NO DOUBTS
por Anny
Eu estava brava? Não sei... Eu nem ao menos sabia o que estava acontecendo. Ele me amava e eu o amava. Não havia dúvidas disso.
Gênero: Romance
Dimensão: Oneshot
Classificação: Livre
Aviso: O nome Jessy é fixo.
Beta: Nikki
ܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔ
Capítulo Único
A cena romântica na TV parecia uma ironia se fosse comparado ao meu estado psicológico naquele dia. A carência parecia ter simplesmente se apossado do meu corpo durante todas aquelas horas desde que eu acordara, me fazendo ser uma pessoa consideravelmente menos alegre.
O embrulho vermelho da barra de chocolate indicava que o doce havia acabado e que eu não havia reunido coragem o suficiente para jogar o papel brilhante no lixo.
Apertei um botão qualquer no visor do celular e a luz de fundo se acendeu me fazendo olhar as horas. 22:30 (Brasil). Respirei fundo uma vez antes de procurar por um nome da agenda de contatos que fez um sorriso se abrir em meu rosto. .
Algumas vezes eu ainda me pegava pensando sobre como o conheci.
Havia ganhado uma bolsa de estudos para um curso de apenas alguns meses na Coréia do Sul e mesmo tendo pouco tempo livre eu me inscrevi em uma agencia como uma dançarina, embora nunca houvesse estudado dança na minha vida. Felizmente eu tinha habilidades suficientes para preencher os requisitos e ser convidada para um show especial no próprio país.
Quando a apresentação solo de começava eu fazia o meu papel, sendo o mais profissional possível, afinal estar ao lado de um ídolo fazia minhas pernas bambearem.
Em certo dia ele deu uma pausa na música e se sentou em uma das cadeiras ao lado da minha. Os dançarinos estavam sentados no chão em diversos cantos enquanto estudavam um papel cheio de passos de dança e certamente não prestariam atenção em um detalhe tão insignificante quanto eu.
Naquele dia, mostrou um interesse particular em mim e depois disso nossos ideais pareciam cada vez mais em comum, o que nos fez iniciar um relacionamento que meses depois seria separado pela distancia de nossos países.
Meus dedos trabalharam rapidamente pelo visor depois que o momento de nostalgia acabou e eu levei o telefone próximo à audição.
Tu. Tu. Tu... A ligação parecia estar demorando mais que o necessário para se completar.
— Jagiya? — A voz do outro lado da linha fez o meu coração saltar.
— Oppa... Eu estava com saudades. — Eu disse deixando o sinal de felicidade transparecer por minha voz.
— Eu também estava, mas eu não posso falar agora. — As palavras dele fizeram com que o meu sorriso se desfizesse de repente.
— Oppa... Faz dois meses que não nos vemos. Por que não poderia falar agora? — Perguntei tentando ser educada, embora eu estivesse visivelmente irritada com a situação.
— Eu estou trabalhando, .
— Então você pode me ligar depois? Quando estiver livre... — Eu sugeri, tentando ser compreensiva. Quando disse “sim” a ele eu sabia que não seria fácil.
— Eu não sei se terei tempo, Jagiya. — Ele disse em um tom mais baixo, como se lamentasse por aquilo.
— Você não tem tido tempo ultimamente... Talvez apenas seja melhor...
— Não termine essa frase. Não é o que eu quero... Eu só estou ocupado agora. — Ele me interrompeu. Não era difícil adivinhar o que eu iria dizer.
— Você está sempre ocupado, . Eu sabia que sua vida era ocupada, mas não pode tirar dois minutos do seu tempo para me ligar e dizer que está bem ou que está com saudades? Ou pelo menos uma simples mensagem de “eu te amo”? — As palavras saíram rápidas de meus lábios. O meu coreano não havia sofrido modificações negativas desde que eu voltara do outro país.
— Desculpe...
— Os problemas do mundo não podem ser todos resolvidos com desculpas, . — Eu disse de forma fria e desliguei. Sabia que havia sido dura e embora entendesse o lado dele, eu também sabia que ele poderia tirar apenas um minuto para me dizer que estava bem, contudo não era o que estava acontecendo e eu tinha motivos para ficar chateada, certo?
Levantei do sofá, ignorando o embrulho do chocolate e fui me deitar. Não dormi de imediato e algumas lágrimas rolaram de meu rosto antes que o sono caísse sobre mim.
(2 dias depois...)
A campainha do apartamento tocou e eu achei que seria cedo demais para que minha amiga Jessy viesse me visitar, afinal eu ainda estava cortando os legumes para começar a preparar o almoço e só havíamos combinado de ir ao cinema depois disso.
Atravessei a sala em passos rápidos enquanto o som irritante era ouvido outra vez. Quem seria? Certamente era alguém de dentro do condomínio, afinal não me interfonaram.
A minha mão girou a maçaneta e a porta se abriu me fazendo ficar paralisada por alguns longos segundos. A voz parecia não sair e as pernas pareciam estar ficando cada vez mais leve.
— Não diga que eu não posso entrar. Eu vim do outro lado do mundo só porque você desligou o telefone e não me deixou terminar. Eu não poderia deixar isso assim... Eu amo você, . — O jovem de pele clara, cabelos castanhos e olhos amendoados disse em um idioma que eu não ouvia sempre em meu país.
— Oppa... — A minha voz falhou e ele sorriu, fazendo com que os meus pulmões esquecessem como respirar.
deu um passo para frente, me fazendo recuar. Ele fechou a porta atrás de si e deixou a mala ao lado da porta antes de envolver minha cintura com seus braços e beijar os meus lábios de forma apaixonada.
Eu estava brava? Não sei... Eu nem ao menos sabia o que estava acontecendo. Eu apenas retribui todo aquele carinho com o que eu havia guardado apenas para ele. Ele me amava e eu o amava. Não havia dúvidas disso.
✰—Fim—
Gostou? Então, curta e deixe um comentário!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O que achou?