OTHER: Erase, by Nana Leles


Erase

 

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ERASE
by Nana Leles


Eles se amaram insanamente, no entanto, a vida lhes dera destinos diferentes. Mas o que fazer com todo aquele sentimento que permanecia no coração de cada um deles? A única solução era apagar.
Gênero: Drama, Romance
Dimensão: Oneshot
Classificação: Restrita
Aviso: Fanfic baseada na música Erase da Hyorin com o JooYoung, seria legal a ouvirem enquanto leem.

Beta: Nikki

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ERASE

Era ela.

Ele teve certeza assim que viu os cabelos longos, repicados caindo sobre as costas parcialmente nuas, e de repente o copo repleto de whisky em sua mão direita havia se esvaziado. Sua garganta ardeu, mas sabia que não se tratava do álcool. se perguntou porque diabos a vida tinha que ser tão irônica e maldosa.

Depois de tanto tempo, estava ali, bem na sua frente, de novo.

Ela que havia sido o amor de sua vida por tanto tempo, a mulher que achou nunca ser capaz de esquecer, por quem jurou amor eterno mesmo depois de tudo o que acontecera com eles. Depois de um tempo, ele pensou que nunca mais ia vê-la, por isso havia aceitado seguir em frente, e agora, ali, cinco anos mais tarde estava tão perto.

Não, eles estavam realmente longe.

Talvez, naquele momento, eles nunca estiveram tão distantes. Ela, de costas para ele, conversava com alguém aleatório enquanto carregava um drink qualquer em suas mãos. Ele balançando o copo vazio entre seus dedos, um deles adornado por uma grande aliança de prata que, em uma semana, se transformaria em uma de ouro.

ia se casar em sete dias e o destino fora maldito e irônico o suficiente para trazer até ele no dia de sua despedida de solteiro.

Ele pensou em se levantar e ir para casa sem ninguém perceber antes que o visse ali, porém seus pensamentos não puderam nem ser concluídos, pois ela se virou e, inevitavelmente, seus olhos se encontraram. A garota não teve reação a princípio, apenas ficou parada fitando-o como se isso fosse resolver algo, ele não se moveu. engoliu seco e foi até ele a passos torturantes.

— Há quanto tempo? — Foi o que ela disse ao se encostar no balcão, colocando ali seu drink.

— Sim... — Ele disse em um tom baixo fitando o nada.

Silêncio.

Nem um sabia muito bem o que falar, depois de tanto tempo... Ele a fitou e sorriu.

— Você... Mudou muito. — “Mas mesmo assim fui capaz de te reconhecer com um olhar”.

— Você acha? — Ela riu baixinho. — Pois você parece o mesmo.

— Tem certeza? — A voz dele soou mais profunda, amarga. Ela sabia que não deveria ter dito aquilo, mas era o que pensava.

 “Ainda é o cara pelo qual me apaixonei”

— Não sei... O que tem feito?

— O de sempre. — Ele deu de ombros. — Trabalhado bastante, saído com os caras algumas vezes... E você?

— Posso dizer o mesmo. — Seus olhos queriam fugir dos dele, ela fitou o balcão e por um infortúnio encontrou a mão que segurava o copo de whisky e o anel de prata brilhou ao seus olhos como se zombasse de sua cara.

percebeu o olhar da garota e não conseguiu evitar esconder a mão que denunciava o que realmente esteve fazendo. estava sem palavras, não era assim que planejara seu encontro com ele, não mesmo. Mas quando as coisas iam de acordo com o planejado? Nunca. Ela riu com escárnio, de si mesma e de sua pateticidade.

Claro que um homem como não ficaria solteiro esperando por ela!

Ela estava se sentindo tão burra... Estava envergonhada por ter tido esperanças naquela relação.

No final, eles não eram tão fortes assim.

Mas não o culpava. Jamais. A responsabilidade era toda dela, afinal, fora ela que sumira no mundo alegando que queria uma chance de construir uma carreira digna da dele e quando finalmente havia consolidado seu nome como jornalista, sua chance havia se esvaído.

Ela não podia suportar tão facilmente. Então, levantou os olhos antes que eles lacrimejassem e sorriu.

— Foi bom vê-lo de novo. — Ela disse, abandonando o copo e parte de seu coração naquele balcão.

não teve tempo de se despedir, apenas olhou para baixo segurando fortemente o copo vazio e murmurando xingamentos baixos. Aquilo não podia ficar assim, eles não mereciam aquele final. Por isso, o rapaz se levantou e não pestanejou em seguir o mesmo caminho que a mulher antes traçara.

(...)

lutava bravamente contra suas lágrimas, não queria se tornar ainda mais estúpida. Ela respirou fundo saindo daquele lugar. Se perguntava porque diabos ela foi àquele lugar. E ? Porque ele não lhe contara o que a esperava?

Era óbvio.

Primeiramente, ela não o deixara falar. Assim que o amigo dissera que estaria no local ela se prontificou a ir, mesmo mediante as palavras de .

, as coisas não são como eram antes. Não se precipite, ou vai se machucar.

Doía saber como o rapaz estava certo. Porém, naquele momento a única coisa que ela queria era chegar em casa e se embebedar com seus vinhos mais vagabundos para que acordasse com uma dor de cabeça tão forte que a impedisse de pensar em qualquer coisa. Isso incluía .

Entretanto, seus planos de ressaca foram destruídos quando sentiu seu braço ser puxado. Seus olhos encontraram primeiro o rosto levemente corado de e depois os dedos que a seguravam com força e, por fim, aquele maldito anel zombeteiro. Sua garganta fechou, e indagou se a noite não podia ficar pior. Ela não era obrigada a se submeter àquele tipo de situação humilhante.

— O que você quer agora, ? — Ela perguntou com um quase desespero.

— Conversar. Apenas isso. — Ele a soltou devagar, dando um passo para trás.

— E o que temos para conversar?! — Ela parecia um pouco desesperada, mas já estava impossível conter aquela avalanche de sentimentos.

— O que temos pra conversar?! Você está me zoando, só pode! — bagunçou os cabelos, como sempre fazia quando ficava nervoso. — Que tal conversarmos sobre como você foi para os Estados Unidos e nem sequer me deu notícia!?  Não mandou uma porra de uma mensagem falando que estava viva! NADA!

— E do que adianta falarmos disso agora? Pelo visto, você já superou a nossa situação! — Ela descarregou todas as palavras que a sufocavam. — , eu só quero ir pra casa.

— Não. Eu não quero que nossa história acabe assim, ! — Era a primeira vez que ele dizia o nome dela naquela noite.

— E ela já não acabou?

— Me diga você.

Eles se encararam por alguns segundos até ela soltar um longo suspiro.

— Okay, mas onde vamos conversar?

— Meu carro está no estacionamento.

(...)

Silêncio.

estava sentada no banco do passageiro com os braços cruzados, estava esperando qualquer palavra dele, uma explicação para o fato dela estar sozinha com ele naquele carro enquanto sua namorada estava, possivelmente, lendo um livro em casa.

Ela suspirou fundo.

— Do que quer falar?

— Porque você me deixou?

A pergunta que ela mais temeu todos esses anos. já havia ensaiado várias respostas milhões de vezes, mas sabia que nada seria suficiente então decidiu apenas contar a verdade.

, o que eu era quando nos conhecemos? Uma simples estrangeira que veio para a Coréia achando que minha vida ia mudar, que ia ser bem sucedida em tudo e que voltaria rica para a minha família, mas que no final acabou sendo uma bibliotecária dançarina nas horas vagas. — Ela mordeu o lado inferior. — Você sabia que meu sonho sempre foi ser jornalista e... Quando eu te conheci isso ficou ainda mais forte. Eu conheci alguém que treinou durante anos para chegar aonde chegou, que com muito esforço alcançou um belo status. Acha mesmo que as pessoas iam me aceitar do seu lado se eu fosse uma pobre bibliotecária?!

— Então você decidiu sumir para ganhar status?! Pensei que era mais madura do que isso, .

— Claro que não é assim, ! — Ela gritou, indignada. — Eu queria perseguir meu sonho assim como você fez! Mas eu nunca iria conseguir te deixar e relacionamentos à distância nunca deram certo!

— Poderia ter dado certo com a gente!

Ela riu com ironia.

, lembra o quanto nós brigávamos enquanto estávamos aqui? Imagina a quilômetros de distância. Eu não fui pra Busan, eu fui para Nova York!

Ele se calou por alguns momentos, não podia julgá-la por ir atrás de um sonho. A verdade era que ele sabia de seus motivos, a entendia como ninguém, mas não podia aceitar ser abandonado pela mulher que amava.

— Me desculpe.

sentiu a vontade de chorar aumentar com aquelas duas palavras. Porque ele tinha que fazer isso? Quem ali tinha culpa? Ela podia ter mantido o mínimo de contato possível com ele, mas não quis porque sabia que seria doloroso demais. Se perguntaria o tempo inteiro o que ele estaria fazendo, se estava comendo, onde estava indo. Aquilo não faria bem para nenhum dos lados.

— Por que está me pedindo desculpas, ? — Ela fitou o colo, as mãos se entrelaçaram tentando ganhar força para prosseguir com seu discurso. — Não é culpa de ninguém termos acabado assim. Eu tinha um sonho e você outro. Eu tinha que ir para NY estudar e você tinha que continuar com a sua carreira no .

— Eu pensei que nunca ia voltar...

— Está tudo bem...

— Droga, ! — Ele socou o volante. — Não está! Estou noivo! Vou me casar em uma semana!

Por aquela ela não esperava.

fitou , desesperada. Sua garganta se fechou e o ar não parecia conseguir entrar em seus pulmões. Já não tinha controle suficiente, por isso deixou uma lágrima escapar de seus olhos e descer lentamente até o queixo. Sua boca tinha um gosto amargo e seu coração batia forte. Quando percebeu sua situação, fitou o colo, envergonhada, mais uma vez, de seu comportamento patético.

— E-Eu não te julgo... Eu... Eu sei que não podia te fazer esperar por mim.

— Eu esperei por três anos...

— Nada do que dissermos agora vai mudar o que já aconteceu. — Ela o fitou e ele sentiu uma enorme dor no peito. Aquele olhar era diferente de todos os outros. Ele ainda não estava preparado para aquilo.

Aquele olhar lhe dizia adeus.

— Acho melhor eu ir para casa — ela disse.

— Eu te levo.

— Não precisa, posso pegar um táxi.

— Não, eu faço questão, está muito tarde. — Ela não tinha forças para discutir.

Ela não disse, mas por algum motivo ele sabia que era o endereço de sempre. não se atreveu a perguntar o porquê dele ainda se lembrar do caminho, mas estava farta de pensar naquilo. Nos dois.

Ele estacionou na rua pequena e escura em que ela morava. Na época em que namoravam era bastante conveniente, nenhuma de suas stalkers ou paparazzis gostavam de frequentar aquele lugar. O típico medo por preconceito que, no caso, os ajudou a manter um relacionamento secreto por muito tempo.  Entretanto, já não entendia porque ela continuava ali.

— Você não se mudou mesmo...

— Não tive tempo para procurar outro apartamento. — Ela deu de ombros. — Além do mais, gosto desse lugar.

— É nostálgico. — sussurrou para si mesmo.

Lembrou-se das milhares de vezes que foi até aquele lugar encontrá-la. Passavam as tardes juntas conversando, assistindo todo tipo de programa televisivo, rindo quando ele aparecia em algum canal, fazendo amor...

Ela fechou os olhos por alguns momentos e respirou fundo.

— Já vou indo... — Ela mencionou sair do carro, porém a mão dele o impediu. “Merda” Ela pensou.

— Eu senti tanto a sua falta, . — Ele puxou seu braço para mais perto, seus olhos estavam turvos, mais escuros que o normal, ela sabia que não estava raciocinando direito, estava seguindo suas emoções, o que não ajudava em nada para nenhum dos dois.

— Pare de dificultar as coisas, . — A voz dela era suave, mesmo com toda aquela dor envolvida, seu nome parecia ser único quando pronunciado por ela.

Ele se aproximou e a fez encará-lo. Seu olhar era decidido, sentiu aquele jeito inconsequente e idiota dele de quando se conheceram voltar à tona.

— Eu não estou pronto para te deixar ir, . — Ele disse antes de avançar até ela e tomar seus lábios.

Ela cedeu, como sempre fazia. não tinha poder para lutar contra ele. Deixou-se levar pelas mãos que acariciavam seu rosto, pelos lábios que se moviam contra o seu apaixonadamente naquele beijo que só ele sabia dar. Não resistiu em passar a mão pelo rosto do rapaz, relembrando da maciez daquela pele, seguiu pelos cabelos negros levemente bagunçados, ela adorava aqueles fios.

se sentia nas nuvens, por quanto tempo sonhou com aquilo? Tê-la de volta em seus braços quando já tinha perdido as esperanças e acreditava que nunca mais ia vê-la ou beijá-la. Ele não queria deixá-la escapar, não depois de tanto tempo, não depois de tanta saudade.

não queria apagá-la, afinal.

... Me deixe ir... — Ela pediu contra a própria vontade quando se separaram.

Ele passou a mão pelo rosto dela afastando a franja de seus olhos e a segurou pelo queixo.

— Posso te deixar ir amanhã?  Posso passar uma última noite com você?

Aquilo estava longe de ser certo, mas para tudo sempre foi muito errado. A única certeza que ela tinha naquele momento era que queria loucamente passar a noite com ele, e filmes com conversas estavam longe de seus planos. Por isso, ao invés das palavras escolheu os atos, puxou o rosto dele contra o seu e ignorou todo e qualquer princípio ao beijá-lo com muito mais amor do que gostaria.

Ele se sentiu aliviado ao receber aquilo e a quis mais perto. Mesmo com toda dificuldade que o espaço pequeno de um carro possuía, ele conseguiu trazê-la até seu colo. Ela se sentou em seu colo e logo sentiu os beijos dele em seu pescoço, as mãos passeando pelo seu corpo, tocando-a nos lugares mais precisos. Não havia dúvida. Ninguém a tocaria daquela maneira.

segurou o rosto do rapaz para beijá-lo. retribuiu envolvendo-a em um abraço, enquanto ela se remexia em seu colo, ele a apertava em seus braços. Como ela podia continuar tão linda? Parecia que aqueles anos só a fizeram bem, ela ainda tinha o mesmo toque, suave e provocante. Ele estava enlouquecendo aos poucos. Um pouco mais. sempre fora louco por ela, de qualquer forma.

Eles se olharam.

Lábios inchados, cabelos bagunçados caindo por um lado do corpo, olhar felino. estava estupidamente sexy daquele ângulo.

— Vamos subir — ela disse e, em segundos, ela já havia pulado do carro. Olhou em volta conferindo se estavam mesmo sozinhos. O descuido para uma estrela do nível de era fatal. caminhou sozinha até o prédio, mas sabia que viria logo depois, vestido de um boné preto e uma máscara hospitalar.

Não esperou muito para que ele entrasse em seu apartamento, já a atacando com os lábios. Ela grudou no corpo dele como se sua vida dependesse daquilo e, naquele momento, era como se dependesse. Beijavam-se com luxuria, ele já procurando o fecho do vestido para finalmente libertá-la.

O tecido desceu pelo torço dela até chegar ao chão e, mais uma vez, ficou encantado com aquele corpo de curvas perfeitas. Tocava-a com toda a devoção que ela merecia, dos seios às coxas, era tudo tão perfeito que ele se perguntava se aquilo era real ou se era mais um de seus sonhos em que ela voltava. Mas quando ela gemeu seu nome baixo, ele soube que era verdade.

Não soube se controlar.

Mais uma vez, eles arderam e tudo fora rápido demais. Ele já estava sem calças e camisa, ela apenas com uma calcinha de renda, enquanto recebia beijos, chupões e mordidas que a fariam se lembrar daquela noite por bons dias. não tinha pudor, uma hora a tocava nos seios, outra descia sua mão para o meio das pernas dela aproveitando ao máximo cada curva, cada volume.

, em seu incrível autocontrole, não quis marcá-lo — não queria arranjar-lhe mais problemas. Mas sentiu-se tentada a passar as unhas por todo o abdômen rígido, pelas costas largas deixando marcas vermelhas que sumiriam pela manhã.

Quando, finalmente, chegaram ao quarto, ele estava completamente duro. Ela, terrivelmente molhada. Sentiam a excitação um do outro em seus dedos. Já não podiam aguentar nem mais um segundo daquela tortura. Fora ela quem o derrubara na cama, pondo-se por cima, tirou primeiro a cueca dele e depois a própria calcinha. observava aflito cada movimento desesperado daquela mulher apenas esperando que ela fizesse o que ambos desejavam desde sempre.

o fitava nos olhos quando desceu seu corpo até o dele, preenchendo-se. mordeu o lábio contendo um gemido excitado, seu olhar preso no corpo que agora subia e descia no seu. As mãos dele firmaram-se na cintura dela e logo murmuravam insanidades das mais sujas. Vez ou outra ele passava a mão por todo o corpo dela, enquanto segurava-o pelos ombros ganhando o apoio para ir mais rápido, no entanto, aquilo já não parecia ser suficiente.

, então, agarrou-a pela cintura e rolou por cima dela. Não parou de se mover um segundo sequer, ia forte, rápido. Estavam próximos demais, ela sentia os cabelos já suados do homem roçar em seu nariz, os lábios dele beijavam seu pescoço enquanto ele a penetrava com tudo o que possuía. Ela o agarrava pela nuca trazendo-o sempre mais perto, como se o impedisse de ir. não queria que aquilo terminasse. Nunca.

Mas acabou.

Acabou quando ele a fizera chegar a seu ápice e viera logo depois. Cansado, ele deixou seu corpo cair sobre o dela. ainda o abraçava, fitando agora o teto branco e mofado daquele apartamento velho, esperando que ele dormisse, pela última vez, em seus braços.

Aquele quarto já tivera mais cores.

(...)

 Ele acordou primeiro, daquela vez. dormia ao seu lado como um anjo. Sua expressão era serena, como se não houvesse problemas, como se tivesse de volta cinco anos atrás. Mas não era assim. Mesmo assim não conseguia parar de sorrir. Ver o rosto dela lhe dava sensações tranquilas.

Olhou para o quarto bagunçado, não havia reparado antes, mas estava repleto de caixas, algumas abertas outras não, mostrando que ela estava ali há pouco tempo, talvez não tivera tempo de desembalar tudo aquilo. Talvez nem iria.

Ele suspirou voltando seu olhar para ela, as marcas que fizeram estavam vívidas em sua pele, ele não se orgulhava. Mas estava ligeiramente contente por dar-lhe mais uma vez um pouco de si mesmo. não sabia o que acontecia em seu coração, ele ainda batia forte por , porém havia agora outra mulher nele. , sua noiva.

Ele ouviu o barulho de seu celular tocando em algum lugar daquele apartamento, provavelmente a sala, se levantou e vestiu a cueca jogada no chão, fazendo o mínimo de barulho possível para não acordar . O aparelho vibrava no chão ao lado de suas calças, onde deveria estar anteriormente. Ele o pegou e o atendeu.

— Alô? Bom dia, . — Ele tentou ao máximo disfarçar a culpa em sua voz, entretanto não se senti realmente culpado. — Oh sim, não se preocupe. Estarei em casa em breve, bebi demais ontem à noite. Está tudo bem. Okay, até mais. Também te amo.

Quando desligou o celular, virou-se para o quarto. E como toda boa história de amor que dá errado, ela estava lá, parada na porta observando-o com um sorriso triste, coberta apenas pelos lençóis que eles amassaram durante a intensa noite que tiveram.

— Vamos nos arrumar. — Foi a única coisa que ela disse antes de entrar no quarto novamente.

Eles se vestiram em silêncio. tentando recuperar o resto da dignidade que tinha, ela estava se arrumando ao máximo, queria deixar aquele apartamento logo. A verdade era que já tinha outro lugar, mas ainda não havia criado forças para deixar aquele espaço tão cheio de memórias. Mas já era a hora.

estava sentado no sofá, a esperando. Ela estava linda quando saiu do quarto, usava um vestido de verão branco, o velho batom vermelho nos lábios, dessa vez, um pouco mais opaco. Observou-a se sentar ao seu lado e descansar a cabeça no sofá.

— O que a gente pode dizer nessas horas? — Ela disse como se pensasse alto, fitou-o.

, eu... — Ela não o deixou continuar.

, eu te amo. — Aquelas palavras, pela primeira vez, soaram como um milhão de facas atravessando o estomago dele. Nunca havia ouvido aquela voz tão melancólica. — Mas acho que sabe que não podemos continuar.

— Eu me pergunto por quê. — Ele sussurrou olhando para baixo.

— Eu também não sei ao certo — ela disse. — São muitas coisas. Nós não somos mais os mesmos.

— Mas o que fizemos ontem... Foi como naquela época.

— Sim, mas não estamos naquela época mais. — Ela se segurava, mais uma vez, para não se derramar em lágrimas, tentava manter um sorriso falso no rosto. Não queria terminar chorando, mesmo sabendo que aquilo viria mais tarde. — , você vai se casar e...

— Eu também te amo, . — Foi a vez dele de interrompê-la.

— E a sua noiva? Você também a ama?

— Sim, mas...

— É diferente, eu sei. — Ela suspirou fundo, porque ele insistia em complicar as coisas!? — , eu sou seu passado. Ela é seu presente e futuro. Não estou disposta a ser sua amante e muito menos a destruir seu casamento. Por mais que... Nos amemos, você acha que conseguiremos voltar a ser como antes? Nós brigávamos tanto... Seria diferente agora?

— Eu sei... Mas não quero te deixar ir. — Ele a fitou.

— Mas precisa.

Ele se calou. Claro que ela estava certa em cada palavra, como sempre. E então, o que ele faria com o amor que ainda sentia por ela? Esquecer? Se ele não conseguira fazer isso em cinco anos, como esperava que ele fizesse isso agora. E ela? Como ficaria? Pelo menos ela tinha como algum conforto e, apesar de tudo, ainda a amava.

— Eu sei o que está pensando, . — Ela disse, rindo. — Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem. Eu só vou precisar te esquecer, assim como você a mim.

— Parece que seu dom de ler a minha mente ainda não desapareceu. — Ele brincou.

— Pois é... , eu acho melhor você ir pra casa agora. — disse, sabia que não aguentaria por muito tempo. Aquela conversa já estava durando tempo demais, assim como aquela relação.

Ela tinha que colocar um ponto final em tudo aquilo.

se levantou esperando que ele fizesse o mesmo, a fitou e se ergueu ficando perto demais para uma despedida como aquela. Olharam-se por mais alguns segundos até a mão dela pousar-se em seu ombro e empurrá-lo em direção a saída.

, eu quero que você seja muito feliz — ela disse, se virando para ele, sua mão descansando em sua face.

— Eu também, . — Ele conteve suas palavras, ainda havia muita coisa entalada em sua garganta, mas ela não ouviria. Aquele era o fim.

acariciou seu rosto pela última vez e se aproximou selando os lábios dele devagar. Ele cedeu rapidamente, como sempre faria se ela o beijasse. Não tinha forças contra ela, de qualquer forma.

Eles sabiam que não esqueceriam um ao outro tão facilmente. Ainda havia muito ali, perguntas, respostas, sentimentos. Havia tanto...

Mas eles decidiram apagar.

Quando se separaram, os olhos se encontraram por uma última vez, mais tristes do que antes.

— Adeus, .

Ela passou o dedo pelos lábios dele apagando a última marca de batom que deixaria nele e o assistiu partir.

 

 

EPÍLOGO

Eu fui tão ingênua. E só agora tinha consciência disso.

Quando eu era pequena minha mãe sempre brigava comigo quando eu escrevia forte demais com o lápis. “Assim fica mais difícil de apagar se você errar”, ela dizia. Não sabia que poderia aprender isso de uma forma diferente.

Após dois anos, nunca imaginei que o reencontraria assim, numa cafeteria. Foi divertido como uma cena de novela. Quando entrei cegamente no lugar com a intenção de pegar o meu café o mais rápido possível e ir embora, nem imaginava o que me esperava quando fui ao caixa.

— Um americano, por favor. — Outra voz disse ao mesmo tempo em que a minha e quando olhei para o lado, como passe de mágica, ele estava ali. Usando o mesmo boné de sempre e óculos escuros e estava lindo.

Eu ri. Ri porque era engraçado. E sabia que ele achava o mesmo, o sorriso que ele abriu me dizia aquilo.

— Há quanto tempo — disse.

— Sim — respondi, com toda a nostalgia que estava sentindo. Logo, nossos cafés foram entregues, ele insistiu para pagar o meu. “Como nos velhos tempos”.

— Quer sentar um pouco? — Na verdade, eu não queria. E nem podia, iria me atrasar para o trabalho, mas também não conseguia negar tão facilmente aquele pedido.

— Por que não? — Respondi e recebi um sorriso em troca. Procuramos uma mesa afastada, não era como se ele pudesse ser visto comigo, era casado afinal. A aliança, agora de ouro, brilhara aos meus olhos desde o primeiro momento.

— Como você está? — ele perguntou, e eu sorri.

— Bem, trabalhando bastante, devo dizer.— Ele riu um pouco.

— Sim. Já li alguns de seus artigos no jornal. São muito bons.

— Obrigada. E então? Como é a vida de casado?

Ele mordeu o lábio e olhou para baixo, visivelmente desconfortável. Não era como se eu estivesse pronta para ouvir aquilo também. Mas precisava.

— É bem diferente do que eu esperava, mas não é ruim. — Senti seus olhos encarando minha mão. — Você descobrirá logo, não é?

Engoli seco e sorri fraco. Não esperava aquelas palavras. Não pude encará-lo nos olhos, por isso fitei os dois americanos que esfriavam na mesa.

— Sim...

. — Senti seus dedos tocarem os meus levemente e os nossos olhares se encontraram. Um pouco de raiva me afligiu ao me dar conta de que todas as vezes que eu fitasse aqueles olhos, meus sentimentos sempre seriam os mesmos. — Você está feliz?

— Sim, . — Eu não menti e ele viu isso nos meus olhos, sorriu. Apertei os dedos dele nos meus. — E você? Está feliz?

— Sim. Muito. — Me senti aliviada ao ouvir aquilo. Seria injusto se ele não estivesse tão feliz quanto eu estava, mais do que ninguém merecia a felicidade.

Nós sorrimos de um modo cúmplice e eu já estava pronta para prosseguir com a nossa conversa quando o celular dele tocou. atendeu, disse algumas palavras e eu entendi que ele não poderia mais ficar. Ele se levantou e se desculpou.

— Queria passar mais tempo com você — confidenciou, e eu ri.

— Está tudo bem.

— Bom... Então, até algum dia.

— Até, .

Quando o vi partir novamente, todas as memórias de nossa última noite apareceram vívidas na minha cabeça. No meu imaginário, seria a última vez que o veria ir embora e eu nunca imaginaria que quando aquilo acontecesse de novo, eu não sentiria dor.

Por isso, ri comigo mesma, enquanto bebia os últimos goles do meu café morno. Quando deixei aquela cafeteria, permiti que minha mente divagasse mais uma vez sobre nós e descobri o quão errada eu estava ao tentar apagar . Minha mãe estava certa afinal, quanto mais forte se escreve, mais difícil é de desmanchar e mesmo que tentemos, restam as marcas e o pó da borracha.

Instintivamente, toquei o anel de diamante em meu dedo, sabia que estava sorrindo de um jeito idiota, porque era o que fazia sempre que me lembrava do pedido de casamento de .

Se eu não podia apagá-lo, fiz o mais correto.

Virei a página.

~Fim~


N/A: Olá garotas! Essa é uma pequena “homenagem” (será que posso chamar disso? kkk) ou despedida, não sei dizer, pro meu Ultimate da vida Sungmin que agora é um homem casado. Digamos que essa fanfic foi a minha forma de extravazar a pontinha de tristeza e a inveja insana que eu senti da noiva dele haha Então resolvi dividir com vocês esses sentimentos, espero que tenham gostado e até a próxima!


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3 comentários:

  1. Adorei! Votaria um bilhão de vezes se fosse possível T^T Chorei mesmo, e amei *-*

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  2. Assim que comecei a ler percebi que tinha haver Sungmin :3 Amei a fic... <3

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  3. Eu chorei, como chorei... Ainda tô chorando

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