OTHER: Danger Days, by Pri Baungarte e Tatt Fornazari


Danger Days

DANGER DAYS
by Pri Baungarte & Tatt Fornazari

@baungarte & @f0rnazari
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Em 2019, a tirana megacorporação Better Living Industries obteve controle sobre as pessoas. Hoje, os seguidores dos Killjoys originais reúnem no deserto pessoas que ainda buscam pela liberdade, enquanto BLi sistematicamente retira os cidadãos de suas individualidades. É deixado a você e seus novos amigos o papel de assumir o manto e derrubar a temível BLi ou então se juntar às fileiras de estúpidos da Bat City!
Gênero: Romance, Aventura, Ficção
Dimensão: Longfic
Classificação: PG-15
Aviso: A fanfic é aberta para ler com qualquer banda/personagem/etc. É inspirado no álbum "Danger Days: The True Lives of the Fabulous Killjoys" da banda My Chemical Romance.

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# Capítulo 1 # Capítulo 2 # Capítulo 3 # Capítulo 4 # Capítulo 5 # Capítulo 6 # Capítulo 7 #

 

CAPÍTULO 1
"Pilot"

 

Primeira semana de Maio, 2019. — Bat City.

“— Estou com sono, vou ficar um pouco no carro. — Disse para minhas amigas, elas estavam descontroladas, felizes demais, sem ao menos terem bebido.

— Vem cá, toma essa pílula para acordar, você vai ficar elétrica rapinho. — disse a morena me mostrando um frasco escrito “love is a pill”,  ela parecia estranha, falando rápido demais e se movimentando como se não pudesse ficar parada por um segundo.

— Não, obrigada, eu não gosto disso, olha o que faz com vocês, estão estranhos. Eu preciso é dormir mesmo.

Distanciei-me delas, andando por toda a festa procurando meu vizinho o qual tinha me trazido aqui, estava em uma roda com alguns meninos e com uma loira grudada em seu pescoço.

— Me empresta a chave do seu carro? Quero dormir um pouco.

— Tudo bem, vamos lá. — Ele se soltou da loira, que me olhou feio apesar do seu sorriso estar enorme, pareciam bem alegres, mas diferentemente das meninas, eles haviam tomado as pílulas e estavam bebendo alguma coisa azul. Acho que qualquer que seja a mistura, se acrescentar álcool, não surge um efeito muito bom. Mas de que adianta tentar dizer a eles que isso não faz bem? Se conselho fosse bom, não seria de graça. A minha vida em festas se resume a ver meus amigos ficarem loucos e ter que segurar a cabeça deles na privada depois, pra que eles não se afoguem na própria meleca. Continuei andando até o carro, balançando a cabeça e sorrindo quando Ethan falava comigo até ele abrir a porta para mim. Entrei e fechei a porta olhando ele voltar para festa, fui para o banco de trás e então dormi.

Ouvi uma freada brusca e umas luzes no meu rosto, senti mãos em cima de mim, de repente ouvi gritos, fiquei desesperada e forçava meus olhos a se abrirem e quando finalmente consegui, eles se fecharam novamente.”

 

Acordei, comecei a abrir os olhos lentamente, sentia dores em varias partes do corpo. Olhei em volta do lugar onde eu estava, isso é um quarto de hospital? Ainda estou em Bat City? Não consigo entender muito bem o que está havendo, vi vários fios em cima de mim, notei que os aparelhos estavam todos desligados, olhei do lado da cama e tinha um vaso de flores murchas, parecem estar aqui um bom tempo, sacanagem não levar as próprias flores embora, sacanagem ainda é não limpar e deixar para o outro paciente... Espera um minuto, e se forem minhas? Que nada, acho que estou pouco tempo aqui, até deligaram o aparelho porque eu não deveria precisar, acho que entrei na onda das pílulas e passei mal. Alcancei a campainha para chamar a enfermeira, eu nem escutei o "alarme" dele tocar, deve tocar só dentro de outro lugar, vai saber. Esperei um tempo e nada. Ninguém veio, tentei me levantar e, ai veio àquela dor em tudo.

Maldita ressaca... Mas calma, eu nem bebi. A única coisa que fiz foi me sentir mal e ir para o carro tentar descansar e melhorar. Comecei a sentir muita sede. Consegui ficar em pé e com dificuldade, me apoiando a parede e consegui caminhar até a janela e olhei para fora piscando mais de cinco vezes, pensando que havia algo de errado com a minha visão. Mas aquela imagem parecia à mesma em todas as piscadas, havia carros abandonados nas ruas, trombados em alguns postes, parecia que havia acontecido uma guerra e transformado Bat City em uma enorme cidade feita de ferro velho. O que mais me intrigava era que não havia ninguém na rua, mas sim moscas por toda parte, havia muitas delas.

Entrei em estado de choque, comecei a tremer e tentei abrir a porta daquele quarto pra sair de lá, mas estava trancada, trancada! Então parti a procura de algo, algo pra abrir aquela porta, meu corpo doía muito e meu desespero só fazia piorar a dor, até que olhei para o chão e uma chave estava lá, não era possível, ou era? Coloquei a chave na fechadura e encaixou perfeitamente, rodei a chave e a maçaneta e me deparei com uma cena me deixou mais assustada, no chão havia muito sangue. Que porra é essa? Entrei no quarto, desorientada, fechei a porta devagar e encostei-me a ela. Se passaram alguns minutos até eu procurar algo pra calçar, vi um chinelo e o calcei. Eu não iria sair pisando em todo aquele sangue, mas qual o motivo de todo aquele sangue? Deve ter alguém se rastejando pelo corredor, não é possível, alguém vai morrer eu não sei limpar ferimentos, isso se a pessoa ainda estiver viva. Afasta esses pensamentos de mim! Preciso ser forte e sair desse lugar logo. Abri a porta e comecei a caminhar lentamente pelos corredores, muita sujeira, macas caídas, e ainda não havia sinal de energia; comecei a procurar alguma saída de emergência, andei mais um corredor e encontrei uma porta. Abri ela lentamente e comecei a descer as escadas encostando na parede para não acabar caindo escada a baixo, minha tremedeira não ajuda, onde eu vim parar? As escadas não acabavam logo e eu precisava sair desse lugar. Continuei descendo as escadas com um pouco mais de pressa, apesar da dor, eu preciso sair. Finalmente cheguei ao térreo e tentei abrir a porta, puxando com o resto de força que me restava, quando consegui abrir, cai de joelhos no chão.

O sol forte invadiu meus olhos me deixando desnorteada, uma vertigem muito forte me atacava. Desde quando acordei minha cabeça não parava de doer. Procurei a parede com meus braços para me apoiar e levantar, a cada segundo ficava mais sem entender o que estava acontecendo; quando consegui enxergar tudo nítido novamente, pude notar as ruas totalmente desertas. Então eu não estou mesmo alucinando? Fui cambaleando para a rua procurando o caminho até minha casa vendo algumas casas vazias, outras trancadas... Eu não posso estar na mesma cidade, no mesmo planeta, no mesmo lugar. Aqui não é onde eu vivo, não é. Algumas ruas depois vi um carro estacionado ao lado da calçada, estacionado, não capotado; aproximei-me e pulei ao ouvir um barulho.

— Te-em alguém a-aí? — Disse rouca e com medo, tentando me esconder atrás do carro. Ninguém respondeu.

Aproximei-me um pouco mais, apoiando minha cabeça no vidro do carro para checar se havia algo dentro dele, nada. Crrrrec! Barulho novamente. Sai de perto do carro e contornei-o lentamente, subindo na calçada. Olhei uma caixa de papelão e cheguei mais perto, havia um X sobre ela e um símbolo envolta, um rostinho feliz com um escrito logo abaixo "Better Living Industries", acho que eu já havia visto isso em algum lugar. Cheguei mais perto da caixa e um gato saiu de dentro dela, com uma cartela de comprimidos “love is a pill” na boca; colocou a cartela no chão e começou a brincar. É isso, como pude me esquecer? As pílulas! Sorri para o gatinho, tentando pegá-lo, mas ele se entrou embaixo do carro.

— Pssss, psiu, gatinho! Vem aqui. — Ajoelhei e me curvei até conseguir enxergar o gato em baixo do carro, eu não podia sair daqui e deixá-lo sozinho, ainda mais com esse lugar estando deserto. Estiquei meu braço tentando puxar a pata do gato, e ele só me olhava com uma cara de desprezo e começou a tentar brincar com os meus dedos. — Colabora comigo. — Supliquei ainda tentando alcançar ele. Ouvi um barulho diferente vindo em minha direção, ainda deitada no chão olhando por de baixo do carro reparei dois pés se aproximando. Levantei devagar até poder ver quem era.

— CORRA! — Ouvi o dono dos pés gritando, um homem, seus olhos estavam vermelhos com olheiras muito arroxeadas.

— O que está havendo por aqui? Por favor, me ajude. — Se meu nível de desespero era alto antes, agora estava muito pior vendo aquele homem naquela situação.

— Você quer que eu lhe ajude? Ninguém mais pode ajudar, o máximo que você pode fazer é sair daqui, corra enquanto há tempo! Não espere anoitecer! — seu tom de voz estava quase gritado, seus olhos esbugalhados olhando pra mim, parecia que sua veia do pescoço ia estourar, e de repente sem dizer mais nada, ele saiu correndo.

Então eu me vi correndo a caminho de casa, cada quarteirão que eu percorria eu tinha mais certeza de que algo muito errado estava acontecendo, as ruas vazias, carros no meio da rua, capotados, ou nos gramados; então algo me chamou atenção, nas casas que havia sombras nas janelas havia rostos, rostos "congelados", não pareciam pessoas de verdade, a não ser quando reparei que elas se mexiam um pouco. Cheguei na frente da minha casa, tentei abrir a porta, estava trancada, toquei a campainha e ninguém atendeu... Lembrei-me da janela da sala que estava quebrado o fecho e sempre adiavam o conserto do mesmo, eu sempre pulava ela quando esquecia a chave. Quando entrei me deparei com uma sala totalmente virada ao avesso, corri para cozinha e estava a mesma coisa. Sede, sede me invadiu rapidamente quando vi a torneira da cozinha, sem tempo de ir procurar o filtro de água ou esperar aquela pequena torneira saciar minha sede, abri a torneira afobadamente, coloquei minhas mãos em formato de concha e tomei o tanto de água que meu corpo permitia aguentar.

— MÃE? PAI? ALGUÉM? — gritei esperando ouvir a resposta de alguém, mas não obtive resposta.

Medo, era isso o que eu estava sentindo, tentei acender a luz, mas não havia energia. Vasculhei o quarto dos meus pais, não havia roupas, as portas do guarda-roupa estavam todas escancaradas e a cama desarrumada. Fui para o meu quarto, procurei uma pequena mala que eu levava sempre em viagens curtas, comecei a abrir gavetas e todos os lugares que tinham roupas minhas, coloquei algumas calças, camisetas, agasalhos, o que coube, peguei uma lanterna, meu celular, oh meu celular, ele estava desligado, havia um pouco de bateria, eu poderia tentar ligar para alguém. Foi aí em que reparei o meu reflexo no espelho. Eu estava acabada, parecia que havia perdido uma briga contra pitbulls (ok, sem exageros), havia curativos em minha cabeça, e isso só viera incomodar agora quando percebi o estado crítico em que estavam as ataduras. Procurei pela caixa de curativos e tomei alguns remédios para dor, guardei o restante na mala, alguma hora eu poderia precisar.

Troquei minha roupa sem poder nem ao menos tomar banho, coloquei meu velho all star mais confortável, caso precisasse correr, e uma calça jeans e uma blusa de moletom. Corri na cozinha, havia algumas bolachas e macarrão instantâneo. Enchi umas garrafinhas de água, coloquei em uma bolsa. Estava me sentindo fraca, não tinha certeza do que tinha acontecido pra eu ter parado naquele hospital, mas eu acho que ainda não era hora de eu receber alta.

De repente olhei para o chaveiro da cozinha, as chaves da garagem e do carro estavam lá, caminhei até a garagem. O carro não era dos mais velozes nem dos mais novos e bonitos, mas seria de muita ajuda em um momento como esse. Joguei minha mochila no banco do carona, liguei o carro e sai de casa, com muita dificuldade de desviar dos carros parados, saí daquela rua, daquele lugar, fui disparada para uma direção, eu nem sabia o que estava fazendo ou para onde estava indo, só queria encontrar alguém pra me ajudar a entender o que estava acontecendo.

Pude ver que havia um posto de gasolina abandonado no fim da cidade, abandonado, ótimo, eu não me lembrei de pegar dinheiro, como eu iria abastecer se precisa colocar o dinheiro na máquina? Desci do carro e fui até a conveniência na esperança de encontrar alguém e ouvi algum barulho vindo lá de dentro, andei devagar para me proteger de um possível ataque e espiei pela porta de vidro, as luzes estavam penduradas e o local estava um pouco sujo. Havia uma pessoa de costas, um rapaz de cabelos negros e grandes, estava vestido com um grande sobretudo com os braços de fora, estava com uma mochila grande nas costas. Continuei o observando quando ele se virou e me notou, me encarou friamente, ele tinha vários piercings no rosto e estava carregando uma mochila cheia de salgadinhos, veio até a porta me encarando e saiu, continuou andando como se não tivesse me visto e caminhou até um carro que estava estacionado por perto. Comecei a segui-lo e ele parou.

— O que você quer? — Perguntou tal rapaz.

— Eu queria saber o que está acontecendo...

— Se vira. — Disse ele entrando em seu carro, ele deu partida e eu corri até o carro tentando impedir que ele fosse embora.

— Ei! Ei! Espere!

O carro partiu em alta velocidade e eu fiquei ali parada, sozinha, sem entender nada. Parecia que não tinha mais ninguém na loja de conveniência, então aquele rapaz de antes saqueou a loja de conveniência? Mas não parecia ter nada arrombado, a porta estava normalmente aberta. Minha curiosidade falou mais alto. Adentrei o local e fiquei incrédula com aquela imagem, prateleiras desarrumadas, salgadinhos caídos pelo chão, restavam poucos itens... Parecia que aquilo tudo estava abandonado, bom, então não ia fazer mal se eu pegasse algumas coisas também, estava morrendo de fome e não sabia até quando iriam durar os suprimentos que trouxera de casa. Peguei algumas coisas rápidas na loja de conveniência, lembrei que o rapaz de antes parecia muito apressado, ele era um tanto... Grande. Do jeito que as coisas estão indo eu deveria ir rápido também, pois fora da loja de conveniência eu seria a próxima a ser saqueada... Se o rapaz grande daquele jeito com medo de ser saqueado, imagino eu nessa moleza toda, ou talvez ele só estivesse com pressa mesmo. Então me lembrei do que o homem louco me disse logo antes... O Pôr-do-sol.

Entrei no meu carro e fiquei olhando para o céu. Pelo menos havia um pen drive com músicas, isso servia de instrumento para acabar com o meu desespero e frustração, me distraindo.

Olhei no meu relógio de pulso e eram 6h47min, em pouco tempo o sol ia se por completamente, minha mente ficou intrigada com o que aquele homem disse: "Você quer que eu lhe ajude? Ninguém mais pode ajudar!... Não espere anoitecer!" A cor do céu foi mudando aos poucos, a estrada continuava sem nenhum carro à vista, nenhum barulho, nada estranho. Parecia tudo calmo, com um dia no campo. Restava apenas uma louca no meio daquela cidade bagunçada, ouvindo música o mais baixo possível. Começou a tocar Highway to Hell e só pude pensar que talvez eu estivesse indo mesmo para o inferno, não havia outra explicação.

O carro começou a dar trancos, e foi parando, já havia anoitecido; a gasolina tinha acabado e eu não conseguiria encher o tanque de maneira alguma. Consegui guiar o carro até o acostamento, travei todas as portas e fechei os vidros. Passei para o banco de trás, deitei encolhida, fechei os olhos e derramei uma lágrima, já não entendia mais nada. Iria esperar e sair à procura de respostas pelo amanhecer.

 


N/A Pri Baungarte: Olá pessoal! Aqui é Priscila, um das autoras dessa fanfic, e eu vou contar resumidamente a historia dela e a importância para nós. Começamos a escrever essa fanfic a mais ou menos 4 anos atrás, e muita coisa mudou de lá para hoje. Já publicamos ela até o 8º capítulo anos atrás, porém, como faz anos que começamos a escrevê-la, decidimos reescrevê-la com o intuito de melhoramento na escrita, linguagem e claro, na historia. A historia é baseada no álbum Danger Days do My Chemical Romance, e também e um mundo pós-apocalíptico. Espero que curtam nossa fanfic, dessa vez não pararemos até finalizá-la. Obrigada xx @baungarte.

N/A Tatt Fornazari: Oi gente, aproveitando as férias da faculdade resolvemos voltar a escrever essa fanfic, além de ter me dado saudades de MCR, eu gosto muito da história do álbum Danger Days! Vamos escrever a fanfic baseando no nosso entendimento sobre o álbum e em algumas informações que conseguimos coletar :D qualquer duvidas, é só perguntar aqui: @f0rnazari x

 


 

CAPÍTULO 2
"Sing it for the world."

 

Acordei com o sol batendo em meu rosto pela janela do carro, me sentei devagar e olhei para a rua, ainda deserta, me fazendo perceber que não foi um sonho. Após um momento tentando me recuperar, peguei minha bolsa e vasculhei as coisas que havia colocado dentro dela, peguei uma jaqueta de moletom que estava toda amarrotada, procurei alguma coisa para comer e peguei minha garrafinha de água, pensando onde eu iria encher ela quando a água acabasse. Estava pensando em muitas coisas sem sentido, qualquer um na minha situação estaria, aliás, eu nem sei quanto tempo se passou depois que saí daquela festa, àquela maldita festa, e ela é tudo o que eu me lembro. Algo estava me incomodando em um bolsinho da mochila, é claro, meu celular, tomara que não tenha desregulado horas nem datas; olhei para o visor, fiquei pasma, não havia como a data estar errada se a hora parecia estar certa, suspirei, havia se passado três semanas desde o ocorrido.


Narração em 3ª pessoa.

Um carro da BLi passava pela estrada checando durante as manhãs.

— E aquele carro ali? — O de barba mal feita disse.

— Vamos inspecionar, adoraria encontrar alguém ali — O ruivo disse com uma aparência maligna.

despertou do seu transe pensando ter ouvido algo, estava certa, curvou lentamente a cabeça e espiou do que se tratava, eram dois homens, talvez pudessem ajudá-la, pensou, mas lembrou-se da famosa frase "nunca confiem em estranhos", eles eram literalmente estranhos para ela, decidiu ficar quieta e pensar melhor. Encolheu-se atrás dos bancos do carro. Ouviu um dos homens misteriosos falar:

— Aposto alguma coisa com você que não tem ninguém aqui.

— E o que eu ganho se tiver?

— Você pode ter o prazer de matá-lo à vontade. — Começaram a gargalhar sinistramente.

Quando ouviu isso pensou que foi bom ter ficado calada, mas estava prestes a ser descoberta. O homem mais alto tocou na maçaneta da porta enquanto o outro encostava a mão nos vidros para checar se havia alguém, o vidro era meio escuro, portanto houve dificuldade de visualizar, mas pareceu ver algo se mexendo.

— TEM ALGUÉM AQUI, VAI LOGO! ABRE ESSA PORTA! — Quando conseguiu quebrar o vidro batendo um pedaço de pedra contra ele várias vezes, foi pego de surpresa com um tiro. Quatro pessoas mascaradas saíram de um carro, uma luta ia se iniciar, o mais baixo consegui correr até seu carro e o fez de escudo, entrou no mesmo, deu um "cavalo-de-pau" e fugiu.

A menina assustada assistia tudo escondida, eles estavam se aproximando, estava cada vez mais nervosa, quando um deles abriu completamente a porta.

Fim da narração em 3ª pessoa.

 

— Por favor, não atirem em mim, não me matem! — eu estava com a voz altera alterada, em estado de choque, eles acabaram de matar um cara na minha frente, o que eu falaria? "Obrigada por salvar minha vida e matar aquele cara", ótimo.

— Não, não vamos fazer nada. Você está bem? Você está infectada? — Um deles disse se aproximando mais de mim, eu não sabia ao certo o que dizer.

— O que? Infectada? Eu não sei de nada, por favor, não me machuque. — Estava desesperada.

— Você consumiu alguma pílula estranha?

— Pílula? Da BL/ind? Eu nunca tomei aquilo. — Ao terminar a minha frase eles se entreolharam como um sinal positivo talvez.

— Podem me deixar um pouco aqui com ela? — um dos mascarados perguntou.

— Beleza, te esperamos lá no carro, só não demore, podem aparecer outros deles. — O outro assentiu com a cabeça.

— Então, como é o seu nome? O que você faz aqui?

. Eu nem sei seu nome, então não posso dar liberdade assim a um estranho.

— Ahh, desculpe, meu nome é — ele sorriu —, bom saber que achamos mais "sobreviventes" — disse fazendo aspas.

— Eu não sei muito bem porque estou aqui, acordei ontem e tudo estava assim. Como assim "sobreviventes"? — O imitei na parte das aspas.

— A maioria das pessoas do mundo usavam pílulas “love is a pill” da Better Living Industries, as mesmas foram iludidas achando que só alterariam seu humor, foi aí que surgiu à suposta pílula do amor e essas coisas...  

— Ok, essa parte eu sei, eu quero saber o depois.

— Depois... Hmm... Acontece que eles colocaram algo nessas pílulas, de alguma forma elas se modificaram e começaram a reagir de forma negativa, às pessoas começaram a ter efeitos colaterais. Eles estão loucos, se te pegam, te matam! Não se lembram de quem são, e nem de quem conheciam.

— Então por que não estão soltos nas ruas procurando vítimas?

— Eles não podem sair durante a luz do sol, pois essas substâncias os deixaram com pouca resistência à luz solar.

—... — Coloquei as mãos sobre a boca, soltando um som de espanto — E agora?

— Agora nada, já não sabemos o que fazer, só tentamos nos manter vivos. Tentamos lutar contra a BL/ind, mas eles são muitos, nossos planos não são bons o suficiente — ele disse com certa tristeza na voz. — Mas agora você tem que vir comigo, temos que fazer um exame em você em caso de dúvidas, e você vai poder me contar o que houve com você. — Assenti e seguimos em direção ao carro dele. Entrei e sentei no banco de trás entre dois meninos, ou homens, enquanto sentou-se na frente e conversava baixo com o que estava dirigindo. Não sei como pude confiar neles tão rapidamente, em partes deveria ser porque salvaram a minha vida me defendendo daqueles caras, e por parecerem as únicas pessoas sãs no meio de toda essa bagunça.

Conversei com os meninos que estavam atrás, bem, não eram tão meninos assim, a não ser por suas faces aparentarem juventude. Eles se apresentaram como , e . Após nos afastarmos bastante da cidade, entramos em um deserto, parecia que o motorista sabia bem para onde queria chegar, admito que fiquei com um pouco de medo. Em meio a isso tudo senti uma súbita dor de cabeça latejante, me joguei melhor no banco do carro e não lembro se dormi ou se desmaiei.

— Alô, ei-ei — ouvi susurros distantes, abri os olhos com certa dificuldade, quando notei alguns par de olhos me observando e me chamando.

Chegamos ao que seria uma grande fábrica abandonada, parecia ter muitos anos, vendo que as paredes pareciam estar caindo aos pedaços. Talvez fosse um bom lugar para se esconder, por parecer inabitável. Ao chegarmos mais perto percebi a movimentação. Senti certo desconforto novamente, percebeu e me perguntou:

— Está tudo bem?

— E-eu acho que sim. — Nem eu sabia o que estava acontecendo comigo.

pousou a mão em minha testa e concluiu:

— Você está ardendo em febre, vamos para dentro!

Assenti com a cabeça e tentei descer do carro, tudo começou a escurecer, eu nem sabia onde estava pisando e nem o que estava a minha frente, e apaguei.

Acordei em um local claro só que escuro, sim, as paredes eram claras só que a iluminação era um pouco baixa. Havia uma agulha na minha veia... Espera aí, agulha?

— Oh, você acordou. Agora está tudo bem, você estava exausta e acredito que mais ainda por causa dos seus ferimentos. Te deram um pouco de soro, apesar de não haver muito estoque, você precisava. Consegue se levantar? — Era com um tom de preocupação.

— Vou tentar.

— Eu não perguntaria isso se não fosse necessário, uma médica do local disse que não foi nada demais, eu só vou te apresentar o resto do local e você vai poder repousar até amanhã.

— Tudo bem, obrigada!

— Venha aqui, vou te levar para fazer um teste ante.s — estendeu a mão e assenti com a cabeça acompanhando-o, entramos em uma sala, pude perceber que por dentro daquela fábrica a segurança era realmente reforçada, e não era nem um pouco parecida com a imagem que se via de fora. Chegamos a uma sala toda branca, escutei pedindo que eu me sentasse e me apontou uma maca, subi pelas escadinhas, ele mexeu em umas gavetas e pegou uma seringa e agulha.

 — Não se mexa, ok?

— Você que vai tirar meu sangue? — Disse um pouco espantada.

— Aqui todos sabem fazer um pouco de tudo. — Colocou aquela borracha em volta do meu braço e me parece que apertou forte demais. — Ou pelo menos tentam — lançando um risinho.

— Ok então, mas se eu morrer a culpa é sua — disse em tom de brincadeira, rindo um pouco, mas ele parece não ter achado tanta graça, pois lançou só um sorriso meio forçado. levou a seringa em outra sala branca, essa mesma parecia ser de pesquisa, havia pessoas de branco, não muitas, umas sete, olhando para o microscópio, ele entregou meu sangue para algum deles que começou a trabalhar no caso.

— Vem, vou te mostrar como é por aqui. — Puxou meu braço, me guiando o caminho, sensação estranha. — Me desculpe, te puxei forte demais?

— Não, tudo bem.

Era realmente uma fábrica grande, havia muitas salas, algumas eram usadas como quartos. Tudo havia sido modificado como se soubesse o que iria acontecer com todos, era como se o lugar tivesse sido projetado para ser um abrigo há muito tempo atrás. abriu uma porta e me fez sinal de passagem.

— Bom, você vai ficar aqui, deixa suas coisas em cima da cama e vamos ver o resto do local. — Reparei que na porta do quarto tinha o número 42.

— Se você me puxar do jeito que puxou da outra vez nem vou precisar escolher se vou com você ou não. — Dessa vez, ele riu sinceramente.

— Você está tendo muita liberdade com estranhos, sua mãe não lhe avisou que isso é errado? — Oh, minha mãe, as preocupações me vieram a tona novamente, ele percebeu que fiquei em uma expressão congelada. — Me desculpa.

— Não, tudo bem, eu nem sei o que está havendo aqui, eu... — Fiquei sem fala e abaixei a cabeça, lembrando da imagem da minha mãe.

— Você não faz ideia de onde eles estão?

— Infelizmente...

— Vem, vou te mostrar um lugar tranquilo que eu possa te explicar o que está havendo por aqui.

Subimos algumas escadas e ficamos na cobertura da fábrica, havia algumas cadeiras, nos sentamos e ele me contou detalhadamente o que estava acontecendo, eu não conseguia acreditar, o mundo agora estava superlotado de pessoas antes normais que usavam uma pílula para o próprio prazer e agora graças a um erro estão, digamos que, loucas? Fora a história da tirana megacorporação Better Living Industries querer ter controle sobre as pessoas que restam e fazê-las de escravos? Qual era o plano deles? “Isso é só um sonho, é só um sonho” era tudo o que eu pensava, mas estar com aquelas pessoas ao invés de perdida me traz uma sensação de alívio, eles me passavam uma sensação de segurança.

— Se me permite perguntar, como vocês se uniram aqui, tipo, como sabem detalhadamente o que está havendo? — Perguntei, com certa curiosidade.

— Faz tempo que estamos pesquisando sobre isso, desde as primeiras distribuições das pílulas começamos a investigar, digamos que éramos meio que... Uma parte da equipe do governo que não se rendeu a BL/ind, como não nos rendemos, tivemos que fugir e agrupar o máximo de pessoas a nosso favor. Com a evolução disso todo o mundo virou isso que está agora, estamos trabalhando em um plano ainda, até agora nada de concreto, o que nos resta é lutar e lutar, ou você luta, ou você morre ou por sorte vira um escravo deles. Eles ficaram muito poderosos com o tempo, e agora que conseguiram dominar tantas pessoas, eles têm tudo em suas mãos, nossa sorte é que já tínhamos esse lugar escondido pra abastecer os “sobreviventes” que eles ainda não descobriram.

— Então eles dominaram TUDO? — perguntei confusa. — E comida, como vocês conseguem?

— Antes de esse caos todo acontecer, já prevíamos isso — não essa bola de neve toda —, então compramos vários enlatados, e comida não perecível, enfim, tudo que tinha a data de validade um pouco maior que os alimentos convencionais. Depois do que aconteceu, conseguimos entrar em um supermercado e pegar mais coisas, hoje em dia o dinheiro não vale mais nada, a não ser comprar armas naqueles postos perdidos na estrada, e quando se encontra armas, pois é da própria BLi, existe até mesmo máquinas de comidas enlatadas da BLi, nós conseguimos invadir algumas e pegar armas, as comidas tivemos que fazer testes para ter certeza que não havia nenhuma forma de nos controlar através dela também. Mas, felizmente, descobrimos que a comida, apesar de ser ruim, não nos causa nenhum mal.

Ele se levantou e olhou um pouco para frente — a paisagem era de muita areia e pedras, não se via nada, além disso.

— Vem, tem mais um lugar pra você conhecer. — E me puxou. Entramos em um tipo de campo de concentração, havia mais de quinze pessoas, pareciam que estavam treinando... Artes marciais? Como assim?

— Não fique assustada, você não acha que derrotamos alguns deles com umaforçaestraordináriaquetemosdesdequenascemos, isso não é um filme pros mocinhos saberem de tudo do dia pra a noite.

— Ah, então você já está se denominando mocinho? Mocinhos são bonitos, sabia?

— E quem disse que eu não sou?

— Não sabia que mocinhos são convencidos também, ok você ganhou. — Caímos na gargalhada, por mais assustada que eu estava com essa situação, estava sendo... Divertido em certo ponto, melhor do que estar perdida em uma estrada desconhecida ou até mesmo ser pega pela BLi .

Finalmente fui ter o meu repouso, não é preguiça, eu realmente estava me sentindo exausta. Deitei na minha nova cama, que era bem melhor do que o banco do carro e rapidamente dormi.

Acordei por um momento, estava quase escuro. Amanhã seria um dia completamente diferente, eu teria de colaborar e fazer o que eles fazem, até mesmo treinar aquela coisa que me parecia artes marciais. Fiquei olhando para o teto do quarto, era um quarto minúsculo, mas individual. Olhei para uma mesinha ao lado da minha cama e havia alguns comprimidos e um bilhete que dizia: “Tome os três comprimidos pela manhã, você se sentirá melhor. A coordenação.”

Ouvi som ao longe, aquele som ainda permanecia, parecia... Música. Levantei e saí do quarto tentando não fazer barulho, andando pelo grande corredor em direção à música. Ouvi passos e uma sombra vindo em minha direção e corri me esconder em uma salinha, havia alguns computadores dentro e mapas espalhados pela parede pelo que pude ver com a luz do corredor que iluminava pouco a sala. Fiquei encostada na parede até ouvir os passos se distanciando. Saí da sala e andei mais um pouco pelo corredor, percebi que o som vinha de uma porta onde tinha um grande nome em tinta, escrito “Killjoys”. Encostei com o ouvido na porta de onde saia à música, por um momento parou; quando voltou a continuar percebi que era um som discreto, baixo, o violão produzia notas calmas e a voz era suave.

Sing it out, boy they're gonna sell what tomorrow means
(Cante isso, garoto, eles irão vender o que o amanhã significará)
Sing it out, girl they're gonna kill what tomorrow brings
(Cante isso, garota, antes que matem o que o amanhã trará)
You've got to make a choice
(Você tem que fazer uma escolha)
If the music drowns you out
(Se a música te afugenta)
And raise your voice
(E levante sua voz)
Every single time they try and shut your mouth
(Cada vez que eles tentarem calar a sua boca)

Que música era aquela? Eu nunca a havia escutado. Aquela letra era linda. Depois de uma pausa ele continuou. Num momento como esse como alguém pode ter a preocupação de... cantar? Essa pessoa é incrível. Enquanto eu pensava a musica continuava, me acalmando e me fazendo esquecer de que eu estava parada num corredor de madrugada.

Cleaned up, corporation progress
(Corporações que foram limpas)
Dying in the process
(Morrendo no processo)
Children that can talk about it, living on the webways
(Crianças que falam sobre isso, vivam a corrida estranha)
People moving sideways
(Pessoas se movendo para os lados)
Sell it till your last days
(Venda até seus últimos dias)
Buy yourself a motivation, generation
(Compre para si uma motivação, geração)
Nothing, nothing but a dead scene
(Nada, nada além de uma cena morta)
Product of a white dream
(Produto de sonho branco)
I'am not the singer that you wanted
(Eu não sou o cantor que você queria)
But a dancer
(Mas um dançarino)
I refuse to answer
(Me recuso a responder)
Talk about the past, sir
(Falar sobre o passado, senhor)
Wrote it for the ones who want to get away.
(Escrevi isso para aqueles que querem ir embora.)
Keep running!
(Continue fugindo!)

Sing it for the boys
(Cante pelos garotos)
Sing it for the girls
(Cante pelas garotas)
Every time that you lose it sing it for the world
(Cada vez que achar que vai perder a cabeça cante para o mundo)
Sing it from the heart
(Cante do coração)
Sing it till you're nuts
(Cante até ficar louco)
Sing it out for the ones that'll hate your guts
(Cante para aqueles que irão te odiar)
Sing it for the deaf
(Cante para os surdos)
Sing it for the blind
(Cante para os cegos)
Sing about everyone that you left behind
(Cante sobre todos que você deixou pra trás)
Sing it for the world, sing it for the world
(Cante para o mundo, cante para o mundo)
You've got to see what tomorrow brings
(Você tem que ver o que o amanhã irá trazer)
Sing it for the world, sing it for the world
(Cante para o mundo, cante para o mundo)
Girl you got to be what tomorrow needs
(Garota você precisa ser o que o amanhã precisa)

A voz ficou mais baixa e o som do violão parou.

Sing it for the world, sing it for the world.....
(Cante para o mundo, cante para o mundo)

Aquela música era... Tocante, a pessoa que estava cantando parecia transmitir muito sentimento a partir dela. Eu continuava parada encostada na porta de madeira quando rapidamente sem nem ao menos eu perceber a porta se abriu, me fazendo cambalear um pouco.

— O que você faz aqui? — disse, dentro do quarto outros três rostos curiosos me olhavam.

 


N/A Pri: êê, mais um capítulo fresquinho e reescrito! Espero que estejam gostando! Qualquer dúvida, me encontram no twitter @baungarte xx

N/A Tatt: E aí, estão gostando? Espero que sim! A gente tá reescrevendo tudo e tendo ideias melhores para a fic, e tá sendo muito bom escrever ela novamente. Continuem nos acompanhando, por favor! Vamos postar att o mais rápido possível para que a fanfic fique grande novamente. Beijos! Qualquer coisa me chamem no twitter: @f0rnazari


 

CAPÍTULO 3
“Killjoys, make some noise!”

 

— O que você está fazendo aqui? — ele me perguntou novamente, pisquei duas vezes e respondi.

— E-eu estava... — tentei pensar em alguma desculpa, mas não consegui. — Ok, eu ouvi a música e queria saber de onde estava vindo. — me encarou.

— Não é seguro ficar andando por aí, ainda mais há essa hora. — Disse ele, com uma expressão séria.

— Desculpa... É que eu gostei muito da música.

— Tudo bem. — deu um meio sorriso — É só que... Você me assustou. — Concluiu com um tom meio preocupado na voz.

— Me desculpa. — Disse com a cabeça baixa.

— Não é isso — ia argumentar alguma coisa, mas acabou desistindo — Mas então, você gostou mesmo?

— Sim, ficou muito... Tocante, a letra, só que... — me interrompeu.

— Eu sei, em um momento como esse quem pode pensar em fazer música? — Assenti com a cabeça. — Mas sabe, esse é o modo com que tentamos... Não esquecer, mas amenizar como estamos em relação a isso, buscar forças, sabe? — Ele me pareceu um pouco triste.

— Entendo, bom, eu acho que sim. Eu ainda não tenho certeza de que tudo isso é um sonho, um pesadelo ou é mesmo real, a terceira opção é a mais óbvia e a que eu não quero acreditar. Acordei não faz uma semana e vejo as coisas dessa forma... São muitas informações para absorver.

— É, é bem difícil pensar dessa forma — Disse, me olhando com tristeza. — Mas você precisa dormir, amanhã será um dia longo pra você, tem que aprender um pouco de tudo, não é? — Disse me dando um soquinho.

— Pois é, mas você não pode ficar me dando muitas ordens sendo que você está aí, acordado, isso é injusto. — Sorri mais um pouco.

— Ok, eu vou dormir depois então — Ele disse assentindo. — Vamos, senhorita que desobedece as regras, eu vou contigo até seu quarto.

— Vamos. — Começamos a andar no corredor com pouca claridade graças à luz que ficava no final do corredor, permanecemos em silêncio, reparei que havia várias outras pessoas dormindo por ali, sem muito espaço para todos, e aquele momento não era o melhor para conversas — apesar de que eles estavam cantando baixo, mas eu consegui ouvir. Quando chegamos em frente ao meu quarto, acenou a mão como sinal de tchau e eu fiz o mesmo.

— Boa noite. — Dissemos um ao outro, e assim entrei no quarto.

Acordei com um som de ruído, uma espécie de sinal, mas não era muito alto, era irritante, parecia ser algo que somente na fábrica poderia ouvir. Olhei para o lado que parecia estar vindo o barulho, havia uma instalação de uma pequena caixa de som, havia um relógio nele, marcando 6h01min da manhã. Continuei deitada na cama esperando que o barulho acabasse para poder voltar a dormir, mas ele continuou. Deixei ele me vencer e levantei da cama, andei em direção a um banheiro minúsculo que havia dentro do quarto, havia uma espécie de creme dental e um pequeno sabonete, apesar de eu ter pegado um de cada em casa e também pego a minha escova de dente, mesmo sem imaginar quando eu iria conseguir tomar um banho de novo, ou até mesmo cuidar da minha saúde bocal. Escovei meus dentes, lavei meu rosto e fui trocar de roupa, coloquei uma regata larga, uma calça skinny e o mesmo velho all star; fiquei encarando meu quarto por um tempo esperando algum tipo de aviso, já que eu não sabia para onde deveria ir; alguns minutos se passaram e ninguém veio me procurar, decidi então ir atrás de um dos meninos, quando toquei na maçaneta para abrir a porta alguém já estava do outro lado dela, sai batendo de cabeça no peito dele. Voltei um passo para trás olhando para cima.

— Me desculpe, eu não sabia que você estava aí. — Disse com a mão na cabeça, tentando consertar meu jeito desastrado.

— Tudo bem, estava parado pensando se ia bater na porta ou te chamar. — Ficou meio sem graça, estranho, porém bonitinho.

— Ok, então faz de conta que isso não aconteceu, vou entrar de novo, você bate na porta e aí eu saio — Entrei no quarto e fechei a porta, sorrindo, como eu sou patética. Depois dessa ideia senti vontade de me esconder no banheiro até ele ir embora, mas esperei ele bater "toc toc" e abri a porta. — Oi, bom dia! — Coloquei um sorriso no rosto.

— Bom dia, como foi a sua noite? — Me imitou, mas ficando com um sorriso várias vezes mais lindo. Acabei corando um pouco sem querer.

— Bom, eu acordei no meio da noite e uns loucos estavam tocando e cantando, então resolvi ver o que era, descobri que era uma das músicas mais bonitas que eu já ouvi, então foi uma noite muito boa.

— Esses caras devem ser muito bons; — Ele disse, andando, parou esperando que eu o seguisse. — Mas diz aí, pode confiar em mim, eu sei que isso tudo é mentira e que na verdade você estava stalkeando eles, tenho certeza.

— Com certeza. — Comecei a segui-lo pelos corredores.

Caminhamos por alguns segundos, até que ele virou e me deparei com uma cozinha — maior que uma normal —, parecia uma cozinha industrial, com grandes pias, geladeiras e freezers, vários fogões um ao lado do outro e uma bancada extensa onde tinha algumas coisas de cozinha, preso ao teto havia grande ganchos onde se prendiam os panelas e utensílios de cozinha, uma forma de ocupar menos espaço, vi que atrás das bancadas havia algumas pessoas trabalhando, provavelmente os cozinheiros do lugar. Continuamos andando até o meio do grande salão, onde possuía duas mesas grandes, como mesas de refeitórios, cada uma possuía um banco de cada lado, agora estavam ocupados por algumas pessoas. A cada hora eu me sentia mais perdida, não imaginei que havia tantas pessoas vivendo aqui. caminhou até o final da mesa que estava perto da parede, e lá estavam outros dois meninos, o e . Eles ficaram me encarando por algum tempo até que me sentei ao lado de um deles, como havia feito. A conversa que eles estavam tendo tinha sido quebrada quando me viram, eu percebi que eles tinham um pé atrás sobre mim, sobre dizer algo a mais que eu não pudesse saber. Sorri amigavelmente tentando mostrar confiança, dizendo um "Bom dia!", eles sorriram um pouco e me passaram uma tigela e um pacote de cereais.

— Aproveite que esse é o último pacote, depois disso, só enlatados. — disse, com uma sobrancelha arqueada, me deixando sem graça.

— Sem problemas então, podem comer... Não se preocupem comigo, eu trouxe um pouco de porcaria na minha mochila. — Empurrei a caixa de cereais de volta para eles, enquanto eles me olhavam surpresos. — Eu divido com vocês. Não acharam que eu fugiria sem comida, né?

Eles riram, me fazendo ficar mais confortável. Peguei um pouco de leite que estava perto de um cara próximo ao meu lado, ele me olhou feio, mas mesmo assim não soltei a caixinha. Tomei um pouco enquanto olhava os meninos conversarem, até que alguém falou comigo.

Enquanto tomávamos o café da manhã, houve uma movimentação... Um novo membro. Era aquele rapaz de cabelo escuro que eu encontrei na loja de conveniência do posto de gasolina. Ele tinha uma expressão séria, me encarou por um segundo com um olhar meio assustador, desafiante, e um pequeno sorriso sarcástico de canto, parecia que se lembrava de mim... Ou não. Acabamos de comer e todos foram se levantando, dizendo “tchau” e seguindo para irem fazer suas tarefas.

— Vou lhe mostrar o que você vai fazer hoje. — estava em pé ao meu lado me olhando, esperando que eu fizesse o mesmo.

Levantei-me ficando ao seu lado e assenti com a cabeça, ele começou a me guiar pelos corredores e continuei a sua cola, chegando a um corredor que estava mais movimentado do que os outros. À medida que andávamos cumprimentava as pessoas e eu apenas dava um pequeno sorriso. Paramos quando chegamos a uma porta branca, que estava entreaberta, olhei para a cara dele e ele acenou com a cabeça pedindo que eu entrasse. Abri a porta aos poucos olhando toda a extremidade da sala, as paredes eram todas pretas, e a janela coberta por taboas e uma cortina de pedaços de pano remendados; mesmo com todos os detalhes pretos a sala era bem iluminada, o chão era forrado por uma espécie de colchão fino, um tipo de tatame talvez. Olhei para trás procurando e me deparei com parado na porta, me encarando com um sorriso.

— Bom dia, ! Você deve estar se perguntando o que é essa sala, certo? — Disse, brincalhão.

— É... Sim.

— Espere um momento então, e já vai saber. — Respondeu ele, ainda com seu ótimo humor, me deixando mais confortável.

Fiquei parada perto à porta, esperando que ele me explicasse, então mais pessoas começaram a entrar na sala que estava a encher o grande espaço dela. Alguns que se conheciam riam conversando, outros sozinhos mantinham uma expressão fria no rosto... Talvez estivessem pensando nas perdas que provavelmente deveriam ter sofrido, e deveriam estar tão inconformados quanto eu. Todos começaram a se mover e tomar um lugar, a única pessoa que parecia por fora disso tudo era apenas eu, só de olhar todos em seus lugares e perceber que era a única parada no mesmo lugar sem saber o que fazer.

— Ok, eu vou te explicar o que é isso tudo, — Levei um susto quando percebi que estava falando ao meu lado. — você vai aprender defesas pessoais, falou pra você que aqui aprendemos de tudo né? — Assenti com a cabeça. — Então, primeiro vou te explicar no que consiste isso tudo que você vai aprender aqui. — Fiquei o encarando atenta, ele estava com expressão calma, meio brincalhão.

Antes de começar a me explicar, aquele rapaz de antes adentrou a sala e então um senhor que estava acompanhando ele falou:

— Gajeel também vai participar da aula, explique o que for preciso. — Esse tal de Gajeel ainda estava com a expressão séria.

— Tudo bem, vamos começar — disse — como eu ia começar a explicar para ela, posso explicar para você junto.

— Tanto faz — pronunciou Gajeel, sem se importar muito.

— Ok — disse e continuou com seu tom brincalhão. — Vocês vão aprender técnicas de defesa pessoal, elas derivam das artes marciais tradicionais, todos daqui sabem um pouco de defesa pessoal, é bem importante hoje em dia; você vai utilizar principalmente bloqueios, retenções e alavancas pra dominar o adversário da maneira mais rápida possível, por que ser mais rápido possível? Porque assim você vai evitar mais riscos e deixar em segundo plano as diferenças físicas, — Se dirigiu para mim. — como você é mulher, isso é bem mais interessante. — Eu prestava atenção em cada palavra que ele dizia, isso chegava a ser interessante, chacoalhei a cabeça em confirmação, e ele continuou. — Bom, a defesa com as mãos pode completar com armas — entregou um revólver para mim e para Gajeel, e eu olhei meio que confusa, nem sabia como usar aquilo; antes de me manifestar a falar algo ele completou. — Está descarregada, você vai aprender a usá-la ainda, continuando, fora a arma você pode usar qualquer outra coisa que estiver ao seu alcance no momento do conflito, de sua arma até uma faca ou um pedaço de madeira. — Olhei ao meu redor e as pessoas que estavam naquele grande quarto treinavam assim essas técnicas, uma contra a outra, eram incríveis. — Então vamos, eu vou te ensinar algumas coisas.

— Ok. — Eu não tinha muito o que falar, ainda estava abstraindo as informações, olhei para porta e estava lá com um sorriso de boca fechada, ele deu meia volta e adentrou os corredores.

Quando chegou a hora de ensinar Gajeel alguns golpes e defesas, este já sabia como se portar e os movimentos que deveria fazer, ele era bom!

— Se você já sabia artes marciais, deveria ter avisado, não? — Pronunciou meio impaciente... Isso porque ele era um poço de paciência e bom humor.

— Ninguém me perguntou se eu já sabia, então resolvi não falar só para saber como seria a sua “aula”, e eu achei meio fraca. — Soltou um sorriso irônico.

— Já que você é o senhor das artes marciais, ensine-a e treine com ela, vocês iriam ser parceiros de qualquer forma, eu vou ver onde mais precisam de mim.

— Eu ensinar essa pirralha? — Daí eu não aguentei e tive que me pronunciar.

— Pirralha? Olha como você fala comigo, Sr. idoso.

— Por acaso a senhora velhota tem quantos anos?

— Senhorita, e eu tenho vinte.

— Pirralha!

— Idiota!

— Ok, vamos parar vocês dois, COMEÇEM! – perdeu a paciência, incrível!

Passei a manhã toda aprendendo com aquele ogro; apesar de tudo, ele era muito bom, e conseguia ensinar bem. Mas eu não conseguia olhar para ele sem sentir um pouco de raiva pela forma que me tratou. Era dez da manhã e meu corpo já doía, tinha ficado três horas treinando aquilo, e não era nada mole, muito menos fácil.

Sai da sala e comecei a andar até meu quarto, não sabia se iria encontrar algum dos meninos e se eles iriam me colocar para fazer mais alguma coisa, só sabia que eu precisava tomar banho e descansar antes que alguém viesse me procurar. Andava olhando para dentro dos quartos que achava pela grande casa até que comecei a ouvir fortes barulhos em uma sala próxima; continuei minha trajetória até passar pela sala de onde o barulho vinha, havia algumas pessoas com armas na mão testando os alvos na parede, mas não eram armas comuns, era como as que havia me mostrado, sua “bala” era uma faísca, que eu tenho certeza que deveria doer muito se pegasse de raspão, já que se relasse inteiramente a pessoa com certeza morreria. Enquanto as pessoas atiravam nos bonecos com uma máscara estranha, outra fiscalizava e falava caso algo saísse errado; percebi que estava parada ao lado da porta, espiando, até que me olhou e sorriu, era ele que estava ensinando, então. Fiquei sem graça e acenei com a mão, me virando para frente continuando meu caminho. Cheguei ao meu quarto e abri a porta, indo direto ao banheiro para tomar banho. Havia um aviso bem acima da “torneira” do chuveiro dizendo “não gaste mais que cinco minutos”, oh god why? Abri o chuveiro com a intenção de esperar que a água esquentasse, e me lembrei de que aqui não tinha água quente, morna, ou qualquer coisa parecida, só a boa água gelada. Ótimo. Tirei minhas roupas jogando no canto perto da pia, e entrei embaixo da água fazendo uma careta feia pela temperatura. Como se eu fosse ter tudo de primeira linha com o que vinha acontecendo ultimamente, se eu tivesse ficado em casa, teria sido pega, mas mesmo que eu ficasse inconsciente eu teria água quente, não? Não gosto de pensar nisso, mas eu tenho que pensar, onde meus pais estão? Será que eles conseguiram fugir? Eu espero que sim, eles não estavam em casa... Talvez exista algum centro de refugio como esse para quem conseguiu fugir, eu espero que sim. Meus amigos, meus pais, minha família em si, espero que eles tenham tido a sorte de ter encontrado alguém como eu encontrei, eles tem que estar bem. Lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos, eu não entendo como tudo isso aconteceu, eu fiquei apenas duas semanas no hospital e foi o suficiente pra essa tal BLi render o pais inteiro, ou o mundo inteiro, não sei, eu já percebi que isso não é um pesadelo e que eu estou mais acordada do que nunca. Medo. Eu estava com muito medo.

O que eu vou fazer ficando aqui? Nós não temos chance contra um "governo" inteiro! Nenhuma chance... E eu não tenho esperanças nenhuma. Só quero minha família, é pedir muito? Isso virou um jogo de sobrevivência. O chuveiro... Apitou? Deve ser algum aviso para fechá-lo. Fechei o chuveiro, pegando a toalha e me enrolando nela, sai do banheiro encarando o chão e pude ver dois pés próximos a mim, subi meu olhar e vi sentado na cama olhando para mim. Imediatamente fiquei vermelha e ele também.

— Desculpa — ele olhou para o chão. — Só vim te chamar para almoçar... Quer dizer... — se levantou da cama e foi para a porta, ainda vermelho. — Vamos almoçar mais cedo hoje, me desculpa mesmo. — Concluiu, indo embora.

Ok, isso foi muito estranho.

Abri a bolsa que peguei da minha casa e vasculhei achando uma calcinha, é claro que eu não iria pedir nada relacionada a isso pra alguém de lá, seria no mínimo... Tenso. No quarto tinha um armário embutido, abri para ver se havia algo lá, e continha umas roupas igual a que eles usavam, um macacão como um uniforme, era um número um pouco maior que o meu, mas não tinha problema, eu não gostava de coisas me apertando; adentrei o banheiro com as roupas e me troquei, me olhei para o espelho e notei que havia esquecido de trazer pente, mas é claro, como uma pessoa que nem sabe o por que de estar fugindo vai pegar um pente? É a coisa mais esquisita de alguém lembrar de levar, se bem que esquisitice estava sendo bem frequente ultimamente.

Saí do quarto e encostei a porta, caminhei um bom tempo nos corredores, pensei estar perdida quando finalmente me deparei com o refeitório, logo deparei com a mesa dos meninos. Fui me aproximando deles, que estavam comendo uma gororoba enlatada, deve ser isso que o falou, e não tem cara de ser bom. Eles conversavam e riam e nem pareciam se preocupar se a comida era boa ou não, o jeito que eles pareciam saber lidar com a situação me deixava melhor, eu queria me descontrair como eles. Todos se viraram para mim ainda rindo, e apontaram no banco para que eu me juntasse a eles, sentei-me ao lado de que me ofereceu uma lata do que eles estavam comendo. Eu não poderia recusar, e mesmo que parecesse ruim é a única coisa que eu vou comer daqui pra frente, a não ser o pouco que eu trouxe, mas eu vou guardar pra uma situação desesperadora. Peguei a lata e fiquei pensando como abriria, tinha uma espécie de feixe que cabia o dedo dentro.

— Dá aí que eu abro pra você – disse. Entreguei a lata a ele, que abriu puxando o tal feixo e me devolveu.

Peguei uma colher de plástico que estava na minha frente, veja pelo lado bom, não preciso mais usar garfo e faca, só colher... De plástico. Os quatro ficaram me encarando, provavelmente esperando minha reação após comer aquilo, coloquei a colher dentro da gororoba marrom e coloquei devagar na minha boca, puxando a colher e comecei a mastigar, se bem que nem tinha muito o que mastigar. Até que não é tão ruim, apesar de grudar na boca inteira, tinha um gosto bom se você não olhasse pela aparência da comida... Eles riram da minha expressão e continuaram comendo, começando a conversar sobre algo que eu não estava afim de acompanhar.

— Não é tão ruim assim, é? — Perguntou .

— Pelo menos não é nada exótico. — Eles se entreolharam segurando o riso. — O que realmente tem aqui? — Perguntei desconfiada, parando de comer.

— “O que os olhos não veem o coração não sente”, é melhor que você não saiba — disse, ainda tentando não rir.

— Não pergunte pra ninguém... Sério. — completou e agora todos riam. Isso é sacanagem né, só pode.

Fiquei olhando para dentro da lata com nojo enquanto eles riam de mim.

Um ruído de uma voz que me lembrou locutores de rádio veio dos alto-falantes que havia no salão (que até agora eu não sabia que existia). Parece que em todos os locais havia alto-falantes.

“The future is bulletproof! The aftermath is secondary. It’s time to do it now, and do it loud. Killjoys, make some noise!”
(O futuro é à prova de balas! O resultado é secundário. É hora de fazê-lo agora, e fazê-lo em voz alta. Killjoys, façam algum barulho!)

Nesse momento , , e se levantaram, e é claro que eu não estava entendendo n-a-d-a.

— Temos que ir, Dr. Death te conduzirá essa tarde — Disse meio receoso, com uma expressão de dor, e apontou para um homem com estatura média e não muito velho, teria cerca de uns quarenta e cinco anos talvez, fez um gesto para que tal se aproximasse. — Cuide dos afazeres dela, temos que ir agora — Disse pra Smith, e virou-se para mim — Cuide-se.

— Boa sorte — Disse sem nem ao menos saber o que iriam fazer. — Até mais tarde.

assentiu com a cabeça, mas nem ao menos respondeu um 'Até', sua expressão era vazia, foi aí que me deparei com alguém puxando meu pulso e lembrei-me do Dr. Death, eu teria perguntas a fazer pra alguém e esse alguém seria ele, eu precisava saber o que estava havendo, só não saberia se ele ia me responder.

— Como você já sabe sou o Dr. Death e você é a , né?

— Sim, muito prazer, Dr. Death.

— Eu vou lhe dizer o que tem que fazer hoje, você vai treinar defesas pessoais de novo, pois me falaram que você se saiu muito bem, vamos lá então.

— É... Eu posso lhe perguntar uma coisa?

— Se eu puder lhe responder...

— O que foi isso tudo de Killjoys e essas coisas? Eu não entendi nada. — Fiz uma cara de confusa, eu realmente estava confusa.

— Ah sim, creio que não deu tempo de explicarem pra você — Dr. Death tomou um ar e continuou a falar. — Aqueles meninos são um grupo que vão a missões sempre juntos, temos outros grupos também, e cada grupo tem seu nome, esse nome Killjoys eu não sei de onde surgiu, mas caiu muito bem para eles. — Deu uma risada fraca.

— Ah sim, e esses tipos de missões, são para quê? — Ele me olhou como se fosse óbvio. — É claro que é pra deter a BLi de alguma coisa, mas eu sinceramente não sei muito bem, porque eles não tem um plano formado ainda, ou... — Me interrompeu.

— A BLi tenta fazer vítimas todos os dias, há mais refugiados em todos os cantos, há os infectados e os que eles estão procurando, igual pessoas poderosas no mundo... Essas pessoas poderosas se juntaram a eles, por isso eles são os mais poderosos, os corajosos se opuseram e agora estão refugiados se não estão lutando contra os infectados, estão lutando contra a própria BLi. Essa missão que eles foram agora, eu não sei muito sobre o assunto, mas creio que foram salvar mais pessoas. As missões consistem em salvar inocentes, render agentes da Better Living ou até mesmo arrumar alimento, mas esse último só é feito nos fins de semana, como hoje é terça-feira, não é possível.

— E por que a BLi faz isso?

— Eles querem tudo, querem todos, nós somos minoria, por incrível que pareça, mas eles também não são uma maioria tão grande, criaram monstros maiores que eles, que juntos fazem um grande estrago...

— Os infectados... — Completei.

— Sim, eles mesmos, a Better Living está tentando um antídoto para isso, mas creio que fizeram essa mutação nas pílulas de propósito, só não sabiam o tamanho do estrago que iriam causar. Hoje em dia os que se renderam a eles ou são escravos dos próprios ou são os poderosos, que estão lado a lado. E os que não se renderam, bom, estão mortos, ou somos nós, ou são prisioneiros. Prisioneiros porque eles precisam de informações, como nós, se você fosse prisioneira eles iriam perguntar onde nosso refúgio está localizado, quais são os planos contra eles, e tudo à base de tortura se você resistir.

Fiquei sem fala, eu não tinha nada pra falar, só tinha que abstruir as informações. Ele sorriu amigavelmente para mim e me indicou com a mão o caminho para que eu seguisse, me levando até a sala de luta novamente. Entrei vendo que dessa vez havia menos pessoas e fiquei logo ao fundo, eu já sabia um pouco então não haveria problema se eu treinasse sozinha. Reparei no novo “instrutor”, era o cara que estava querendo me negar leite, aquele egoísta, fiz questão de ignorar ele e apenas seguia seus movimentos, me esforçando ao máximo pra ele não querer se achar o bonzão.

Até que então chegou o que me faltava, eu pensando que ficaria tranquila... Gajeel chegou e se posicionou ao meu lado e cuspindo suas palavras:

— Não pense que isso é porque eu quero, eu sou seu parceiro nessa aula; logo tenho que treinar com você e lhe ensinar, porque tu é muito ruim.

— Eu não disse nada... Então me ensine direito, senhor bonzão.

— Tsc.

Fiquei treinando os movimentos a tarde toda, não tinha alguém no mesmo nível que eu, aliás, eu era novata, se bem que o novato era muito bom, tsc. A aula acabou e quando estava saindo de lá fomos chamados para o refeitório.

Cheguei até o refeitório com a esperança de ver os quatro garotos que me faziam sorrir, mas não encontrei ninguém além das pessoas estranhas que eu via pelos corredores dali. Segui sozinha até o lugar que eu havia ocupado com os meninos no almoço, fiz questão de sentar longe daquele ogro que se sentou na outra mesa e do lado aposto ao meu, de costas. Peguei uma lata e consegui abri-la, comi a tal da gororoba novamente que dessa vez não parecia ser tão ruim, só que as dúvidas do que aquilo ali era feito me deixou um pouco intrigada, mas era melhor nem saber o que tinha naquilo. Saí do refeitório indo direto pro meu quarto, ainda pensando que poderia topar com eles nos corredores afinal, já era noite, mas pra minha sorte não tinha nenhum sinal deles. Tomara que eles estejam bem.

Entrei no quarto derrotada, meu corpo doía ainda mais por causa daquele treino, porque eu já havia treinado mais cedo. Mas olhando pelo lado bom: até que eu estava me saindo bem, eu era muito desastrada e ainda sou, e não tinha ideia de que saber alguns movimentos ficaria muito mais fácil de defender, por mim iria só nos chutes, tapas e acabaria com meus braços presos para trás, certeza. Depois de tomar banho novamente, vesti uma roupa mais leve e tentei dormir. Fiquei encarando a porta, a luz que entrava pela pequena abertura em baixo da mesma, esperando que alguma sombra parasse frente a ela e alguém me chamasse, e nada aconteceu. Virei para o outro lado tentando parar de pensar nisso quando vi uma luz iluminar os espaços entre as taboas que tampavam a janela. Será que eles tinham voltado? Aquilo martelava na minha cabeça, não era paranoia minha. Antes de ir pro meu quarto ouvi alguns rumores de que eles já deveriam ter voltado, algumas pessoas possuíam expressões estranhas demonstrando medo, tudo isso era tenso, e eu não gostava nenhum pouco. Agora que eu não conseguiria dormir mesmo.

Foi então que eu ouvi alguns sussurros e saí do quarto, seguindo o barulho baixo de falas, eu estava ficando boa em seguir sons. Andei até a sala de entrada onde parecia estar eles, encostei-me à parede que dava fim ao corredor e começo à sala. Fiquei meio discreta/escondida e encarei as pessoas que ali estavam, eles haviam chegado, mas havia algo estranho, faltava um.

 


N/A Pri: Como assim faltando um? O que será que aconteceu? Façam suas apostas, haha. Então, é sempre bom comentar para nós autoras sabermos o que vocês estão achando, é sempre um estímulo para escrevermos mais e melhor :3 Comentem, por favor! Qualquer dúvida me encontre no twitter: @baungarte

N/A Tatt: Oi pessoas, espero que estejam gostando! Comentem sempre, isso ajuda a nossa motivação. Qualquer coisinha me procure aqui: @f0rnazari


 

CAPÍTULO 4
"You gotta hollow point smile."

 

Os olhos dos três presentes estavam vermelhos, como se estivessem segurando o choro, enquanto eu me encostava na parede para que não aparecesse minha sombra, percebi que havia mais duas pessoas perto deles, com desespero estampado em seus rostos. Dr. Death chegou até eles, dizendo algo para que apenas eles ouvissem, e retiraram as duas pessoas dali, que andavam com dificuldade devido o estado de choque. colocou as mãos no rosto deixando por um tempo, e tirou ao começar a falar.

— Está cada dia pior, se antes era arriscado sair daqui pra procurar mais “sobreviventes” hoje é praticamente impossível — pausou suspirando —, vocês viram o que está acontecendo, o exército deles está aumentando, é questão de tempo para nos seguirem até aqui.

Todos ficaram quietos, pareciam estar digerindo aquilo tudo. Mas onde estava ? Eles não pareciam tão preocupados com isso.

— É difícil pensar no que fazer, é a nossa pele e a pele de quem precisa da nossa ajuda — continuou .

— A questão não é essa, , nós estamos aqui pra ajudar todos que precisarem, sempre estivemos, com dificuldades ou não eu vou continuar arriscando porque eu sei que tem pessoas que merecem isso... E não com o tempo se tornar um deles — falou.

— E as que não merecem? — parecia alterado. — Vocês viram o acidente com o hoje, poderia ter acontecido algo pior! Entende? Tem muitas pessoas que não merecem e nós estamos tentando ajudar!

— Todos. Merecem. Uma. Segunda. Chance! — disse pausadamente.

— Na hora do desespero nós pensamos no pior, , e se todos pensassem assim? Talvez não restasse ninguém. — Ouvi por fim indo para a direção oposta de onde eu estava, seguido por alguns instantes depois.

Continuei parada vendo a face de que aparentava estar triste, até ele começar a seguir no corredor onde eu estava. Antes de eu tentar sair de fininho, ouço uma voz sussurrando atrás de mim:

— Eaí, curiosa!

Pu!#%@#$%@#45@#3%$@# tinha que ser esse ogro, dei um grito de susto e logo abafei o som, foi totalmente inesperado. Olhei para trás com uma cara de desprezo, esperando que alguém me repreendesse.

— Hey, vocês! — disse, e logo eu olhei para a direção onde ele estava, não poderia fazer nada, ele já tinha me visto. Quando ele me alcançou, me pronunciei.

— Ah, oi. — Eu sentia meu rosto queimar de vergonha nem precisava olhar no espelho pra saber se estava corada.

— O que você faz aqui? Ou melhor, VOCÊS. — Essa pergunta me deixou confusa porque eu não tinha um motivo pra estar ali, então não sabia o que responder.

— Er, eu não sei, eu estava sem sono, vocês não tinham chegado e então eu escutei uns ruídos, me levantei e vocês estão aqui... Já esse aí, eu não sei como veio parar aqui. — Falei tudo muito rápido meio enrolado, acho que ele demorou a responder por que estava tentando entender a minha frase.

— Não me enche, estou saindo. E, , acho que já passou da hora de criança estar na cama — disse o tal do Gajeel com um sorrisinho irônico e logo desapareceu no corredor. Fiquei sem entender.

e eu nos entreolhamos.

— Hoje foi difícil... — Uma expressão de dor preencheu seu rosto.

— Onde está ?

— Ele está na enfermaria, ficou muito ferido, pensamos que talvez... — Ele não precisava terminar sua frase.

— Eu sinto muito, ele vai ficar bem — disse, tentando fazer com que ele se sentisse melhor, na verdade eu nem sabia a situação a qual ele se encontrava, mas eu não aguentava mais olhar aquele vazio em sua expressão.

Um silêncio foi preenchido, estávamos andando pelos corredores sem rumo, ou talvez o rumo fosse o corredor dos nossos quartos, eu não sabia ao certo. Apenas o seguia tentando de alguma forma fazer com que sua preocupação com o que havia acontecido durante a noite sumisse, ou pelo menos que ele se tranquilizasse um pouco após um dia difícil.

— Eu fiquei preocupada. — Ele foi pego de surpresa com minha frase. — As pessoas estavam com uma cara estranha, eu não, quer dizer, eles não tinham notícias de vocês...

— É. Hoje não foi uma das melhores missões. — Já tínhamos chegado em frente à porta com número 98, é, havíamos chegado. me olhou com uma expressão de despedida.

— Eu não quero dormir agora. — Tentei formular outra frase como desculpa dessa, mas só ia me enrolar, gaguejar e complicar mais a minha situação. — Eu me sinto sozinha aqui, sabe? Não que eu esteja reclamando de estar aqui, longe disso, eu só queria... Alguém para conversar.

Ele sorriu e pela primeira vez eu me senti diferente com aquele sorriso, era o sorriso mais bonito que eu já tinha visto, um sorriso que te acalma e alegra ao mesmo tempo, poucas pessoas conseguem sorrir e fazer com que todos se sintam bem com isso. Ele em si era lindo. segurou minha mão me puxando pelo corredor com ele e parou quando abriu uma porta, parecia ser seu quarto; ele me deu espaço pra passar e eu parei observando, um pouco sem jeito por estar ali. Era bonito, bem arrumado, havia vários escritos na parede, uma cama — que a propósito, parecia ser bem melhor que a minha —, uma escrivaninha com um abajur e alguns livros ao lado, do lado paralelo à cama estava à porta para o banheiro e um guarda-roupa com as portas abertas, que dava para ver um violão dentro dele e algumas folhas rabiscadas em baixo do violão. Entendi que nas horas vagas, ele se dedicava a coisas que o fizessem esquecer-se de tudo, como ler ou tocar. Parei de observar quando percebi que ele me encarava, no mesmo instante senti meu rosto queimar e ele sorriu.

— Bem vinda à minha bagunça! — disse brincalhão, mas seus olhos ainda aparentavam tristeza. — Venha até aqui.

Caminhei em direção a ele, que se virou abrindo uma cortina, atrás desta havia uma porta e ele a abriu, nos levando a uma “sacada” que mostrava o fundo grande fábrica, na verdade era a escada de emergência, mas como havia espaço para sentar ficamos ali. Estava tudo bem escuro, não conseguia enxergar nada além do muro, nem uma pequena luz que me pudesse mostrar como o mundo lá fora estava agora. Ele se sentou no chão encostando-se à parede e colocou os pés na grade que cercava a sacada, fiz o mesmo sentando ao lado dele; olhei para ele que encarava sua frente, dando um sorriso de canto.

Silêncio.

— Às vezes eu me sinto perdido — começou a dizer, continuando a olhar para frente —, eu perdi tudo o que eu tinha, sabe? Incluindo minha família. — Ele passou por um momento, me deixando sem saber o que dizer. — Há um tempo a essa hora eu estaria na minha casa dormindo na minha cama... E hoje eu estou aqui — me olhou —, fugindo de tudo e ao mesmo tempo de nada.

Ficamos em silêncio por mais um tempo e ele voltou a olhar para frente.

— Talvez tivesse sido mais fácil se eu não tivesse sobrevivido ao acidente — eu disse.

— Eu já pensei em abandonar tudo, em não estar mais aqui, mas eu devo isso a , e ao , não vou abandoná-los, eu cresci ao lado deles e não os deixaria por pior que a situação pareça. — Olhou para baixo. — Você deve ficar viva por nós também, ou pelo menos por mim e pelo meu pedido — ele sorriu um pouco —, não nos deixe.

Eu sorri, será que ele realmente se importava comigo? Não, eu não iria deixá-los, deixar esse mundo. Se existe uma saída para isso tudo, mesmo que seja difícil, eu iria ajudar a conseguir conquistar o mundo antigo de novo.

— Se não fosse vocês eu teria virado um espantalho, ou talvez tivesse sido morta por aqueles caras da BLi — falei com uma careta, ele riu.

— Espantalho? — perguntou, ainda rindo.

— É ué — disse respondendo —, eles ficaram feios, estranhos e não pensam direito, só sabem nos dar medo. É como se eles fossem os espantalhos e nós os corvos. Só não conclui ainda o que seria a plantação de milho... — soltei um risinho, enquanto ele ria ainda mais.

— Nunca pensei nesse apelido, e eu já fiquei um tempão tentando achar algum nome pra eles, nós os chamávamos de vampiros por usarem aquelas máscaras humpf. Espantalho soa melhor. — Fez cara de emburrado.

— Minha mente está em um nível superior a sua.

Ele desta vez gargalhou, me deixando feliz, o ver sorrir era bom, mas vê-lo rir... Era contagiante. Eu poderia me esquecer dos meus problemas quando estava perto dele e do seu sorriso, da sua risada, da sua voz. Eu estava aqui há poucos dias e sem ele não conseguiria me adaptar nem aceitar o que está acontecendo.

— Posso te fazer uma pergunta? — perguntei, hesitante.

— Claro.

— Por que vocês são tão legais comigo? — ficou com uma expressão meio assustada.

— Er, nós te salvamos, devemos recebê-la bem.

— Por isso mesmo, já foi gentileza demais me salvarem. Vocês são próximos de outras pessoas que já salvaram também?

— Era só uma pergunta.

Ouvi ele bocejar e me levantei apoiando em seu ombro. Já em pé estiquei a mão a ele, para que segurasse e eu o levantasse com um impulso.

— Tudo bem, eu já estou indo, você está cansado e precisa dormir.

— Não se preocu... — começou a falar e eu o interrompi.

— Na-na-na, vai dormir e descansar, ok?

Ele segurou minha mão que ainda estava esticada, e eu o puxei; caminhamos até a porta e ele saiu do quarto comigo, fechando a porta atrás dele enquanto eu olhava confusa.

— Vou levar você até sua grande e bela casa, as ruas são perigosas à essa hora. — Rimos e eu dei um tapinha em seu braço, andamos até meu quarto em silêncio para não incomodar ninguém que estivesse dormindo, até que chegamos.

— Está entregue, viva e inteira — falou sorrindo de lado. Olhei em seus olhos que já pareciam estar mais calmos, começou a olhar nos meus olhos também, comecei a formigar e desviei o olhar. O que foi isso? Ele abaixou a cabeça com o mesmo sorriso ainda.

— Obrigada, gentil homem — falei e ele voltou a me encarar.

Ouvimos um barulho, os alto-falantes dos corredores "Killjoys estejam presentes na minha sala agora, Dr. Death."

— É, eu tenho que ir, — ele disse e deu um beijo na minha testa.

— Ok. — Meu olhar foi de tristeza, eu não sabia disfarçar, eu não queria que ele fosse embora. Continuei lá, sentei no corredor, olhando para o nada.

Absorta em pensamentos acabei me lembrando daquele beijo que recebi na testa, eu achei um gesto muito... Fofo. Lembrei que sempre comentava com minha amiga Diana que era muito fofo e é sinal de respeito e afeto um beijo na testa. Nesse momento foi que eu me lembrei, onde será que ela estava? Será que estava bem? O que havia acontecido com ela? E se ela precisasse de minha ajuda? Eu tenho que ajudá-la, mas como? Meus pensamentos estavam confusos, como eu não havia me lembrado de Diana? Justo dela, que sempre esteve comigo em tudo. Eu precisava de notícias, eu precisava de notícias urgentemente, minha situação era desesperadora, a única coisa que eu conseguia fazer naquele momento era fechar meus olhos com força para as lágrimas não tomarem conta do meu rosto. Parecia que eu não teria paz o dia todo, alguma hora as lembranças das pessoas que me importam voltam e me fazem sentir culpa de não ter ido atrás de nenhuma delas. Por mais que eu soubesse que a cidade estava deserta e que os que não foram infectados, não estavam mais lá. Só me restava ter esperanças de que eles foram salvos por alguém, assim como eu fui, e que estivessem bem.

O tempo se passou enquanto eu pensava em todos os meus amigos que não sei mais se voltarei a ver. Foi então que alguém tropeçou em mim, como alguém tropeça em alguém sentada no corredor? Ok que a iluminação era ruim, mas isso não justifica tanto, ok que se fosse comigo eu tropeçaria em qualquer coisa pela frente e... Meus pensamentos pararam de funcionar quando aquela pessoa caiu em cima de mim me derrubando no chão, mas não foi exatamente isso que acabou com meus pensamentos, foram aqueles olhos, aqueles lindos olhos me olhando atentamente, sim, era ele, . Fiquei sem pensamentos, fala, e sem ação, só fiquei encarando aqueles lindos olhos brilhantes olhando dentro dos meus, nossos rostos estavam se aproximando, foi então que eu fechei meus olhos e nada aconteceu.

Quando abri meus olhos, já estava tentando se recompor, tentei me levantar e ele me ofereceu a sua mão como ajuda, aceitei e assim então estávamos de pé. Me senti a maior idiota por pensar que algo poderia acontecer, tanta coisa se passando no mundo e eu esperando um beijo de um estranho. Não tão estranho mais, mas se preocupar com isso seria futilidade.

vai ficar bem. — quebrou o silêncio.

— Eu disse que iria.

— O que você ainda estava fazendo aqui?

— E-eu não sei, eu fiquei presa pelos meus pensamentos.

— Está tudo bem? — Sua expressão era atenciosa.

— Na medida do possível, por que não estaria?

— Você estava... Chorando. — Em seguida colocou seu indicador em meu rosto e limpou uma lágrima que havia ali.

— Como eu disse, estava pensando, eu não sei onde estão meus pais e nem minha melhor amiga, eu não sei se ela está bem, se ela está... — Comecei a me desesperar falando e como num baque imediato fui recebida com um abraço, sim, era disso que eu tanto precisava. No começo ele foi meio cuidadoso, depois eu entrelacei meus braços em torno da sua cintura (já que era um abraço totalmente inesperado) e abracei com força, era um abraço bom, confortável, foi então que não consegui segurar e desabei em lágrimas. Eu odiava chorar na frente de outras pessoas, mas dessa vez foi impossível segurar. Meu choro foi diminuindo, me desfiz do abraço e olhei nos olhos dele, seu indicador novamente veio em direção ao meu rosto e limpou mais uma trilha de lágrimas que havia ali.

— Obrigada. — Era tudo o que eu precisava dizer.

— Vá dormir, acho que amanhã o Dr. Death vai querer falar com você.

— É bronca? Sério, eu não fiz nada. Eu juro que não foi por querer que eu derrubei gororoba no cara do leite, eu tropecei numa tábua que estava despregada do chão, sério, ele foi reclamar com o Dr. Death, né? Certeza, não foi culpa minha, eu juro... — Lá vem meu desespero de novo, eu havia lembrado de que mais cedo tropecei em uma tábua solta no chão e bati de encontro com o rabugento do leite, uma boa parte do conteúdo sujou a roupa dele, a última coisa que eu queria era me encrencar com aquele cara, ele tinha uma cara azeda, nesses meus pensamentos fui interrompida com seu riso, sim, ele estava rindo da minha cara, a única coisa que eu consegui fazer foi lembrar da minha cena desastrosa e começar a rir junto.

— Não é nada disso, mas me diga quem é o cara do leite?

— Ah, é aquele que eu peguei leite uma vez pra comer com meu cereal e ele ficou me olhando com cara de cu.

— Olha a boca menina — ele riu. — É o Louis, vamos dizer que ele é um cara de poucos amigos mesmo — começamos a rir novamente. — Mas não é nada disso, ele quer saber do que você se lembra, onde você morava e tudo.

— Mas eu já disse resumidamente isso pra você, menos aonde eu moro.

— É, mas ele quer saber os detalhes, ele é assim mesmo, não se preocupe.

— Ok então, isso é bom. Vou perder uma parte do treino, ou seja, um pouco menos de dor pra depois dele e um pouco menos de Gajeel.

— Gajeel? O cara novo? E eu pensei que você estava gostando dos treinos.

— Não me pergunte desse idiota. E não, não é isso, eu gosto dos treinos, é só que dói muito depois, e veja pelo lado bom, vou conversar com alguém amanhã. — Dei um sorriso fraco. — Mesmo que seja o Dr. Death, ele parece ser um cara... legal.

— É. Ele é, só que rígido.

— Ele é interessante...

— Está interessada nele? — Começou a rir.

— Claro pra idade dele, que eu não sei qual é, ele deve estar bem. — Ri junto.

— Ele deve ter uns 52, está gostando dos tiozinhos? Vou mandar eles se protegerem de você. — Começou a gargalhar, mas não tão alto pra não acordar as pessoas.

— Claro, eu ia ao asilo frequentemente só pra paquerar os velhinhos, é bom porque eu tenho prioridade no natal.

— Por que no natal?

— Eu ganho mais balas do papai Noel no natal. — Cada vez estava mais difícil esconder os risos para não acordar as outras pessoas.

— Tem certeza que você não foi lá fora e fumou alguns matos daqueles não?

— Nossa, depois dessa vou até dormir.

— É melhor você dormir mesmo, os efeitos não estão sendo bons. Daqui a pouco você vai dizer que eu sou um unicórnio. — Analisei o rosto dele bem, só pra entrar na brincadeira.

— Na verdade, acho que unicórnio não, mas um E.T. talvez, você parece estar ficando verde...

— Aí eu seria o Hulk...

— Não, não, não estraga minha descrição, você está verde, mas tem duas anteninhas e uma bolinha em cada ponta. — Isso estava ficando cada vez mais divertido.

— Pensando bem, acho que suas drogas estão entrando em mim, isso que dá ficar muito perto de você, eu já estou começando a te ver igual um arco-íris.

— Pelo menos no final de mim tem um pote de ouro.

— Ok, vamos parar por aqui. — Eu não conseguia parar de rir, eu era muito idiota, e ele estava indo pelas minhas brincadeiras, pensando bem, ele era bem idiota também.

— Boa noite novamente, . — Falei quando consegui me recompor dos risos.

— Me chame de . — Disse ele meio bravo com um tom brincalhão.

— Boa noite, ! — Enfatizei o apelido dele.

— Durma bem, .

! — Entrei na brincadeira dele, ele esboçou um sorriso muito lindo.

— Tchau, . — Sumiu no corredor.

Abri a porta, entrei no meu quarto, tirei aquela calça que não era nada confortável pra se dormir, tirei a jaqueta que eu estava vestida, o all star e dormi com uma blusa confortável que eu vestia por baixo. Essa noite foi normal, dormi... Bem.

O alerta conhecido apitou, era hora de me levantar. Coloquei as roupas que todos lá usavam: uma blusa folgada por baixo, uma jaqueta de couro e uma bota que estava no armário, como sabiam o meu número? Escovei meus dentes. Percebi que tinha um tempo vago por ter que arrumado mais rápido e dei uma checada no quarto, peguei algumas coisas que ainda estavam dentro da minha mochila e fui colocando em alguns cantos para me deixar mais familiarizada com o lugar, já que eu teria que viver por aqui por não sei quanto tempo. Ajeitei algumas coisas e quando percebi estava em cima da hora, sai correndo em direção ao refeitório, eles ainda não haviam chegado lá. Sentei em uma mesa qualquer comendo um pouco do meu cereal, dessa vez, sem leite, era bom do mesmo jeito, melhor que comer gororoba sempre. Gajeel já estava no refeitório, não havia um lugar para eu me sentar muito longe dele, então acabei sentando perto. Como Gajeel estava de costas, era a hora perfeita de azucriná-lo, peguei um cereal de cada vez e joguei no cabelo dele, como seu cabelo é comprido e meio espetado, ficou grudado os cereais, HAHAHA. Só que não foi um mar de rosas por muito tempo, o dito cujo passou a mão pelo cabelo e sentiu os cereais... Olhou para trás e eu imediatamente disfarcei, mas não por muito tempo, pois eu era a única comendo sucrilhos, pois era o meu sucrilhos. F#d#%$m#$d@! Ele levantou passando a mão no cabelo.

— Sua... — ele estava vindo em minha direção, só que estava meio que... Rindo? Não sabia que ele tinha essa capacidade.

— A criança está fazendo guerrinha de comida agora? — Era tão engraçado ele falando no diminutivo.

— Não, só estou tacando em você mesmo. — A cara dele era muito hilária.

— Sua...

Então aconteceu muito rápido, aqueles idiotas que eu tanto gostava se juntaram à minha mesa e estavam de olho no acontecimento e no meu sucrilhos... Imediatamente ignorei o brutamonte me encarando.

— Vocês querem um pouco?

— Não, eu só quero saber como você consegue comer isso puro. — disse desconfiado.

— Ah, é bom ok, eu gosto, experimenta. — Coloquei a caixinha um pouco à frente pra ele pegar.

— Ah não, obrigado.

— Se você não quer, eu aceito — disse com cara de guloso pegando a caixinha.

— Viu, experimenta também.

— Até que não é ruim, gororoba, como você diz, enjoa comer todos os dias.

— Eu também quero, vamos acabar com toda a comida dela e deixá-la comendo gororoba sempre, igual a nós — falou com cara de malandro.

— Ei, não vão acabar com meu amado sucrilhos não e— Não deu nem tempo de formular a frase, colocou a caixinha de ponta cabeça pra despejar mais em sua tigela e não saia mais nada de lá, fiz bico-triste propositalmente.

— É, até que não é ruim mesmo — falou rindo.

compareça à minha sala, Dr. Death.

— Eu te levo até lá. — disse me guiando até lá.

Já estava me acostumando com os corredores da casa, conseguia identificar vários locais que havia passado e me guiar sozinha por ali, mas não imaginava onde seria a tal sala do Dr. Death, quando chegamos reparei que era uma espécie de escritório, havia livros nas estantes, eram estantes de madeira. fez um aceno com a cabeça pra Dr. Death e eu entrei na sala. Havia várias cadeiras, umas cinco na frente de sua mesa e outras em torno do escritório. Parecia ser um lugar onde várias pessoas se reuniam para discutir sobre assuntos importantes. Direcionei-me a uma das cadeiras e sentei.

— Prazer , eu sou o Dr. Death como você já sabe, eu só irei lhe fazer algumas perguntas, tudo bem?

— Tudo bem.

— Me conte tudo o que aconteceu. — Contei a ele tudo o havia acontecido, da saída do hospital até os meninos me acharem.

— Então a sua casa nesse momento deve estar invadida, certo?

— Bom, eu não sei, porque ela estava trancada, então eu pulei a janela, mas depois a fechei. Eu saí pela garagem e fechei a porta que dá entrada a casa, então eu realmente não sei, se esses caras que estão infectados são inteligentes eles saberiam entrar, mas eu não sei nada a respeito deles, ainda não vi um deles.

— E nem queira ver, mas é claro que verá. Me diga, , na sua casa tinha muita coisa ou foi levada embora?

— Bom, a dispensa estava cheia, não é à toa que eu peguei algumas porcarias, o guarda-roupa dos meus pais estavam um tanto vazios, mas o meu guarda-roupa estava intacto, tinha até umas cobertas e afins.

— Bom, isso é muito bom. Você vai a uma missão hoje, se tudo correr bem às onze horas, meio-dia creio que vocês estarão na sua cidade. De acordo com a rodovia em que foi encontrada e a sua cidade, eu afirmo que chegarão lá ao meio-dia, assim é menos arriscado, vocês vão lá à sua casa pegar os mantimentos que ainda valem e cobertas, travesseiros, o que for preciso, tudo bem?

— Ok, é só isso?

— Sim, por enquanto, faça o seu treino do dia, só não pegue tão pesado hoje porque terá de ter pique para mais tarde.

— Ok, como o senhor quiser. — Ele me lançou um sorriso de aprovação e assim eu saí da sala.

 


N/A Tatt: Oi pessoal, espero que tenham gostado do capítulo novo! Desejo a todos vocês um ótimo ano! Não esqueçam de comentar, por favor! E quem quiser passar o twitter nos comentários, eu e a Pri vamos estar seguindo para avisar sempre que sair att nova! @f0rnazari

N/A Pri: Comentem o que estão achando da fanfic, é sempre um estímulo para nós, e é muito bom para sabermos se vocês estão gostando. Feliz Natal (que já passou faz tempo) e Feliz 2015! Qualquer dúvida me encontre no twitter: @baungarte


 

CAPÍTULO 5
"These pigs are after me, after you."

 

Logo após sair da sala do Dr. Death, caminhei até a sala de treinamento, aliás, eu ainda tinha uma manhã pela frente e como era uma missão eu teria que me esforçar pra sair bem, mesmo sendo algo pouco arriscado, como só ir a minha casa e coletar mantimentos, ninguém sabe o que pode se encontrar pela frente, de repente a BLi pode resolver patrulhar as ruas na hora da missão com a sorte que eu tenho.

Após entrar na sala de treino, logo o instrutor veio me dar dicas mais complexas de defesas, como usar uma arma (que foi uma arma diferente da que a maioria usava, era bem mais simples, talvez porque eu era iniciante). O treino foi leve, mas creio que tenha aprendido muito com ele, até a me defender com um pedaço de madeira eu aprendi. Temos que usar tudo nos locais a nosso favor. Gajeel estava mais paciente comigo, mesmo pensando que ele ia estar furioso com o acontecido de manhã, que não foi nada, mas como sei que ele é difícil de lidar... Nunca se sabe.

— Você não pode olhar só para frente, tem de estar atenta a todos os lados, só porque está treinando comigo, não quer dizer que só uma única pessoa será inimiga lá fora. A não ser que tenha uma parede atrás de você, nunca confie em andar para trás sem saber o que há ao seu redor. — Gajeel estava muito atencioso, não sei se é porque ele sabe da missão que eu tenho hoje e quer ganhar uns salgadinhos meus, se ele está doente ou algo do tipo.

Era em torno das dez e vinte da manhã e então me dispensaram. Fui para o meu quarto, tomei banho rapidamente e logo conclui mentalmente “preciso de mais roupas”. Após secar desajeitadamente meu cabelo com uma toalha, tentei dar um jeito para que ele ficasse bom, dura missão. Depois de conseguir arrumar minha juba, dirigi-me ao refeitório, pois desde o café da manhã não havia comido nada, mesmo sendo aquela gororoba já é de bom tamanho pra quem está com muita, leia-se muita fome. Adentrando o local das refeições percebi que o lugar estava meio vazio, olhei para um relógio que havia lá, marcava dez e quarenta e cinco, pelo menos eu fui rápida, não se pode ficar muito no banho quando mal se tem água, damos graças a um poço que há no fundo da grande mansão. Sendo assim, peguei uma lata de gororoba — que esse agora era o nome oficial — e sentei em uma das mesas que estava vazia, não demorou muito para que um sorriso desconhecido surgisse em meu rosto, desconhecido porque eu não sabia ao certo porque ficava feliz sempre que eles se aproximavam. E infelizmente ainda estava faltando o .

— E aí, garota da missão, como você está? — me perguntou, com um jeito todo descontraído que me fez rir.

— Estou ansiosa para minha primeira missão, capitão. — Coloquei a mão na testa como se fosse um soldado, todos riram e sentaram-se à mesa para comer e se preparar para ir.

Foi um almoço agradável, todos conversando como se nem se preocupassem com a missão. E então os alto-falantes começaram a anunciar: "Killjoys e venham à minha sala, Dr. Death". Então jogamos fora as latas e partimos em direção àquele escritório que agora eu conhecia. Dois dos que estavam comigo entraram, deixando e eu, ele fez um gesto para que eu entrasse primeiro, e assim fiz. Ficamos parados em pé de frente para a mesa do Dr. Death que assim logo se pronunciou:

— A missão de vocês é agora, quero que vão ao quarto de vocês e se preparem como devem, nada muito exagerado, se tudo correr bem será apenas uma missão simples. – Assentimos. — É só isso, o carro está preparado lá fora. — Não dissemos nada, e então saímos do escritório.

— Hey, você, é melhor prender esse cabelo — falou e sorrimos.

— Ok, Sir!

Entrei em meu quarto, coloquei uma calça que me deixaria fazer movimentos facilmente, caso precisasse correr, e uma blusa leve por baixo, e o coturno que havia ganhado ali. Como Dr. Death disse que seria uma missão simples e sem exageros, acho que não precisaria colocar a jaqueta estilo colete que eles usam. Prendi meu cabelo rindo do que havia dito. Já estava de saída quando ouvi algumas batidas em minha porta, abri ela dando de cara com , fechei a porta atrás de mim e andamos pelo corredor em direção a saída.

— E não é que você prendeu o cabelo mesmo?

— Eu já ia prender o cabelo antes do falar. — Mas era verdade, que idiota iria a uma missão com o cabelo solto? É claro que eu preservei minha franja, mas isso não conta.

— Sei... E então, está preparada?

— Sempre estou.

— Ok, então vamos lá.

— Ei, como está o ?

— Ele está bem melhor, antes da BLi inventaram uma droga muito eficiente, estamos em pleno 2019, não? Então creio que amanhã ele estará bem.

— Mas então vocês foram um tanto precipitados, me desculpa o termo — olhei meio tímida pelo o que havia falado deles, mas sua expressão estava normal, até com um sorrisinho no canto do lábio —, mas vocês chegaram a pensar que não fosse resistir e... Olha, ele já está quase recuperado. — Daí ele começou a rir, e eu fiquei com cara de interrogação.

— Não é isso, é que essas drogas por mais que a tenhamos, e não são muitas, nosso estoque está em escassez, mas eu não sei se vou conseguir lhe explicar, eu vou tentar, mas se você quiser mais detalhes, vai ter que perguntar para os carinhas que trabalham no laboratório. — Sua expressão era meio engraçada.

— Ok. — Dei um sorrisinho para que prosseguisse.

— Ok, então, isso tudo depende do estado do paciente, tem cinco níveis registrados, e essa droga só vale para o segundo. O primeiro e segundo nível é algo nem tão grave, mas nem muito leve, então não funciona, isso tem que ser tratado com drogas, medicamentos, como preferir chamar, normais. O terceiro e quarto nível é algo não mais leve, não tão grave, mas mesmo assim grave esse sim essa droga pode ser usada. E já o nível cinco... É algo que só com muita sorte, tempo e medicamento normal poder ser resolvido. Aí vem uma série de exames pra saber em que nível está , ele passou por esses exames ontem desde quando chegamos, quando foi constatado seu nível, não demorou muito para descobrirem, eles nos avisaram, por isso então saberíamos que ele ficaria bem.

— E começa a fazer efeito quando?

— A partir de três horas, é realmente rápido, só as cicatrizes que são algo que demoram um pouco mais, e do organismo também, ele pelo menos está na boa, não está comendo gororoba. — Começamos a rir.

Quando os risos cessaram, estávamos um olhando para o rosto do outro, expressões estranhas... Parecia que estávamos ficando mais perto, e mais perto.

— Hey vocês, vamos? — nos chamou e parece que saí de um transe, única coisa que pudemos fazer foi andar em silêncio.

Ao chegarmos ao carro levei uns tapinhas no ombro que e me deram. Estávamos adentrando o carro quando ouvimos um barulho vindo da frente da casa, o som começou a ficar mais audível.

— Hey, me esperem, eu quero ir junto — Era a voz do... ? E estava sendo seguida de outra voz.

— Fique aqui, você não pode ir, está fraco ainda. — Chegando mais perto de nós, veio mancando e seguido por alguém da enfermaria, todos olhando e falando ao mesmo tempo coisas como “você não pode ficar aqui”, “vá se tratar logo”, “que bom que você está bem, cara”.

— Oi, , que bom te ver — me pronunciei. 

— Cara. Volta. Pra lá. AGORA — disse então .

— Cara, eu já vou, eu só não quero perder o momento dos Killjoys antes de sair, é só isso e depois eu vou. E oi , que bom te ver também. — Disse com uma cara muito fofa por sinal. Algo que eu ainda não entendi, o que era isso de “momento Killjoys”?

— Ok, então, vamos lá. — Logo a cara de bravo do foi substituída por um sorriso camarada. — Só um momento, . — E então eles entraram no carro, com um pouquinho de dificuldade, e eu fiquei ainda mais sem entender, mas logo minha mente se esclareceu quando veio a seguinte cena.

: Well, are you ready, ?
: Yeah...
: How about you, ?
: Oh all night, baby
: How about you, ?
: Fucking ready...
: Well, I think I'm alright.
1,2,3,4...

Então essa é a hora que eu eles saíram do carro rindo, e é a hora que eu entendo essa cena como uma cena que eles sempre faziam antes das missões. Era algum tipo de piada interna. Nos despedimos de desejando que ele melhorasse, então voltamos à realidade.

— Ok, nos desculpem por essa cena — disse com uma careta e eu só ri.

— Ok, vamos então? — Perguntou e todos assentimos.

foi dirigindo e ao seu lado. No banco de trás estava e eu. Fiquei conversando sobre coisas aleatórias com eles, enquanto dirigia de vez em quando perguntava sobre a localização e eu avisava para onde ele deveria ir. Chegando em minha cidade, entrei em transe reparando nos prédios e nas casas que agora pareciam abandonada, os carros largados nas ruas, tudo o que as pessoas lutaram para conquistar foi deixado como se não tivesse mais valor, fazendo com que o cenário de abandono ficasse maior. Depois de mais algumas informações chegamos em frente a minha casa, não tinha ideia de que seria tão difícil, comecei a relembrar tudo o que vivi lá, eu tinha saudade até dos momentos ruins, acho que aqueles momentos mal se comparavam ao que eu estava sentindo agora. Uma ponta de esperança me restou. 

— Ok, então, vamos lá? — disse , me fazendo sair de um transe.

Saímos do carro em direção à minha conhecida casa, ao sair não pude deixar de observar como estava a rua daquele local que eu costumava chamar de lar; carros espalhados, vidros quebrados para todos os lados, postes de energia do outro lado da rua caídos no chão, um verdadeiro caos. Olhei ao redor para ver se alguém nos observava, no fim da rua vi um daqueles rostos mistérios nas janelas só que mais afastados, como agora o sol estava ao ápice. Recordei do primeiro dia em que tudo começou, e uma ponta de enjoo misturado com frio na barriga veio ao meu estômago. Então os meninos começaram a sair do carro, e logo estava posta junto à eles.

— E então, por onde entramos? — perguntou.

— Por aqui, venham. — Comecei andar à frente e fiz um gesto para que me acompanhassem.

Tudo estava em um silêncio absoluto, nem o canto de pássaros se escutava. Fiquei em frente à janela da sala, onde eu havia entrado da última vez que estive aqui. Fiz menção de pular primeiro à janela e logo alguém veio a minha frente.

— Deixe que um de nós pule primeiro, só por precaução. — Foi a vez de ouvir a voz do .

pulou a janela, e logo assim eu fui, me ajudou a pular, mesmo eu já possuindo prática de invadir a casa por aquela janela sempre que eu esquecia a chave. Todos estavam dentro de casa, menos que estava lá fora para dar cobertura, já que todo cuidado era pouco. Vasculhamos pra ter certeza de que não havia ninguém lá dentro, logo cheguei ao meu quarto, velho conhecido... Abri guarda-roupas e cômodas pegando tudo o que poderia ser útil no refugio. Quando já tinha pegado tudo o que dava pra ser levado do meu quarto, me deparei com uma caixinha onde eu guardava fotos e lembranças, todas com significados do que eu já havia passado. Eu queria levar uma foto, mas algo me impedia, dizendo que toda vez que eu olhasse aquelas fotos eu iria chorar, iria ser fraca, e não era o momento de ser fraca. Como minha vontade fala sempre mais alto, tirei duas fotos de lá, uma com meus pais junto com minha família, estávamos em um churrasco de aniversário, todos sorrindo, felizes; a outra foto era com minha melhor amiga, foi uma foto espontânea, estávamos conversando e rindo ao mesmo tempo quando tiraram a foto. Não era tempo de lamentar, e nem tinha tempo pra isso, precisávamos sair logo de lá. Coloquei as fotos no bolso da minha calça, não ligando muito se amassasse quando eu dobrei muito mal. Outra coisa me chamou atenção, minha câmera em cima a mesinha do lado da cama, não pensei duas vezes e a peguei, não sei para quê eu iria usar, mas eu sentia que necessitava dela. Adentrei a cozinha e logo vi fuçando nas coisas.

— Hey, você só pode estar brincando... Tem doritos aí! — Minha voz com alta animação foi anunciada na cozinha.

— Vamos, vamos levar tudo o que der, menos o doritos que agora é meu.

— Seu nada, pode me dar aqui. — Deixei as coisas que eu havia pegado no quarto no chão, de qualquer jeito, e fui à disputa pelo doritos.

— Sai daqui, eu vi primeiro, hmmmm... Nossa, quanto tempo que eu não como isso. — e sua voz de satisfação.

— Hey, vocês pensam que eu sou o quê? Nem me chamam pra compartilhar a festinha? — enfim entrou a cozinha com algumas coisas que sei lá onde ele havia pegado.

— Venha se junte a mim e tente pegar dele, mas divida comigo. — E não demorou muito até que o doritos acabasse.

— Tem coca-cola! — Meus olhos se arregalaram e brilharam ao mesmo tempo em que viram uma garrafa de coca-cola quente no chão.

— Ok, ok, vamos levar e tomar no caminho, porque se deixarmos lá para gelar é capaz de sumir misteriosamente. — disse, fazendo aspas com os dedos.

— Sim, então vamos — falamos e eu juntos. E começamos a rir.

Fechamos as janelas da casa e saímos por onde entramos. Não antes de um ficar do lado de fora e dois passando as coisas de dentro pra fora. foi me ajudar com as coisas a serem pegas. Dei uma última olhada para minha casa, eu com certeza não queria mais voltar pra lá, não desse jeito. olhou pra mim, a única coisa que pude fazer foi dar um sorriso de canto, ele percebeu, mas não falou nada. Colocamos as coisas dentro do carro, saquei minha câmera de dentro do meu bolso e tirei uma foto da minha casa, uma ultima foto, eu nem sabia por que estavam fazendo aquilo, todos me olharam, eu não disse nada. Estávamos quase pra partir quando disse:

— Vocês estão ouvindo?

— Ouvindo o quê? — Perguntamos em conjunto. Um momento de silêncio se instalou...

— Isso... — E parece que um sussurro foi ouvido. E o sussurro foi ficando mais forte e mais claro, era alguém pedindo por socorro.

— Ok, eu vou estacionar o carro na outra rua, escondê-lo um pouco caso for perigoso. , fique aqui com a . , pode vir comigo? — pediu. assentiu e logo eles entraram no carro, deram partida e começaram a esquentar o motor.

A voz começou a soar como um grito estava alto demais e não parava quieto, estava com uma sensação de que ele queria ir ajudar. E então minha voz soou:

— Pode ir, eu vou ficar bem, qualquer coisa eu corro, eu me escondo, mas se houver perigo, creio que não está aqui.

— Promete que vai ficar bem?

— Prometo, mas olha, muito, muito cuidado. E você tem certeza que quer ir sozinho? Os meninos não demoram a chegar e...

— Eu estou bem, eu posso fazer isso, quando eles chegarem, avisa que eu já fui, ok? Eu quero poder ajudar.

— Tudo bem então. Hey, me esperem, eu vou junto.

Eu não tinha nada pra fazer a não ser esperar, ou na pior das hipóteses, me esconder. Tirei minha câmera fotográfica do bolso e comecei a tirar fotos, não sei por que estava fazendo aquilo, era um simples click que marcava as tragédias que se passava na minha antiga rua, da minha antiga casa. Guardei a câmera e quando dei por mim, estava com a cabeça pra fora do carro gritando, gritando...

— Corra, , CORRA.

O carro dos Killjoys estava muito rápido e creio que não poderiam parar se não seriam pegos ou seguidos. Comecei a correr, era um carro da BLi, e minha pior hipótese criou vida e a única coisa que eu pensei foi em escapar daquilo. Eles estavam de carro, isso era pura perda de tempo, eles iam conseguir me pegar.

 


N/A Tatt: E aí, estão gostando? Não deixem de comentar, isso ajuda a motivar a gente a escrever mais! Porque, acredite, dá preguiça ahuaha.  Quem quiser deixar o twitter nos comentários eu e a Pri vamos estar seguindo para avisar sempre que tiver att! Beijos, @f0rnazari x

N/A Pri: Comentem o que estão achando da fanfic, é sempre um estimulo para nós, e é muito bom para sabermos se vocês estão gostando. Qualquer duvida me encontrem no twitter @baungarte xx
Geralmente estamos avisando no twitter quando a fanfic atualiza, e estamos montando um grupo no facebook, quando aparecer mais leitoras interessadas abriremos o grupo para poderem participar e poderemos nos comunicar também! :3


 

CAPÍTULO 6
"Let me be the one to save you."

 

Foi então que eu virei uma rua conhecida, era uma rua de comércio, eu não aguentava nem correr muito menos pensar, então entrei na primeira porta que eu vi pela frente. Era um local pouco iluminado, mas dava para enxergar por ainda ser dia. Me aproximei da vitrine abaixando atrás de umas caixas para me esconder e fiquei observando por trás do vidro escuro, o carro passar... Passaram reto, suspirei um pouco aliviada, mas eles ainda estavam naquela rua. Será que os meninos viriam até mim? Comecei a sentir algo estranho, parecia alguém... Fungando no meu ombro.

— AAAAAAAAH — gritei, mas logo tampei minha boca com as mãos, pois lembrei quem estava lá fora. Era um deles, eram aqueles espantalhos controlados, ele estava atrás de mim e a única coisa que eu poderia fazer era correr, correr sem enxergar muita coisa. Se eu saísse pra fora ele com certeza não me pegaria, mas a BLi sim. E com essas opções, preferi lutar com o mais fraco.

Na loja havia filas de corredores enormes, era uma loja estranha, parece que havia de tudo e mais um pouco lá; uma luz fraca iluminava permitindo que eu enxergasse alguns pontos e foi então que eu enxerguei o que eu não gostaria de ter visto, havia mais um deles, ele era um tanto lento, mas meu nervosismo estava a mil, me fazendo tropeçar em tudo o que via pela frente, inclusive nos meus próprios pés. Virei de encontro com outro corredor, parecia ser gigante, a única coisa que eu fazia era correr e tentar achar um lugar para me salvar, eu não sei se era falta de ar ou era puro nervosismo que me fazia ter dificuldade para respirar, eles continuavam a correr atrás de mim, quando dei conta de que o corredor era um beco sem saída, eu teria que voltar, mas não tinha como. Eles haviam passado a última lacuna que tinha para eu fugir. Então era isso? Eu estava encurralada por esses espantalhos? Eu não iria desistir fácil, me virei de frente para uma das criaturas que se aproximava cada vez mais, fui andando em ré em direção à parede, minha perna bateu em uma espécie de recipiente gigante e comprido, e lá havia... Tacos, tacos de baseball, não pensei racionalmente e peguei um deles, tentei me lembrar de uma das aulas de defesa que eu tive, eu teria de me defender. Mas as coisas só tendem a piorar, havia outro no começo do corredor correndo em minha direção também, o primeiro espantalho estava na minha frente. Comecei a dar passos em ré, tentando encostar na parede para não ser pega por trás — lembrando do que Gajeel havia me ensinado —, agradeci a ele mentalmente. Na medida em que eu afastava os espantalhos, eles formavam uma barreira a minha volta e então me encostei à parede. Minha respiração continuava pesada o que me deixava com mais desespero ainda, segurei o taco de baseball com as duas mãos, como se estivesse pronta realmente para rebater alguma bola, e esperei que algum deles agisse.

O mais próximo a mim, ao meu lado, correu em minha direção com os braços esticados e tive uma reação imediata, bati o taco com toda a minha força esperando que acertasse em algum lugar que machucasse, incrivelmente acertou na cabeça dele, eles pareciam não ter reflexos muito bons. Quando seu corpo bateu no chão os outros vieram de uma vez pra cima de mim, comecei a rebater pra todo lado tentando acertar qualquer partes dos corpos que chegavam perto de mim, até que conseguiram segurar um dos meus braços. Tentei puxar meu braço de volta me sacudindo, bati com o taco no braço do espantalho que me segurava e escapei, o impulso para me soltar foi tão grande que acabei caindo de joelhos no chão, segurei firme o taco e vi todos começarem a amontoar em cima de mim, começando a me segurar.

Sem mais escolha, minha única saída é gritar, mesmo que isso atraísse os homens da BLi, eu não queria ter um fim ali naquele corredor de loja, por pessoas que ficaram descontroladas através de remédios. Continuei me sacudindo, chutando, debatendo. Minhas forças pareciam ter se esgotado, havia vários deles imóveis no chão, mas o que assustava era a quantidade que chegava cada vez mais. Tudo o que eu fazia parecia ser em vão, em poucos minutos eu estaria inconsciente, e na pior das hipóteses, me uma deles. Os espantalhos continuavam a me sacudir, e eu tentava ao menos me defender para não ser mordida ou algo parecido, meu corpo batia ferozmente no chão, sem mais forças pra lutar. Gritei, e no mesmo momento vi jatos de luzes passarem pela loja, mas continuei imóvel com algum braço que ainda me segurava. Após alguns segundos tudo ficou em silêncio, tentei me arrastar do lugar afastando os corpos perto de mim e vi se aproximando, me deu uma mão me ajudando a levantar, com um pouco de receio. Levantei agarrando o taco com a outra mão, como se agora ele fosse essencial a mim.

— Desculpa ter te deixado sozinha — disse ele com a voz decepcionada, com uma face aparentando medo. —, não queria ter que...

Sem pensar muito bem se deveria, abracei-o com toda força que ainda me restava, ele cedeu os braços e os colocou em volta de mim levemente, encostando de lado na minha. Minhas mãos suaram e parecia que minha pressão havia caído. Tudo pareceu ficar mais lento e eu só queria continuar assim pelo maior tempo possível. O silêncio foi quebrado por suas palavras, e ele já parecia recomposto.

— Eu não queria ter de ferir eles, faço o que faço acreditando que possa haver uma cura.

Mesmo contra minha vontade, desfiz o abraço e o encarei, me sentindo culpada por ter chegado até ali, por ter sido descuidada ou qualquer merda que eu tinha feito pra ter feito ele se sentir assim, como eu tenho uma sorte extremamente grande deveria ter flechas na minha cabeça escrito “menina indefesa” ou que eu tivesse uma placa pendurada escrito “me persigam agentes da BLi, suas caras são horríveis”.

— Me desculpe por ser descuidada, eu sinto muito mesmo, é que... — Iria continuar se não tivesse sido interrompida por ele.

— Todos cometeram erros, você fez o que foi possível, você não teve culpa, agora temos que ir antes que a BLi perceba que algo aconteceu e a situação acabe piorando. — Assenti com a cabeça e fomos em direção ao carro.

Estávamos todos meio apreensivos em relação ao que tinha acontecido anteriormente, dava pra ouvir batucando o volante, o carro ia muito rápido, talvez o medo de que a BLi estava nos seguindo ou algo parecido, e também pra não correr riscos. Estamos quase chegando à grande fábrica, já conseguia ver ela de longe, eu estava sentada com os braços no meio das pernas e de cabeça baixa, um tanto apreensiva, um pouco em choque, eu não poderia deixar de sentir culpa, talvez não fosse a melhor hora para eu ter saído em uma missão, já que não sabia me defender sozinha completamente. Sentia dores no corpo inteiro, mas algo me desviou desses pensamentos.

— Ei, o que é isso no seu braço? — Perguntou que estava do meu lado.      

Olhei imediatamente no meu braço, minha blusa estava rasgada, levantei a manga fina da blusa e percebi que era um arranhão que estava sangrando, como se uma pessoa com boas unhas tivesse passado a mão com força ali. Foram eles, os espantalhos, enquanto me seguravam para que eu não saísse do lugar. Imediatamente virou para trás, pegou no meu braço e analisou o arranhão.

— Precisamos levá-la a enfermaria, e se...

O silêncio se instalou no carro, agora eu estava caindo na real, é claro que aquele arranhão era de um espantalho, mas eu não estava sentido nada de diferente do tipo “sendo transformada em um deles” estava normal, com dores normais, somente dores! Eu podia ver que o comportamento dos meninos havia mudado, como se eu não fosse mais segura de estar perto.

— Estamos quase chegando, você precisa fazer alguns exames e ficar em quarent... — ia dizendo até que foi interrompido por .

— Quando chegarmos lá veremos o que fazer. Como você está se sentindo? — Se referiu a mim.

— Normal! Eu estou bem! Só sinto dores das pancadas, mas não sinto nada de diferente — disse um pouco impaciente, tentando fazer com que acreditassem em mim.

— Fiquem tranquilos, já estamos chegando. — apontou mais a frente, nesse momento ele estava com os braços em torno do meu ombro, mexendo um pouco as mãos no meu ombro, como se quisesse me acalmar. Ao mesmo tempo parecia inquieto, como se estivesse prestes a me segurar, caso precisasse.

Ao chegarmos perto da fábrica os guardas que ficavam no portão gigante abriram passagem e quando mais nos aproximávamos mais pessoas estavam chegando para ver o que tinha acontecido, ou o motivo no qual demoramos.

— ESTÁ TUDO BEM, PODEM VOLTAR, QUEREMOS FALAR COM O DR. DEATH! — foi gritando que estava dirigindo para que talvez os curiosos fossem ocupar de suas vidas.

, leve-a. e eu vamos cuidar das coisas que conseguimos trazer, depois vamos atrás de vocês. — confirmou o pedido.

 

Os exames:

— Tudo bem, vamos devagar e digam-me o que aconteceu. — Um homem do departamento de medicina foi perguntando.

— Ela foi arranhada — dizia .

— Mas eu não sinto nada de diferente desde que partimos de lá, é uma dor normal de um arranhão qualquer.

— Hm, entendo, sente-se aqui. — Apontou para uma cadeira. — Vou tirar um pouco do seu sangue e analisá-lo. Joanne — se referiu a uma moça que estava analisando umas lâminas no microscópio —, pare o que está fazendo, limpe os machucados e faça curativos nela. — Ele foi um pouco rude.

— Pode deixar que eu faço, killjoys são mil e uma utilidades — o modo com que falava sempre com seu jeito brincalhão me acalmava.

— Não tem necessidade, Sr. . Joanne pode cuidar disso — respondeu o médico. pareceu um pouco incomodado, mas continuou com seu jeito brincalhão para acalmar a todos.

— Bom, terminamos com o sangue. Por favor, killjoys, me acompanhem por um momento.

Enquanto isso fique os esperando, eles foram para fora da sala, mas eu ainda podia vê-los através da janela de vidro que era apenas a alguns metros de distancia de onde eu estava, mas o que eu estava achando estranho era o modo que eles estavam agindo, e, além disso, estavam cochichando baixo, deixando claro que eu não poderia escutar. Duvidas surgiram pela minha cabeça, o que será que estavam falando que não podiam falar na minha presença? Se for sobre mim que estavam falando, eu teria o direito de saber.

 

A conversa:

— Eu não vou dizer que está tudo bem e que não teremos problemas quanto a isso. Pessoas já foram infectadas com arranhões, claro que umas se safaram, isso tudo depende se os sangues deles não penetraram dentro da ferida que lhe foi causada, se isso aconteceu, ela passará para o estágio de se tornar um deles.

— Os exames demoram muito pra ficarem prontos?

— Estamos em meio a uma situação precária, não temos tanta coisa que um laboratório eficaz teria, muita coisa foi destruída e outras nem conseguimos pegar. Uns quatro dias.

— Quais são as chances dela não estar infectada?

— Isso tudo depende, para ela ter se infectado as unhas do...

— Chame de espantalho, foi um nome que conseguimos arrumar.

— Ok. Espantalho. Teria que estar com sangue de outro espantalho, ou do mesmo, que seja. Ou quando ela foi arranhada o sangue deles entrasse em contato com os arranhões. Ela lutou com eles, não?

— Sim.

— Então essa é uma probabilidade, pois se eles sangraram o sangue não poderia ter entrado em contato com a pele arranhada dela.

— Merda! — Bateu no batente da porta com a respiração acelerada. — E até os exames não saírem, o que faremos?

— Ela terá que ser mantida em quarentena. Ninguém sabe se ela se ira se transfomar no meio da noite, não podemos correr esse risco.

— Entendo. — Baixou a cabeça e voltou para onde estava.

 

— Por que isso? — Eu perguntei a .

— O quê? — fiquei com cara de “tá zoando com a minha cara, né?” — AAH, então... Você vai ter que ficar de quarentena.

— Tudo bem.

— Ma-mas, mas eu pensei que você ia ficar sei lá, chocada.

— Vou fazer o que for preciso, aliás, eu estou aqui de favor, não posso colocar todos em perigo por minha causa.

— É assim que se fala, mascote!

— Mas o quê? Da onde surgiu isso de mascote? — dei um soco de leve no seu braço. 

— Mascote sim, pode me bater o quanto você quiser.

— Não vou te bater, depois vou ter que fazer seus curativos pra retribuir os que você está me fazendo.

— Cofcof — fez propositalmente o doutor.

— Ah sim, vou levá-la a sala que ela vai ficar — disse e me olhou com um olhar meio apreensivo.

Fomos andando no corredor em meio às brincadeiras, era uma cara engraçado, embora eu soubesse que minha situação o deixasse com um pé atrás ele não se importava em ser legal comigo, era legal passar um tempo com ele. Chegamos a tal sala que eu iria ficar durante quatro dias, parece que foi preparada especialmente pra isso. A porta era de metal, havia uma abertura que parecia ser de vidro um pouco acima da metade, para verificar o que se passava lá dentro, talvez. E havia uma fechadura do lado de fora, com um lugar para colocar cadeado. Ao adentrar o local, havia outra porta que logo mencionou ser o banheiro; tinha uma cama, a janela era do mesmo material da porta e com grades, a vista era pra fora da fabrica, mas aos fundos. O quarto era localizado no segundo andar.

— Tudo bem mesmo, você ficar aqui sozinha?

— Uhum, até porque não tem possibilidades de ficarem comigo. Ninguém sabe o que pode acontecer.

— Ok. Como já te disse, ali é o banheiro, provavelmente já trouxeram suas roupas. Estou indo, vou procurar os outros, eles devem estar reportando o que foi pego na sua casa.

Eu continuava encarando a porta, do lado de fora olhou pela abertura e disse:

— Eu sinto muito.

E trancou a porta pelo lado de fora.

Fui para a porta que ele disse ser o banheiro, precisava de banho para tirar toda essa sujeira que havia em mim. Também possuía o aviso de usar a água por apenas cinco minutos, e ela era como sempre, fria. Mas eu estava um pouco tranquila, não liguei para o banho gelado, só queria me sentir limpa depois daquela situação que eu não quero mais ter que lembrar.

Deveria ser umas 19h00 da noite quando me deitei na cama com a intenção de dormir, antes disso fiquei arrumando minhas coisas no pequeno armário, eu gostava de ter tudo em ordem e isso ajudaria a me distrair e fazer com que o tempo passasse mais rápido. Estava quase caindo no sono quando escutei alguém bater na porta, e pra minha estranha felicidade, pude ver pelo vidro que era o . Não sabia o porquê dessa repentina mudança de humor só de senti-lo por perto, mas era algo bom. 

— Bater pra quê, né? — eu disse.

— Verdade, está trancada por fora, mas quis ser educado ué, vai que você estava ocupada.

— Como se eu pudesse escolher se vocês entram ou não.

— Você está chateada?

— Não, não. Só não posso fugir disso...

— Mas está tudo bem com você?

— Sim, deu uma arrumada nos curativos pra mim, antes de ir.

— Isso é perigoso, tenha cuidado.

— Eu sei, da próxima vez vou ser mais cuidadosa ao entrar em locais desconhecidos.

— Não falo disso, eu falo do fazer os curativos.

E gargalhadas surgiram. Era tão simples, tão fácil conversar com ele. Não que com os outros meninos seja difícil conversar, mas com era diferente, parece que ele me entendia. Não digo que os outros não me entendem, mas é algo difícil de explicar. Eu simplesmente gostava de ficar ao lado dele.

— Você tá sentindo algo estranho ou está tudo normal mesmo?

— Tudo normal. — Ele pareceu um pouco aliviado, apesar de suas rugas na testa não sumirem tanto.

— Logo alguém trará o seu jantar e você poderá descansar. — Fiz menção de falar algo, mas logo desisti. — O que foi?

— Não, nada não.

— Diga-me, por favor.

— É que... O que eu vou fazer amanhã? Aqui... 

— Sozinha — ele completou o que eu não teria coragem de completar —, quando eu arrumar um tempo de folga eu venho te visitar amanhã.

Eu comecei a rir sozinha.

— O que foi?

— Eu sou patética, não? Parecendo uma criancinha solitária que precisa de companhia pra brincar.

— Não fala assim, é normal. Você está passando por tensões ultimamente, eu imagino como será ruim passar o tempo todo trancada num quarto assim. Você precisa ser forte e eu vou te ajudar.

— O-obrigada — parece que foi a primeira vez que suas palavras foram além de sua gentileza.

— Não por isso, certo? Somos amigos, aposto que os outros virão também.

Isso era a única coisa que me tranquilizava, mesmo que pouco, saber que eu tenho pessoas a minha volta que se preocupam comigo depois de tudo que vem acontecendo. Mesmo que isso não pareça bom, pelo medo de perdas, eu farei tudo para mantê-los a salvo, sem me colocar em problemas novamente. Percebi que ele estava me fitando e sorri.

— Boa noite, .

— Boa noite, .

Ele saiu, trancou a porta e deu um aceno pelo buraco que havia nela.

Deitei na cama e estava quase cochilando quando ouvi uma batida na porta, deveria ser a comida, mesmo cansada eu estava morrendo de fome, poderia até comer aquela gororoba pensando que fosse pizza. Quando fui até a porta para pegar a comida fiquei surpresa, era Gajeel quem estava lá.

— E aí, caçadora de problemas, está aqui o seu jantar. — Irritante... Eu não precisava daquilo pra me sentir mais mal.

— Isso não aconteceu porque eu quis, me dê a comida e vá embora.

— Ok, bravinha, toma. — Peguei a comida e virei de costas, quando o ouço fazendo um barulho me chamando novamente. — Te espero nos treinos daqui a alguns dias — disse com um sorriso sincero e deu de costas. Nunca pensei que palavras tão simples pudessem ter grandes significados. Gajeel era uma caixinha de surpresas. Cara estranho, mesmo sendo tão rude ele tem um jeito de parecer se importar. Comi todo o conteúdo da latinha e deixei perto da abertura que tem na porta, deitei e dormi imediatamente, sem pensamento algum.

 


N/A Tatt: E aí gente! Estão gostando? Espero que nada de estranho aconteça com a PP! Imagina, nascer um terceiro braço, um novo olho? Ahauha. Não esqueçam de comentar, isso nos motiva muito! E quem quiser saber quando a fic att é só deixar o twitter ai nos comentários que eu vou seguir para avisar! Beijos @f0rnazari

N/A Pri: O que vocês estão achando da fanfic? Comentem para sabermos a opinião de vocês e nos interagirmos também! :3 Qualquer dúvida me chamem no twitter: @baungarte


 

CAPÍTULO 7
Vampire Money

 

O dia passou mais lento que o normal. Sempre dizem que quando você não faz nada de interessante o tédio toma conta, o relógio prega peças em você; pois é, eu acredito nessa teoria, além de pensar que isso tudo faz parte da minha mente, mas estou tentando conviver com o fato de que fiquei conversando mentalmente comigo mesma. Eu estava preocupada, o que será que viria a seguir? Eu não posso e não quero virar um espantalho, além de não estar sentindo nada no momento, eu não sei nada em relação à “transformação”, não sei se acontece de uma hora pra outra ou se a vítima fica dias agonizando. Pois é, estou aqui com tais preocupações, já é tarde da noite e ninguém veio me visitar, a não ser pela mulher da cantina que veio trazer minha comida — dessa vez Gajeel não apareceu — e o doutor que mediu minha pressão e minha temperatura. Não que eu esteja reclamando, em um mundo como estamos hoje em dia é uma honra estar aqui, é muito difícil se manter fixo em um lugar, e, principalmente vivo.

Eu só queria saber o motivo do não ter me visitado, não que eu esteja mimada, eu só estou preocupada, pois ele disse que viria, ou que outra pessoa viria. Será que algo aconteceu? Talvez ele tenha tido uma missão muito cansativa e agora está descansando, vou acreditar nessa hipótese.

Passaram-se alguns dias, e cada dia se tornava mais e mais cansativo, eu não estava mais preocupada apenas com não ter me visitado, ninguém, nenhum dos killjoys haviam vindo me ver. Eu estava começando a achar essa situação um tanto estranha, não é como se fossemos desconhecidos. Será que aconteceu algo com eles? Será que estava acontecendo algo comigo? O médico vinha todos os dias para analisar meu estado, mas eu não notei nada de anormal, ele não teria mentido sobre meu estado. Não sabia por que estavam me mantendo aqui por tanto tempo, se eu não havia sofrido nenhuma mudança. Talvez estivessem realizando testes a mais, mas ninguém me informava de nada, apenas entravam, faziam o que era necessário e saiam. No segundo dia, junto com o almoço eu recebi alguns livros surrados, não sabia quem havia os colocados ali, se foi mesmo alguém da cozinha que quis me ajudar a passar o tempo. Fiquei pensando sobre os meninos, se algo tivesse acontecido provavelmente alguém iria me informar, pois eu estava sempre perto deles depois que vim para cá, a última coisa que eu quero é que eles estejam em perigo ou feridos. E isso tudo acontecia fazia um pouco mais de uma semana, se minha contagem dos dias estava certa. Disseram-me que seria apenas quatro dias para realizar os testes e se estendeu para mais de uma semana. Não sabia mais o que pensar.

Era de manhã, eu estava distraída com um livro até que a moça da cozinha me chamou e entregou meu café da manhã.

— CAFÉ? — Eu disse, um pouco assustada, pois nos dias atuais era muito difícil encontrar tais coisas.

— Sim, você não gosta?

— Eu gosto, é que...

— Ah, sim, os killjoys acharam um supermercado quase que intocado nessas últimas missões, então estamos com o estoque cheio. — A moça da cozinha disse, com os olhos brilhando.

— Hmm... — Killjoys, isso queria dizer que eles estavam ativos nas missões.

— Depois alguém virá buscar a bandeja, até mais.

Acenei como despedida e sentei na cama com a bandeja no meu colo. Fiquei um tempo analisando a xícara de café, era um aroma tão bom, lembrava o café que meu pai deixava pronto todos os dias de manhã, quando os dias eram normais. Mas será que esses dias anormais não estavam acontecendo antes mesmo de eu imaginar? Essa xícara de café estava me lembrando dum episódio, sim, um episódio que ocorreu um pouco antes do meu acidente, como eu pude me esquecer disso?

-Flashback-

Como é bom estar em casa, tinha acabado de chegar de viajem na casa dos meus avós, o aeroporto estava lotado por alguma razão que eu desconhecia, pois não era feriado, e havia policiais por ali, mesmo assim tudo parecia estar tranquilo. Liguei pros meus pais virem me buscar, pois o aeroporto era em uma cidade vizinha a minha, uns 70 km. Enquanto esperava, fui tomar um café e comer alguma coisa. De repente ouvi um barulho que parecia ser uma briga em um local do aeroporto perto de onde eu estava, os policiais pegaram um sujeito estranho, não consegui ver direito, pois estava se formando um “formigueiro” de pessoas, típico nas brigas. O sujeito estranho tinha um símbolo na sua camiseta que não me era estranho, oh sim, o símbolo da BL/ind. Eu não gosto de brigas, e procuro não ficar perto quando acontece uma, fui a uma área mais calma e ali fiquei esperando meus pais. Decidi ligar pra minha amiga Diana, dizer que estava de volta e perguntar as novidades. Ficamos exatos vinte minutos e cinquenta e um segundos no celular, operadoras inteligentes que me permite falar muito tempo e cobrar pouco, disso que eu sempre precisei. Minha cidade era pequena, não havia muitas novidades, minha amiga finalmente conseguiu ficar amiga do garoto que ela gostava e essa noite teria uma festa na cidade, uma festa do carinha popular do colégio, Adam Steves. Minha amiga disse que estávamos convidadas, eu realmente estava muito cansada da viagem, mas em cidade pequena é assim, nunca tem festa; quando tem, temos que aproveitar. Em torno desses pensamentos meus pais me ligaram, haviam chegado.

A viagem de carro de volta pra casa foi até tranquila, mas eu realmente odeio estradas com buracos, elas não me deixam dormir. Não havia conversado muito com meus pais no carro, apenas contado alguns detalhes da viagem. Quando cheguei à minha casa, não teve sensação melhor, tão bom estar em casa, e adivinha, fui correndo para o computador; acessar minhas redes sociais, era o que eu mais precisava. Depois de meia hora no computador, eu saí, pois eu precisava arrumar algo pra vestir, tinha muita roupa suja da viajem, teria que vasculhar o guarda-roupa pra achar algo legal. Como seria festa dos “populares” da cidade, eu peguei um vestido, mas não era nada “frufru”, era confortável, e assim, procurei um salto qualquer que ficava bom com o vestido. Liguei para Diana e combinamos o horário certinho, ela iria passar na minha casa. Tomei banho, me arrumei e fiquei aguardando minha amiga passar em casa, claro, estava esperando em frente ao computador.

Diana chegou, despedi dos meus pais e avisei que não chegaria cedo, dependendo de como estaria a tal festa. Eu era uma boa pessoa, meus pais confiavam em mim, não era como se eu fosse a uma festa dessas e ia voltar grávida de lá. Se bem que no meio de tanta piranha que ia nessas festas eu me sentia um anjo. Chegando ao local da festa eu poderia supor que seria uma boa festa, no sentido de não faltar nada. Se havia uma lista de "coisas que precisam pra ter uma festa perfeita", essa festa marcaria todas ou quase todas as opções. As garotas que chegavam, ajeitavam seus cabelos para trás, talvez fosse um código pra chamar atenção dos garotos; já os garotos, chegavam arrumando seu colarinho, tsc, playboys. Claro que nem todos eram assim. Mas o que mais chama atenção nessas festas são “as pílulas”; não somente nessa festa como em todas, elas estão sempre presente, e o pior é que não são proibidas, e é claro que são drogas; logo na entrada, oferecem pílulas como se fossem doces.

E a turma dos populares chegou. Adam Steves já estava na festa, a casa é dele, aliás; mas seus amiguinhos chegaram dentro de um Volvo; de seus pais, é claro. E a festa começou a rolar, não vou dizer que não era boa, era sim, as músicas eram bem escolhidas, havia bebidas a vontade, mas o que mais me intrigava é que eu não sabia se as pessoas estavam felizes por conta própria ou se eram por causa das pílulas, qualquer problema hoje em dia, a solução era usar as pílulas, cheguei a ouvir de um desconhecido “remédios não ajudam, mas com certeza são engraçados”. O quê? Pensando seriamente, será que algum dia eu terei que me render a eles para escapar deles? Acho que vai chegar um momento que vou ficar louca por todos estarem usando e vou querer me curar disso com isso. É realmente um problema.

Eles usam isso pra fazer e pessoa ser mais feliz, mas não é óbvio que usando isso eles estão se autodenominando infelizes? As pessoas sabem que tem algo estranho acontecendo, mas não ligam. O pior é quem as fabrica, claro que tem muitas empresas contra a Better Living Industries, e pessoas; eu fico pensando aonde vai todo esse dinheiro, dinheiro de vampiro, sim, ele é sugado das pessoas e elas se sentem bem com isso. E isso foi o que aconteceu antes do tal acidente, foi a última vez que vi essas pessoas, última dia de um dia “normal”.

-Fim de flashback-

! !

— Ahn? Oi! — Era me chamando pela porta.

— Cuidado! — Derrubei a xícara de café no meu colo, estava muito quente. Ele entrou e foi tentar me ajudar.

— Não é perigoso você entrar aqui? E se eu estiver virando um deles?

— Você se queimou? — Ele estava tentando me limpar com um tipo de lenço que ele tirou do bolso. Pergunto-me quem nessa época ainda andava com lenços.

— Onde estão os outros? Vocês sumiram de repente, ninguém veio mais me visitar.

— Você tem que passar água fria nisso, queimaduras são irritantes.

— Você não vai me responder, não é mesmo?

— Você também não está reagindo as minhas perguntas.

— Eu perguntei primeiro, e, aliás, eu estava preocupada com vocês.

— Desculpe, é que eu não queria te preocupar. Aliás, boas notícias estão para chegar a você.

— Sério? Conte-me tudo!

— Primeiro vamos lavar isso, venha. — foi me empurrando para o banheiro daquela sala, abriu o chuveiro, colocou minha mão no seu ombro de modo que eu me apoiasse nele e apontou minha perna para o chuveiro.

— Obrigada, mas você não precisa fazer isso, eu posso fazer sozinha.

— Quem garante que você ia lavar isso?

— Eu iria limpar, pelo menos.

— Isso não quer dizer que você ia ficar um tempo embaixo da água fria.

— Ok, supervisor, você venceu!

— Haha. — Ele deu um sorriso muito agradável, nunca tinha percebido que seu sorriso era agradável.

Depois de terminar de lavar minha perna, peguei um short e pedi licença pra trocar dentro do banheiro, pois o outro estava todo molhado. Quando saí, estava sentado na cama, com olhar vago.

— Eu pensei que você já tinha ido.

— Eu disse que ia te esperar.

— Eu não ouvi.

— Na verdade eu não disse, mas eu quis te esperar.

— Então você vai responder as minhas perguntas?

— Não todas.

Eu fiquei um pouco triste, eu queria saber o que estava acontecendo, estava sem notícias, sem ideias do que se passava lá fora. Maldito espantalho.

— Eu vou te contar o que pode ser a sua possível boa notícia, pode ser? — Ele reparou que eu estava pensativa, talvez ele tenha ficado com pena de mim.

— Desembuche logo.

— Parece que depois de todo esse tempo, o vírus ainda não se manifestou em você, pode ser que você é um pouco mais forte contra ele, ou que ele nunca entrou em você. Pode ser que daqui alguns dias se nada de estranho ocorrer, vão te liberar.

— AAAAAAh, isso é uma ÓTIMA notícia, obrigada.

Eu estava muito feliz de poder sair daquele cárcere logo. Parece que eu era refém de bandidos, mas eu sabia que era por uma boa causa.

— Eu tenho que ir. — de repente se levantou, saiu e fechou a porta.

— Posso te fazer mais um pergunta?

— Depende.

— Os outros estão bem? — Desviei o olhar dele.

— Sim, está bem, ele só está muito ocupado. — Olhei feio para ele.

— Não foi isso que eu quis dizer...

— Sim, sei, tenho que ir porque tem muitas coisas acontecendo lá fora, logo você ficará por dentro dos assuntos, até mais. — Falou logo fechando a porta.

— Volte logo! Traga notícias, por favor. — Ele se virou para o buraco da porta e lançou um sorriso.

Isso estava muito estranho, algo estava acontecendo, só queria descobrir o que.

Nada aconteceu de diferente durante o dia todo, fui tomar um banho para depois dormir. Acabei tendo um pesadelo estranho, onde eu estava me escondendo atrás de algumas pedras quando alguém da BLi me encontrou e mirou uma arma na minha cabeça, eu acordei. Olhei para o buraco da porta e parecia que havia alguém, mas quando eu olhei, sumiu completamente. Parecia ser ele. Levantei tão rápido que nem me dei conta quando já estava olhando pela porta, a pessoa sumir pelo corredor.

— Ei! – Gritei. — Tem alguém aí? — Mas instintivamente tampei minha boca, pois era noite e as pessoas estariam dormindo.

Nenhum som de resposta, ninguém voltou para dar algum sinal de vida. Suspirei. Sentei na cama tentando imaginar quem seria, ou eu estava tão louca por alguém — ele — aparecer que estaria imaginando coisas? Whatever. Deitei e tentei voltar a dormir. Quando de repente, ouvi um barulho na porta. Foi tudo tão rápido, passou como um flash na minha frente. abriu a porta, acordei e então sentei na cama, ele me abraçou tão forte, ainda não sei se era um sonho ou se era realidade. Eu estava entorpecida pelo seu cheiro, finalmente o senti e finalmente eu poderia saber o que estava acontecendo. Bom, nem tudo.

— V-você... — Foi o que por hora eu consegui dizer.

— Me desculpe não poder te ver antes, nem era pra eu estar aqui, não consegui evitar. — Continuávamos abraçados.

— O que está acontecendo? Por que você não veio antes?

— É complicado.

Separei-me do abraço e olhei em seus olhos, estava tentando tirar uma resposta só de olhar nos seus olhos, mas não conseguia.

— Por quê? Eu só quero saber, por quê?

— Desculpe, mas eu tenho que ir.

— Será que me responderia se eu perguntasse? — disse instintivamente, mas parece que ficou um tanto nervoso.

— Eu vou te contar, quando a hora chegar.

— Por que eu sou sempre a última, a saber? Maldito espantalho. — Essa vem sendo a minha frase preferida “maldito espantalho”. — Eu só queria saber um pouco, UM POUCO do que está acontecendo.

— N-não chore. — então limpou minhas lágrimas que até então eu não sabia que existiam, elas caíam lentamente sem eu saber por quê.

Nossos rostos estavam muito perto. Eu sentia sua respiração em meu rosto, seu olhar no meu, meu coração batia em um ritmo acelerado e sua mão estava tocando lentamente meu rosto.

 

~Continua~


N/A Pri: Hmmm, o que será que vai acontecer depois disso? Façam suas apostas! Temos uma novidade, vamos liberar um grupo pra fanfic, podemos discutir melhor os capítulos e contar quando vai ter atualização :3 @baungarte

N/A Tatt: E aí, gente! O que estão achando da fanfic? Confesso que ultimamente tem estado difícil de ter inspiração (as aulas voltaram, último ano da faculdade, muitos trabalhos), mas farei o possível pra estar sempre atualizando. Ah, temos uma surpresa! Iremos liberar o grupo da fanfic, quem quiser participar é só clicar no link ali em baixo! E continuem nos deixando seus twitters. Beijos a todos, @f0rnazari

Link do grupo: https://www.facebook.com/groups/dangerdaysfanfic/


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15 comentários:

  1. QUE ISSO?!!! O PROPRIO THE WALKING DEAD kkkkkk Amei esse cap!! QUERO mais,rápido OK??? Muito bom!!!! Parabéns moças ^•^

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  2. A gente se inspirou um pouco em TWD no começo! Mas você vai perceber com o andamento da fic que se trata de outro assunto, haha. Enviaremos o segundo capítulo em breve, fico feliz que gostou <3

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  3. Isso sim é um apocalipse!! Rsrsrs Ta ficando TOP d+ Esperando o proxm ^•^

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    1. Pode deixar, já enviamos o capítulo 3! Se quiser passar o seu twitter, eu a Pri vamos te seguir e avisar sempre que houver att! Beijos ♥

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    2. Oh!! Sim é @agoliveirabsb eu vou seguir de volta ^.^ Bjo

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  4. OMG! Como vcs podem fazer isso com a gnt, suas autoras sem coração?!?! u_ú Esperando o próximo capítulo pra ontem! /apanha

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  5. OHHHHHHH Quem está faltando? Oppa,não nao! Pior que coloquei meu bias tudo kkkkkk Obg por me avisarem antes! Vou esperar o prox ^•^

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  6. NYAAAHHH COMO ASSIM NAO ME AVISAM D CAO NOVO??! Um quase beijo foi top!! Ai neh core não aguenta! Cada dia melhor! Continuem #FIGHTING

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  7. Quase morri no final do capítulo 5! kkk Altas emoções! E esses "quase beijos" estão me matando! xD Ansiosa pelos próximos capítulos!!

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  8. TA D ZOA NEH?? QUANTOS NERVOS EM DOIS CAP.?? MORRI AQUI. (tenho q parar s escrever com letras grandes. parece q estou brigando com vcs rara) Esperando o prox. #FIGHTING

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  9. TA D ZOA NEH?? QUANTOS NERVOS EM DOIS CAP.?? MORRI AQUI. (tenho q parar s escrever com letras grandes. parece q estou brigando com vcs rara) Esperando o prox. #FIGHTING

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  10. Um palavra define este Fanfic..." Perfeição" parabéns, ansiosa aqui pela continuação!!!

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  11. Já já iremos enviar o capítulo 7, gente! Quem quiser participar do grupo enquanto isso, aqui está. https://www.facebook.com/groups/dangerdaysfanfic/

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  12. OMG! Vocês não irão continuar? Amei<3!

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  13. MEU DEUS CONTINUA ISSO POR FAVOR NUNCA PEDI NADA

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