelinha, por ser alguém sensível talvez tenha escolhido a profissão errada para exercer. Há pouco mais de três semanas, um cão morrera depois da cirurgia e isso a fez chorar por dias sempre que entrava na clínica.
Seu celular vibrou em cima da mesa chamando sua atenção.

— Oi, ‘mana. – disse ao atender.
preciso que me encontre no hospital próximo a clínica. – pediu do outro lado da linha — sofreu algum acidente. Apenas vá, mana. Não sei o que devo fazer.
— Como assim, ? – quis saber preocupada — Fica calma.
— Poderia até tentar ficar calma, mas não posso. Por favor, me encontre lá. – pediu a menina e desligou.
levantou-se, pegou sua bolsa saindo da sala.
Ao passar pela recepção parou olhando a moça de cabelos longo e beleza atraente.
— Por favor, Oh Nani, cancele todas as consultas para hoje. Aconteceu algo urgente e preciso sair. – pediu .
— Quais? – quis saber Nani confusa – As de cães ou gatos? Também tem com répteis.
Nani fez cara de nojo ao dizer "répteis".
— Todas. Cancele todas. – precisava de muita paciência para conseguir aturar uma garota tão burra quanto aquela.
— Está bem. Mas o que digo pra eles?
— Por Deus! – a menina respirou fundo preste a mandá-la "se fuder", mas lembrou que aquela era o "lanchinho" de seu chefe e deveria tratá-la bem — na base do possível — embora tivesse que lutar todos dias para conseguir atura-la.
— Apenas diga que foram canceladas as consultas. – pediu .
— Está bem, não irei esquecer.
— Anote se necessário. – pediu e caminhou em direção às portas de vidro.
— Dr.ª ? – Nani a chamou a fazendo bufar.
parou e a olhou.
— Sim?
— É pra anotar o quê?

deu as costas passando pela porta automática ignorando completamente Nani sem paciência para ela.
O hospital que havia pedido para encontrá-la não era longe da clínica veterinária que trabalhava, ficava no mesmo bairro que moravam, o que influenciou na escolha da casa a princípio, por ser perto do trabalho de . Na época eram apenas as duas e com o passar do tempo conheceram   e .
A primeira coisa que se passou na mente de quando entrou no hospital foi procurar por sua amiga, como era muito grande o prédio optou por ir a recepção.

— Olá... Por favor...
. – ouviu a voz de a chamar e virou o rosto a vendo.
Caminhou até ela.
— Como esta ? – quis saber.
— Por agora está bem, quebrou o tornozelo. – estava com uma expressão calma e cansada — Estou muito decepcionada com a , não sei nem se tenho coragem de vê-la.
— Como assim? Que bom que ela está bem, fiquei preocupada.
— Ela está grávida de 4 meses. Há quatro meses ela vem escondendo isso, me pergunto o que iria fazer quando o bebê nascesse. – desabafou e sentou em uma das cadeiras atrás de si.
— ‘Mana calma, ela vai se explicar. Acho que estava com medo de contar. – sentou ao seu lado.
— Não importa qual seja a explicação que tenha isso não vai mudar o que sinto. Poxa, pensei que era uma amiga pra ela, achei que confiava em mim ou seria a primeira que contaria algo assim. – respirou fundo — Ela me conhece, sabe que mesmo que todos virassem as costas pra ela, eu iria ajuda-la... Não a deixaria sozinha... E agora preciso me preocupar com o que direi a mãe dela.
— Mana, vamos ouvir o que a tem a dizer. E sinceramente, ela já é maior de idade não é mais uma criança, está na hora dela resolver seus próprios problemas.
suspirou sabendo que sua amiga tinha razão no que dizia.
, você pode ficar com ela? Preciso dormir, estou exausta. – pediu .
— Posso ‘miga, vá para casa e descanse.
O celular no bolso da blusa de começou a tocar.
— Não sei o que direi a mãe dela até lá. – disse ignorando a chama da mãe de .
— É uma situação complicada, mas é como disse, não é criança, sabe as consequências de seus atos. – disse olhando o celular nas mãos de sua amiga.
— Mas camisinha não sabe usar. – comentou deixando seu celular no silencioso.
riu da forma que ela havia falado.
— Desculpa, ‘mana.
— Tudo bem. – deu um leve sorriso.


3. Problemas sem solução

Amizades que aparentemente foram quebradas podem ser reconstruídas com o tempo, conversa e carinho. Assim acreditamos às vezes.
sentou em uma das poltronas próximo ao desembarque no aeroporto. Olhou a hora em seu celular pela 7ª vez naquela tarde, dando-se conta que sua tia havia-se esquecido dela no aeroporto.
Suspirou abrindo o aplicativo de mensagens notando que as 37 mensagens que mandou não foram visualizadas.

— Que droga! – resmungou a menina brava — Foda-se, vou embora.
Brava pegou sua mochila e caminhou em direção a saída arrastando sua mala pesada.
Um garoto aparentando entre 11 e 12 anos usando calças rasgadas nos joelhos e blusa de frio na cor azul passou por batendo seu ombro no braço dela.
— Ei, garoto, olha por onde anda. – reclamou a menina olhando ele se distanciar.
O menino colocou os fones brancos e levantou a mão mostrando o dedo do meio para ela, sumindo em segunda no terceiro corredor do hospital.
— Filho da puta. – resmungou irritada com a audácia do pirralho.
entrou no quarto de ainda irritada com a garoto.
— Que cara é essa? – quis saber a olhando sonolenta.
— Um garoto mal educado no corredor. – se aproximou da cama — Como se sente?
— Meio dopada. – comentou e bocejou.
— Descanse, mana. Vou ficar por aqui hoje. – procurou no quarto alguma cadeira para senta-se.
já foi embora? – quis saber não conseguindo manter seus olhos abertos.
— Sim. Ela precisava dormir. – disse vendo uma poltrona próxima a sala — Te farei companhia.
— Esta... Bem...

olhou a vendo pegar no sono.
Caminhou até a poltrona e sentou-se.
Não havia nada para passar o tempo, embora trabalhasse em uma clínica veterinária o cheiro de hospitais a deixava desconfortável causando o desejo de ir embora o mais rápido possível.
Abriu sua bolsa procurando por seu celular.

— Onde deixei meu celular? – se questionou lembrando que havia o colocado dentro da bolsa.
Levantou-se olhando em seus bolsos não o encontrando.
— Como assim? Eu o trouxe.
Deixou a bolsa em cima da poltrona e abriu a porta saindo do quarto.
Virou seu rosto para o lado direito vendo o fim do corredor, embora não tenha ido para aquele lado ele poderia ter caindo em algum lugar. Olhou para o início do corredor e viu algo no chão.
Deu alguns passos reconhecendo o aparelho cor de rosa cheio de Hello Kitty.
— Que alívio. – a menina sorriu aliviada pegando o celular no chão.

Ao desbloqueia a tela viu várias notificações de mensagens entre elas uma de .
guardou o celular no bolso da blusa e caminhou apressadamente pelos corredores em direção a entrada do hospital.
Embora questiona-se o por que não tenha ido embora, não deixou de se preocupar depois de ler a mensagem.
Seus olhos buscavam por sua amiga não a encontrando em lugar algum ali fora. Talvez não estivesse olhando direito ou ela apenas não estivesse ali.
Com o celular já em mãos discou o número de e o colocou no ouvido enquanto caminhava a sua procura.
Um rapaz vestindo uma blusa azul claro com as mangas dobradas até abaixo dos cotovelos, calça branca dobrada nas pernas um pouco acima dos tornozelos e com um cinto fino de couro na mesma cor de seu sapato sem meias. Ele era mais um dos coreanos naquela cidade que sabia vestir-se bem.

— Boa tarde. – ele parou em frente a .
— Boa tarde. – a menina tirou o celular do ouvido estranhando a caixa de mensagens e o olhou.
— Fala meu idioma? – quis saber ele dando um leve sorriso deixando sua covinha a mostra.

A menina o olhava estranhando completamente por alguém como ele aproximar-se assim tão facilmente dela. Suas experiências com coreanos — aparentando ser tão rico quanto ele — não foram boas.
— Sim.
— Que alívio. – ele sorriu aliviado a olhando — Sou  Lee Tae Min.
Ele estendeu a mão para ela que a pegou no segundo seguinte.
Ao apertar sua mão sentiu uma picada na sua palma, porem não conseguiu se afastar rapidamente porque ele ainda a segurava.
— Em cinco segundos você verá apenas borrões e o seu corpo ficará mais pesado. – disse o rapaz se aproximando — Em dois minutos vai desmaiar, então me acompanhe enquanto pode andar com suas próprias pernas.

O rapaz colocou a mão na cintura de e a incentivou a caminhar.
A menina se recusava a dar um passo que fosse, abria sua boca e nada saia.

— Não adianta, você está sem voz. Isso é algo que sempre esqueço de avisar. – sussurrou a voz rouca no ouvido dela seguida de uma risadinha — Apenas vamos ou não irá gostar​ do que farei com você.

Em qualquer outra situação seria firme e não faria nada do que lhe forçassem a fazer, mas agora sentindo seu corpo pesado, sem visão e muito menos sem voz tudo que se passavam em sua cabeça era que foi envenenada e iria morrer se não fizesse o que lhe foi mandado.

— Boa menina. – disse ele com um sorrisinho, a guiando.
Um carro prata mais a frente esperava por eles.
— Muito bem, querida. – disse ele de maneira carinhosa.

Um casal passou por eles os olhando e na cabeça da mulher passava-se apenas que aquele se preocupava com sua esposa enquanto que seu marido só lhe dava dor de cabeça.
A mulher usou sua bolsa para bater em seu marido.
O pobre homem se afastou se defendendo das bolsadas.
Ao pararem em frente ao carro, desmaiou nos braços de Namjoon que a segurava firme enquanto esperava Jungkook abrir a porta.

— Essa é a médica? – questionou Jungkook o vendo colocá-la no banco de trás.
— Sim. – Namjoon fechou a porta em seguida.
O rapaz mais velho deu a volta no carro entrando no lado do motorista.
— Por quê precisamos fazer isso? – questionou Jungkook ao sentar no banco do passageiro — Podíamos apenas chamar um médico.
— Jimin não irá deixar ninguém tratá-lo se não for ela. – disse Namjoon colocando o cinto — Por alguma razão ele confiou nela.

Namjoon olhou a menina desmaiada pelo retrovisor.
Jungkook suspirou lembrando-se como Jimin costumava ser não só seu melhor amigo, mas talvez o mais risonho de todos e bobo às vezes, era basicamente a pessoas que os lembrava todos os dias que são humanos e não importava o que fizessem ainda continuariam sendo seus irmãos, uma família.
Odiava olhá-lo  agora e perceber o quanto está sendo inútil por vê-lo isolado no quarto distante de todos preso em pesadelos que não o deixavam dormir durante as noites. Esse não era mais o Jimin que conhecia.

— Por quê Jimin ficou assim tão estranho? O que fizeram com ele?
O menino olhou Namjoon esperando que ele tivesse a resposta como muitas outras vezes.
— Os chineses o torturam e isso deve ter fudido com a mente dele. – disse Namjoon enquanto dirigia e buscava fugir de suas lembranças.

Covardemente a memória do dia em que os Chineses armaram para eles caiu sobre sua mente o machucado ainda mais, naquela noite havia lutado com todas  as suas forças para que todos ficassem vivos. Enquanto estava algemado viu seus irmãos serem atingidos por balas e lutarem com tudo que tinham para escapar com vida daquela emboscada. Sentiu o peso do arrependimento e da fraqueza sobre seus ombros quando Jimin ficou para trás.
Durante os 10 dias em que Jimin esteve sob o poder da Máfia Chinesa não conseguiu dormir, não descansou um segundo enquanto não salvasse seu irmão.
Foram longos dias para todos que mantiam-se fortes a procura de Jimin.
— Espero que essa estrangeira não nos decepcione. – os olhos de Jungkook foram para o reflexo da menina no retrovisor.

(...)
respirou fundo mais uma vez, havia tomado sua decisão e agora era tarde demais para voltar atrás, mesmo se quisesse.
Acompanhou a maca para até a sala de emergência onde foi barrada por Kim Sae He — a pessoa que mais detestava naquele hospital — que, fazendo pose de superioridade, ficou em seu caminho.

— Drª , por favor espere na sala de espera. Este paciente é meu. – avisou Kim Saehe e fechou a porta antes que a menina pudesse dizer algo.

bufou irritada preste a entrar na sala e bater em Kim, mas ela não tinha essa coragem e obviamente não podia fazer algo assim.
Suspirou encostando-se na parede do outro lado do corredor, lhe restava agora esperar.
Ouviu passos no corredor e levantou o rosto olhando na direção que ouvirá barulho do salto.

— Boa noite, Dr.ª . – disse a enfermeira alta e magricela.
— Boa noite, Enfermeira-chefe. – Valeira arrumou sua postura.
não veio trabalhar hoje. Por você morar com ela espero que saiba o motivo. – quis saber a enfermeira de voz firme e expressão de poucos amigos.
deu entrada mais cedo no SNUH*. Acredito que terá alta em três semanas. – avisou .

*Hospital da Universidade Nacional de Seoul.
A mulher balançou a cabeça negativamente.
— A situação da apenas complica-se. – deu um suspirou e olhou a folhas em suas mãos — Precisam dos dados do paciente que veio com você para dar entrada.
— Oh, está bem. Irei agora mesmo, com licença.

Até então havia esquecido-se deste grande detalhe. Suas mãos começaram a suar e seu coração a bater mais rápido, ela estava com medo, estava em pânico por dentro. Não tinha formulado uma desculpa para um homem desconhecido e baleado estar em sua casa, isso poderia deixá-la em maus lençóis.
Respirou fundo algumas vezes buscando esconder seu nervosismo e se aproximou do balcão onde haviam duas moças jovens com o uniforme do hospital e um bordado escrito "Sebeuranseu Byeongwon*" com os cabelos presos em um coque bem feito.
*Hospital Sebeuranseu.
Podia não estar pronta para o questionário feito pela mais jovem, porém sabia que era padrão do hospital, apenas tratou de falar tudo que sabia a respeito do paciente antes que fosse interrompida.

— Nome do paciente? – quis saber a moça.
havia esquecido esse detalhe também.
— Kim Hope. – disse falando o primeiro sobrenome que veio em sua mente.
— Kim Hope? – a moça a olhou estranhando.
— Hope não é em inglês? – comentou a mais velha se aproximando.
— Sim, esperança em inglês. – disse mantendo-se firme enquanto por dentro estava um caos — Os pais dele viviam nos Estados Unidos.
As duas a olharam curiosas e desconfiadas.
— Preciso de um guardião para ele. – disse a moça com seus olhos sob .
— Eu seria a guardiã dele.
— Dr.ª qual a sua relação com este paciente? – quis saber a mais velha curiosa.
conhecia bem aquelas duas e sabia que seria capaz de ir fundo em suas buscas se não fosse direta agora.
— Meu noivo. – disse a menina firme, embora tenha se arrependido no segundo seguinte.
As duas arregalaram os olhos não acreditando no que haviam ouvido.
— Noivo? – disseram ao mesmo tempo em choque.
"Merda." — pensou a menina.

Por um momento pensou que deveria ter tratado dele em casa e então estaria tudo bem agora, porém a quem iria enganar? Ele não estava bem, sua febre não baixava e poderia ter complicações se não tivesse o tratamento adequado e embora ela fosse uma excelente cirurgiã se sentia muito limitada com uma simples maleta de primeiros socorros.
— Hum, vejamos. A bela Dr.ª tem um noivo. – ouviram a voz suave e risonha de Min Hwa — Isso sim, é uma grande notícia.
O homem alto de pele perfeita e um sorriso tão branco quanto seu jaleco se aproximou do balcão.
quase chorou por dentro por saber que ele ouviu tal mentira.
— Não é bem isso... – a menina se viu sem saída de tal situação com as duas fofoqueiras e seu melhor amigo ali.
— Oh, entendi. Era segredo. – ele riu tirando o ar dos pulmões das três que o olhava — Vocês não ouviram nada, está bem?
Ele piscou para as duas moças e colocou a pasta amarela sob o balcão.
— A enfermeira Baeng virá pegar isto, por favor entregarem com segurança. – pediu ele gentilmente e sorriu para as duas que assentiram abobadas — Obrigado.
Min Hwa virou-se para .
— Tem muito o que me contar. – disse ele aproximando-se dela.
— Bastante. – olhou as duas moças e novamente para ele — Vamos tomar um café?
— Oh, sim. Terminei meu Plantão. – disse ele caminhando ao lado dela.
— Estou bem encrencada, Min. – disse a menina quase num sussurro com medo que alguém a ouvisse.
— Com o que exatamente? Você nunca foi disso – ele a olhou.
— O paciente que veio comigo hoje. Acredito que ele tenha ficha na polícia, por que preferia morrer a vir. – a menina suspirou — Tive que inventar um nome falso e ainda dizer que era meu noivo.
— Se complicando sozinha, senhorita ? – ele deu uma risadinha — Podia apenas contar a verdade.
— Como poderia? Iria dizer que levei um desconhecido baleado para minha casa porque ele não queria vir?
— Dizer que levou uma pessoa baleada para prestar primeiros socorros por não ser capaz de ser levado a um hospital com rapidez ou que o atendimento da emergência demorou. – disse ele e deu uma risada baixa — Não precisava se complicar toda, agora sim pode temer por seu visto.
— Muito obrigada por me deixar com os nervos à flor da pele. – disse preocupada com sua carreira.
— Não use expressões ocidentais comigo. Vou achar que está me xingando. – comentou ele risonho.
suspirou com cara de choro.
— Min. – a menina fez bico o olhando.
— Não. – disse ele a olhando sabendo o que ela iria pedir.
— Mas nem falei ainda. – reclamou a menina parando em frente a máquina de café.
— E a minha resposta é "Não". Por que sei o que vai pedir. – disse ele pegando sua carteira.
— Nossa nem me deixou argumentar no mínimo. – a menina cruzou os bracos fazendo bico.
Minhwa colocou o dinheiro na máquina e a olhou dando um sorriso ao estender sua mão e bagunçar o cabelo dela.
— Por que você sempre vem a mim? – quis saber ele e voltou sua atenção a máquina.
— Por que você foi o único que me tratou bem quando cheguei e acreditou na minha competência. – sorriu — Meu melhor amigo.
— Oh, oh, tão fofa. – ele a olhou colocando a mão no peito — oh, coração parou.
— Bobo. – a menina riu ao bater no braço dele.
Ele olhou onde ela havia batido.
— Essas suas manias. – comentou risonho pegando os dois copos de isopor.
— Desculpa. – sorriu sem graça pegando o copo que ele lhe entregou.
— Até ele sair mantenha firme essa sua historia de serem noivos. – disse Minhwa ao sentar-se em uma das cadeiras próximas.
o olhou incrédula e se aproximou sentando-se.
— Provavelmente não irão pedir os documentos dele por se tratar de você, mas com certeza iram chamar a polícia ou interrogá-la sobre o ferimento a bala. – disse ele tranquilamente e tomou um gole de seu café — A menos que sua amiga queira entrar​ nessa, você terá de ser convincente no que dirá a todos.
nunca iria aceitar algo assim. – suspirou sentindo novamente o pânico.
Minhwa olhou as mãos da menina tremendo, estendeu sua mão esquerda tocando as delas.
— Mantenha a calma ou chore. Use isso que está sentindo para deixar tudo mais verdadeiro. – disse ele a olhando — Seu noivo foi baleado e está desacordado, compreensível que esteja assim.

o olhou o vendo pisca para ela.
Minhwa era o tipo de pessoa que sempre tinha respostas de saídas para tudo, sua reputação em Sebeuranseu Byeongwon baseava-se em sua competência, inteligência e beleza. Todos o respeitavam e, para , tornasse alguém a quem ele protegia gerou certos problemas para a menina a princípio.
(...)
Por trás dos grandes portões de ferro pintado na cor preta, a grande mansão chamava a atenção por sua beleza, tamanho e a quantidade de seguranças. Estava localizada em um bairro distante do centro de Seul — era a única mansão ali —, os moradores mais simples estavam acostumado com o movimento da casa alguns sabia até os horários em que ficava mais agitada, sabia também que seus moradores eram homens poderosos e que jamais deviam ficar em seu caminho.
O menino baixo de cabelos castanhos escuros assim como seus olhos e rosto ocidental sorria admirado com o avião de controle remoto que voava de acordo com seus comandos.

— Desvia, Ryan, ou vai bater na árvore. – avisou Taehyung ao lado dele.
— Hyung, não estou conseguindo. – disse o menino se desesperando.
Taehyung pegou o controle dado por Ryan e fez o avião desviar da árvore.
— Woow! – se impressionou Ryan vendo seu hyung fazer algumas manobras com o avião.
— Pai, pai, olha isso! – Ryan olhou para o rapaz de cabelos escuro e pele pálida deitado na cadeira de descanso próxima a mesa do jardim.
O rapaz virou seu rosto olhando o avião dá alguns rodopios no céu.
— Wooah! Hyung, você é muito bom. Woow! – exclamava o menino abobado.
— Aposto que se desse isso ao Jungkook ele faria de olhos fechados. – comentou Yoongi com um sorrisinho.
— Suga-hyung, por que você não tenta? – propôs Taehyung, concentrado no brinquedo.
— Não estou com vontade. – disse Yoongi colocando seus braços por trás da nuca, todo relaxado — Isso é algo para vocês.
— Suga vovô. – comentou Taehyung em voz baixa rindo junto a Ryan.
Um rapaz alto de cabelos rosa assim como sua blusa de frio caminhava em direção ao três sem deixar de olhar o avião e principalmente o céu escurecendo.
— Vai escurecer em breve. – comentou ele — Está muito frio aqui fora.
Seokjin cruzou os braços, sentindo o vento frio em seu rosto e ultrapassando o tecido da blusa.
— Ryan, hora de entrar você vai ficar resfriado. – disse Seokjin olhando o menino.
— Só mais um pouquinho, Jin-hyung. – pediu o menino o olhando.
— Ryan.
Yoongi virou o rosto olhando o menino que ao ver a expressão de seu pai entendeu imediatamente o que queria dizer.
— Depois continuamos, hyung. – Ryan olhou para Taehyung que se concentrava no avião o fazendo pousar.
— Vamos jogar com Jungkook? – propôs Taehyung animado.
— Apostando. Quem perder vai nadar pelado. – disse Ryan e riu.
— De madrugada e usando laço no cabelo. – disse Taehyung rindo com o menino caminhando em direção a entrada da casa.
Seokjin olhou para Yoongi.
— Acho melhor entrarmos também. – disse ele e olhou para as árvores a frente vendo sua folhagem dançar com o vento — Monster precisa da sua ajuda com a nossa "hóspede".
Yoongi respirou fundo e fitou o céu que havia ficado num tom mais escuro.
— O que essa garota pode fazer? – questionou em um tom sarcástico.
— Não sei, mas ela é nossa única esperança. – Seokjin deu um suspiro pesado.
— Estamos fudidos. – disse Yoongi e sentou-se — Uma desconhecida chegar a ser nossa única esperança.
— Jimin a deixou se aproximar dele por algum motivo. – Seokjin o olhou — O mesmo motivo que não nos deixa chegar perto.
— A mente dele ta fudida. – comentou Yoongi ao ficar de pé — Ele não confia em nós, mas sim numa desconhecida. Esse não é mais o Jimin.
— Não desista ainda, Suga.
— Não estou desistindo. Estarei assistindo o que ela pode fazer por ele. – disse o rapaz e deu alguns passos em direção a porta.

Seokjin voltou a fitar as árvores por mais alguns instantes, sentindo cada vez mais preocupado com a saúde de seu irmão.
A situação de Jimin piorava a cada dia que passava-se sua mente precisava de mais cuidados que seu corpo, mas seus hyungs sentiam-se de mãos atadas já que não tinham sua colaboração.
Yoongi abriu a porta do quarto encontrando Namjoon sentado na poltrona grande — com detalhes em dourados — encarando a menina encolhida em cima da cama com cara de choro.
Fechou a porta e caminhou até Namjoon, que virou o rosto o olhando.

— Agora é com você. – disse o rapaz e olhou a moça — Ela apenas chora, não achei que fosse tão chorona.
— O que devo fazer com ela? Interrogar? Torturar? – Yoongi a olhou sem qualquer expressão a deixando mais assustada.
— Apenas a faça colaborar. – Namjoon levantou-se — Jiminie não irá gostar se vê-la machucada.
Namjoon a olhou.
— Bata onde não se possa ver. – deu um sorrisinho e caminhou em direção a porta.
Yoongi virou para a moça encolhida na cama o olhando amedrontada. Tirou sua blusa de frio ainda com seus olhos frios sob ela e deu alguns passos lentos em sua direção.
— Como será? Pergunto e você responde ou arranco as respostas de você? – ele parou e pendeu a cabeça para o lado a olhando.
A menina afastou-se um pouco mais quase caindo da cama.
— Como se chama? – quis saber ele.
A menina abriu a boca mas não saiu nada, tremedo passou as mãos por seu rosto procurando não deixar o medo dominá-la de tal forma.
— C-. – sua saiu mais baixa do que imaginou.
Yoongi deu alguns passos em direção a poltrona e sentou a olhando em seguida.
— Como conheceu Xiao Li?
— Q-quem? – o olhava confusa, porém o olhar daquele rapaz a fazia tremer por dentro.
— Se quiser continuar viva aconselho a colaborar e não bancar a espertinha. – disse ele sentado relaxadamente na poltrona — Estou pouco me fudendo pra quem você seja de verdade ou trabalhe. Mas se meu amigo morrer você vai desejar nunca ter visto o meu rosto.
Yoongi inclinou-se a encarando.
— Por que ele será o último que verá antes de arrancar seus olhos. – o rapaz levantou-se — Faça seu trabalho e foque apenas no seu paciente.
Deu passos firmes em direção a menina a vendo tentar se afastar encostando na parede.
— Venha comigo. – o rapaz estendeu sua mão para ela.
permaneceu no mesmo lugar encolhida com seus olhos no rosto pálido dele e a sua mão estendida para ela.
Com seus olhos sobre a menina aproximou-se a pegando pelo pulso com força e a puxando.
— Não por favor. – pediu .
Yoongi a encarou deixando que seus rostos ficassem próximos um do outro.
— Lembre-se do que te falei. Você irá cuidar do meu amigo e focar apenas nele. – disse o rapaz lançando seu olhar frio sobre os olhos dela — Para o seu bem acho melhor você o manter vivo.
Ele se afastou a puxando para que descesse da cama.
quase caiu no chão com a força que ele usou para tirá-la dali.
— Use suas pernas e caminhe, não espere que te arraste. – avisou ele a puxando em direção a porta.
Chorando em silêncio, o seguia contra sua vontade.
Yoongi abriu a porta a frente dele revelando um longo corredor de quartos com algumas mobílias e quadros de arte nas paredes. Tudo tinha um ar sofisticado.
Puxando a menina corredor a dentro tudo que se ouvia eram o som de seus passos e em algumas poucas vezes o fungado da menina.
— Porra! – Yoongi parou a encarando irritado — Pare de chorar, merda! Ninguém vai te matar, não ainda!
Ele respirou pesado voltando a caminhar a puxando.
— Se continuar com esse choro irritante dos infernos eu mesmo retiro o que acabo de dizer e te mato agora. – disse ele num tom frio e um olhar  sombrio.

Yoongi parou em frente a uma porta branca cheia de detalhes dourados e naquele momento esqueceu por um curto tempo o que fazia ali, qualquer pensamento seu foi devastado pela dor em sua alma e o intenso medo de que cada dia que se passava ser o último.
pela primeira vez viu uma expressão no rosto dele, aquele que parecia assustador e frio a deixou ver em seu rosto o semblante da dor que vinha o destruindo a cada dia durante anos.
Yoongi voltou a si e estendeu sua mão girando a maçaneta e abrindo a porta em seguida. Puxou para que entrasse junto a ele e a olhou, em seguida soltando seu pulso.

— Esse é o seu paciente...
Seus olhos foram para o rapaz dormindo no centro da enorme cama.
seguiu seus olhos e inconscientemente levou suas mãos a boca o reconhecendo.
— Jimin... – sua voz saiu quase inaudível.
Deu alguns passos calmos em direção a cama o olhando um pouco mais de perto. Realmente era Jimin, embora seu rosto estivesse pálido e seus lábios carnudos perdessem sua cor rosada.
— Por que ele está assim? – quis saber ainda o olhando.
— Ele não deixou ninguém se aproximar desde que voltou. – disse Yoongi caminhando em direção a ela.
— Deve ter se complicado... – a menina suspirou preocupada.
— É por isso que você está aqui. É sua obrigação o salvar. – disse Yoongi e a olhou — Temos tudo que precisar... Mas se ele morrer, você sofrerá as consequências.

engoliu em seco sentindo o desespero por dentro por não saber como contar que não era médica e sim uma veterinária, como iria salva-lo?
(...)
Sentado na varanda olhando as luzes distantes da cidade, Jungkook buscava concentrasse nas músicas que ouvia, porém sua mente afundava em lembranças e mais lembranças, as músicas passavam despercebidas embora estivesse com fones.
Olhou a hora no celular e suspirou sentindo o peso em seu peito.
Levantou-se caminhando em passos calmos pelo longo corredor que o levaria a outros cômodos da casa.
Imaginava que hoje precisaria de um novo refúgio, um lugar onde o silêncio fosse tudo que se ouvisse e que a dor em seu peito não pudesse o sufocar tanto.

— Jungkook? – ouviu a voz de Namjoon o chamar — Vai sair?
— Sim...
Namjoon pegou a chave em seu bolso e jogou para ele.
— Não beba.

Jungkook pegou a chave no ar e assentiu em seguida caminhando em direção a porta.
Namjoon suspirou colocando as mãos nos bolsos caminhando em direção ao escritório.
Abriu a porta entrando e trancando-se em seguida.
Em cima de sua mesa estava uma garrafa de whisky e um copo. Seu companheiro o aguardava no mesmo lugar onde havia o deixado noite passada.
Caminhou até sua mesa e sentou na confortável cadeira.
Por um momento encarou a garrafa encorajado-se a somente hoje ser mais forte e não anestesiar sua dor com álcool.
Respirou fundo apertando os lábios. Ele não conseguiria.
Virou a garrafa despejando o líquido no copo.
Essa era sua anestesia para sua dor e medo. O álcool não fazia doer menos, mas ali, trancando em seu escritório — o único lugar onde podia chorar e mostrar o quanto se sentia fraco — refugiava-se de todos para que não o vissem tão destruído.
Na cozinha da mansão o rapaz de cabelos rosa inventava alguma nova receita — todos já haviam jantado —, essa era sua forma para que se mantivesse calmo, cozinhar.
Lágrimas escorrem por seu rosto caindo sob a massa que preparava. Naquele momento esqueceu-se completamente o que fazia deixando-se chorar em silêncio por não conseguir aguentar os sentimentos que pesava dentro de si.
Distante da mansão Yoongi caminhava com Ryan pelo bairro. O rapaz não buscava fugir da nuvem sombria que caia sobre a mansão durante as noites, mas afastar Ryan de uma dor que ele era muito novo para conhecer e suportar.

— Pai, vamos no rio Han? – o menino o olhou.

Yoongi assentiu caminhando junto a ele.
A dor mais uma vez começou a sufocar a cada um deles, os gritos constantes de Jimin durante as noites ecoavam por toda a mansão, não tinha para onde fugir, quem o amava sempre iria sentir suas dores e cada um deles sofria escondido em seu refúgio. Todos sentiam saudade de seu sorriso, de sua voz, sentiam-se de mãos atadas por não serem capazes de salvá-lo de seus pesadelos.
O rosto de expressão meiga, o sorriso que fazia seus olhos sorrirem junto, o carinho com todos, esse era o Jimin guardado nas memórias deles. O elo que os uniam, o coração que o lembravam de sua humanidade todos os dias.
Havia algo naquela pequena família de garotos, era quase como o lema dos três mosqueteiros. Um por todos e todos por um, Jimin não sabia, mas a mesma adaga que lhe rasgava lentamente sua alma fazia o mesmo ao seus irmãos.
No corredor em frente a porta do quarto de Jimin, seu melhor amigo chorava sentado no chão ouvindo cada grito dado por ele. Havia decido sofrer ao seu lado e dividir toda aquela angústia, mesmo sem que Jimin soubesse.
Todos haviam esquecido-se da menina que acabara de chegar na casa, como poderiam lembrar-se dela?
acordou  assustada sentindo seu corpo todo dolorido. Os gritos eram cada vez mais alto, em sua mente passava-se que alguém estava sendo torturado e isso lhe causou calafrios e horror.
Notou que vinham do quarto ao lado do seu e na sua mente veio de imediato a imagem de Jimin.
Correu até a porta tentando inutilmente abri-la.

— Parem! Não façam isso! – gritavam a menina batendo na porta com uma mão enquanto a outra girava a maçaneta varias vezes prestes a quebrá-la — Por favor, parem!

desesperava-se a cada grito de Jimin, batendo e chutando a porta não importando-se o que poderiam fazer com ela, sua mente pensava apenas nele, em salvá-lo.
Chorando compulsivamente, ela sentiu-se cansada notando que não a ouviram suplicar muito menos abriram a porta.
Os gritos foram cessado e o silêncio ensurdecedor pairou pela casa.
passou as mãos no rosto e bateu mais uma vez na porta.
— Abram, por favor. – pediu quase sem voz.

Alguns instantes depois ouviu o barulho da chave na porta.
A menina se afastou a vendo ser aberta por um rapaz alto de cabelos descoloridos no tom loiro vestido uma blusa de mangas compridas de cor cinza e calça moletom preta.
— O que você quer? – ele a olhou com rosto cansado e abatido.
— Q-quero ver o Jimin. – a voz de falhou a princípio.
Taehyung suspirou virando o rosto para o lado esquerdo.
— Não será possível agora. – o rapaz puxou a maçaneta preste a fechar a porta.
a segurou, impedindo que a fechasse.
— Por favor, eu preciso vê-lo. – pediu a menina o olhando.
Taehyung virou o rosto a olhando, deixando que visse seus olhos vermelhos e inchados.
— O que você pode fazer por ele? Pode libertá-lo desses pesadelos? – questionou o rapaz — Pode salvá-lo?
ficou sem palavras não sabendo como argumentar.
— Não sei o que posso fazer por ele, apenas me deixe vê-lo e irei descobrir...
Taehyung ficou em silêncio por um curto tempo e a olhou mais uma vez.
— Por quê deveria acreditar em uma estranha? – questionou ele, fechando a porta em seguida.

estava completamente alheia ao que acontecia na casa e principalmente ao ressentimento dos meninos por Jimin só preferir uma estranha a seus irmãos.
(...)
Em frente a casa de fachada simples e na cor rosa, a morena de cabelos escuros e olhos puxados encarava a casa.
respirou fundo e caminhou em direção a porta puxando sua mala.
Bateu duas vezes e rezou mentalmente para não ter errado o endereço.
A porta foi aberta por uma garota alta de pele clara e cabelos castanhos escuros.

— Bom dia. Essa é a Pink House? – quis saber receosa.
— Bom dia. – a moça sorriu — Sim, mas infelizmente não temos mais vagas, me desculpe.
— Não estou procurando por vagas. mora aqui, certo?
— Sim... Por quê? – a olhou desconfiada.
— Sou , sobrinha dela. – se apresentou a morena.
No mesmo instante em que ouviu seu nome lembrou-se do aviso preso na porta da geladeira.
— Oh, é mesmo. disse que você chegava ontem. – disse .
— Sim, mas fui esquecida no aeroporto. – deu um meio sorriso lembrando-se o quanto estava chateada com isso.
— Vamos, entre, . – deu passagem para que a menina entrasse — Aconteceu muita coisas ontem, acabou por não lembrar.
— Percebi. – se limitou a menina caminhando para dentro da casa puxando sua mala.
fechou a porta e a seguiu esquecendo-se que deveria ir para o seu trabalho.
— As meninas ainda estão dormindo, ou melhor, algumas delas. – se corrigiu rindo — Sou .
sorriu para ela.
— Prazer, .
— O prazer é todo meu. – a menina sorriu — Deixa eu te ajudar com suas coisas.
pegou a mala de .
— Vou te mostrar onde fica o nosso quarto, você pode ficar com a cama de , por enquanto.
Dizia enquanto caminhavam em direção ao quarto.
A porta do banheiro foi aberta revelando uma garota despenteada com o rosto marcado e com um travesseiro embaixo de um braço e um edredom no outro.
— Bom dia. – disse ela sonolenta.
— Bom dia, . Você dormiu no banheiro? – quis saber a olhando confusa e surpresa.
— Sim. Dormi desconfortavelmente na banheira. – bocejou e olhou a morena — Quem é?
— Essa é , a sobrinha da .
— Ah, sim. Oi, sou . – a menina sorriu sem graça.
— Oi, prazer. – sorriu timidamente.
— Estava levando ela até o quarto. – disse .
— Vou com vocês. – disse as seguindo.
abriu a porta do quarto entrando junto às duas. jogou o travesseiro e o Edredom sobre sua cama.
— Você pode usar essa cama. – disse deixando a mala ao lado da cama.
não vai trabalhar? – questionou a vendo dormir.
— Não sei, .
viu sua tia dormindo na cama próxima a sua e sem pensar duas vezes pulou em cima da menina gritando.
— Cheguei, Cam!
e Keriane a olhavam assustadas e incrédulas.
— Acho melhor sairmos daqui. – propôs .
— Ótima idéia. Tenho até medo do que vai acontecer.
Todas sabiam o quanto odiava ser acordada, sempre ficava mal humorada e às vezes até batia em quem tentava acordá-la.
A menina acordou assustada preste a xingar quem havia a acordar de tal forma.
— Até que enfim. – disse e riu a abraçando.
?
Surpresa e feliz por vê-la novamente depois de tanto tempo a menina retribuiu o abraço.
— Como chegou aqui? – quis saber ao sentar-se.
— Peguei um táxi, já que alguém me deixou plantada no aeroporto. – disse a encarando levemente chateada — Tive que me hospedar em um hotel pulguento próximo do aeroporto.
— Desculpa, , ontem foi um dia bem complicado. – pediu a menina se sentindo mal por esquecer de ir buscá-la.
— Só te perdôo se me levar para conhecer alguns oppas. – disse a morena cheia de malícia.
— Abaixa esse fogo. – riu ao se levantar.
— Não tem como, estou no paraíso dos homens lindos, gostosos e cheiros. Sou praticamente um vulcão agora. – argumentou de seu jeito pervertido que causa risadas em — Tudo bem que é tudo pinto pequeno, mas o conteúdo compensa.
riu caminhando em direção ao armário.
— É esse seu verdadeiro motivo para vir a Coréia? Achei que vinha me ver, coração partido. – a olhou fazendo bico.
— Tua fuça já vi demais. – a morena deitou na cama puxando o travesseiro para baixo de sua cabeça — Agora quero os Oppas.
— OK, vou te arrumar uma guia de baladas. – disse e sorriu para ela — Mas saiba que os homens aqui não são fáceis.
— Sou . Comigo eles vão ficar ‘facin. – a menina riu — Preferia que você fosse comigo, mas melhor que nada.
— Acho que a não trabalha hoje. – comentou pegando uma blusa e uma calça social.
— Que isso? Pra que tem uma arma aqui? – questiou ao sentar segurando a arma.
virou o rosto a vendo tirar o pente de balas.
— Apenas por segurança.
— Segurança. – repetiu a morena checando a quantidade de balas no pente — Acha que Jason vai sair do seus pesadelos e te pegar? Qual é ? Do que está com medo?
a olhou esperando por uma resposta sincera.
— Depois te conto. – se limitou a menina.
— Irei esperar. – permanecia desconfiada.

Agilmente a morena desmontou a arma e a colocou em sua mochila.
Na cozinha terminava seu café enquanto deixava atualizada dos acontecimentos.
— Você e a trazendo um cara pra casa, grávida, o que falta mais? – comentou incrédula — Tenho medo de ser demitida.
— Vira essa boca pra lá, . Lógico que ele não é louco de fazer isso. – disse ao colocar sua tigela e copo na pia.
— Sei não, . O sr. Suk é legal, mas não tolera certas coisas.
— E o que você fez de errado? – quis saber a olhando.
— O quase assalto de ontem. Tenho certeza que ele ficou bastante bravo. – a menina suspirou.
— Com o que? Pelo ladrão não levar nada? – voltou a lavar sua louça — , não se preocupe com isso.
— Você está certa, não devo me preocupar com isso.
— Não, mesmo. – deixou a louça no escorredor e virou-se para — Hoje vou chegar um pouco mais tarde, acho que você vai ter que pedir comida.
— Vai fazer hora extra?
— Não, vou passar no hospital quando sair para deixar algumas roupas para .
— Ah, sim. Será que vem hoje pra casa? – se questionou .
— Provavelmente. Ela deve estar tão cansada quanto a . – olhou o relógio na parede dando-se conta que estava atrasada — Deixa eu ir, mana, que já estou bem atrasada.
— Bom trabalho.
— Obrigada. – sorriu e apressou-se indo pegar suas coisas.

(...)
O barulho de chaves na porta deixou atenta, a vendo ser aberta por um rapaz de cabelos rosa, pele clara e alto segurando uma bandeja com comida.
Seokjin caminhou até a mesa no centro do quarto e colocou a bandeja.
— Trouxe o seu almoço, por favor venha comer. – pediu ele e levantou o rosto a olhando.
Embora a barriga da menina estivesse ao ponto de comer seus órgãos ela se mantoa firme.
— Quem é você? – quis saber o olhando receosa.
Seokjin a olhou mais uma vez e esboçou um leve sorriso.
— Me chame apenas de Jin.
A menina podia sentir que ele parecia diferente dos outros dois que havia conhecido ontem contra sua vontade, mas ainda sim temia que isso fosse apenas uma máscara.
— O que farão comigo, Jin? – quis saber sentindo o frio na barriga.
— Acredito que não tenha sido bem tratada, é normal que fique assustada ou tenha medo. – Seokjin puxou uma cadeira sentando-se e apontou para a cadeira a sua frente para que ela sentasse — Monster e Suga tem um jeito bem peculiar de fazer acordos.
Ele a olhou esperando sua aproximação.
— Por favor, sente-se. – pediu gentilmente e esboçou um sorriso.

A menina caminhou até a mesa sentindo ainda desconfiada e receosa sobre o que ele tinha em mente.
puxou a cadeira sentando-se em seguida sob o olhar dele.
— Você sabe o meu nome, mas ainda não sei o seu. – disse Seokjin arrumando os pequenos recipientes com salada, sopa e mais algumas das comidas coreanas para ela sobre a mesa.
, me chamo . – ela o observava arrumar a mesa.
. De que país você é? – ele sorriu entregando os hashis para menina, a incentivando a comer.
— Brasil. – a menina olhou a quantidade de comida lhe parecendo muito deliciosa, sua barriga estava roncando alto.
Seu rosto corou quando seu estômago roncou alto. Seokjin riu disfarçadamente.
— O que vão fazer comigo? Você ainda não me respondeu. – insistiu a menina o olhando.
— Com você nada. Na verdade é o que você fará para nós. – ele tinha seus olhos sobre ela.
engoliu em seco.
— E o que terei de fazer?
— Coma antes que esfrie. – a incentivou sorrindo levemente — Acredito que esteja confusa. Posso responder suas perguntas, mas uma por vez. Pense qual é a mais importante.
levou uma colher de arroz a boca pensativa.
— Não tenha pressa. – Seokjin sorriu cruzando seus braços a vendo comer.
— Por que eu?
— Essa é uma boa pergunta. Temos feito essa mesma pergunta, por que você? – ele a olhava sério — Infelizmente, não tenho a resposta. Por algum motivo alguém muito importante para nós confia em você.
— Está falando do Jimin?
— Sim... Poderia responder a minha agora? – ele ainda a olhava a vendo  assentir — Como conheceu Jimin?
— Encontrei ele quando voltava pra casa com uma amiga, tinha uns caras o espancando. Então minha amiga o salvou e o levamos para casa. – contou .
— Entendo.
Seokjin levantou-se pensativo e a olhou.
— Termine sua refeição. – deu um leve sorriso e deu as costas caminhando em direção a porta.
— Jin? – o chamou ela.
Ele parou e virou o rosto a olhando.
— Posso vê-lo? – quis saber a menina sentindo o peso em seu peito — Por favor...
Seokjin pareceu pensar por um curto instante e assentiu em seguida a vendo levantar-se rapidamente e caminhar em sua direção.
A claridade do dia deixada a casa mais iluminada permitindo que visse melhor seus detalhes e no corredor os quadros na parede.
— Não o acorde. – pediu Seokjin ao abrir a porta a vendo assentir.

Os dois entraram no quarto e os olhos da menina foram imediatamente para a cama onde Jimin dormia.
Em passos calmos se aproximou o olhando mais perto e naquele mesmo instante que o viu sentiu seu coração doer como se houvessem lhe tirado um pedaço. Não conseguia vê-lo daquela forma, isso a machucava muito causando apenas um único desejo em seu peito.
— Ele não dorme durante as noites. – comentou Seokjin em voz baixa — Tem pesadelos.
— Os gritos eram por conta de pesadelos? – quis saber procurando no rosto pálido de Jimin algum traço de cor.
— Sim... Todas as noites... – o rapaz respirou pesado — Vou deixá-la um tempo com ele.

assentiu incapaz de tirar seus olhos de Jimin.
O rapaz de cabelos rosa saiu do quarto a deixando.
A menina suspirou pensando, sentindo seus olhos arderem e o peso em seu peito aumentar, por um curto instante se sentiu culpada por não o impedir de fugir de sua casa imaginando que ele não estaria assim agora e ao mesmo tempo voltou atrás. Podia se sentir morrer aos poucos mesmo que tenha o visto uma vez, mas o que Jimin a deixou vê naquela noite a dizia que mais do que nunca precisava de alguém.
— Min... Min Hi.. – o ouviu sussurrar e o olhou surpresa o vendo delirar — Min Hi...

~ Continua ~


N/A: ...

N/B: Hello, aqui é a beta, só um pedido, gostou da fic, comenta... Vamos incentivar a autora a escrever mais capítulos maravilhosos!!
Unnie, amo suas fics!!! Qualquer erro na betagem me avisem no email - By: Pâms *-*

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