EXO: Corrente Recíproca, por Aya K.

Corrente Recíproca

CORRENTE RECÍPROCA
por Aya K.

Após a morte misteriosa de minha melhor amiga, pude me aproximar dele. O primo que ela dizia ter um grande porão cheio de bonecos e marionetes. A partir deste momento, eu descobri uma grande fábrica de brinquedos criada por ele, e um homem que pode realizar o desejo de todos em troca de algo, e tudo isto estava relacionado à morte de minha amiga.
Gênero: Romance, Drama, U.A.
Dimensão: Longfic
Classificação: PG-15
Aviso: Alguns nomes fixos, entretanto não irá interferir na escolha de seu par romântico e nem nada relacionado.

Beta: Nikki

# Capítulo 1 # Capítulo 2 # Capítulo 3 #

ܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔܔܢܜܔ

 

CAPÍTULO 1

 

morreu misteriosamente e seu corpo queimado foi encontrado a quinze quilômetros da pequena cidade em que vivíamos. Aquilo foi como uma adaga cravada em meu coração inesperadamente.

Sustentei o olhar da senhora Kim durante alguns instantes quando ela começou a chorar, desolada. Meu olhar se fixou na parede branca e eu segurei minha respiração, tentando indagar e acreditar que aquelas palavras eram verdadeiras.

Minha mãe segurou minha mão e entrelaçou seus dedos com os meus. Não reagi, somente sentei e vi o semblante desesperado da senhora Kim mudar bruscamente para um sorriso consternado.

O corpo de foi encontrado às dez da manhã estirado na estrada e com fortes queimaduras espalhadas por todo o corpo. Não havia sinais de luta e muito menos de fuga. Ela estava sem olhos.

Porém meus pensamentos foram tomados pela estranha figura na penumbra da casa. Havia alguém de minha idade — se não fosse, seria aproximadamente um ou dois anos mais velho — e tinha algo em suas mãos, parecia um anjo que reluzia uma luz azul em seus olhos. Dei uma breve olhadela em sua fisionomia, reconhecendo os traços delicados e a boca desenhada em uma linha reta.

Não pude deixar que uma curiosidade muda instalar-se em minha mente e a senhora Kim compreendeu meu olhar, ela possibilitou secar suas lágrimas e um sorriso tímido aflorar de seus lábios pintados por uma cor vermelha.

— O nome dele é — ela respondeu minhas perguntas e, logo, encontrei-me no passado, lembrando-me claramente que havia me contado que seu primo estava morando com ela porque seus pais haviam morrido e a avó deles estava muito doente, também havia me contado que ele não se retirava um minuto do porão, onde fabricava brinquedos dos mais diferentes tipos. — deve ter contado sobre ele...

Eu assenti vagarosamente, ainda absorta nas lembranças. Meu olhar se encontrou com o dele e fiquei encalistrada. Seus olhos eram inexpressivos, inexorável. Girei meu rosto na direção da minha mãe e pude ver um semblante mais abatido que o meu, com uma mão segurando a minha, ela tinha a outra sobre o rosto — escondendo suas possíveis lágrimas.

— Assim que fizerem a autopsia e liberarem seu corpo quero enterrá-la o mais rápido possível — a senhora Kim disse com urgência. — Quero que a minha filha descanse perto dos tios dela. gostava tanto deles...

Naquele momento, deixou de prestar atenção em seu boneco e comprimiu os lábios. O pai de se aproximou dele e bateu levemente nas costas de , o velho sorriu sem resposta.

— Então...

Eu não tinha mais a minha atenção concentrada nelas, entretanto o rapaz de cabelo bagunçado e o olhar longínquo me prendeu totalmente. Levantei da cadeira e anunciei que estava indo para o meu quarto, descansar de uma noticia surpreendente.

Cambaleei na direção de meu cômodo. Eu estava abalada pela morte misteriosa de minha amiga, porém a imagem quase impalpável do primo dela me fez ficar totalmente fraca.

Tranquei-me no quarto assim que pude e comecei a derramar lágrimas.

trabalhava em uma mansão na extremidade da cidade todo final de semana e sempre voltava tarde para sua casa. Lembro-me de avisá-la várias vezes para ter algo para se defender, porém ela me ignorava nas centenas de vezes e sorria, dizendo que o ônibus que ela pegava constantemente vinha lotado e não havia chances de ser pega. Ela estava tão errada quanto achar que todos são pessoas boas.

A luz do sol que invadia meu quarto atravessando a fina cortina estava mais pálida que eu pensei. O esforço de iluminar o lugar era tão forte quanto o meu de prender minhas lágrimas. Desabei no chão e cobri com uma mão meu rosto enquanto a outra segurava a maçaneta de minha porta.

Uma forte dor no peito se instalou no momento em que eu funguei para controlar meu choro. Estremeci e, diante do crepúsculo, consegui enxergar uma figura negra voar por entre as árvores que cercavam a casa em que eu vivia. Meu coração pulou sob meu peito e segurei minha respiração, caindo sentada no chão. Primeiramente pensando que fora de minha imaginação o acontecimento.

... Sua mãe pediu para eu subir e ver se você estava bem... — escutei uma voz masculina soar atrás de mim, virei-me bruscamente e vi parado na soleira, encarando-me com seus olhos consternados.

— Ah... — deixei minha voz morrer ao escutar-me. Não imaginaria que destoaria daquele modo, saindo como um fino choro. — Eu estou bem, sim...

— Posso entrar? — ele perguntou e assenti. andou alguns passos na minha direção e agachou-se diante de mim. — Você está mesmo bem? Posso chamar sua mãe e...

— Bem, é uma noticia a qual ninguém imaginava — dei de ombros ainda com lágrimas formando-se nos cantos de meus olhos. — Que reação você esperaria?

repetiu meus movimentos.

— Não sei de devo contar a você — sua voz apresentava um lado esquálido, sombrio. — Porém não estava bem no último dia em que foi trabalhar. Não mesmo.

, por que você não está abalado? — eu o interrompi. E percebi que ele poderia ler minha indagação e fraqueza embutidas em minhas feições.

— Perdi pessoas demais, o que acha? Estou acostumado, mas não significa que eu não esteja sofrendo internamente.

— Desculpe...

se levantou e estendeu sua mão para mim, levantando-me sem ao menos esperar uma resposta minha. Guiou-me até a minha cama e sentei nela, sentindo uma dor profunda se alastrar em meu peito.

— Está tudo bem, não vou culpá-la por não me conhecer inteiramente.

Ele virou de costas e se pôs andar, dando-me uma despedida com o olhar.

 

O som das vozes dos pais de e dos meus subia até a minha janela como o rastro de fumaça de um cigarro mal apagado, caprichosa e sinuosamente. Era impossível ignorar. Caminhei lentamente até ela e me debrucei sobre a madeira.

No último andar da casa composto por dois andares, eu conseguia enxergar claramente cada detalhe facial dos visitantes. E no meio deles procurei os traços de . Ele não me olhava, mas sim o brinquedo em mãos que reluzia uma luz azul. No instante em que eu deveria desviar meu olhar dele, buscou o nosso contato visual.

Eu comprimi meus lábios quando eu o vi balançar lentamente a cabeça, num cumprimento mudo. Afastei rapidamente da janela assim que percebi os pais de falando algo sobre o meu respeito, sentei com as costas apoiadas na parede branca e deixei minha respiração ao compasso lento.

 

Uma vez percebendo que a visita se foi, desci as escadas em passos rápidos e pequenos, encontrando-me com a minha mãe na cozinha e preparando a janta. Ela respirava pesadamente e suas mãos trabalhavam vagarosamente. Praguejei e chamei sua atenção no mesmo instante.

— Eu vou me deitar — quebrei o nosso silêncio. — Estou sem fome.

— Acho melhor você descansar mesmo... Tudo isto foi inesperado — ela deixou a faca repousada na bancada e veio em minha direção, abraçando-me e alisando meu cabelo. — Sinto muito mesmo pelo que aconteceu. era uma boa amiga, uma irmã perfeita — ela dizia pausadamente enquanto eu deitava minha cabeça em seu ombro e abraçando sua cintura, segurando o meu choro. — Mas, querida, ela está em um lugar melhor, eu tenho certeza. sempre foi...

Sem perceber, eu já estava me debulhando em lágrimas quando ela calou-se e passou me abraçar com mais força.

— O pior é que nem eu mesma pude ajudá-la — sussurrei para mim mesma. — Mãe, eu vou deitar...

Ela se desvencilhou de mim e beijou o topo de minha cabeça, empurrando-me levemente pelas costas na direção da escada.

— Durma bem, você precisa.

Balancei a cabeça, confirmando em silêncio. Assim que eu comecei a subir os degraus, pude escutar ela murmurar para si mesma.

— Pobrezinha, era sua única amiga... — tentei ignorar, porém ela suspirou pesadamente. — Que voltemos há dez anos.

Eu cheguei ao meu quarto e me vesti com o meu pijama o mais rápido que conseguia. Com o grande peso por causa da morte de , sentei-me na cama e cobri até o colo. Respirei profundamente quando vi os últimos vestígios do crepúsculo desaparecer do céu e ele ser tomado por um véu negro e com alguns pontos brilhantes.

Abracei minhas pernas e repousei meu rosto no vão do encontro dos meus joelhos. Deixei meus olhos descansarem na foto da escrivaninha: era uma de e eu quando viajamos só nós duas pela primeira vez, fomos à uma fazenda localizada ao extremo sul do país e lembro-me vagamente que eu havia pegado uma gripe forte, porém eu não queria voltar para casa; então, ela usou seus conhecimentos sobre a minha gripe e me ajudou a melhorar. Em três dias, eu já estava melhor e parecia outra pessoa.

, eu vou sentir muito a sua falta — cochichei. — Mas, mesmo assim, eu vou procurar e achar quem a matou. Tenha a minha palavra.

 

 


N/A: Então, gostaram?
Devo avisar que essa fic não estará somente no romance entre você e o seu bias, haverá um enredo centrado no mistério e na busca para decifrá-lo, portanto haverá várias partes em que a protagonista não estará vivendo o romance de forma tão... Intensa (?) Mas, de qualquer forma, terá aquele romance que todo mundo espera, só não tão constante xD


 

CAPÍTULO 2

 

O clima lúgubre era inevitável e eu o contemplava em silêncio, enquanto via as pessoas se aproximando do caixão de e davam um último adeus. Eu estava sentada em um canto, com os dedos das mãos entrelaçadas e reprimindo o choro num semblante absorto no mais longínquo pensamento sobre bucólicas meditações.

Uma grande neblina cobria o lado de fora da casa dos Kim. A luz pálida do sol perfurava a névoa como alfinetes brancos no limiar do bosque que se erguia atrás da casa deles. Levantei do meu lugar e saí do interior, andando em volta da casa e parando no quintal.

O quintal exibia um aspecto opulento e recentemente cuidado. O dossel, comum nos cemitérios apenas, fazia o lugar próprio para um funeral. As flores escondidas pela neblina apenas se mostravam tímidas pelas colorações vivas. Um pequeno lago se estendia no meio do quintal e havia alguns peixes nele. Relutei em entrar e, quando finalmente pude fazê-lo, uma mão agarrou meu pulso e me puxou para fora do quintal.

Cambaleei e jurei que estaria no chão se não fosse por duas mãos que seguraram a minha cintura e me trouxerem para o seu encontro. Virei-me com a certeza que seria meu pai avisando que deveríamos voltar para dentro da casa dos Kim, porém tinha o rosto iluminado pelo pequeno poste ao nosso lado.

Eu limitei a dar um pequeno grito e cobrir minha boca em seguida. O semblante permanecia imperturbável e seus dedos lentamente desfizeram o nosso contato quando ele os tirou de minha cintura.

— O que você está fazendo?... — me interrompeu ao colocar o dedo indicador em seus lábios, pedindo silêncio.

— Apenas siga-me.

Ele segurou meu pulso mais uma vez e me conduziu para o porão. Uma escada à frente do quintal indicava que estávamos próximos do pequeno lugar reservado especialmente para ele. sacou uma chave desenhada com cuidado e colocou na fenda, abrindo a porta.

— Por algum motivo, eu pressenti que você buscaria o assassino de ... — confessou quando acendeu um fósforo e tocou seu fogo na vela do castiçal, segurando-o pelas extremidades.

— Por que você tem um castiçal e não luzes normais? — interrompi. Ele sorriu, sardônico.

— Porque eu gosto de luzes assim — respondeu no mesmo tom, quase um sussurro. — O que eu estou falando é: não o persiga se não quiser acabar que nem — seus olhos encontraram com o meu e soltou meu pulso. — Alden é o nome do homem para quem trabalhava. Ele pode aparentar ser uma boa pessoa, mas evite perguntar coisas a ele.

— Está me dizendo isto por quê?

— Você trabalhava com o jornal do colégio, não é? — ele perguntou e eu assenti devagar. — Então você vai procurar respostas.

Comprimi meus lábios tentando encontrar algo para retrucar, entretanto estava certo e mantive-me calada enquanto ele se aprofundava na penumbra de seu porão. Ele voltou instante depois segurando algo em suas mãos, estendeu para mim e forcei a minha vista. aproximou o castiçal de seu boneco.

— O que é isso? — inquiri.

— É um pássaro, veja — o boneco que ele havia me mostrado tinha a fisionomia de um pardal e apertou um botão em suas costas, imediatamente o pássaro estendeu suas asas e começou a batê-las, saindo da mão dele e ficou inerte no ar. — Eu estava preparando isto para você.

— Nós só falamos poucas vezes... — contestei com relutância, sorriu mais uma vez.

— Sabia que hora ou outra nos encontraríamos — ele segurou o pardal em sua barriga e apertou novamente o botão, o pássaro recolheu suas asas e parou de batê-las. — Tome.

Eu abri minhas mãos em formato de concha e deixou o pássaro entre elas. Com a boca entreaberta tentei sussurrar algo a ele, dizendo um obrigado tão ininteligível quanto o murmúrio das ondas se quebrando na praia.

Com o fogo dançando no porão, eu fui capaz explorar com maior clareza seus objetos. Em uma das paredes havia uma estante que a cobria por completo, estava cheia de bonecos pequenos de animais e pessoas construídos com tanta delicadeza que poderia negar que foi feito por mãos humanas.

Atrás de mim havia papéis colados na parede. A caligrafia era deitada e tinha manchas na maioria das páginas, e em outros papéis havia desenhos de autômatos. Desci o meu olhar e vi uma cama arrumada com uma fronha verde.

E nas duas paredes restantes estavam suspendidas caixas que não consegui me aventurar com o olhar.

! !”

Chamaram-me e eu acordei de meus pensamentos. Só consegui perceber naquele momento que eu não tinha parado de olhar para e o mesmo parecia não se importar ao sustentar meu olhar curioso.

— Como você faz isso? — perguntei antes de ele dizer um “Shhh” e empurrar minhas costas na direção da porta, expulsando-me de seu porão.

— Não vou explicar agora — respondeu com urgência. — Vou dizer tudo algum dia.

Eu balancei minha cabeça, confirmando com relutância. Dei de ombros para ele e corri na direção da voz que me chamava, disfarçando o pássaro em um abraço. Encontrei com o meu pai e ele me conduziu para o carro. Seguiríamos para o cemitério onde o corpo de seria enterrado.

Eu deixei minha cabeça tombar na direção do vidro da janela quando entrei no carro e suspirei pesadamente, passando percebido por minha mãe que cochichou algo na orelha de meu pai assim que se sentara e dera a partida.

Eu fechei meus olhos e permiti o pássaro cair para o meu lado esquerdo.

— O que é isso, ? — minha mãe perguntou, eu abri um dos meus olhos e a vi analisando a distancia o objeto.

— Foi um presente... — resmunguei.

— Quem deu isso a você?

— Ah... Alguém.

? — ela sorriu para mim e eu assenti levemente. — Ele tem uma habilidade incrível em mexer nestas peças... Nunca pude entrar no porão dele, porém deve ser muito bonito.

Terrivelmente impressionante e assustador, retruquei em meus pensamentos.

-x-

Senti uma brisa carregada de gotículas acariciar meu rosto quando o caixão foi repousado na terra. Um choro descontrolado por parte da família dela me fez ficar com um nó na garganta. Em pé, sussurrando as palavras do padre, eu olhei de soslaio para o pequeno parque que se estendia ao extremo leste e vi a sombra dançar por entre as árvores, cumprimentando-me ao desaparecer.

Um braço roçou no meu e eu levantei a cabeça. estava ao meu lado e olhava para onde a sombra estava.

— Como se sente? — disse simplesmente.

— Triste? Em um estado de melancolia extrema? — sussurrei de volta e ele ajeitou sua roupa preta.

— Desculpe-me novamente — no mesmo tom, ele se aproximou. — Eu realmente não poderia imaginar que uma coisa dessas aconteceria tão breve assim...

Eu o encarei indignada, entretanto deixe-me levar pela brisa e me aproximei da senhora Kim, estendendo os braços para que ela pudesse me abraçar. 

— Minha ... — ela disse com a voz abafada pelo choro.

Eu limpei uma lágrima dela e tentei sorri para a senhora Kim.

está em um lugar melhor — busquei consola-la, porém ela virou-se para mim e abraçou o senhor Kim. Afastei-me.

E, olhando de soslaio para o bosque, vi um pequeno cachorro se espreitar entre as árvores e deixar seu corpo invisível a meu olhar. Permiti meus ombros relaxarem à medida que eu me afastava da senhora Kim, que parecia tão consternada quanto o próprio avô de , a quem ela se tornara tão próxima.

Penetrei no bosque buscando um consolo inexistente e me deixei cair no solo, tendo lágrimas emoldurando uma expressão dolorosa em meu rosto. Uma linha reta foi desenhada em meus lábios enquanto eu me encolhia no encosto da casca da árvore.

Eu não sabia que sofreria tanto assim.

Nunca havia perdido nenhum parente ou alguém conhecido o suficiente para me fazer uma falta desoladora. E preferia ter continuado sem conhecer tal sentimento.

Eu olhei a minha volta e pude ver uma sombra inerte no chão alguns metros de distância de mim. Engoli em seco e estreitei meus olhos com a finalidade de enxerga-la melhor, imaginando que talvez fosse o cachorro, porém apenas um esboço borrado cobriu minha visão quando me senti tonta. Então senti alguma coisa me apertar o peito, como se eu estivesse próxima demais do fogo ou embaixo d’água.

Tentei respirar, mas não consegui. Levemente confusa, continuei tentando. A sensação era a de ter-me estatelado de costas e o ar de ter sido roubado de mim.

Arregalei meus olhos, temendo minha vida sair aos poucos de meu corpo. Engasguei-me na última tentativa de respirar e meu tronco foi ao encontro da grama molhada superficialmente.

Caí sobre os meus joelhos enquanto minhas mãos se firmavam no solo para que eu não fosse de encontro diretamente.

Olhando para frente, pude ver se aproximando de mim apressadamente e segurando-me pelos ombros, deitando-me sobre seu colo.

No mesmo instante em que tudo a minha volta ficara em um tom escuro, negro; voltei para a realidade quando deixou suas mãos deslizarem pelo rosto, ele arfava e gotículas de suor escorriam pelo seu rosto.

Não havia ninguém no meu campo de visão a não ser ele.

, o que aconteceu? — sua voz tinha um frêmito de medo e eu balancei minha cabeça, desconhecendo o que havia causado tal desespero. colocou suas mãos em meus braços e fez sentar, olhando-me apreensivamente.

— Eu... Estou bem — disse eu. Com as mãos espalmadas no solo, levantei-me. — Acho que foi um choque tão profundo pela morte de que eu...

— Ah... Entendi — ele respondeu em um tom duvidoso. Na realidade, não me passou nenhuma alternativa do que aquela.

 Seus olhos transpareciam raiva e compreensão. Eu hesitei antes de assentir.

— Você não deveria vim aqui — arriscou a dizer.

Abri minha boca para responder-lhe, entretanto com um aceno de cabeça, ele se despediu de mim e foi embora. Deixando-me só naquele bosque novamente.

Permiti um suspiro modelar meus lábios à medida que eu me aproximava de meus pais e era recebida por um abraço apertado.

— Vamos embora. — Minha mãe disse e me segurou pela mão, puxando-me até o carro e colocando-me nele. — Tente descansar.

Eu assenti com a cabeça e não me pronunciei durante o caminho de volta para casa. Mantinha o pássaro repousado no meu colo, enquanto passava minha mão em sua textura lisa. Em seus olhos havia pedras de cor verde cravadas.

Meus pais conversavam algo sobre ser uma boa companhia para mim e — possivelmente — eu estaria bem depois de um mês se eu o tivesse como um amigo. Em minha mente eu balançava minha cabeça, negando, enquanto um sorriso sardônico modelava minha boca.

Porém não havia um momento que eu não parasse de pensar na morte de .

— Pai — eu o chamei e ele olhou para o retrovisor, encarando-me através de seus óculos —,  eu sei que tínhamos um jantar marcado pela sua empresa... Mas você não pode me deixar em casa?

Ele olhou de soslaio para minha mãe e ela confirmou com os lábios franzidos.

— Como quiser.

-x-

Era à noite e meus pais ainda não tinham voltado do jantar. Superficialmente eu tentava entender que encontros como àqueles demorariam, porém minhas mãos começavam a tremer quando me recordava do acontecimento do bosque, o qual eu havia perdido minha respiração sem causa nenhuma.

Eu buscava inutilmente dormir no aconchego da música da chuva, entretanto meus pensamentos apagavam todos os resquícios de sono que ainda me restavam. Suspirei presa com os tais pensamentos e me levantei, cambaleando pela casa enquanto a chuva arranhava as janelas. E uma estranha sensação percorreu meu corpo como um choque elétrico.

Somente parei na cozinha e vi o relógio pendurado na parede. Era exatamente meia-noite. O celular estava escondido em um dos bolsos de meu casaco e ele vibrou levemente. Um toque de um pássaro canoro fez com que eu acordasse de meus devaneios. Enfiei minha mão e retirei o aparelho. Uma mensagem piscava na tela principal. Era de minha mãe. Pressionei o dedo na tela e li sua mensagem várias vezes antes de responder em tom desesperado.

“Recebemos uma ligação dos pais da . bateu a cabeça em algo e parece que não estava bem. Eu estou a caminho da casa deles. Tranque todas as portas, pois voltaremos tarde.”
“— Mamãe”

Respondi e, em seguida, guardei o celular no bolso e me sentei no sofá da sala, com os olhos fixos na televisão desligada. Eu pressionei levemente minha mão na outra e olhei com o rabo dos olhos a chuva cair como nunca havia caído.

Engoli em seco à medida que eu me aprofundava nos meus pensamentos.

Novamente meu celular apitou, porém foi duas vezes seguida e eu o peguei no mesmo instante. Uma mensagem era de minha mãe enquanto a outra era do celular de . Franzi o sobrolho ao ver o nome da última no meu celular e apertei primeiro a dela.

“É o .”
“Sua mãe deve ter lhe contado sobre a minha caída. Entretanto eu estou bem. Ela havia me avisado que você estava... Desesperada ao receber a notícia?”
“Desculpe assustá-la.”
“e... Ahm... Eu não tinha o seu número então previ que a devia ter o seu. Desculpe novamente, agora que eu tenho o seu celular nos meus contatos não lerei mais mensagens. Afinal, as coisas que vocês contavam uma para a outra era um tanto... Assustadoras”.
“Então até mais.”
“—

 


 

CAPÍTULO 3

 

A cidade não era nada senão um pequeno comércio localizado ao centro dela. Uma praia ao extremo sul e a casa incrivelmente grande de Alden.

Eu andava pelas ruas carregando uma sacola de compras a qual a minha mãe havia me mandado comprar. Ainda era de manhã quando cruzei com a casa de Alden por curiosidade. Sua casa parecia mais um castelo, uma construção de aspectos de uma catedral do século XII, havia um arco que se escondia entre o dossel como entrada, em meus pensamentos, eu caracterizava sua casa como opulenta e suntuosa uma vez que obter tal material era feito à custa de algo.

Olhei a sua volta por um bom tempo quando — finalmente — percebi que Alden tinha os olhos cravados em mim. Recuei poucos passos até estar no meio fio da calçada. Ele gesticulou algo para mim que não pude compreender — entretanto eu poderia garantir que não fora nenhum sinal de expulsão. Estreitei meus olhos e ele mesclou sua sombra com a penumbra, deixando-me mais curiosa do que eu já estava e com receio de que ele estaria a caminho de onde eu estava.

Eu corri de modo que eu nunca sonhara em correr e percebi que meus pés me guiaram para a praia. Um vento cortante e mesclado com o sal do mar acariciou meu rosto. O sol ainda estava pálido, quando eu o vi reluzir com limites da cabelereira castanha de um jovem. Olhei curiosa para ele, pois sua fisionomia me fez familiarizar com alguém.

Totalmente esquecida do acontecimento anterior, aproximei-me dele com os passos apertados e relutantes. Como estava de costas para mim, só pude contemplar suas costas com um casaco grosso e uma touca escondendo grande parte de seu cabelo e suas orelhas.

Abri minha boca para falar com ele, entretanto ele foi mais rápido e seu olhar se encontrou com o meu. Um sorriso desenhou em meus lábios ao reconhecer aquelas feições. Era . Meu primo que morava a quase quinhentos quilômetros de minha cidade. Ele estendeu os braços quando levantou e deixei as compras caírem ao meu lado e corri para o seu encontro. Seu braço enlaçou minha cintura e girou-me duas vezes antes de me colocar no chão.

Em seu rosto estava um sorriso e seus olhos brilhavam do jeito que eu nunca havia visto. Ainda absorta em suas feições, eu ajeitei seu casaco e permiti minhas mãos deslizarem pela sua vestimenta até caírem inertes ao lado de meu corpo.

— O que está fazendo aqui? — perguntei sem olhá-lo e ele afagou meu cabelo.

— Eu fiz boa viagem sim, minha prima. — Ele zombou e levantei minha cabeça, tentando fazer uma careta de reprovação. — Vim estudar.

Minha careta finalmente estava feita.

— Por quê? O ensino daqui não é um dos melhores...

— Na verdade, vou estudar na cidade vizinha — disse, franzido a testa. — O ensino médio da minha cidade chega a ser lastimável.

— Mas você não deveria estar, portanto, naquela cidade? — eu comprimi meus lábios e ele riu.

— Minha mãe nunca iria me deixar morar em um lugar sozinho, por isto ela pediu à sua mãe para me ajuda há uns três meses... — Seus olhos se estreitaram quando me ajudou a pegar a sacola de compras. — Sua mãe não contou?

Eu balancei a cabeça, negando. E ficamos em silêncio enquanto caminhávamos para a minha casa.

parou e puxou-me pelo pulso.

— Sinto muito pelo que aconteceu com a ... — sua voz foi se afastando e ele sorriu, constrangido. — Eu gostava dela. Lembro-me de ela me ensinando vários nomes quando eu a empurrei para piscina imaginando que era você.

— Está tudo bem — respondi em um tom lúgubre. — Mas estarei melhor em breve. — Eu olhei em direção à praia e bati levemente em seu braço, indagando silenciosamente. — Por que estava lá? Sozinho na praia?

— Quando eu estou sozinho ou quero ficar, a primeira coisa que me vem à mente é a praia — fez uma pausa, pensamento com cuidado. — E como eu não morava no litoral, pensei em vim aqui e sentir o que é estar sozinho na praia.

— Estranho — murmurei e ele riu levemente. — Só digo a você que logo se cansará dessa pequena cidade. E, principalmente, da praia.

-x-

Assim que e eu chegamos à minha casa — ou melhor, à nossa casa — minha mãe mandou-me mostrar o seu quarto — que seria o quarto de hóspedes — e ajudá-lo a arrumar seus pertences, guardá-los e ajeitar sua cama, quando me deu alguns cobertores que cobriram minha visão por completo.

levou suas malas até seu quarto enquanto eu colocava os cobertores sobre a cama, sentei-me nela e comecei a olhar ele depositar seus pertences com cuidado no chão. Ele me analisou por um instante e um sorriso envergonhado aflorou de seus lábios.

— Você não precisa ajudar — ele começou a dizer, porém eu o interrompi com o balançar de cabeça.

— Posso ajudá-lo sim, é só me dizer o que eu tenho que fazer — pronunciei. — Eu não tenho nada para fazer...

— Então... — ele se virou para mim e pegou algo de sua mochila que trazia em suas costas. Estendeu uma pasta para mim com um sorriso animado desenhado nos lábios, eu toquei em sua superfície antes de segurá-la. — Veja meus desenhos e me diga o que acha deles.

Eu abri a pasta preta com algumas linhas pontilhadas, as quais se formavam uma guitarra, em suas extremidades. Folhas com rabiscos estavam grampeadas quando eu trouxe-as para mim e olhei com cautela os quinze desenhos. A maioria era de paisagens ou de casas com grandes entradas retratadas à noite, porém havia um que não estava terminado e tinha apenas um lábio entreaberto desenhado e borrões de lápis ao seu redor.

Sorri para quando devolvi, ele devolveu meu sorriso com outro e apoiou-se na escrivaninha.

— O que acha...? — perguntou, com certo embaraço.

— O que seria esse último desenho? — eu o interrompi e deu de ombros.

— Eu sonhei com esse lábio dias atrás — suas bochechas coraram e pude ver que ele ainda estava envergonhado em conversar sobre qualquer coisa relacionada ao beijo e ao sexo, como sempre era. era uma pessoa que sempre foi tímida e eu contemplava seu modo de ser.

— É de uma garota que anda gostando?

Novamente, ele me deu os ombros.

— Bem... Eu acho... Que... Hm... Não sei. É. Não sei.

Meu celular vibrou na cama antes do toque do pássaro e eu o peguei imediatamente.

“Está com tempo livre? Pode vim aqui em casa? Acho que tenho algo que pode gostar.
— Número desconhecido”

Franzi o sobrolho ao estranhar aquele número, porém me lembrei de que possivelmente era .

Eu olhei para , pedindo compreensão. Ele assentiu vagarosamente.

— Me desculpa? — pedi e ele sorriu, afagando meu cabelo. — Eu juro que amanhã mostro a você todos os cantos da cidade.

— Como se eu não soubesse... — ele revirou os olhos e bati levemente em sua testa antes de pegar meu casaco e me vestir. — Mas você promete?

— Prometo.

— Então vá que seu príncipe encantado a espera.

Eu ri com ele e parti.

O caminho para casa dos Kim era somente atravessar uma quadra e, finalmente, poderia ver a construção cobrindo a minha visão quando atravessei o portão e passei direto por ele. Possivelmente eles estavam fora de casa, já que o trabalho de ambos era em uma cidade próxima. Ter um trabalho aqui a não ser o comércio poderia trazer mais prejuízos do que sucesso.

Bati na porta do porão de e a mesma se abriu instantes depois.

Ele tinha os olhos fundos e olheiras desenhavam ao redor deles. me deu passagem e adentrei no porão.

— Por que me chamou? — perguntei, ainda absorta em sua imagem. — Você parece que nem dormiu...

— Curiosamente, acordei nesta madrugada com algo pesando em minha consciência e me lembrei de , na última vez que mergulhou na praia Mangata perdeu o seu colar naquele barco afundado. Ela havia me pedido para buscá-lo alguns dias atrás, porém eu não fui...
A praia Mangata era a principal atração turística desta cidade, em que se encontra um barco afundado misteriosamente.

— E por que você está me contado isso? — eu o interrompi com urgência na voz e ele desviou seu olhar do meu, parecendo magoado. — Desculpe-me...

— Tudo bem. — Seus olhos pousaram em um dos seus projetos incompletos. — Pensei que gostaria de recuperar o colar dela e ficar com você... Como uma lembrança.

— Mas é outono... — fiz um muxoxo e ele assentiu, compreendendo minha voz falha.

— Está bem, veremos outro dia.

— Entretanto... Se quiser, podemos ir lá — a ideia de sair de minha rotina tirava-me de minha tristeza que veio repentinamente.

Seus olhos pareceram brilhar e concordou com a cabeça, infiltrando-se na penumbra e, não muito tempo depois, voltando com um par de óculos para o nado.

Porém eu o impedi ao me aproximar das caixas grandes empilhadas. Fiquei sobre a ponta de meus pés e olhei adentro, contudo detive-me quando percebi que sustentava seu olhar. Virei-me para ele e sorri, sem jeito.

— Posso olhar? — ele respondeu um sim quase ininteligível e me voltei para a caixa. Afastei uma tampa dela e vi uma marionete praticamente do meu tamanho encolhida nela. Recuei poucos passos, pensando que a qualquer momento ela poderia criar vida. — I-Isso é uma marionete, certo?

Ele assentiu, parecendo se divertir com o meu espanto.

— Ela não vai me atacar...? — deixei a minha voz se perder no porão e se aproximou.

— A não ser que eu peça — seus lábios sussurram próximos a mim e sobressaltei, avançando contra a caixa e segurando suas extremidades para não cair. — Brincadeira. Elas não vão fazer nada, pois são marionetes.

— Você é muito engraçado, — ironizei e ele sorriu. Ficamos em silêncio por um instante e ele ainda carregava os óculos de mergulho. — Hm... Era só isso que você tinha para me mostrar?

— Na verdade não... Espere só um momento — e, em seguida, sua figura se fundiu com a penumbra e ele voltou não muito tempo depois carregando um projeto incompleto. Ele era grande, porém não passava da altura da minha cintura. — Isso é um autômato. Seu nome é Keli.

— Keli? —indaguei e assentiu.

— É, significa agressiva e viva...

Arquei minhas sobrancelhas e me aproximei dele, analisando o projeto em silêncio. Em seguida, disse com a voz sufocada: — Era para ser uma menina?

— Será uma menina — rebateu e apontou para suas asas de madeiras que somente tinha o formato oval. — Será um anjo.

Agachei diante do autômato e passei minha mão na superfície de seu rosto frio e liso. Ela não tinha a pintura dos olhos muito menos dos lábios, somente o fino nariz empinado e as sobrancelhas desenhadas com cuidado.

— É que eu... — fez uma pausa quando repousava o autômato sobre seus pés. — É que eu nunca me inspirei tanto nas feições humanas como esta. Meus outros projetos sempre eram desproporcionais: um olho bem maior que o outro, o lábio muito fino, as bochechas altas demais... Mas com esta eu quero deixar o mais próximo possível das feições humanas, por isto eu queria pedir para tirar fotos suas.

Eu soltei um riso. Não sabia se era de constrangimento ou indagando por que de me escolher; mesmo a cidade sendo uma das menores do estado, havia uma grande concentração de jovens bonitas.

Entretanto, eu balancei minha cabeça, aceitando seu pedido.

pareceu excitado e ele fugiu de mim quando pegou o castiçal. A luz mínima iluminava seu rosto enquanto ele procurava por algo, momentos depois me levara ao quintal e me posicionara abaixo da luz pálida do sol que atravessava com dificuldade a neblina.

Porém ele parou e começou a me medir com o olhar.

— Tem certeza que quer seu rosto esculpido em um autômato? — perguntou e eu hesitei em responder. — Pois sempre que eu tentava fazer isto com a , ela jogava a minha fotografia dela no lago...

— Prometo que não vou fazer isso — eu respondi instante depois.

E, sem perceber, tirou uma foto minha. O flash repentino me cegou e recuei alguns passos, tropeçando em meus pés.

— Desculpe — ele murmurou e olhou para sua câmera. — Ficou realmente boa, .

Sabia que ele estava mentindo e cobri minha vontade de sair correndo através de um sorriso milimétrico.

Nós permanecemos em silêncio durante um tempo e reprimi minha ânsia de perguntar-lhe sobre . Deixei meu olhar cair sobre seus pés calçados com tênis branco. Entretanto algo incendiou minha respiração e me vi eufórica em mergulhar na praia Mangata.

Girei meu corpo na direção do porão e me vi olhando atenta aos movimentos de ao meu lado, puxando-me pela minha mão enquanto guiava-me em sua fábrica de bonecos.

Fábrica de bonecos.

Senão fosse para vendê-los, ele estaria deixando seu grande talento se afundar no esquecimento dos demais. Eu apertei sua mão na esperança de impedi-lo e comprimi meus lábios, porém possibilitei um sorriso em meio ao meu encontro de uma decisão se deveria perguntar para ele.

— Pode questionar. — Ele simplesmente disse e desvencilhou seus dedos dos meus.

— Você vende esses bonecos? — perguntei e riu rouco. Talvez esperasse essa minha dúvida, pensei.

— Não — ele fez uma pausa avassaladora. — Mas de semana em semana há alguém que parece entrar escondido no meu porão enquanto durmo. Essa pessoa sempre pega um ou dois projetos meus concluídos e deixa uma quantia de dinheiro razoável perto da minha mesa.

— E você se importa?

Ele deu de ombros, indiferente.

— Se ele sempre colocar o dinheiro, não me importarei. — Sustentei seu olhar por um instante e disse: — Quer procurar o colar de ? Afinal, são quase duas da tarde... O sol ainda está em seu auge...

Eu assenti levemente e ele me guiou adentro de seu porão.

 

~Continua~


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7 comentários:

  1. Eu adoro histórias com mistério! Com certeza vou acompanhar! Adorei o primeiro capítulo, está de parabéns!!

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    1. Ah, eu também adoro histórias de mistério e fico feliz de você estar gostando! Vai acompanhar? Fico muito (muito é pouco, extremamente, talvez?) feliz <3 Muito obrigada mesmo!

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  2. Estou adorando a fanfic, você escreve tããão bem *-* Na fanfic eu escolhi o Kyungsoo para ser o primo da minha melhor amiga e eu até acho que ele se encaixa nesse papel e-e
    Enfim, continue logo ~~ ♥

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    1. Muito obrigada <3
      Kyungsoo? Eu até pensei em por ele como um dos principais na minha original, mas após ver uma fanart do Baekhyun não resistir em fazer uma fic com ele desse jeito xD E, o D.O realmente, pra mim, transparece uma alma serena, porém, em seu interior, há uma pessoa cheia de mistérios!
      Continurei brevemente, assim que eu espero pelo menos <3

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  3. continua por favor, to amando!!!

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    1. Muito obrigada por estar gostando da fic <3
      O terceiro capítulo já está aí!

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  4. Tô adorando, sério, amo fanfics misteriosas. O jeito como você escreve também faz eu me sentir revigorada, é tudo tão detalhado e eu consigo imaginar exatamente o que se passa, qual o cenário da vez. Continue logo, pfvrrr ♥

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